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Análise do processo de gestão de uma instituição de ensino superior privada com base no modelo de excelência da gestão da fundação nacional da qualidade

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO TECNOLÓGICO - ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

FREDERICO MARTINO SIMONINI DA SILVA

ANÁLISE DO PROCESSO DE GESTÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA COM BASE NO MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO

DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.

Orientador:

Prof. Marcelo Jasmim Meiriño, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Niterói, RJ 2018

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FREDERICO MARTINO SIMONINI DA SILVA

ANÁLISE DO PROCESSO DE GESTÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA COM BASE NO MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO

DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.

Aprovada em 20 de dezembro de 2018.

_____________________________________________________ Orientador – Prof. Marcelo Jasmim Meiriño, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense - UFF

_____________________________________________________ Professor Sergio Luiz Braga França, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense - UFF

_____________________________________________________ Professora Marlene Jesus Soares Bezerra, D.Sc.

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Dedico este trabalho ao meu amado e saudoso gato “Rock” que esteve presente em boa parte desta jornada. Agradeço os momentos de paz e calmaria que vivi junto a ele. Um convívio baseado em um relacionamento sincero, puro, sem encenações e de muita alegria. Ao denominado “irracional”, minha eterna admiração.

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AGRADECIMENTOS

À Dispropan Ltda, representada por um de seus proprietários, meu grande amigo Dalmo Couto. Certamente, sem a ajuda dele e de sua empresa, este trabalho não teria sido concluído.

À Alexandra Iamara de Oliveira Albano, minha família e demais membros próximos a ela.

À professora MSc. Valéria da Conceição Chaves.

Aos meus amigos, os irmãos Raad: Marcos Ribeiro Raad e Alberto Ribeiro Raad, pela sintonia no pensar, sentir e agir.

A mim mesmo, por ter conseguido concluir este trabalho diante de tantas incertezas e adversidades.

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“É assim mesmo...” Frederico Martino Simonini da Silva

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RESUMO

As instituições de ensino superior possuem características particulares e especiais que as tornam organizações complexas. Inseridas em um cenário heterogêneo e de acirrada competição, ao definir estratégias de gestão, as Instituições de Ensino Superior (IES), em especial as particulares, precisam estar cada vez mais conscientes da relevância da aplicação de todos os critérios inerentes a qualquer empresa que busca qualidade. Neste sentido, as IES que desprezarem os modernos princípios gerenciais poderão estar fadadas ao insucesso. Desta forma, a presente pesquisa aborda os Fundamentos da Gestão para a Excelência preconizados pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), como instrumento viável para a obtenção de uma educação calcada na excelência. Utilizando-se do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), analisado à luz do Modelo de Excelência da Gestão (MEG) e com o auxílio do Instrumento de Avaliação da Maturidade, ambos preconizados pela FNQ, o presente trabalho intenta identificar os aspectos mais críticos concernentes à gestão da organização, além de propor ações de melhoria para atender os parâmetros estabelecidos no MEG e verificar o nível de maturidade da instituição frente ao modelo de gestão proposto pela FNQ. No que concerne aos procedimentos metodológicos, esta é uma pesquisa bibliográfica, documental e participante. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a aplicação de entrevistas individuais semiestruturadas, realizadas em campo. Em relação à natureza dos dados, a pesquisa é qualitativa. Quanto aos resultados obtidos, pode-se afirmar que na instituição estudada há práticas administrativas de gestão alinhadas a algum fundamento para excelência preconizado pela FNQ. Observou-se a preocupação dos gestores da IES em profissionalizar cada vez mais a administração da instituição através de padrões normativos, gestão acadêmica e demais processos administrativos que estejam alinhados ao seu negócio, sua visão e sua missão. Como fator limitante a esta pesquisa, os resultados aqui apresentados não podem ser generalizados para todas as instituições de ensino superior privadas, pois, são organizações inseridas em contextos diferentes e que apresentam suas especificidades. Por fim, a relevância deste trabalho remete à importância de se compatibilizar as práticas educacionais aos critérios de excelência necessários e exigidos pelo mercado.

Palavras-chave: Instituição de Ensino Superior Privada. Fundação Nacional da

Qualidade (FNQ). Modelo de Excelência da Gestão® (MEG). Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

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ABSTRACT

Higher Education Institutions have special characteristics that make them complex organizations. Inserted in a heterogeneous scenario of a fierce competition, Higher Education Institutions (HEIs), especially private ones, in defining management strategies, need to be increasingly aware of the relevance of applying all the criteria inherent to any company that seeks quality. In this sense, HEIs that disregard modern management principles may be doomed to fail. In this way, the present research approaches the Fundamentals of Management for Excellence recommended by the National Quality Foundation (NQF), as a viable instrument for obtaining an education based on excellence. Using the Institutional Development Plan (IDP), analyzed in the light of the Management Excellence Model (MEG) and with the assistance of the Maturity Assessment Instrument, both recommended by the NQF, the present work tries to identify the most critical aspects concerning the organization management, besides proposing improvement actions to meet the parameters established in the MEG and verify the maturity level of the institution against the management model proposed by the NQF. As far as methodological procedures are concerned, this is a bibliographical, documentary and participant research. The instrument used for data collection was the application of semi-structured individual interviews, conducted in field. Regarding the nature of the data, the research is qualitative. As for the results obtained, it can be stated that in the researched institution there are administrative management practices aligned to some foundation for excellence recommended by the NQF. It was observed the concern of the IES managers to professionalize more and more the administration of the institution through normative standards, academic management and other administrative processes that are aligned with their business, their vision and their mission. As a limiting factor to this research, the results presented here cannot be generalized to all private higher education institutions, because they are organizations inserted in different contexts and that present their specificities. Finally, the relevance of this work refers to the importance of making educational practices compatible with the excellence criteria required and demanded by the market.

Keywords: Private Higher Education Institution. National Quality Foundation (NQF).

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estruturação da pesquisa bibliográfica proposta por Costa (2010). ... 25

Figura 2 – Representação dos fundamentos da excelência ... 47

Figura 3 – Diagrama do MEG ... 48

Figura 4 – Diagrama do ciclo da gestão ... 50

Figura 5 – Evolução e estágio de maturidade da gestão ... 52

Figura 6 – Classificação metodológica da pesquisa. ... 59

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Registros encontrados por tipo de documento ... 26

Quadro 2 – Distribuição de registros por veículo de publicação e JCR ... 27

Quadro 3 - Distribuição de registros de artigo por autores ... 28

Quadro 4 – Registros encontrados por tipo de documento ... 29

Quadro 5 – Distribuição de registros por veículo de publicação e CiteScore ... 30

Quadro 6 - Distribuição de registros de artigo por autores ... 30

Quadro 7 – Registros encontrados por tipo de documento ... 31

Quadro 8 – Distribuição de registros por veículo de publicação ... 32

Quadro 9 – Distribuição de registros de artigo por autores ... 33

Quadro 10 – Análise consolidada da bibliometria ... 34

Quadro 11 – Publicações complementares ... 35

Quadro 12 – Cursos da IES no cadastro do e-MEC 2018 ... 61

Quadro 13 – Visão geral da IES em 2018 ... 62

Quadro 14 – Correspondência entre eixos temáticos PDI e fundamentos MEG ... 82

Quadro 15 – Atendimento ao MEG e pontuações correspondentes ... 102

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição de registros por ano de publicação ... 28

Gráfico 2 - Distribuição de registros por ano de publicação ... 31

Gráfico 3 - Distribuição de registros por ano de publicação ... 33

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LISTA DE SIGLAS CAPES... CC... CPC... e-MEC... FIES... FNQ... IES... IGC... INEP... LATEC... LDB... MEC... MEG... MSG... PDCA... PDCL... PDI... PNE... PPI... ProUni... SINAES...

