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Políticas nacionais para as mudanças climáticas

1980-1999) Caso estimativaMelhor provávelFaixa

3.2. Políticas nacionais para as mudanças climáticas

Responsabilidade social é uma expressão que passou a integrar o vocabulário dos gestores modernos não faz muito tempo. A rigor, ela se difundiu no mundo corporativo e político com vigor a partir da segunda metade da década de 1990. Da palavra à ação existe sempre um longo caminho a ser percorrido, contudo se percebe atualmente uma nova linha de gestores corporativos e políticos preocupados não só com a geração de resultados econômicos e sociais, mas também com o real bem-estar das pessoas e com a preservação do meio ambiente (GUIA SUSTENTABILIDADE, 2008), o que se traduz em sustentabilidade, que os norte-americanos chamam de Triple-Bottom-Line85 ou simplesmente

3Ps (People, Planet and Profit). O eixo econômico representa a criação de riqueza por meio de uma produção e de um consumo duráveis; o eixo ecológico registra a conservação e a gestão de recursos, e a área social reflete a participação de todos os grupos sociais.

Nesse sentido, é cada vez mais aguçada a percepção entre os gestores corporativos de que não há contradição entre buscar a lucratividade e agir de forma socialmente responsável ou contribuir para a saúde do planeta. De acordo com um levantamento do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)86, as empresas do país investem atualmente algo em torno de cinco bilhões de dólares por ano em ações de responsabilidade social ou de preservação ambiental. E o número de companhias brasileiras que publica balanços sociais aumentou de 17 para aproximadamente 1.000 entre 1998 e 2005, embora boa parte dos relatórios ainda se confunda com folhetos de propaganda e poucas empresas sigam rígidos padrões internacionais para medir o impacto de suas ações sociais85. Não mais que uma dezena de organizações brasileiras utiliza os indicadores da Global Reporting Iniciative (GRI)87 e são raras as que incorporaram em seus organogramas funções executivas estritamente ligadas à questão da sustentabilidade social e ambiental, pois isso exige uma evolução de comportamento do mundo corporativo e demanda tempo.

85 Sobre o conceito dos 3Ps, acesse o site: <http://www.sustainabilitydictionary.com/.../triple-

bottom-line.php>.

86 Mais informações no site da instituição: <http://www.cebds.org.br>.

87 A GRI é uma organização em rede pioneira no desenvolvimento de informes estruturados

sobre as práticas de sustentabilidade mais utilizadas em âmbito mundial e comprometida com o contínuo aperfeiçoamento delas (http://www.globalreporting.org).

Contudo a mudança cultural que se anuncia mostra-se irreversível. Cabe aos gestores, às lideranças políticas, aos que se dedicam à produção acadêmica e aos representantes das instituições da sociedade civil organizada encontrar o caminho que abrevie a conquista de um futuro sustentável.

Na ordem política da globalização, os antigos Estados soberanos passam agora a ter suas funções e competências reorganizadas. Conforme observado por Viola e Leis:

No passado, os Estados exerciam um poder político decisivo sobre a vida de populações e territórios nacionais, e era dessas mesmas populações e territórios nacionais que os Estados derivavam sua autoridade e poder. Mas no mundo da globalização estão emergindo progressivamente fatores que afetam a vida social do planeta como um todo e que não estão baseados exclusivamente em poderes estritamente políticos sobre territórios e populações nacionais. Seja através de empresas, corporações científicas, movimentos sociais, organizações não-governamentais legais e ilegais (máfias, terrorismo), o mundo contemporâneo está sendo desafiado e redefinido em forma rápida e intensa por uma multiplicidade de fatores e atores globais que se entrecruzam e vinculam de forma criativa e constante com a política. A atual reorganização das relações de poder em nível global é assim um fenômeno complexo que tira os Estados de sua indiferenciação formal, colocando a responsabilidade pelos acontecimentos num conjunto hierarquizado de atores estatais, econômicos e societais. Por isso, o foco da governabilidade política contemporânea não pode residir num multilateralismo estatal de tipo “horizontalista”, senão num multilateralismo hierarquizado que englobe o conjunto dos sistemas político, econômico e social (VIOLA; LEIS, 2002, p. 8-9).

