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Pesquisa exploratória com Professores Coordenadores de Área da Escola de

No documento joséleonardoferreiragomes (páginas 33-36)

2 AÇÕES EDUCACIONAIS, AVALIAÇÕES EXTERNAS E O CONTEXTO DA

2.2 A ESCOLA DE ENSINO MÉDIO SÃO SEBASTIÃO E SEU CONTEXTO

2.3.1 Pesquisa exploratória com Professores Coordenadores de Área da Escola de

O núcleo gestor da E.E.M. São Sebastião é composto por um diretor e duas coordenadoras pedagógicas e para apoiar a gestão pedagógica, a instituição conta com os Professores Coordenadores de Área – PCA. De acordo com a Seduc (2013), a função do Professor Coordenador de Área foi criada para subsidiar o trabalho de planejamento e formação contínua dos professores, tendo em vista potencializar o tempo de hora atividade dos seus pares que acontece na própria escola. A instituição explica que o PCA deve assessorar os coordenadores escolares no acompanhamento do trabalho docente, procurando colaborar com os professores no desenvolvimento de novas estratégias pedagógicas com o objetivo de qualificar o processo de aprendizagem dos alunos.

Dessa forma a Seduc (2013) expõe que as escolas podem ter Professores Coordenadores de Área em três áreas: Linguagens e Códigos, Ciências da Natureza e Matemática, e Ciências humanas. A E.E.M. São Sebastião possui três PCA nessas respectivas áreas.

Conforme orientações pedagógicas da Seduc (2013), o PCA possui como atribuições gerais: coordenar o Planejamento dos professores da sua Área do Conhecimento, sob orientação do Coordenador Escolar; articular com os professores de sua área estratégias que favoreçam a aprendizagem dos alunos; acompanhar a execução dos planos de aula dos professores de sua área do conhecimento e os resultados de aprendizagem; subsidiar, orientar e sugerir práticas pedagógicas alternativas aos professores; apoiar no processo de formação

contínua dos professores de sua Área do Conhecimento; auxiliar aos professores na elaboração e execução de projetos interdisciplinares.

Com o intuito de apresentar maiores evidencias para a construção do caso, por meio da exposição de relatos de experiência de alguns professores que atuam na E.E.M São Sebastião, realizou-se uma pesquisa exploratória com a realização de entrevistas com duas professoras coordenadoras de área – PCA – das áreas de matemática e ciências da natureza e linguagens e códigos. Optamos em escolher para participar das entrevistas as professoras coordenadoras das áreas de matemática e linguagens, pois essas são as áreas que apresentam as disciplinas avaliadas na maioria das avaliações externas, por exemplo no SPAECE. Logo, acredita-se que essas áreas recebem uma cobrança maior por parte da gestão da escola no que se refere ao acompanhamento de alunos e realização de ações pedagógicas. As entrevistas foram realizadas nas dependências da escola nos dias 14 e 15 de maio de 2019. Para a realização das entrevistas utilizou-se um roteiro semiestruturado, com a inclusão de questões voltadas para a compreensão das ações educacionais da escola1.

Tendo em vista o interesse em preservar os nomes das professoras entrevistadas iremos designá-las no texto como PCA de matemática e PCA de linguagens. Acerca da formação e da atuação das professoras entrevistadas informa-se que a PCA de matemática é formada em química e biologia com pós-graduação em ensino fundamental e médio e que atualmente leciona a disciplina de química para as turmas de 2ª e 3ª série e exerce a função de professora coordenadora de área. Já a PCA de linguagens é formada em letras português/inglês e especialista em literatura e língua portuguesa e também em gestão escolar integrada e práticas pedagógicas. Atualmente a professora trabalha como docente de língua portuguesa com as turmas de 2° série e exerce a função de professora coordenadora de área.

Com a análise das entrevistas observou-se que ambas as professoras acreditam que a escola vem melhorando seus resultados nas avaliações externas, e concordam que o trabalho dos professores e as ações educacionais e projetos existentes na escola contribuem para esses resultados.