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Conceito do Curso

Conceito Preliminar de Curso

Cadastro de Instituições e Cursos de Educação Superior Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior Fundação Nacional da Qualidade

Instituição de Ensino Superior Índice Geral de Cursos

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira Laboratório de Tecnologia

Lei de Diretrizes e Bases Ministério da Educação

Modelo de Excelência da Gestão® Mestrado em Sistemas de Gestão

Plan, Do, Check, Act Plan, Do, Check, Learn

Instrumento de Autoavaliação Institucional Plano Nacional de Educação

Projeto Pedagógico Institucional Programa Universidade para Todos

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior Tecnologia da Informação

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ...15 1.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA ...20 1.3 OBJETIVOS ...22 1.3.1 Objetivo Geral ... 22 1.3.2 Objetivos Específicos ... 22 1.4 QUESTÕES DA PESQUISA ...22 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 23 2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO ...23 2.2 ESTADO DA ARTE ...35

2.3 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O SURGIMENTO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ...37

2.4 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ...38

2.5 A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO ...39

2.6 A ADMINISTRAÇÃO E A GESTÃO DO ENSINO SUPERIOR ...42

2.7 MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO – MEG ...45

2.7.1 Diagrama do Ciclo da Gestão ... 49

2.7.2 Maturidade da Gestão... 50

2.7.3 Instrumento de Avaliação da Maturidade ... 51

2.8 PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL - PDI ...53

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 57

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...57

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3.3 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA...62

3.4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ...65

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 67

4.1 CORRELAÇÃO PDI X MEG ...67

4.1.1 Eixo Temático – Perfil Institucional ... 68

4.1.2 Eixo Temático – Projeto Pedagógico Institucional – PPI ... 70

4.1.3 Eixo Temático – Cronograma de Implantação e Desenvolvimento da Instituição e dos Cursos ... 73

4.1.4 Eixo Temático – Perfil do Corpo Docente ... 75

4.1.5 Eixo Temático - Organização Administrativa da IES ... 76

4.1.6 Eixo Temático - Políticas de Atendimento aos Discentes ... 77

4.1.7 Eixo Temático – Infraestrutura ... 78

4.1.8 Eixo Temático – Avaliação e Acompanhamento do Desenvolvimento Institucional ... 80

4.1.9 Eixo Temático – Aspectos Financeiros e Orçamentários ... 81

4.2 CONSOLIDAÇÃO DAS CORRELAÇÕES PDI X MEG ...82

4.3 ENTREVISTAS DE CAMPO ...83

4.3.1 Pensamento Sistêmico ... 83

4.3.2 Compromisso Com As Partes Interessadas ... 85

4.3.3 Aprendizado Organizacional e Inovação ... 88

4.3.4 Adaptabilidade ... 90

4.3.5 Liderança Transformadora ... 92

4.3.6 Desenvolvimento Sustentável ... 95

4.3.7 Orientação Por Processos ... 98

4.3.8 Geração de Valor ... 100

4.4 RESULTADOS E RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DA PESQUISA ... 103

5 CONCLUSÕES ... 112

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 113

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ... 114

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

A demanda por um ensino superior de qualidade é grande e ascendente, sempre impulsionada por fatores sociais e demográficos. O interesse pelo ensino superior como agente que pode viabilizar atividades profissionais bem remuneradas é alto. Contudo, não há relação direta entre demanda e oferta. Ou seja, frequentar uma universidade para obter um diploma continua sendo um privilégio disponível a poucos. Brito e Cunha (2009) reiteram que refletir sobre a história da Universidade no Brasil, seu legado, seus problemas de existência ou de vocação é algo que só pode se dar com maior amplitude à medida que se observem as bases que orientaram os modelos de universidade brasileira, desde seu surgimento e desenvolvimento no século passado.

Neste sentido, Fávero (2006) destaca que a história da criação da universidade no Brasil apresentou considerável resistência, seja por parte de Portugal, devido à política colonial vigente, seja da parte dos brasileiros que não viam sentido na criação de universidades na Colônia, julgando ser mais adequado realizar seus estudos superiores na Europa. Com base neste referencial, a implantação de um ensino superior no Brasil-Colônia teve como objetivo inicial suprir as necessidades do colonizador. Segundo Souza (1996), os núcleos educacionais importantes serviam à qualificação da classe dominante à época, assim como todo o aparato escolar estava ligado à Igreja Católica, cuja burocracia estava integrada ao funcionalismo do Estado. Desta forma, pode-se afirmar que a criação dos estudos superiores no Brasil foi intencionalmente direcionada e restrita às necessidades da aristocracia vigente.

Brito e Cunha (2009) apontam o efeito prático deste pensamento. Para os autores, se a presença/ausência de Universidades no Brasil, por um lado, denunciou as verdadeiras intenções políticas da época, por outro, confluiu para o fortalecimento do movimento iniciado por pensadores liberais a respeito da necessidade da presença de um espaço universitário brasileiro como forma de organização política e intelectual num país que crescia rumo à democracia.

Migrada a Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, as instituições criadas pelo império, naquilo que se pode chamar de ensino superior, estavam em sua grande

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maioria diretamente articuladas à preocupação com a defesa militar da colônia recém-transferida de Portugal. Segundo Mendonça (2000), além do caráter pragmático destas iniciativas, suas sucessivas reorganizações, fragmentações e aglutinações, deram origem às escolas e faculdades profissionalizantes, gerando assim o alicerce que ajudou constituir o conjunto das instituições de ensino superior até a República. Brito e Cunha (2009) corroboram esta afirmação ao apontar que a característica mais acentuada das instituições de ensino superior no Brasil-Colônia era a visão de uma universidade voltada para a profissionalização e para a formação de carreiristas liberais. A pesquisa não era o foco de interesse nesse modelo de universidade.

Neste cenário de uma educação superior atrelada às oligarquias agrárias e à Igreja, manifesta-se um movimento intermediário que, de certa maneira, seria o anúncio da instauração da Universidade no Brasil, as chamadas Escolas Superiores que, na visão de Brito e Cunha (2009), podem ser consideradas como os primeiros passos para a formação de uma consciência universitária no Brasil.

Portanto, surgem assim, o Curso Médico de Cirurgia na Bahia e a Escola Anatômica Cirúrgica e Médica no Hospital Militar do Rio de Janeiro, ambos em 1808. Adiante, outros atos são sancionados, culminando na instalação dos cursos jurídicos em São Paulo e Pernambuco, os quais exerceram grande influência na formação das elites e na mentalidade política da época.

Fávero (2006) ressalta que outras tentativas de criação de universidades, uma ao Norte outra ao Sul, foram feitas no Brasil-Império. Porém, não obtiveram êxito. Proclamada a República, novas tentativas são feitas. Destaca a autora que, na Constituição de 1891, o ensino superior foi mantido como atribuição do Poder Central, mas não exclusivamente.

Assim, se a Primeira República é caracterizada pela descentralização política, a partir da década de 1930 essa tendência se reverte com uma acentuada e crescente centralização nos mais diferentes setores da sociedade. É neste contexto que o Governo Provisório cria o Ministério da Educação e Saúde Pública implementando reformas de ensino e tendo como principal característica a tônica centralizadora.

