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a parceria com o sebrae continua firme. Quando convida psicólogos ou fonoaudiólogos para se apresentarem aos professores ou alunos da Ead, muitas vezes a empresária recorre ao auditório da instituição para ampliar o alcance das palestras. “Chamamos gratuitamente a comunidade em geral para assistir a essas apresentações. são pequenas ações, sempre voltadas para a educação.”

Ela própria tornou-se aluna do seu curso de Pedagogia, não apenas para conferir a qualidade do serviço que oferecia, mas também para obter um diploma que a habilite a ser a diretora pedagógica da escola que criou, não apenas de fato, mas de direito. Em busca de se qualificar, Kelly também faz, simultaneamente, um MBa em gestão empresarial pela Fundação Getulio Vargas e uma pós-graduação em Gestão Escolar na unopar.

ser usuária do próprio sistema que comercializa também traz vantagens: “Esses cursos me ajudam na gestão escolar e também no meu trabalho no Conselho Estadual de Educação, porque preciso estar por dentro das coisas

Em 2009, atendendo à insistência de uma consultora do sebrae que queria inscrevê-la no Prêmio Mulher de Negócios, Kelly foi a vencedora da etapa estadual do concurso dedicado a incentivar o empreendedorismo entre as mulheres. o prêmio foi do jeito que ela mais gosta: ganhou uma capacitação na Fundação Nacional de Qualidade, em Brasília, juntamente com as demais vencedoras dos Estados. “Foi uma experiência única para mim. Gosto de contar isso, porque eu não queria participar, achava que seria desinteressante. E, depois desse prêmio, muitas coisas aconteceram. a minha história está em uma cartilha do microempreendedor do sebrae, porque eu era ambulante, vendia cachorro-quente quando comecei; ia para algumas festinhas e vendia.

uma vez encontrei com os meus vizinhos e eles ficaram até com vergonha de mim, porque estava vendendo cachorro-quente. Eu disse: ‘olha, mas tem uma coisa: tu vais sair daqui liso e eu vou sair com dinheiro da festa’”, argumentou, quebrando o clima de mal-estar.

o comentário espirituoso revela muito do dinamismo dessa matemática que realizou uma trajetória

improvável, de vendedora de sanduíches a diretora de escola. Com determinação e foco nos objetivos traçados, Kelly explica que tem a profissão que sempre gostou de ter. “Quando me perguntam: ‘Qual é a sua profissão?’ Eu digo: ‘sou estudante.’” É dessa forma, na condição de eterna aprendiz, que ela pretende continuar sua já rica experiência como empresária.

sendo uma empreendedora nata, como descobriu por si mesma, Kelly dantas de Vasconcelos buscou o sebrae para capacitar seus professores a incluírem a metodologia JEPP (Jovem Empreendedor: Primeiros Passos) no currículo.

será a dela a primeira escola do amapá a trabalhar o tema do empreendedorismo, através de uma metodologia especialmente desenvolvida pela instituição. “o sebrae não tem muros, está indo direto para a mente das

crianças e vai desenvolver uma nova sociedade no amapá porque está indo na raiz, que é a educação. E o que é melhor: moldando comportamentos, porque no amapá quase todo mundo quer ser funcionário público, e isso precisa mudar”, é a aposta da empresária. Para “fazer a cabeça” dos futuros empreendedores, ela já encontrou a parceria ideal. E o sebrae também.

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As descobertas que Lindolfo Martin fez ao cursar o Empretec e como isso o ajudou a tornar sua Multicoisas uma franquia de sucesso

MOSaicO de

iNTeLiGÊNciaS

ursar o Empretec permitiu que lindolfo fizesse algumas reflexões pessoais que levaria para o resto da sua vida. “aprendi ali a importância de ter metas, e de aferir essas metas. aquilo de cobrar e acompanhar”, explica.

uma das descobertas de lindolfo foi a

confirmação de uma desconfiança: “Eu descobri que grande parte dos meus pontos fracos eram supridos pela Elza, a minha esposa. o Empretec me ensinou a fazer essa reflexão dos meus pontos fracos e tentar forçar que eu praticasse, na vida, esses pontos fracos, que naturalmente a gente não pratica”, explica.

além do Empretec, em 2008 o empresário travaria conhecimento com um consultor que faria toda a

que o fez repensar a importância do planejamento estratégico para sua organização. “a gente se reuniu em um hotel e criamos uma visão de futuro um pouco mais arrojada. Foi a visão hexa, que tentava sextuplicar a rede nos próximos dez anos. Foi uma experiência compartilhada não só internamente, mas junto com os franqueados também. saímos da posição de 2008 de 60 lojas e hoje, no final de 2014, contamos com quase 190 lojas”, comemora. a experiência de buscar desenvolver os pontos fracos, aprendida no Empretec, e o encontro com o consultor se revelariam extremamente úteis. “o que antes fizemos em 18 anos, a gente realizou praticamente o mesmo em seis”, afirma.