Pelo fato de qualquer ator (pessoas, organizações ou países) poder hoje se inserir num cenário globalizado, a governabilidade global tem de ser concebida como uma prática democrática. O fato, porém, é que

a governabilidade funciona ainda com regras pouco consolidadas, e elas devem ser estabelecidas de modo mais firme se realmente desejarmos que haja o engajamento de todas as nações em torno de questões de interesse comum.

Assim como a governabilidade global é incompatível com os valores e práticas autoritárias ou totalitárias, na mesma medida haverá cada vez menos lugar para esse tipo de atores num mundo crescentemente globalizado [...]. A grande quantidade de transições para a democracia havidas no mundo nas últimas duas décadas, assim como o significativo aumento da vigência do direito internacional sobre a vida das nações e indivíduos, são fatos positivos vinculados à globalização que, em muitos casos, não teriam acontecido se não fosse através de algum tipo de pressão ou violência por parte dos países mais comprometidos com a governabilidade global (VIOLA; LEIS, 2002, p. 11).

Uma nova ordem global de segurança e justiça deverá surgir, funcionando de maneira inter e transgovernamental, baseada na capacidade de projeção e influência mundial dos países que a compõem. O enfraquecimento parcial dos mercados demonstrado pela atual crise econômica e a insegurança coletiva imposta por toda a sorte de atentados terroristas observados na última década deverão acarretar uma expansão do poder do Estado, com o aumento da proporção do setor segurança pública no conjunto das ações político-econômico-sociais e o desenvolvimento de uma arquitetura de governabilidade global orientada a aumentar a segurança das sociedades e dos indivíduos, bem como um modelo econômico menos dependente da economia de mercado que o atual.

Por outro lado, as corporações econômicas, os Estados e as ONGs devem empenhar-se na reorganização e no funcionamento dos regimes ambientais, mas isso não significa que os novos regimes devam subordinar-se sempre às preocupações e motivações de algum desses grupos de atores. O mais importante é o estabelecimento de regras de ação concretas e realizáveis, que permitam uma negociação progressiva entre os diversos atores na busca do objetivo comum. Ainda de acordo com Viola e Leis,

é impossível imaginar algum tipo de governabilidade dos problemas ambientais, dado o contexto de complexidade, imprevisibilidade e particularismos do mundo globalizado atual [...]. Certamente não é possível imaginar padrões de governabilidade ambiental que venham a resolver também problemas de outra índole (sejam problemas de miséria ou de guerras, ou de lutas contra o capitalismo). Mas sim é possível imaginar uma governabilidade focalizada em problemas concretos, cujo sucesso dependerá em cada caso das características e complexidade do problema abordado (VIOLA; LEIS, 2002, p. 13).

A governabilidade global pressupõe uma visão democrática e cosmopolita do direito e da política por parte de todos os atores envolvidos, bem como uma visão liberal da sociedade e da economia, ou seja, praticamente a visão de mundo da civilização ocidental. Isso implica o fato de que “a base para desenvolver um sistema de atores de orientação democrática e cosmopolita, capaz de garantir a governabilidade global, se encontra na dinâmica das democracias capitalistas mais avançadas do Ocidente”, conforme observam Viola e Leis (2002, p. 13). Esses autores alertam para que não se confunda governabilidade com capitalismo, já que existem numerosos exemplos de capitalismo que testemunham a insustentabilidade ambiental de seu desenvolvimento.

Tão evidente quanto isso é o fato de a democracia estar associada intimamente à história do capitalismo, não à do socialismo ou do comunismo. Os problemas ambientais globais via de regra estão relacionados aos bens comuns e/ou coletivos globais. Um bom exemplo é a atmosfera: um bem público global, já que sua utilização por um ator não exclui a possibilidade de utilização por outro. Mas, como uma grande esponja, um grande oceano gasoso que nos envolve, a atmosfera tem uma restrita capacidade de absorver poluição ou emissões de gases estufa sem provocar alterações no dia a dia da população humana ou no clima. Esse limite físico é que motivou a atribuição à atmosfera da condição de “preocupação comum da humanidade” e a vinculação dos problemas do seu uso à construção de regimes internacionais de governabilidade.