Vindo ao encontro desta afirmação, Stelzer, Deligdisch e Gonçalves (2011) destacam que as normas que regiam o ensino superior à época, restavam articuladas e controladas pelo governo, muito embora os Estados e o Distrito Federal continuassem tendo certa autonomia no que concerne às educações primária,

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secundária, normal e profissionalizante. De acordo com Teixeira (1989), até a década de 1930 a expansão do ensino superior no Brasil foi moderada e relativamente lenta. O que se vê, segundo o autor, é uma marcha da expansão do ensino superior constante e crescente, mas que a partir de 1945 acelera, dando um verdadeiro salto após 1960. Teixeira (1989), constata esta expansão ao resumir o quantitativo de instituições de ensino, principalmente na década de 1960. Segundo o autor, em 1960 havia dez universidades federais, seis estaduais, oito particulares e três universidades rurais. Em 1968, a rede nacional de universidades foi ampliada para quarenta e oito, sendo dezoito federais, três estaduais, dez católicas, sete fundações, cinco particulares e uma municipal, às quais se somam quatro universidades rurais, sendo três universidades federais e uma estadual.

É válido lembrar que essa expansão ocorrida após 1960 sofreu, por certo, a influência da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que acentuou a cooperação da atividade privada no campo da educação. Corroborando esta afirmação, Cunha (2004) aponta que os governos compreendidos entre 1946 e 1964 apresentaram políticas públicas de caráter ambíguo ao favorecer o crescimento do setor privado em termos de novas instituições criadas e, ao mesmo tempo, promoverem o processo de federalização das faculdades estaduais e privadas, as quais foram reunidas em universidades. Sampaio (1991) também faz alusão à forma pela qual o Governo atendeu à explosiva demanda pelo ensino superior nessa época. Para a autora, isso foi feito de duas maneiras: pela ampliação das vagas no ensino público e pelo estímulo à expansão do setor privado.

Durham (2003) observa que o setor público precisaria criar não só outros cursos, mas outros tipos de instituição como forma de atender o aumento maciço da demanda por ensino superior. Segundo a autora, o setor privado, detinha uma participação no sistema de ensino que oscilava em torno de 45% até 1965, atingindo a marca de 50% em 1970, e, a partir deste período, alcançou e manteve uma participação superior a 60%. Durham (2003), acrescenta que o setor privado foi capaz de absorver esta demanda porque se concentrou na oferta de cursos de baixo custo e no estabelecimento de exigências acadêmicas menores tanto para o ingresso como para o prosseguimento dos estudos até a graduação.

Ainda para Durham (2003), o que se pode observar no final da década de 1970 é uma alteração profunda no sistema de ensino superior, com a ampliação do número

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das matrículas, novos estímulos à titulação, pesquisa no setor público e a criação de um novo setor privado empresarial lucrativo onde a procura pela informação científica não era necessariamente um compromisso educacional. Portanto, segundo a autora, o aparecimento do ensino superior privado no Brasil emergiu através de fatores complexos, entre os quais se destacam, em um primeiro momento, as modificações políticas em âmbito nacional e seu impacto na formulação da política educacional.

De acordo com Cunha (2004), os resultados da implementação destas políticas governamentais foram expressos através de cifras estatísticas e financeiras. Ainda para o autor, as instituições de ensino privadas se multiplicaram em número e cresceram em tamanho impulsionadas pela demanda de vagas, pelo freio na velocidade de expansão das redes públicas de ensino e, especialmente, pelas normas facilitadoras praticadas à época.

Após o período prolongado de crescimento do ensino superior ocorrida nos anos anteriores, surge um período de crise e transição nos anos de 1980. Economicamente, é uma década de instabilidade e inflação crescente. Durham (2003) destaca a estagnação do ensino superior no Brasil e a recessão vivida nesse período. Segundo a autora, este marasmo econômico atinge o setor público e, principalmente, o ensino privado, haja vista o decréscimo no número de matrículas nas instituições privadas nesse período. Começa assim, um acirramento na competitividade entre o setor privado, provocado de certa forma pela queda da demanda e escassez de candidatos.

Este aumento da competição entre instituições de ensino propiciou um novo fenômeno na educação brasileira, sobretudo no setor privado. Para Schwartzman (1988), muitas instituições particulares se viram na obrigação de se adaptar ao que percebiam como demanda de mercado. Ainda segundo o autor, tais adaptações iam desde a organização de cursos em voga ou que pareciam ser mais atraentes ao mercado, até cursos que não interferiam na carga horária dos alunos que trabalhavam. Além do exposto, outro tipo de mobilização das instituições privadas surgiu nos anos de 1980. Percebendo que as universidades dispunham de uma maior autonomia para criar e extinguir cursos e vagas, as instituições privadas iniciaram o processo de fusão e incorporação de estabelecimentos menores criando federações de escolas com o intuito de transformá-las em Universidades.

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Constatada a lenta expansão do sistema de ensino que perdurou nos anos de 1980, nota-se uma significativa ampliação das oportunidades de acesso ao ensino superior, sobretudo a partir da segunda metade da década de 1990. O marco que propiciou um novo momento de transição significativo para a educação brasileira foi a aprovação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) ocorrida em 1996. Sendo assim, a LDB de 1996, com o intuito de controlar o intenso movimento de criação de universidades, introduziu as modalidades “centro universitário” e “universidades especializadas”. Para Sampaio (2014), além de acomodar as pressões do setor educacional privado, o surgimento destas novas modalidades permitiu uma maior autonomia ao setor privado através da criação ou exclusão de cursos em suas sedes e do remanejamento ou acréscimo do número de vagas nos cursos existentes. De fato, as alterações e regulamentações realizadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, se comparadas à LDB de 1968, certamente representaram um marco legal que repercutiu de forma direta na configuração do sistema de ensino superior brasileiro. Assim, as políticas implementadas nas referidas LDB foram o prenúncio da transição de um sistema de ensino restritivo para um sistema de ensino em massa.

À frente, outros programas impactaram o processo de expansão das IES. Entre eles estão o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), o qual se destina a financiar a graduação de estudantes regularmente matriculados nas IES privadas, criado em 1999, e o Programa Universidade Para Todos (ProUni), concebido na Reforma Universitária de 2005. Sobre Reforma Universitária, Catani, Hey e Gilioli (2006) discorrem que a efetivação desta medida promoveu a ampliação das universidades federais, a instituição de cotas para alunos da rede pública em IES federais e o Programa Universidade Para Todos (ProUni), sendo este último, anunciado como carro-chefe na democratização da educação superior brasileira.

A despeito destas diretrizes políticas relativas à educação superior, sobretudo no ensino superior privado, percebe-se ao longo da história da educação brasileira a ampliação significativa da esfera privada neste contexto, principalmente no período supracitado. Esta afirmação é embasada pelos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira - INEP (2017), onde se constata que no período compreendido entre 1996 e 2016 o número de instituições de ensino públicas

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aumentou de 211 para 296, ao passo que as IES privadas, neste mesmo intervalo, saltaram de 711 para 2.111 instituições em 2016.

Assim sendo, o processo de expansão da educação superior no Brasil, principalmente nas últimas três décadas, fez emergir problemas de várias ordens, nas mais diferentes partes do sistema. Relativo a isto, Gomes e Moraes (2012) pontuam que os problemas implícitos neste padrão de desenvolvimento, estão o ritmo e o volume do crescimento que, somados, apresentam dificuldades sobre as formas de acesso e seleção do alunado, na qualidade do ensino, na distribuição do currículo, na organização e realização da pesquisa, na gestão das universidades e demais instituições não universitárias.