Contando atualmente com cerca de 2 mil funcionários embaixo das marcas Multicoisas e Multicasa, lindolfo partiu para voos maiores, incorporando cursos feitos a distância por uma universidade corporativa para seus colaboradores. E segue aprendendo novos saberes sobre o fascinante e dinâmico mundo das franquias:

“uma coisa que acho muito bonita na franquia é que a gente se torna um mosaico de inteligências. Você tem diversos especialistas, sócios, parceiros franqueados que trazem experiências de vida para o seu negócio. Você tem que ter um processo de agregar o melhor de forma estruturada, para também não perder a sua identidade.

o nosso grande patrimônio é intangível. Não é um

c

lindolfo conta que também aprendeu a calcular os riscos fazendo o Empretec: “a gente mitiga o máximo esse risco, mas o retorno, em média, é de três a cinco anos, ou nunca. Você tem que ter esse senso de risco, faz parte da noção de empreendedor. uma coisa que eu sempre desmistifico é que franquia seja risco zero.

Não é risco zero, tem risco também, mesmo que seja minimizado, porque pode haver uma mudança viária, uma obra pública, o shopping pode ser desativado, podem acontecer problemas de saúde, no foco etc. o que a pessoa tem que ter é uma única coisa: a identificação com os nossos valores e princípios. só.”

Exatamente como aconteceu na primeira loja, depois que lindolfo se recusou a pagar comissão a quem indicasse a loja, contrariando um velho hábito de “toma lá, dá cá”

do comércio local. Mas para chegar aonde chegou, ele precisou ter mais do que princípios. Contou com a ajuda de quem soube mostrar o que sempre existiu dentro dele mesmo e que nem ele sabia.

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Acima, com a franquia, Lindolfo não é mais um vendedor de produtos, mas, sim, de conceitos, tecnologias e de formatos. Abaixo, primeira loja Multicoisas, inaugurada em Campo Grande (MS) em 1984 (imagens de divulgação)

Saiba como Luiz Coutinho se juntou a dois empresários e conseguiu, com a ajuda do Sebrae, montar a primeira central de compras do país

de MicRO a PeQueNO, de MÉdiO a GRaNde

uiz, Paulinho e Zé aguiar tinham o mesmo problema ao procurarem ajuda do Ceag:

eram donos de pequenos mercados na Grande Vitória e queriam ter acesso ao preço dos atacadistas, mas não tinham volume de compras suficiente para alcançar bons descontos. Mesmo que os três se juntassem para comprar volumes maiores, a diferença não chegava a tanto. Haveria algum jeito, talvez um tipo de cooperativa, que garantisse acesso a mercadorias a preços mais competitivos? “Queríamos fazer o que a gente já fazia, mas de uma forma mais estruturada, se possível montar uma cooperativa, mas não sabíamos como. o Ceag teve um papel fundamental, porque nos

ajudou a montar um fundo, a que demos o nome de Central de Compras”, recorda-se o empresário.

o problema é que seria preciso arregimentar, no mínimo, 20 outros donos de pequenos mercados para que a ideia saísse do papel. os três identificaram em diversos bairros outros potenciais interessados e, poucos meses depois, nascia a primeira Central de Compras do país. “Nesse momento, a relação com o Ceag foi muito mais forte, não só porque eles montaram a estrutura e a organização da Central para nós, mas porque também nos ensinaram como fazer direitinho todo o processo. Houve cursos fechados para as nossas empresas, palestras, cursos para cada empresa separadamente, e o grupo foi se desenvolvendo. Foi tão bacana esse projeto que hoje, só no Espírito santo, deve haver umas 15 associações de compras.” No país, luiz estima que existam entre 300 e 500 organizações como a que ele e seus amigos criaram, de forma pioneira, no começo dos anos 1980 no Espírito santo.

Com a criação da Central de Compras, os mercados da família Coutinho passaram a contar com uma variedade maior de itens, o que trouxe outros problemas, agora de logística para transporte e armazenamento. além disso, os grandes players do setor supermercadista começavam a desembarcar no Estado, buscando novas áreas de atuação. luiz e os sócios resolveram se

c

antecipar e planejaram abrir uma quinta loja, desta vez na capital, Vitória, voltada a atender um público de poder aquisitivo mais elevado. “Nesse momento, tivemos que pensar um pouco mais em termos de estratégia. Por exemplo, qual o público-alvo que nós vamos atender?

isso foi fundamental. Foi através dos treinamentos que definimos, naquele momento, que precisávamos abrir cada loja com um tamanho de 1.000 a 1.200 metros quadrados e que buscávamos um público-alvo de classes B e C. Essa definição fez com que desativássemos a loja que estava focada no público bem mais popular, de classes d e E, e ampliamos uma loja que era menor.

Passamos a trabalhar de forma mais estruturada, ou seja, já implantávamos um sortimento mais adequado a quem iríamos atender, melhoramos mais a nossa parte de serviço. E entramos com essa loja na Praia do suá, com uma aposta bem mais diferenciada.”