A PCA de matemática cita como ações para aprimorar os resultados da escola realizadas pela sua área: O apadrinhamento, projeto brincando com a matemática, aulões e cursos do laboratório educacional de ciências. Enquanto a PCA de linguagens cita como ações

1 O roteiro utilizado na pesquisa exploratória pode ser encontrado no apêndice da dissertação na página 230.

para aprimorar os resultados da escola realizadas pela sua área: o projeto redação nota mil, simulados e apadrinhamento. Ressalta-se que tais projetos serão apresentados mais à frente no texto em um momento de caracterização das ações e projetos da escola.

Ambas as PCA relatam que as ações educacionais e projetos realizados por suas respectivas áreas tiveram bons resultados. Tal posicionamento fica expresso nos seguintes trechos da entrevista:

Eu penso que as práticas estão tendo resultados, pois vemos a melhora dos resultados dos anos anteriores (...). Se a gente vem tendo esse avanço com certeza é por conta dos professores que estão incentivando em sala e por conta dessas práticas que a gente faz(...). Com certeza o projeto redação nota mil, o apadrinhamento que acontece tanto na língua portuguesa, quanto na matemática, os simulados e também os aulões do ENEM que realizamos próximo ao exame, todos colaboram para os resultados da escola. (PCA de linguagens, 2019).

O registro da fala da PCA de linguagens permite notarmos que ela relaciona os resultados da escola nas avaliações externas ao empenho dos professores e às ações realizadas por todas as áreas. Corroborando com o posicionamento da PCA de linguagens registra-se o seguinte trecho da fala da PCA de matemática:

Percebemos um crescimento dos alunos, que eles se interessam mais, mudam de postura, adquirem mais conhecimentos, são incentivados (...). Tivemos bons resultados com esses projetos, a gente só precisa aprimorar cada vez mais os projetos para que eles melhorem (...). Essas estratégias que já temos já são boas estratégias, mas nada que não possamos aprimorar. Acredito ser importante aprimorar o apadrinhamento, os cursos que oferecemos no laboratório. Além disso, acho que precisamos mesmo fortalecer o acompanhamento de incentivo aos nossos alunos, para que eles vejam que eles precisam se sair bem no SPAECE e no ENEM. (PCA de matemática, 2019).

Com a análise dessa fala, nota-se que a PCA de matemática acredita que as ações desenvolvidas por sua área trazem bons resultados para a escola, pois incentivam e preparam os alunos para realizar as avaliações externas. Entretanto, a professora também assume que é fundamental aprimorar essas ações reestruturando-as conforme a necessidade e fortalecendo o incentivo e o acompanhamento dos alunos para a execução das avaliações. Ou seja, com a fala da professora percebe-se uma preocupação em desenvolver atividades curriculares que

preparem e incentivem os alunos para a realização das avaliações externas, em outras palavras, treinamento para os testes.

Essa preparação consiste principalmente em: I. seleção de conteúdos cobrados nas avaliações externas, enfatizando apenas esses conhecimentos nas práticas; II. resolução de questões modelo SPAECE e ENEM; III. motivação para que os alunos realizem os testes com compromisso. Dessa forma o uso da avaliação externa se resume em um treinamento com os alunos para sua execução.

Nesse contexto, é válido ressaltar que acredita-se que mais importante do que propor ações voltadas diretamente para as avaliações externas, seja preparar ações e projetos que objetivam o aprimoramento da aprendizagem, afinal se a escola oferecer uma educação de qualidade espera-se que ela atinja bons índices nas avaliações. De todo modo, com a realização da entrevista com as PCA conclui-se que as áreas de matemática e ciências da natureza e linguagens e códigos empenham-se bastante para a realização de ações educacionais almejando o sucesso nos resultados das avaliações externas, logo, é possível perceber como esse tipo de avaliação influencia de forma direta no currículo realizado na escola.

Segundo Santos, Gimenes e Mariano (2013), as avaliações externas interferem de modo direto no movimento produzido no interior da escola e, influencia nas ações educacionais e nos processos decisórios das instituições educacionais. Para os autores, as avaliações externas contribuem no processo de aprendizagem através da formulação e reformulação de ações educacionais.

Corroborando com as ideias de Santos, Gimenes e Mariano (2013) é possível observar que na E.E.M. São Sebastião as avaliações externas interferem de forma significativa no cotidiano escolar, já que na instituição existem várias ações educacionais e projetos voltados para o melhor desempenho em avaliações externas, principalmente para o aprimoramento do desempenho no ENEM e no SPAECE.

No documento joséleonardoferreiragomes (páginas 33-36)