Portanto, profissionalizar a gestão das IES significa dirimir, mesmo que parcialmente, os problemas ocasionados pela acelerada expansão das IES, em especial as organizações privadas. As instituições de ensino superior possuem características particulares e especiais que as tornam organizações complexas. Toda esta complexidade decorre de seus objetivos dispersos e ambíguos, da presença de diversos grupos de interesse que a compõem, da sua função de atender às necessidades específicas de seus clientes e sociedade e da vulnerabilidade a fatores externos. Neste sentido, Meyer, Sermann e Mangolim (2004) frisam que esta complexidade tem ascendência direta sobre a forma com que as organizações educacionais funcionam e se estruturam, influenciando sobremaneira sua gestão, que deve ser mais adequada às especificidades deste tipo de organização.

Ao definir estratégias de gestão, as instituições de ensino superior, em especial as particulares, devem estar cada vez mais conscientes da relevância da aplicação de todos os critérios inerentes a qualquer empresa que busca a qualidade. Neste sentido, a presente pesquisa expõe os Fundamentos da Gestão para a Excelência, preconizados pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), como instrumento viável para a obtenção de uma educação calcada na excelência.

1.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

Para dar conta da velocidade das transformações e da complexidade da vida atual, faz-se necessário a introdução de mudanças profundas nos paradigmas de planejamento, sobretudo no que diz respeito à gestão educacional. Os esforços de

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planejamento devem servir para antecipar decisões e concatenar ações para obter progresso na direção dos objetivos cobiçados. A antecipação das rotas e dos impactos provenientes das mudanças em curso torna-se crucial na escolha das estratégias a serem adotadas. Esta situação não é diferente para as Instituições de Ensino Superior. Para cumprir suas visões de futuro e atingir suas missões institucionais, a agilidade das mudanças ambientais exige a revisão continua de suas estratégias e ações no âmbito de seus processos de planejamento e gestão.

Entretanto, Granemann e Rocha (2003) afirmam que não há linearidade nos processos complexos, pois grandes esforços podem resultar em pequenos avanços e ações modestas podem dar origem a grandes transformações que tornam os resultados imprevisíveis.

Desta forma, é válido ressaltar que as Instituições de Ensino Superior privadas devem considerar os princípios administrativos modernos, que valorizem o planejamento estratégico, a definição de metas, o orçamento anual, a administração de projetos, enfim, todas as medidas gerenciais para que a organização obtenha os objetivos esperados.

Isto posto, Paladini (2009) afirma que a atividade de gestão é guiada por um propósito estratégico e está diretamente relacionada à sobrevivência da organização. Ainda para o autor, a gestão desenvolve-se em um ambiente complexo, dinâmico, amplo e diversificado.

É neste cenário heterogêneo e de acirrada competição, principalmente no que concerne às Instituições de Ensino Superior (IES), que se torna fundamental a conscientização do uso de modelos voltados para a excelência da gestão. As IES que desprezarem os modernos princípios gerenciais estarão fadadas ao insucesso.

Portanto, segundo o contexto apresentado neste tópico, a presente pesquisa coloca como questão fundamental pertinente à situação-problema, analisar de maneira sistemática as relações de similaridade e aderência entre o que é exposto pela IES em estudo em seu Instrumento de Autoavaliação (PDI) e o Modelo de Excelência da Gestão prescrito pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é analisar e identificar o nível de aderência do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), preconizado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) em uma Instituição de Ensino Superior Particular, através de um dos critérios de avaliação de qualidade proposto pelo Ministério da Educação (MEC) - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

1.3.2 Objetivos Específicos

1. Identificar os aspectos mais críticos da gestão praticada na IES estudada; 2. Analisar o nível de maturidade no que concerne à gestão da IES estudada; 3. Propor ações de melhoria à IES estudada a fim de atender os parâmetros de

gestão definidos pelo Modelo de Excelência da Gestão® (MEG).

Portanto, é através destes objetivos específicos que este trabalho pretende conhecer qual o nível de aquiescência de uma determinada Instituição de Ensino Superior particular no que diz respeito a sua gestão institucional, tendo como referência o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) preconizado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).

1.4 QUESTÕES DA PESQUISA

1. Quais são os aspectos mais críticos da gestão que é praticada na IES estudada?

2. Qual o nível de maturidade em gestão da Instituição de Ensino Superior em questão?

3. Quais as ações de melhoria referente à gestão institucional podem ser aplicadas para que os parâmetros de gestão do MEG sejam cumpridos?

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO

Elaborar uma revisão bibliográfica confiável, através de trabalhos publicados reconhecidamente relevantes, é de fundamental importância para que a originalidade e a contribuição científica destes trabalhos de pesquisa sejam devidamente evidenciados. Desta forma, devido à grande quantidade de bases de dados e de publicações disponíveis, Yamakawa et al. (2014) alertam para a necessidade de se utilizar ferramentas fáceis e padronizadas que auxiliem na gestão das referências bibliográficas.

Portanto, a bibliometria como área de estudo da Ciência da Informação, tem um papel fundamental na análise sobre a dinâmica e evolução da produção científica e tecnológica de determinadas áreas, disciplinas ou de um dado país. Para Spinak (1996), a bibliometria estuda a organização de setores científicos e tecnológicos a partir de fontes bibliográficas e patentes como forma de identificar os atores, seus relacionamentos e tendências. Ainda para Spinak (1996), o uso da bibliometria permite a aplicação da análise estatística para estudar as características de uso e criação de documentos ao longo do tempo. Vanti (2002) corrobora esta afirmação ao versar que o uso da bibliometria, em termos genéricos, permite identificar as tendências e o crescimento do conhecimento em uma área, bem como o surgimento de novos temas. Ainda para a autora, a bibliometria pode ajudar no estudo da dispersão e da obsolescência da literatura científica.

Treinta et al (2014) enfatizam que o ponto de partida da bibliometria é, ao iniciar-se uma nova pesquisa acadêmica, tudo o que está sendo debatido, publicado e gerado de conhecimento nessa linha de pesquisa deve ser mapeado para a construção do conhecimento a ela relacionado.

Hood e Wilson (2001) alertam para o equívoco terminológico de três métodos de pesquisas cujos significados são semelhantes, porém com métricas próprias: bibliometria, cientometria e a infometria. A partir do exposto, pode-se fazer uma distinção entre bibliometria, cientometria e infometria. Para Santos e Kobashi (2009), o objeto de estudo da bibliometria são os livros ou as revistas científicas, cujas

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análises se vinculam à gestão de bibliotecas e bases de dados. Treinta et al (2014) afirmam que, com a utilização de métodos quantitativos, a finalidade central da bibliometria é gerar uma avaliação objetiva de resultados da produção científica. Para Hood e Wilson (2001), a cientometria inclui a utilização de métodos bibliométricos para o mapeamento da ciência, incluindo todos os seus aspectos quantitativos, da comunicação científica e da política científica. Costa (2010) salienta que a infometria prevê a aplicação dos princípios bibliométricos a contextos e bases, diferentemente do termo webmetria que é restrita às bases acadêmicas. De acordo com Costa (2010), webmetria pode ser definida como uma variação da bibliometria que se vale da utilização dos bancos de dados eletrônicos associada à pesquisa via internet.

Entretanto, Santos e Kobashi (2009) fazem uma ressalva sobre a utilização de estudos métricos no que concerne ao trabalho científico. Para os autores, não se pode “reduzir a atividade científica à produção, à circulação e ao consumo de artigos de periódicos e, muito menos, confundir o crescimento quantitativo de artigos com o desenvolvimento cognitivo da ciência” (SANTOS, R. N. M.; KOBASHI, 2009, p. 159).

