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o direcionamento Estratégico 2013-2022 do sebrae contou com a participação ampla dos funcionários e consultores da instituição e um novo presidente: luiz Barretto (2011-2015). Foi um trabalho de cocriação entre diversas instâncias, a partir das implicações

descortinadas por análises cuidadosas de cenários do país e do mundo, da missão e dos valores da organização, da visão de futuro das PMEs e do posicionamento da marca

Fachada da nova sede do Sebrae Nacional (Foto: Bernardo Rebello / Acervo Sebrae)

alguns encontros preparatórios para o Plano decenal foram realizados ao longo de 2012, como um para debater o cenário macroeconômico, além de um seminário internacional sobre Pequenos Negócios na Economia Global, que discutiu questões cruciais, como competitividade, inovação, sustentabilidade, mercados e políticas públicas, e um Encontro Nacional de inovação e sustentabilidade. os debates internos alimentariam a etapa seguinte, durante a qual seriam elaboradas as principais linhas de ação da instituição para a próxima década.

Em 2014 é inaugurado, em um prédio histórico no Centro do Rio de Janeiro, o Centro de Referência do artesanato Brasileiro, que da mesma forma que as outras edificações-símbolo da década, torna-se ela própria vitrine de exposição e sala de aula para cursos de qualificação. uma das ações mais recentes do sebrae aconteceu em agosto de 2015, com o movimento Compre do Pequeno, uma ação que pretende, por meio de um site, articular consumidores e pequenos produtores de bens e serviços a se encontrarem – primeiro no ambiente virtual e, depois, no ato da compra. uma forma de alavancar os negócios, dificultados pelo agravamento da crise econômica que no final de 2014 já se anunciava. além de prestar diversos serviços como este a empresários de quatro grandes áreas (indústria, comércio, agronegócios e serviços), o sebrae também vem atuando em outras

duas frentes, definidas no Plano Estratégico 2013-2022: como agência de desenvolvimento, articulando estratégias que ajudem a criar um bom ambiente econômico para os pequenos negócios; e como principal depositário e divulgador de experiência e informações sobre um setor da economia brasileira que, segundo dados do iBGE, responde por 52% dos empregos com carteira assinada no país e gera 27% da riqueza nacional.

Mas é preciso olhar o futuro de olho nas dificuldades do presente. analisando diferentes aspectos do cenário de crise econômica no biênio 2015-16, o sebrae modulou seu Plano Estratégico para 2022, estudando um elenco de ações pré ou proativas para a instituição fazer frente às dificuldades vividas pelo setor ao qual historicamente se vinculou. dentre os riscos apontados, alguns deles já se fazem sentir, como a perda de arrecadação por parte do sistema sebrae, o aumento do desemprego e das restrições ao crédito, a diminuição da renda e a queda no faturamento das PMEs.

Mas crises também podem ser oportunidades. Com o aumento da exigência por produtos e serviços mais qualificados e a expansão no número de empresários atendidos pelo sebrae na década mais recente, a instituição avalia que a procura por consultorias deverá crescer nos próximos anos, especialmente em temas como internacionalização, e-commerce e sustentabilidade.

dentre as ações de divulgação previstas para ajudar as PMEs a enfrentar a crise econômica, uma vem se destacando, tanto pela abrangência quanto pela carga simbólica que traz consigo. É o Movimento Compre do Pequeno Negócio, que por meio de campanhas publicitárias em diversas mídias eletrônicas e impressas, passou a divulgar nacionalmente o dia 5 de outubro como o dia Nacional da Micro e da Pequena Empresa.

Mais que isso: o movimento criou uma plataforma eletrônica com o objetivo de incentivar a formação de uma rede capaz de unir clientes e donos de pequenos negócios em uma mesma roda da fortuna, em que as compras de uns fortalecem o negócio de outros.

Em outubro de 2015, Guilherme afif domingos, ex-ministro da secretaria da Micro e Pequena Empresa, extinta pela reforma ministerial, é eleito pelo Conselho deliberativo Nacional do sebrae e inicia um novo mandato à frente da instituição. Na cerimônia de posse, anunciou quatro pontos prioritários em sua gestão: a implementação em todo o país da REdEsiM, um sistema de simplificação para o registro de empresas adotado em Mato Grosso do sul, o investimento na profissionalização de aprendizes, a formulação de políticas públicas de crédito mais vigorosas para os pequenos negócios e a estruturação do programa Crescer sem Medo, que tem a missão de melhorar o ambiente legal para as micro e pequenas empresas.

Por trás desse grande esforço de reinvenção do próprio ofício, patente tanto no Planejamento Estratégico 2013-2022 quanto nas ações de resposta rápida à piora do cenário econômico em 2015, o que o sebrae persegue, em mais de quatro décadas de vida, é a concretização da sua missão institucional: “Promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e fomentar o empreendedorismo, para fortalecer a economia nacional.”

os meios usados para isso podem ser variados, escolhidos de acordo com a situação de cada empreendedor. E, em se tratando de micro e pequenos negócios, cada caso costuma ser um caso bastante especial, como já vimos ao acompanhar nesta publicação as trajetórias de adelaído, andré, agda, antonio, Kelly, lenildo, lindolfo, luiz, Patrick e Rosana, apresentadas no capítulo anterior. Trazendo dúvidas e questionamentos tão variados quanto as características de seus próprios negócios, os dez empreendedores que conhecemos no início dessa publicação se encontravam naquela zona nebulosa na qual, dependendo da decisão que tomassem (ou deixassem de tomar), selariam o fracasso ou o sucesso de anos de trabalho. Vamos ver, então, de que forma o serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas fez valer o seu nome, sua missão e sua fama de especialista em pequenos negócios.

Quando a vontade