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PLANO ESTRATÉGICO

No documento Desfazendo barreiras (páginas 149-155)

CAPÍTULO V. O PLANO

5.2 PLANO ESTRATÉGICO

Após a definição dos conceitos orientadores, das análises, do estudo dos casos de referência e da caracterização do território, anteriormente referidos, é possível definir a estratégia de intervenção do trabalho.

A seguinte estratégia foi elaborada tendo como ponto de partida a análise SWOT, os planos e os projectos (anteriormente referidos) de modo a cumprir os objectivos definidos.

A realização da estratégia do projecto visa a conexão das diferentes áreas de estudo através de edifícios de grande influência, regenerando e revitalizando as zonas adjacentes e por sua vez combatendo as barreiras físicas que dividem as diferentes áreas.

118 (FIG.97-PLANTA DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO, PELO AUTOR) Propõe-se a continuidade dos grandes eixos assim como um eixo verde permeável na Avenida D. Carlos I. É incorporado o P.P da Boavista, tanto Nascente como Poente.

Na planta acima são demarcados os edifícios a demolir, a manter e a reabilitar, assim como os edifícios passíveis de intervenção.

A estratégia geral passa por desenvolver percursos elevados (pontes) e ao nível da cota térrea que unam as diferentes áreas da área de intervenção e, que [des]façam as barreiras físicas e visuais. Para tal, são definidos estrategicamente sete percursos. Destes sete percursos, três são realizados através de pontes.

Estas três pontes a implementar agregam-se a equipamentos que são edifícios passíveis de serem integrados nos percursos. (ver edifícios a intervir, fig. 98).

Os percursos visam a aproximação da população ao Rio assim como a união das distintas áreas e a promoção da caminhabilidade através de permeabilidades incorporando os edifícios.

A implementação das três pontes permitirá combater as barreiras físicas e visuais anteriormente referidas. São também definidas na estratégia as zonas a trabalhar detalhadamente, por serem áreas de intersecção, entre a ponte, o edifício e o espaço público.

Em suma, propõe-se que na área de intervenção seja realizado um P.P (como visto anteriormente é necessário a realização de um P.P para a frente ribeirinha), que seja integrado parcialmente o P.P da Boavista, e que sejam reabilitados e valorizados edifícios patrimoniais (em que alguns, no seu interior, possuem logradouros patrimoniais) que visam a conexão das três pontes.

119 (FIG.98-PLANTA DOS EDIFÍCIOS A INTERVIR, PELO AUTOR) Para a elaboração do projecto, de modo a agregar as ligações pedonais, foram selecionados os seguintes edifícios:

E1- Palácio Marquês de Abrantes

Calçada Marquês de Abrantes, 121-123 Rua de Santos-o-Velho,1-11

Calçada Ribeiro Santos, MURO, Lisboa, freguesia da Estrela

O palácio Marquês de Abrantes, construído no século XII, foi alvo de grandes transformações. Inicialmente seria o núcleo conventual dos freires da Ordem Militar de Santiago de Espada e mais tarde das Comendadeiras de Santos. Em 1490 foram destruídas as casas do convento e construída uma casa nobre. Em 1501 o rei D.Manuel I manda construir o Palácio Real de Santos. Em 1578, D. Sebastião terá tomada a última refeição na pedra de mármore que ainda se encontra no actual jardim. Após a batalha de Alcácer Quibir, os Lancastre voltaram ao Palácio de Santos, ficando na sua posse até 1909. Durante este tempo, o Palácio Aristocrático, foi alvo de um aumento de área e dos mais notáveis embelezamentos. Em 1870, o palácio é alugado ao Ministro de França, que o compra em 1909.

Em 1937, a parte ocidental do edifício é ocupada pelo Instituto Francês e em 1948, a legação torna-se Embaixada de França.

E2- Palácio Almada Carvalhais

Largo do Conde Barão, 48-57

Rua das Gaivotas,1-3, Lisboa, freguesia da Misericórdia

O palácio Almada-Carvalhais foi mandado construir no século XVI, por Rui Fernandes de Almada (baqueiro e feitor de Flandres). Este palácio pertenceu aos provedores da Casa da Índia, sofrendo sucessivas

120 fases construtivas e decorativas até ao século XVIII, hoje é um dos exemplares da arquitectura palaciana lisboeta.

Está classificado como Monumento Nacional e apresenta uma arquitectura renascentista e barroca, com cobertura de telhados de duas águas articulados nos extremos. Desenvolve-se em três pisos em torno de um pátio interior renascentista, com colunas e capitéis de decoração vegetalista. As fachadas apresentam no 2º e 3º piso janelas de sacada. O alçado principal apresenta uma torre de cantaria no extremo Oeste e um túnel abobadado que permite o acesso ao pátio. Destaca-se, no palácio, toda a sua decoração entre os tectos de estuque, os azulejos e a escadaria monumental, que permite o acesso aos pisos superiores. No século XX, este espaço foi fragmentado e ocupado por diferentes entidades, reconvertendo o jardim tardoz em garagem e o túnel de acesso sob a torre prolongado, atravessando a antiga cozinha até ao logradouro.

E3-Mercado da Ribeira

Avenida 24 de Julho, Lisboa

O actual mercado da Ribeira foi construído em 1876 por Ressano Garcia, mas só em 1882 abriu as portas. O edifício apresenta uma estrutura em ferro, albergando no seu interior as bancas delimitadas por um corredor central. Em 2014, foi renovado com um novo conceito, este espaço concessionado pelo TimeOut, funciona agora como espaço de refeições e de lazer.

O espaço apresenta cerca de 7000 m2 de área coberta e está dividido em 2 zonas, uma para refeições, onde as ofertas gastronómicas são diversas e outra onde se acede ao mercado de frescos.

E4-Edifício Industrial

Rua da Cintura do Porto de Lisboa

Este edifício é considerado património industrial, no entanto encontra-se sem aparente uso e em mau estado de conservação. Segundo a Cartografia Histórica, anteriormente apresentada terá sido construído entre 1899 e 1948. A sua conotação e a privilegiada localização junto ao Rio torna-o um edifício passível de ser integrado.

E6- Estação Fluvial do Cais Sodré Rua da Cintura do Porto de Lisboa

Como visto anteriormente (pp.102-3) a estação do Cais Sodré é um Monumento de Interesse Público, que poderá ser passível de integrar um dos percursos, não só pelo número de pessoas a frequentarem a estação diariamente, mas também pela sua proximidade ao Rio.

Os edifícios selecionados apresentam um papel relevante na área como se pode verificar no Capítulo III. Por tal motivo, serão as ‘’âncoras’’ do projecto, pois, demonstram ser extremamente importantes para a área, não só pela sua história, mas também pela monumentalidade, presença e contributo para a imagética da cidade. Os edifícios E1, E2 e E3 possuem áreas verdes permeáveis adjacentes.

121 (FIG.99-PERSPECTIVA DA ESTRATÉGIA GERAL, PELO AUTOR)

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