Diante do exposto, percebe-se que a pesquisa bibliográfica é um dos maiores problemas enfrentados pelo pesquisador. Toda esta problemática pode ser atribuída aos vários bancos de dados existentes e a profusão de artigos científicos que gera grande impasse na escolha dos artigos mais adequados na construção da argumentação teórica fundamental para as pesquisas e textos acadêmicos.

À vista disto, a estratégia para a obtenção da seleção bibliográfica a ser adotada neste trabalho será constituída da adaptação da metodologia proposta por Costa (2010), mostrada a seguir e da busca no catálogo de teses e dissertações da Capes que será abordada adiante.

Assim, Costa (2010) define seu método como um “modelo para a mineração de fontes bibliográficas, baseado em ferramentas de acesso e busca a dados bibliográficos, baseada na Internet” (COSTA, H. G., 2010, p. 115). O Webiblioming, que está na interseção entre a bibliometria (bibliomining) e webmetria, foi escolhido, pois a sua aplicação permite que o pesquisador recém-ingresso em uma determinada área de conhecimento faça a seleção de um núcleo inicial de artigos para a sua pesquisa bibliográfica de forma simples e esquematizada.

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Portanto, a metodologia proposta por Costa (2010) considera a execução das seguintes etapas, conforme ilustra a figura 1.

Figura 1 - Estruturação da pesquisa bibliográfica proposta por Costa (2010).

Fonte: Elaborado pelo autor e adaptado de Costa (2010).

A estratégia deste trabalho segue a aplicação de todas as etapas previstas pela metodologia Webiblioming, em consonância com o levantamento bibliométrico, respeitando as particularidades desta pesquisa e o objetivo central aqui proposto – identificar o nível de aderência do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) preconizado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) em uma Instituição de Ensino Superior Particular, através de um dos critérios de avaliação de qualidade

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proposto pelo Ministério da Educação (MEC) - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).

DEFINIÇÃO DAS FONTES BIBLIOGRÁFICAS

As fontes bibliográficas pesquisadas correspondem aos artigos indexados no Portal de Periódicos da Capes nas bases de dados do Web of Science (Thomson

Reuters Scientific), SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e Scopus (Elsevier). A

pesquisa foi realizada através do portal de periódicos Capes no mês de fevereiro de 2018. Estas escolhas foram feitas devido a facilidade de acesso via portal de periódicos da Capes e pela vasta quantidade de bases de dados com notório reconhecimento acadêmico.

PESQUISA NA BASE DE DADOS Web of Science

No que concerne à base de dados Web of Science (Thomson Reuters

Scientific), a busca efetuada utilizou as seguintes palavras-chaves: “educational

performance” e “higher educational institutions management”, retornando 257

ocorrências cuja distribuição por tipo de documento está representada no quadro 1 abaixo:

Quadro 1 – Registros encontrados por tipo de documento

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

A pesquisa foi refinada levando em consideração apenas os artigos em periódicos, perfazendo um total de 128 registros. Em seguida, a análise bibliométrica sobre estes 128 registros. Os resultados desta análise estão dispostos a seguir.

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IDENTIFICAÇÃO DOS PERIÓDICOS COM MAIOR NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

Foram encontrados 107 registros de periódicos indexados na base que atendiam aos parâmetros da busca. O quadro 2 apresenta os dados referentes à distribuição de registros quanto ao título destes periódicos e seus respectivos JCR (Journal Citation Reports):

Quadro 2 – Distribuição de registros por veículo de publicação e JCR

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

IDENTIFICAÇÃO DOS AUTORES COM MAIOR NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

O quadro 3 apresenta a distribuição de registros quanto à autoria dos artigos. Haja vista o número reduzido de artigos por autor, o quadro abaixo informa os autores com seus respectivos artigos indexados, perfazendo um total de 10 autores e a produção científica de cada um.

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Quadro 3 - Distribuição de registros de artigo por autores

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

LEVANTAMENTO DA CRONOLOGIA DA PRODUÇÃO

O gráfico 1 apresenta os dados referentes à distribuição de registros quanto ao ano de publicação. Analisando os dados em uma escala cronológica, observa-se que os anos de 2015 a 2017 foram os anos de maior ocorrência das palavras chaves utilizadas para este trabalho. Há de se observar também as ocorrências dos anos de 2009 a 2015, período em que a produção acadêmica se intensificou.

Gráfico 1 - Distribuição de registros por ano de publicação

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PESQUISA NA BASE DE DADOS Scopus

Para a base de dados Scopus (Elsevier), a busca realizada utilizou as mesmas palavras-chaves das bases anteriores, quais sejam, “educational performance” e

“higher educational institutions management”, retornando 391 ocorrências cuja

distribuição por tipo de documento está representada no quadro 4 abaixo:

Quadro 4 – Registros encontrados por tipo de documento

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

A mesma sistemática praticada na base supracitada foi realizada. Ou seja, considerou-se apenas os artigos em periódicos que totalizaram 251 registros. À frente, foi feita a análise bibliométrica destes registros, apresentados a seguir.

IDENTIFICAÇÃO DOS PERIÓDICOS COM MAIOR NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

Para que fosse possível identificar os periódicos com maior número de publicações, optou-se por excluir aqueles cujas áreas não têm correspondência com o tema pesquisado. Assim, foram encontrados 134 registros de periódicos indexados na base Scopus que atendiam aos parâmetros da busca. O quadro 5 apresenta os dados referentes à distribuição de registros quanto ao título destes periódicos e seus respectivos CiteScore (citações / documentos):

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Quadro 5 – Distribuição de registros por veículo de publicação e CiteScore

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

IDENTIFICAÇÃO DOS AUTORES COM MAIOR NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

O quadro 6 abaixo apresenta a distribuição de registros quanto à autoria e a produção científica de cada autor indexada a base Scopus.

Quadro 6 - Distribuição de registros de artigo por autores

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

LEVANTAMENTO DA CRONOLOGIA DA PRODUÇÃO

O gráfico 2 apresenta os dados referentes à distribuição de registros quanto ao ano de publicação. Analisando os dados em uma escala cronológica, observa-se que os anos de 2010, 2012, 2016 e 2017 foram os anos de maior ocorrência das palavras chaves utilizadas para este trabalho. Há de se observar as ocorrências dos anos de

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2013 a 2015, período de queda da produção acadêmica, se comparado aos anos citados, porém com um número de produções consideráveis.

Gráfico 2 - Distribuição de registros por ano de publicação

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

PESQUISA NA BASE DE DADOS SciELO

No que se refere à base de dados Scielo (Scientific Eletronic Library Online), a busca efetuada utilizou as seguintes palavras-chaves: “desempenho educacional” e

“gestão de instituição de ensino superior”, retornando 447 ocorrências cuja

distribuição por tipo de documento está representada no quadro 7 abaixo:

Quadro 7 – Registros encontrados por tipo de documento

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A sistemática praticada nas bases anteriores, foram aplicadas a esta. Ou seja, considerou-se apenas os artigos em periódicos, totalizando 438 registros. À frente, foi feita a análise bibliométrica destes registros, apresentados a seguir.

IDENTIFICAÇÃO DOS PERIÓDICOS COM MAIOR NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

Para que fosse possível identificar os periódicos com maior número de publicações, optou-se por excluir aqueles cujas áreas não têm correspondência com o tema pesquisado. Assim, foram encontrados 168 registros de periódicos indexados na base Scielo que atendiam aos parâmetros da busca. O quadro 8 apresenta os dados referentes à distribuição de registros quanto ao título destes periódicos e seus respectivos fatores de impacto:

Quadro 8 – Distribuição de registros por veículo de publicação

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

IDENTIFICAÇÃO DOS AUTORES COM MAIOR NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

O quadro 9 abaixo apresenta a distribuição de registros quanto à autoria e a produção científica de cada autor indexada a base Scielo.