A discussão e as ações desenvolvidas com relação ao tema de mudança climática exigem a presença de pelo menos um ator que aja

como um impulsionador do processo e que seja capaz de liderar e sustentar o regime. Por sua importância na economia e no ambiente global e pela eficiência de sua governabilidade, somente algumas nações têm o potencial de impulsionar o processo: em primeira instância os EUA, a União Europeia e o Japão, e mais seis países com grande importância e responsabilidade sobre a questão, mesmo que sem potencial de liderar − China, Índia, Rússia, Canadá, Indonésia e Brasil. Cabe ressaltar que o regime de mudança climática é uma das questões em que o Estado supranacional é mais importante que os Estados nacionais. Sendo assim, a participação desses países é condição básica para o funcionamento de um regime de controle do aquecimento global e das mudanças climáticas.

Bjorn Lomborg, professor da Escola de Negócios da Universidade de Copenhague, autor do livro O ambientalista cético e presidente do Instituto de Pesquisa Centro Copenhague Consenso, uma das cem personalidades mais influentes do mundo segundo a revista Time em 2004, considera que, quando se entra no terreno das questões sociais resultantes da mudança climática, pouco se ouve falar desse tema. Segundo ele, poderíamos tentar impedir que os indivíduos construíssem em localidades próximas ao mar ou evitar que fossem morar em zonas de risco ambiental, mas isso seria irrealista ou indesejável. Como forma de ordenar as ocupações humanas, poder-se-ia mapear melhor a vulnerabilidade das áreas de expansão das cidades – por exemplo, algumas comunidades americanas jamais foram avaliadas em termos de riscos de inundações. A isso se acrescentariam planos de evacuação, educação comunitária e prestação de assistência. Muito ainda poderia ser feito, de acordo com Lomborg (2008):

• Estabelecer normas para áreas vulneráveis, como zoneamento, regulamentos, taxação e aquisição pelo Estado de áreas de risco; • Evitar o seguro de baixo custo, com subsídio estatal, que implicitamente

encoraja os indivíduos a se estabelecerem em áreas de alto risco; • Aperfeiçoar os códigos de construção, a fim de que novas estruturas

estejam mais capacitadas a suportar ventos fortes, bem como cobrar de modo mais efetivo o cumprimento dos códigos já existentes; • Conservar melhor a infraestrutura de proteção, como diques e

barragens;

• Investir no aperfeiçoamento das previsões meteorológicas, em melhores sistemas de alarme e evacuações mais eficientes;

vegetação, que por sua vez reduz a capacidade do solo de absorver água e desestabiliza os morros, provocando perigosos deslizamentos de terra;

• Proteger os pantanais e as praias, que atuam como diques naturais de furacões.

Falta uma ação coordenada entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil para a real efetivação de ações paliativas ao problema em questão. O aquecimento global está em curso; as consequências são relevantes e, em sua maioria, negativas. Esse fenômeno

causará mais mortes por calor, fará subir o nível do mar, possivelmente aumentará a intensidade dos ventos e provocará mais inundações. Haverá mais malária, fome e pobreza. Assim, não espanta que uma vasta gama de organizações ambientalistas, pontífices de plantão e líderes mundiais tenham concluído que precisamos agir para dar um jeito no aquecimento global. O problema com essa análise é deixar de lado um fato simples, mas importante. Cortar o CO2 – ainda que substancialmente – não fará grande diferença para os problemas listados. Dos ursos polares à escassez de água, as políticas globais podem fazer relativamente pouco e as políticas sociais, muito mais (LOMBORG, 2008, p. 89).

