• Nenhum resultado encontrado

A importância da educação superior tem sido crescentemente reconhecida, não apenas em face de seu valor instrumental para a formação acadêmico-profissional e para as atividades de pesquisa científica e tecnológica, mas igualmente em função do lugar estratégico que ocupa, influenciando no desenvolvimento econômico, sustentável e social no meio ao qual está inserida.

Decorrente desta importância, surgiram algumas diretrizes governamentais que, apoiadas em pressupostos acadêmicos e políticos, se articularam no plano macro-educacional através dos processos avaliativos e de regulação da educação superior.

É neste contexto que a nova LDB (Lei 9.394/96) consolidou, como pilar essencial da educação superior, a necessidade dos processos de avaliação, seja no que se refere à orientação das diretrizes políticas visando à melhoria do ensino –

avaliar com vistas à qualidade; seja quanto à definição de ações de acreditação do sistema de ensino superior por parte órgãos competentes – avaliar para supervisão e controle estatal.

Precisamente sobre avaliação das instituições de ensino superior, na LDB, em seu artigo 9º, inciso VI, cabe ao governo federal: “assegurar processo nacional de

avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino”. Ademais, dispôs o inciso VIII que, à União cabe: “assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino”.

Neste cenário, o atual Plano Nacional de Educação (PNE), editado em 2001, no espírito da LDB de 1996 e dos atos normativos posteriores, dispõe que compete à União instituir o Sistema Nacional de Avaliação assim como os mecanismos necessários ao acompanhamento das metas constantes do Plano Nacional de Educação. Desta forma, O Plano Nacional de Educação estabeleceu, para cada nível educacional, um “diagnóstico”, “diretrizes” e “objetivos e metas”. Nas diretrizes específicas para a educação superior e para a regulação de seu sistema, destaca-se a ênfase dada aos processos de avaliação. O PNE define diretrizes para a regulação do sistema e entende que é necessário planejar a expansão da educação com qualidade, evitando-se, assim, o caminho da massificação.

Conceber a expansão da educação com qualidade requer a utilização de múltiplos instrumentos e a combinação de diversas metodologias, haja vista a complexidade da educação superior, tanto na dimensão institucional quanto na do sistema. Por conseguinte, a proposta de um sistema nacional de avaliação da educação superior fundamenta-se na necessidade da promoção da melhoria da qualidade da educação superior, na orientação da expansão da sua oferta, no aumento permanente da sua eficácia institucional, da sua efetividade acadêmica e social e, especialmente, no comprometimento das obrigações e responsabilidades sociais.

Sendo assim, o MEC, através do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e de seus dispositivos legais, determina que todas as Instituições de Ensino Superior (IES), públicas ou privadas, executem o Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI. Em sua essência, o SINAES aborda dimensões

e indicadores específicos, com o objetivo de identificar as potencialidades e insuficiências dos cursos e instituições de ensino, promovendo a melhoria da sua qualidade e relevância e, por consequência, da formação dos estudantes, além de fornecer à sociedade informações sobre as instituições e a educação superior no país. Vale ressaltar que o PDI é uma exigência nos processos de avaliação institucional e de cursos por parte do MEC e CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Portanto, além de atender uma determinação governamental, o PDI também deve ser uma exigência da própria IES. Desta forma, o PDI deve estar intimamente articulado com a prática e os resultados da avaliação institucional, realizada tanto como procedimento auto avaliativo como externo. Assim, o PDI tem caráter formativo e visa promover o aperfeiçoamento dos agentes da comunidade acadêmica e da instituição como um todo.

O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), é o documento que identifica a Instituição de Ensino Superior (IES), no que diz respeito à missão a que se propõe, à sua filosofia de trabalho, às diretrizes pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura organizacional e às atividades acadêmicas que desenvolve e/ou que pretende desenvolver.

Abrangendo um período de cinco anos, dentre os eixos temáticos essenciais, o PDI deve contemplar o perfil institucional: missão da IES, a descrição dos objetivos e quantificação das metas com cronograma; Projeto Pedagógico Institucional – PPI com seus princípios filosóficos e técnico-metodológicos que norteiam as práticas acadêmicas da instituição, políticas de ensino, pesquisa e extensão, assim como as políticas de gestão e reponsabilidade social. Ademais, precisa ter o cronograma de implantação e desenvolvimento da instituição e dos cursos presencial e à distância; o perfil do corpo docente; organização administrativa da IES com a composição dos órgãos colegiados e órgãos de apoio às atividades acadêmicas; políticas de atendimento aos discentes: programas de apoio pedagógico e financeiro (bolsas). Apresentar a infraestrutura física da IES; procedimentos de autoavaliação institucional e aspectos financeiros tais como: a estratégia de gestão econômico-financeira e planos de investimento.

As diretrizes elencadas acima constituem o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) das Instituições de Ensino Superior (IES) que tem por objetivo planejar o futuro da instituição a curto, médio e longo prazos. Ademais, tais diretrizes

visam subsidiar os órgãos competentes e, em específico, a IES pesquisada, no que diz respeito à gestão institucional através de uma visão clara de seus objetivos, diretrizes e metas.

A seguir, o próximo capítulo a ser tratado irá explicitar o método de pesquisa utilizado neste trabalho.