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Quadro 9 – Distribuição de registros de artigo por autores

Fonte: Autor - Adaptado de Costa (2010)

LEVANTAMENTO DA CRONOLOGIA DA PRODUÇÃO

O gráfico 3 apresenta os dados referentes à distribuição de registros quanto ao ano de publicação. Analisando os dados em uma escala cronológica, observa-se um aumento da produção acadêmica com as palavras chaves utilizadas neste trabalho a partir do ano de 2010. Entretanto, nos anos de 2014 e 2016 verifica-se a queda no número de publicações, porém com um número a ser observado.

Gráfico 3 - Distribuição de registros por ano de publicação

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ANÁLISE CONSOLIDADA DA BIBLIOMETRIA

O quadro 10 apresentado abaixo, ilustra de forma resumida os periódicos de maior relevância encontrados nas bases de dados mencionadas, assim como aglutina os autores com maior produção acadêmica no assunto abordado neste trabalho.

Quadro 10 – Análise consolidada da bibliometria

Fonte: Autor (2018)

Desta forma, além dos artigos apurados a partir da revisão sistemática, durante as leituras críticas e em diversas pesquisas, foram identificadas outras publicações de relevância para este trabalho. A inclusão dessas publicações se justificou pela relevância dos conteúdos e como forma de enriquecer o núcleo de partida desta pesquisa.

Portanto, de forma complementar aos artigos pesquisados foram acrescidos ao acervo, as publicações listadas no quadro 11 abaixo.

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Quadro 11 – Publicações complementares

Fonte: Autor (2018)

A seguir, o estado da arte da literatura é abordado como maneira de subsidiar e auxiliar teoricamente este trabalho a fim de obter os objetivos pretendidos.

2.2 ESTADO DA ARTE

A sociedade moderna, estabelecida pós revolução industrial, foi concebida em organizações que auxiliaram e facilitaram seu funcionamento. Entretanto, a organização como um todo é vaga e abstrata. Sabemos de sua existência, pois estão espalhadas por diversas localidades e somos afetados por elas o tempo todo, todos os dias. Na verdade, as organizações são tão comuns que acreditamos que elas sempre fizeram parte de nossa sociedade. Se refletirmos um momento, iremos perceber que nascemos em um hospital, crescemos com alimentos cultivados em propriedades agrícolas, moramos em casas construídas por alguma construtora, enfim, as organizações estão por toda a parte, em diversos ramos de atividade, podendo ser classificadas pelo tamanho, natureza ou setor econômico onde atuam. Existem organizações para fornecer todos os tipos de produtos e serviços – praticamente tudo está conectado às organizações. Sendo assim, é oportuno dizer que: “uma organização é um sistema planejado de esforço cooperativo no qual cada

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participante tem um papel definido a desempenhar e deveres e tarefas a executar” (CURY, 2017, p .98).

Para Maximiano (2014), as organizações podem ser interpretadas como um sistema de trabalho que transformam recursos em produtos e serviços. Segundo Daft (2014), organizações são “entidades sociais, orientadas por metas, projetadas como sistemas de atividade deliberadamente estruturadas e coordenadas e ligadas ao ambiente externo” (DAFT, 2014, p. 12). São elas que fornecem os meios necessários para o atendimento das necessidades das pessoas. É esta capacidade de contribuir com algo útil para a sociedade que justifica sua existência. Toda organização existe com o propósito de fornecer alguma combinação de produtos e serviços para algum mercado, usuário ou tipo de cliente. Todas as empresas ou organizações, independentemente de seu ramo de atuação ou tamanho, compartilham de características comuns. Inicialmente, cada organização tem um propósito expresso por um objetivo ou conjunto de objetivos que a organização espera alcançar. Para Katz e Kahn (1976), uma das características chaves para a compreensão de uma organização é considerá-la apenas como a sinopse dos propósitos de seu criador, de seus líderes ou de seus membros essenciais. Além disto, em sua essência, as organizações têm como seu principal recurso as pessoas que mantêm e promovem o sucesso organizacional em um mundo globalizado e fortemente competitivo. Uma organização jamais existirá sem que haja a interação entre clientes, fornecedores, competidores e outros elementos do ambiente externo.

Sendo assim, para que as organizações se tornem viáveis e alcancem seus objetivos através dos esforços coletivos, é essencial a implementação da Administração. É a Administração que faz organizações serem capazes de otimizar seus recursos para que suas metas sejam alcançadas. Schermerhorn (2006) define Administração como o processo de planejar, organizar, liderar e controlar a utilização de recursos para atingir objetivos relativos ao desempenho. Chiavenato (2014) esclarece que a tarefa da Administração é interpretar os objetivos propostos pela organização e traduzi-los em ações através do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços nas mais diversas áreas e níveis da empresa a fim de atingir os objetivos demandados da melhor maneira possível. Gil (2016) destaca um conceito bem difundido sobre a Administração, indicando que administrar é o processo de reger, governar ou realizar a gestão de negócios públicos ou privados. Muito

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embora expressas utilizando termos e ênfases diferentes, estas definições têm o foco nas pessoas como recursos capazes de alcançar os objetivos organizacionais. Assim, o entendimento destes conceitos e a relação do ser humano nas organizações é de elevada importância, principalmente quando se compreende que a administração é um processo interativo e em constante evolução.

2.3 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O SURGIMENTO DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

A Revolução Industrial, definida por Chiavenato (2014) como um conjunto de transformações tecnológicas, econômicas e sociais e, que deram origem ao sistema fabril e ao modo de produção capitalista, causou um grande impacto sobre a sociedade nos séculos XVIII e XIX. Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era desempenhada por artesãos praticamente sem a utilização de máquinas. Ou seja, o trabalhador era o centro do processo produtivo. De acordo com a escala produtiva, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas tarefas do processo. Mas de forma geral, os artesãos eram os responsáveis pela captação da matéria prima, produção e até a comercialização final do produto. Os trabalhos de manufatura eram realizados nas residências destes indivíduos que dominavam todas as etapas do processo primário. O resultado da produção dependia exclusivamente da habilidade em manusear as ferramentas e também da velocidade com que realizavam as operações. Existiam à época artesãos ou mestres que conheciam os processos primários de fabricação de armaduras, roupas, móveis, e assim por diante. Toda esta produção era realizada de acordo com a demanda de quem poderia pagar pelo serviço ou produto. Lacombe (2009) corrobora esta afirmação, ressaltando que a principal característica da produção artesanal é o emprego de ferramentas simples e flexíveis por parte dos trabalhadores e a produção atrelada à demanda dos consumidores.

Com a Revolução Industrial, através do surgimento das máquinas, a produção sofreu uma grande transformação, pois a capacidade produtiva permitia criar e movimentar um número maior de máquinas, aumentando assim a produção. A Revolução Industrial caracterizou-se pela criação do sistema fabril mecanizado. Percebe-se, assim, que a posição do trabalhador no processo de trabalho mudou

(38)

radicalmente. Foi nesta época que os trabalhadores começaram a perder o domínio do processo primário da manufatura. Antes, a qualidade do produto e o volume de produção dependiam fundamentalmente do trabalhador, agora, o trabalhador apenas aciona a máquina e a supre de matéria prima. Aquele que obtinha a matéria prima, transformava em produto final, entregava ao cliente e obtinha lucro, passou a trabalhar para um patrão. Agora na condição de trabalhador e operador das máquinas pertencentes aos donos dos meios de produção, uma nova relação de trabalho foi imposta.