Segundo Lomborg, devemos nos perguntar por que priorizar a implementação onerosa dos cortes de CO2, que, na melhor das hipóteses, diminuirão ligeiramente o aquecimento a curto prazo, mas não impedirão que haja cada vez mais vítimas fatais do calor, em vez de aproveitar o calor para impedir cada vez mais mortes pelo frio. Políticas sociais permitiriam extrair benefícios do aquecimento global, por meio da redução do número de mortes pelo frio, e lidar com o número baixo, porém crescente, daquelas ocorridas devido ao calor, com cidades refrescadas por água, parques e superfícies brancas, bem como uma disponibilidade maior de cuidados médicos. Isso, em sua opinião, sairia muitíssimo mais barato e geraria um efeito mais positivo. Da mesma forma seriam políticas mais baratas e eficazes do que combater a mudança do clima (LOMBORG, 2008):

• Investir em políticas de combate à malária e outras doenças tropicais que surgiriam em função do aquecimento global;

• Aproveitar a maior disponibilidade de água resultante do aquecimento atmosférico em algumas regiões do planeta;

• Retirar os subsídios para a construção em planícies aluviais; • Investir em pesquisa nas áreas de expansão das fronteiras agrícolas por

conta do descongelamento de solos permanentemente congelados.

Fomos seduzidos pela questão da redução das emissões de CO2 e nos venderam a ideia de que, se conseguirmos, seremos capazes de amenizar a maioria dos problemas do mundo; no entanto, essa é uma tese comprovadamente falsa. O que precisamos é nos reconciliar com a ideia de que, ainda que o CO2 dê origem ao aquecimento global, cortá-lo não resolve a maioria dos problemas relevantes do mundo. Dos ursos polares à pobreza, é possível fazer muito mais com outras políticas. Isso não significa ficar de braços cruzados diante do aquecimento global. Significa apenas perceber que reduções precoces e maciças de carbono revelar-se-ão onerosas, difíceis e politicamente divisionistas e acabarão, é bem provável, fazendo muito pouca diferença para o clima e muito pouca diferença para a sociedade. Ademais, é quase certo que isso desviará nossa atenção de várias outras questões quanto às quais podemos tomar decisões muito mais positivas para o mundo e seu ambiente (LOMBORG, 2008, p. 91-92).

Seguindo essa linha de reflexão, o professor Lomborg sugere que o dinheiro disponível a ser aplicado nas questões relativas à mudança climática deveria ser gasto em P&D de todo o tipo: exploratória e aplicada; programas-piloto para testar e demonstrar novas tecnologias promissoras; parcerias público-privadas para incentivar a participação do setor privado em empreendimentos de alto risco; programas de treinamento para aumentar o número de cientistas e engenheiros que trabalham numa ampla gama de projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas fontes de energia; programas patrocinados pelo governo capazes de fornecer um mercado previsível para novas tecnologias promissoras; prêmios para a realização de descobertas tecnológicas importantes; fundos multilaterais para pesquisa com colaboração internacional; centros internacionais de pesquisa para ajudar a criar

uma capacidade global de inovação e uma política de incentivos para estimular a adoção de tecnologias de eficiência energética já existentes ou novas, que por sua vez encorajam o incremento do aprendizado e da inovação e quase sempre conduzem ao rápido aperfeiçoamento do desempenho e ao declínio dos custos. Estudos preliminares indicam que tal patamar de P&D seria suficiente para estabilizar as concentrações de CO2 em duas vezes os níveis pré-industriais, significando, basicamente, que um investimento assim seria capaz de limitar a cerca de 2,5oC o aumento das temperaturas de hoje (LOMBORG, 2008). Por serem os custos muito mais baixos e promoverem um número muito maior de benefícios inovadores, a fragilidade política do processo desaparecerá. O projeto não ficará vulnerável ao eventual “carona”, porque a maioria dos governos pagará bem pouco e poderá se apropriar de grande parcela dos benefícios imediatos em patentes e inovações industriais. Os países já não precisarão ser cada vez mais veementemente convencidos a celebrar acordos sempre mais restritivos. Ao contrário, eles participarão espontaneamente, pois se verão envolvidos numa solução de custo baixo, longo prazo e viável para o aquecimento global. O professor Lomborg preconiza que precisamos

