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PROJECTO URBANO E DE REGENERAÇÃO PORTUÁRIA

No documento Desfazendo barreiras (páginas 163-167)

CAPÍTULO VI. O PROJECTO URBANO

6.1 PROJECTO URBANO E DE REGENERAÇÃO PORTUÁRIA

Como se pode verificar anteriormente, Lisboa é uma referência histórica e patrimonial, no entanto estes territórios apresentam actualmente desconexões com a envolvente, nomeadamente com a frente ribeirinha, sendo esta uma das principais atractividades Lisboetas.

Deste modo, a proposta de projecto urbano concentra-se sobretudo nos percursos pedonais como conexão destas áreas e regeneração da sua envolvente do qual faz parte o espaço público.

Tendo por base a valorização do existente, realçando as potencialidades da área de intervenção e adaptando os edifícios existentes, com o objectivo de melhorar a qualidade de vida da população assim como o espaço público inerente.

Pretende-se com esta proposta melhorar a acessibilidade pedonal da população e melhorar também a articulação das diferentes áreas, de modo a promover a deslocação da população para a frente ribeirinha de santos, e que esta seja um espaço de usufruto e que seja vivido como parte histórica da cidade.

Assim sendo, existem eixos que balizam a intervenção: Regenerar as áreas urbanas através de percursos pedonais que promovam a acessibilidade do território e melhorem a qualidade de vida da população, acabando por regenerar o espaço publico envolvente.

A proposta deverá traduzir-se numa única área continua e agregada, com ambiências próprias e acessibilidade universal, criando relações de proximidade e fortalecendo a sua atractividade.

Em suma, o projecto divide-se em duas partes, sendo a primeira o projecto da proposta urbana e numa segunda parte a proposta detalhada de seis zonas que poderão contribuir para a regeneração do território. As acções a realizar e os objectivos perante a área de intervenção são:

Estrutura Edificada:

-Demolir alguns edifícios em mau estado de conservação e devolutos;

-Reabilitar e adaptar edifícios que possam contribuir para a valorização do território e que devem ser passiveis de ser visitados;

-Aumentar a atractividade local através da criação de mais comércio, equipamentos e restauração e deste modo contribuir para a economia da cidade;

-Reabilitar e implementar equipamentos culturais, utilizando novos espaços, novos elementos e materialidades (mobiliário urbano, pavimentos, iluminação, materialidades, vegetação, respeitando a área verde existente);

-Integração do património (edifícios, jardins e logradouros) nos percursos;

-Promover e diversificar a oferta dos usos (comércio, habitação, equipamentos, serviços e restauração)

Rede Viária:

-Reorganização e criação da oferta de estacionamento;

-Restaurar a faixa de rodagem da Av. Brasília – redução da velocidade, acessos condicionados ao automóvel; -Promover a prioridade ao peão;

-Promover uma área mais articulada e organizada relativamente ao estacionamento abusivo;

132 -Criação de percursos pedonais (onde são integradas as pontes) que melhorem a acessibilidade local e permitam o alinhamento dos eixos principais assim como a conexão das diferentes áreas;

-Aumento dos passeios;

-Implementação de permeabilidades através do melhoramento dos espaços públicos; -Promover modos universais através dos percursos;

-Estimular e promover as dinâmicas de apropriação dos espaços públicos bem como as suas vivências, restabelecendo conexões dos espaços como a coesão do território;

-Valorizar espaços de descompressão e estadia; -Criar relações de proximidade e de fruição; -Melhorar o sistema de vistas da Frente Ribeirinha; -Contribuir para a estrutura verde permeável;

-Valorizar o património, quer edificado, quer do espaço público por meio dos percursos;

-Compreender os impactos que a construção das três pontes poderá ter com as áreas adjacentes;

Na área de intervenção é necessário a implementação das três pontes por serem elementos fulcrais na acessibilidade e na conexão das áreas. A construção de três pontes agregadas aos edifícios (equipamentos) permitirá uma deslocação mais fácil e acessível a toda a população.

Como foi possível verificar anteriormente existe apenas uma ponte pedonal na estação de Santos-O-Velho e uma passagem pela estação do Cais Sodré, sendo a população obrigada a percorrer grandes distâncias de modo a ultrapassar as barreiras físicas, neste caso, a linha férrea.

Considerando o trecho compreendido entre estações (Santos-Cais Sodré), uma área onde diariamente passam milhares de pessoas que se deslocam entre diversos transportes públicos, verifica-se a pouca acessibilidade assim como a falta de condições na estação de Santos. Por outro lado, a falta de acessibilidade e de ofertas (comércio, equipamentos) torna a área da frente ribeirinha uma área pouco habitada.

É deste modo decisivo a construção das três pontes de modo a melhorar a acessibilidade e a aproximar a população à frente ribeirinha. A sua implementação facilitará as deslocações diárias assim como a predisposição para frequentar a área de intervenção.

Como referido anteriormente, as pontes agregam-se a equipamentos, de modo a contribuir para a revalorização do património e do espaço público, pois os edifícios são dignos de ser vividos e de ser incorporados nos percursos.

Relativamente aos edifícios a demolir, na frente ribeirinha, são edifícios que apesar do seu carácter industrial, constituem parte da barreira física e visual, não permitindo a conexão das áreas, mas sim a sua divisão.

Ao longo da Avenida Brasília é possível verificar os passeios curtos e interrompidos, pelo que o seu aumento e a prioridade ao peão permitirá um percurso fluído, contínuo e seguro. Deste modo, contribuirá de forma positiva para a predisposição a percorrer a área.

A intervenção na Frente Ribeirinha, que é lugar de grande atração pela presença do rio, passará pela implementação da continuidade do projecto da ciclovia ribeirinha, pela implementação de novos percursos

133 e pavimentos que permitirão um percurso fluído e agradável, a implementação de áreas verdes permeáveis que permitem a estadia nesta área assim como mais oferta de comércio e equipamentos.

Relativamente à linha de costa, onde de momento não existe espaço de aproximação ao rio, implementar- se-á um deck flutuante com acesso a três pontões que permitirão uma maior aproximação ao rio.

Relativamente ao estacionamento (Número de lugares existentes 849), que muitas das vezes se verifica ser abusivo, este é reorganizado, sendo que deixará de existir o estacionamento na estação do Cais Sodré e passará a ser uma praça de chegada, promovendo desta forma relações de proximidade.

O estacionamento será reorganizado e implementado um silo automóvel.

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No documento Desfazendo barreiras (páginas 163-167)

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