Segundo Cruz (2013), a Revolução Industrial iniciada no Reino Unido em meados do século XVIII, foi responsável por um conjunto de mudanças tecnológicas que causaram impactos profundos nos processos primários, econômicos, e principalmente, em termos sociais. Assim, “a partir da segunda metade do século XVIII consistiu, basicamente, na gradual substituição do homem pela máquina, isto é, na introdução da tecnologia no processo produtivo, promovendo a maquinofatura em lugar da manufatura” (ARAÚJO, 2016, p. 75).

Portanto, toda esta transformação por que passou o processo fabril foi responsável pelo desenvolvimento de teorias administrativas que serão expostas à frente.

2.4 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Com o advento da Revolução Industrial e o surgimento de um mundo industrializado, desafios até então inexistentes, começaram a surgir. Problemas na mecanização das fábricas, na organização da estrutura gerencial, no treinamento de funcionários, na programação de operações de produção complexas, dificuldade em lidar com a crescente insatisfação no trabalho e suas consequências foram fatores determinantes para o apontamento de uma nova ordem administrativa. Diante deste contexto se fez necessário o estudo sistemático da administração das tarefas e da padronização das operações do trabalho a fim de ajustar as empresas a nova realidade exigente. Surgem assim, as primeiras Teorias da Administração.

Neste sentido, a Teoria da Administração pode ser considerada como “conjunto de princípios e conhecimentos disseminados e comuns à prática administrativa, dentro

(39)

de uma abordagem específica, quanto às atividades e funções administrativas desempenhadas pelas empresas” (OLIVEIRA, 2009, p. 39). De forma semelhante, Lacombe (2009) afirma que as Teorias Organizacionais ou Administrativas são como um conjunto de princípios e prescrições que têm a intenção de facilitar a obtenção dos objetivos das organizações e serão mais ou menos aceitas à medida que isso efetivamente ocorrer.

É válido ressaltar que as diversas teorias administrativas, em sua maioria, foram formuladas através das preocupações e das relações socioeconômicas de suas épocas. Jones et al. (2008), salienta que os avanços nas Teorias Administrativas normalmente ocorrem à medida que os pesquisadores e gerentes encontram formas melhores de desempenhar as funções de planejar, organizar, liderar e controlar os recursos humanos e organizacionais. Portanto, cada teoria dá mais ênfase a um aspecto específico da administração. Algumas focam os aspectos técnicos, e são denominadas mecanicistas. Outras dão mais ênfase às pessoas e são chamadas comportamentais, e existem as que dão ênfase entre as partes da organização e a sua interação com o ambiente externo no qual está inserida, denominada enfoque sistêmico.

2.5 A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

A evolução da administração moderna iniciou-se nas últimas décadas do século XIX, após a disseminação da Revolução Industrial na Europa e Estados Unidos. Um novo clima econômico induzia gerentes, de todos os tipos de organização, cada vez mais, a buscarem meios de melhorar e satisfazer os clientes surgentes. Mudanças econômicas, técnicas e culturais importantes estavam acontecendo nessa época. As máquinas a vapor e o desenvolvimento de equipamentos complexos transformaram a produção nas indústrias de fiação e tecelagem.

Proprietários e gerentes destas fábricas estavam despreparados para os novos desafios decorrentes da mudança de uma produção artesanal para a produção mecanizada em grande escala. Muitos destes supervisores e gerentes eram engenheiros que possuíam conhecimentos técnicos, mas não conhecimentos para lidar com os problemas advindos do convívio de um grupo de pessoas trabalhando

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em uma fábrica ou sistema de oficina. Iniciou-se então, a busca por novas técnicas de gerenciamento dos recursos organizacionais e o incremento da eficiência da combinação tarefa-trabalhador.

Entretanto, a visão que se tinha de um universo retratado como um sistema composto de peças elementares determinou e moldou as percepções da natureza, do organismo humano, da sociedade e até mesmo das organizações. As primeiras teorias administrativas calcadas neste pensamento, foram as “teorias clássicas de administração” no início do século XX, nas quais, segundo Capra (2002), “as organizações eram concebidas como conjuntos de partes que se interligavam de maneira precisa e específica” (CAPRA, 2002, p. 113). Ainda segundo Capra (2002), os princípios da teoria clássica da administração estão tão fortemente incutidos em nossa forma de conceber as organizações empresariais que, “para a maioria dos gerentes, o projeto de estruturas formais ligadas por linhas claras de comunicação, coordenação e controle tornou-se uma espécie de segunda natureza” (CAPRA, 2002, p. 114).

Assim, segundo sugerem Katz e Kahn (1976), o que se percebeu nas teorias administrativas do começo do século XX foi o enfoque no caráter de suas estruturas internas; fazendo a abordagem dos problemas organizacionais, pensando mais em termos de sistema fechado do que aberto. Por outro lado, Pagliuso, Cardoso e Spiegel (2010), afirmam que as teorias administrativas subsequentes às teorias clássicas, consideraram paulatinamente, em maior ou menor intensidade, o fator humano, as organizações como sistemas abertos e a interdependência entre estas e o meio ambiente. Ainda para os autores, as teorias administrativas “surgiram em um esforço quase sequencial de tratar as questões que não haviam sido devidamente consideradas ou cujas soluções não tinham apresentado resultados inteiramente satisfatórios” (PAGLIUSO, CARDOSO e SPIEGEL, 2010, p. 26).

A princípio, surge a Escola das Relações Humanas, desenvolvida por cientistas sociais, abordou o lado humano das organizações sob a ótica de que a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador, pois os indivíduos são motivados pelo reconhecimento e aprovação nos grupos sociais aos quais estão inseridos. Bauer (2009) relata que a Teoria das Relações Humanas tem como preocupação o estudo das condições de trabalho mais favoráveis a indução da cooperação por parte dos trabalhadores. Segundo Bauer (2009), o objetivo desta

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teoria não era superar a degradação do trabalho, mas superar os problemas decorrentes da resistência, consciente ou inconsciente, oposta pelos trabalhadores a essa degradação. Ainda de acordo Bauer (2009), se comparada à teoria da Administração Científica, o que a Escola das Relações Humanas pôde avançar foi na percepção de que o comportamento individual organizacional é determinado por normas sociais, o que redirecionou os estudos sobre a motivação, do sujeito para o coletivo. Contudo, as organizações continuavam a ser percebidas enquanto sistemas fechados, imunes às influências externas do ambiente. Posto isto, acreditava-se que as conclusões obtidas em uma empresa poderiam ser extrapoladas e generalizadas para qualquer tipo de organização.

A seguir, a escola Comportamentalista observou as organizações de acordo com as dimensões de suas estruturas informais. Para Montana e Charnov (2010), a abordagem comportamental procurou enfatizar que a administração eficaz virá através da compreensão do trabalhador. Lacombe e Heilborn (2008) complementam, afirmando que a abordagem comportamental dá ênfase às pessoas, além de considerar os indivíduos como parte constituinte da organização, procurando integrar os objetivos organizacionais com os objetivos pessoais através da motivação.