abandonar o processo de Quioto com seu foco nos cortes de CO2 onerosos, mas ineficazes e politicamente frágeis. Mesmo acordos mais consistentes conseguirão apenas alterar marginalmente a temperatura. Mesmo cortes mais ambiciosos pouco adiantarão para ajudar aqueles que mais precisam. E mesmo que o processo não desmorone, a batalha política tênue, convoluta e constante desvia nossa atenção dos vários outros problemas quanto aos quais podemos fazer muito mais e de forma bem mais eficaz. Este é o verdadeiro problema moral da discussão do aquecimento global – a intenção é boa, mas, pelo fato de quase expropriar a iniciativa pública, ao tentar resolver o problema mais difícil, mais caro e com menor chance de sucesso, acaba cedendo pouco espaço, atenção e recursos para soluções mais inteligentes e realistas (LOMBORG, 2008, p. 97).

A partir da repercussão mundial da publicação em 2007 do Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de

Mudanças Climáticas (IPCC), também o Brasil parece ter despertado para essa questão ambiental sem precedentes na história da humanidade. Uma série de iniciativas nacionais está em curso. No campo da C&T, destaca-se a criação pelo Ministério da Ciência e Tecnologia da “Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas” (Rede Clima)88, voltada a gerar informações científicas que ajudem o país a responder aos desafios das mudanças ambientais globais. Programas de pesquisa para tratar do tema florescem em vários Estados brasileiros, como, por exemplo, a recente constituição pelo governo do estado de Santa Catarina, ao final de 2007, do Grupo de Estudos Multidisciplinares para a Prevenção de Catástrofes Ambientais com forte apoio e base laboratorial na Universidade Federal de Santa Catarina e demais instituições de ensino superior do Estado (Udesc e Sistema Acafe). No âmbito das políticas públicas, estão em processo de elaboração e aprovação a Política e o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, marcos legais para guiar as ações brasileiras no sentido de mitigar as mudanças climáticas e aumentar sua adaptabilidade.

De acordo com o Relatório do IPCC (2007)89, o seguinte cenário de impactos na indústria, em assentamentos e na sociedade está previsto em um futuro próximo:

Temperaturas mais altas − menor demanda de energia para aquecimento; maior demanda para ar condicionado; pior qualidade do ar nas cidades;

Ondas de calor − redução na qualidade de vida nas áreas mais quentes; impacto nas pessoas mais velhas e nas mais jovens; • Aumento das secas − escassez de água nos assentamentos humanos,

na indústria, na sociedade; menor potencial de hidroeletricidade; migração potencial da população;

Eventos intensos de precipitação − ruptura de assentamentos, comércio, transportes e sociedades em virtude de inundações; pressão sobre a infraestrutura urbana e rural.

Para evitar tais situações, de acordo com Victor (2006), a demanda para uma política climática cooperativa não deveria ser concebida em termos gerais, mas com os olhares de organizações sociais particulares e de governantes que sirvam como seus agentes. Em sua análise, os

88 Conheça mais sobre a Rede Clima no site: http://www.forumclima.org.br/arquivos/ata.

89 Working Group II Contribution to the Intergovernmental Panel on Climate Change.

Fourth Assessment Report. Climate Change 2008: Climate Change Impacts, Adaptation and Vulnerability.

quatro seguintes aspectos de danos climáticos irão afetar quando e como as nações direcionarão ações contra as mudanças climáticas:

1. Aumento da capacidade das sociedades de se protegerem do clima: cada vez mais uma menor parcela de suas economias deve depender diretamente das condições de tempo e clima, o que resultaria no aumento da capacidade humana de adaptar-se às mudanças do tempo, como com a construção de diques e sistemas de irrigação, por exemplo. Os países que possuem a maior capacidade de resposta às mudanças do clima são geralmente os maiores emissores e os mais protegidos contra as intempéries;

2. O que se conhece sobre os efeitos de uma mudança no clima é que eles seriam de longa duração. As nações preferem investir seus recursos em desenvolvimento tecnológico e não em prevenção, o que automaticamente iria incrementar sua capacidade futura de se adaptarem às mudanças climáticas;

3. Certas nações estão vendo com bons olhos uma mudança climática (no sentido do aquecimento global) do ponto de vista de sua