À frente, o Desenvolvimento Organizacional buscou analisar as organizações calcando suas observações nas estruturas informais sem, contudo, deixar de considerar suas estruturas formais. Para Hitt, Miller e Colella (2013), o desenvolvimento organizacional pode ser definido como um processo de planejamento contínuo, de âmbito organizacional, desenvolvido para a resolução de problemas, com melhora na comunicação e aprendizado por meio da aplicação do conhecimento da ciência comportamental. Oliveira e Silva (2006) afirmam que a administração do desenvolvimento organizacional passou a considerar a organização como um todo, ampliando sua área de atuação e assumindo a abordagem sistêmica. Por fim, a Teoria Contingencial, que busca através da teoria dos sistemas entender as organizações como um conjunto de subsistemas de naturezas distintas que estão inter-relacionados e, portanto, adaptados ao meio ambiente vigente. Em função disto, Morgan (2002) salienta que “as organizações são sistemas abertos que precisam ser cuidadosamente administrados para satisfazer o equilíbrio das necessidades internas e se adaptar às circunstâncias ambientais” (MORGAN, 2002 p. 63). Para Morgan (2002), as ideias geradas pelos teóricos contingenciais e pela

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abordagem dos sistemas foram postas em um nível mais prático, através do desenvolvimento de modelos prescritivos e de diagnóstico para a identificação das doenças organizacionais com consequente prescrição de algum tipo de cura para cada uma delas. Morgan (2002) ainda afirma que “nas organizações, no entanto, o grau de harmonia interna e de ajustamento com o ambiente é produto da decisão, atividade e inatividade humanas, de modo que a incongruência e o conflito são a regra geral” (MORGAN, 2002, p. 77).

Já para o pensamento sistêmico, o ponto de partida é a ideia de sistema. Maximiano (2017) define sistema como “um todo complexo ou organizado; é um conjunto de partes ou elementos que formam um todo unitário ou complexo” (MAXIMIANO, 2017 p. 289). Ainda para Maximiano (2017), sob a ótica do pensamento sistêmico, a organização é vista como um sistema composto de elementos ou componentes interdependentes que se influenciam mutuamente. Capra (2002) salienta a importância do sistema afirmando que “os organismos vivos são dotados da capacidade de auto-organização, o que significa que seu comportamento não é imposto pelo ambiente, mas estabelecido pelo próprio sistema” (CAPRA, 2002 p. 89). Como visto, a descrição das teorias administrativas apresentadas teve por objetivo relatar de forma abreviada que o desenvolvimento da administração ao longo do tempo foi marcado por distintos aspectos e sempre em função das necessidades organizacionais de cada época. Não obstante, a administração tem papel fundamental no desenvolvimento e qualidade da gestão no que concerne as instituições de ensino superior públicas e, especialmente as IES privadas, assunto a ser tratado no item seguinte.

2.6 A ADMINISTRAÇÃO E A GESTÃO DO ENSINO SUPERIOR

O crescimento do país nos últimos anos, aliado a definição de políticas e estratégias voltadas para a educação, desencadeou um aumento expressivo do número de instituições de ensino superior (IES) em todo o Brasil. Todo este processo pode ser explicado através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394/1996, que propiciou um incremento considerável na oferta de vagas e

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possibilitou o acesso de um número substancial de indivíduos à educação superior, tornando o ambiente educacional brasileiro bastante competitivo.

Este acirramento da concorrência entre as instituições de ensino superior, particularmente nas instituições privadas, traz consigo a importância de se considerar a administração como instrumento gerador de qualidade à organização, em especial no âmbito da gestão em IES. Neste sentido, Colombo (2013) reitera que a função dos gestores das instituições de ensino superior (IES) é a de fazer cumprir, o melhor possível, a árdua tarefa de se buscar a qualidade no nível esperado pela sociedade e governo, tudo isto em um cenário onde as instituições se movimentam para reconhecer e manter seus cursos, captar e manter seus alunos.

Qualidade pode ser associada a atributos intrínsecos de um bem, como desempenho técnico ou durabilidade. Por carregar certa subjetividade, Carpinetti (2016) define qualidade como atendimento às especificações do produto ou pelo grau de conformidade do produto fabricado com suas especificações de projeto.

Entretanto, o conceito tradicional de qualidade oriundo da indústria não pode ser aplicado à educação, pois a esta não pode ser resumida a um produto. Essa concepção está longe de conseguir definir qualidade na educação. A Organisation for

Economic Co-operation and Develop (OECD) define qualidade de uma IES como a

capacidade que a organização educacional tem de cumprir sua missão institucional. Este conceito de qualidade na educação é aprofundado por Zabala (2007) ao definir que a qualidade, “pelo menos no que se refere às escolas, não é tanto um repertório de traços que se possuem, mas sim algo que vai sendo alcançado” (ZABALZA, 2007 pag. 32). Ainda para Zabala (2007), a qualidade é algo dinâmico que se conquista no dia-a-dia e de maneira permanente.

Neste sentido, Pagliuso, Cardoso e Spiegel (2010) afirmam que as organizações devem se ajustar ao ambiente de negócio, às suas estratégias e aos principais componentes de gestão - pessoas, arquitetura, rotinas e cultura – como forma de alcançar melhor desempenho ou mesmo sobreviver ao mercado competitivo. Posto isto, segundo Pagliuso, Cardoso e Spiegel (2010), o que se vê nos últimos anos é um vasto conjunto preexistente de conceitos, métodos e ferramentas de apoio à gestão que vem sendo disponibilizados às organizações através de manuais práticos, normas, publicações, com inúmeros benefícios organizacionais.

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No que concerne as IES, as formas passadas de se conceituar, organizar e promover a educação formal se transformaram ao longo das últimas décadas, exigindo novas respostas a antigos problemas. Para Colombo (2013) a instituição de ensino superior (IES) não pode e nem consegue mais permanecer no pedestal de singularidade acadêmica em que um dia se postou. Faz-se necessário conceber uma organização que atenda as efetivas demandas de uma sociedade mais exigente, rompendo barreiras e limitações. Ainda para Colombo (2013), é necessário reinventá-la levando a IES a conquistar novos espaços e tempos sem, contudo, perder sua identidade.

Portanto, promover a gestão acadêmica requer inúmeros desafios para que as IES alcancem resultados efetivos, articulando eficiência e eficácia. Pensar a gestão acadêmica nas IES requer trabalhar os processos que configuram o modelo de gestão concebido pela instituição. Corroborando esta afirmação, (Monteiro e Mota, 2013) assinalam que não há gestão educacional sem que haja uma visão detalhada do futuro que expresse um modo de funcionamento idealizado pela sociedade. Ademais, para os autores, “não se faz gestão educacional sem um senso de missão social bem claro, politicamente bem-definido” (MONTEIRO e MOTA, 2013 pag.82). Atender a estes desafios significa aceitar mudanças, e um primeiro aspecto a ser explicitado diz respeito à dificuldade de promover e implementar estas transformações nas IES.

Diante do exposto, percebe-se que o grau de particularidade das instituições de ensino superior é alto. Caracterizar e definir conceitos de qualidade e gestão educacional também não é tarefa fácil, sobretudo em um cenário de alta competitividade. A dificuldade da promoção de mudanças no sistema de gestão educacional também deve ser considerada e para tal, um modelo de gestão pode ser materializado.

Antes, contudo, é indispensável compreender as definições de modelo e gestão nas organizações. Pidd (1999) preconiza modelo como sendo uma representação externa e explícita de parte da realidade vista pelas pessoas e que o uso deste modelo é desejado por estes indivíduos para entender, mudar, gerenciar e controlar essa parte da realidade de alguma forma. Já a Fundação Nacional da Qualidade – FNQ (2016), entende que modelo é um protótipo ou exemplo que se pretende reproduzir ou imitar, que deve favorecer o entendimento da dinâmica de interações entre os elementos de um sistema. Ferreira et al. (2009) conceituam modelo em linguagem

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