• Nenhum resultado encontrado

Mapa 4-Mapa de Cabo Verde

2.1 A pragmática linguística

2.1.1 Polidez linguística e suas teorias

De acordo com levantamento bibliográfico, detectamos que as primeiras preocupações com o processo de interação face a face vieram de estudos sociológicos atribuídos a Goffman8 (1967). Este afirma que todas as pessoas vivem num mundo de

encontros em que se torna imperativa a interação face a face, contudo, em cada um desses encontros, as pessoas precisam desempenhar um comportamento baseado na utilização de padrões verbais e não verbais para expressar avaliações sobre os outros e sobre si mesmas, a esses padrões chamou linha. Ressalta, ainda, que independentemente de a pessoa querer ou não assumir uma linha, ela sempre o fará na prática.

Nos rituais de interação estudados por Goffman (1967), o termo face é definido como “[...] o valor social positivo que uma pessoa reivindica para si mesma através da linha que os outros pressupõem que ela assumiu durante o contato particular, [...] é uma imagem do eu delineada em termos de tributos sociais aprovados”. (GOFFMAN, [1967]/2011, p.13). Segundo o autor a pessoa apega-se de certa forma à face e, dependendo da valoração positiva ou negativa de sua face, poderá sentir-se bem ou mal. É justamente o apego à face que faz a pessoa considerar a sua participação numa interação como um compromisso, cuidando tanto da sua face como da face dos outros. A relação com as faces construídas não é muito simples, nem harmoniosa, havendo num processo interativo vários fatores envolvidos que levam em conta questões emocionais, pessoais ou de representação de instituições, desestabilizar a interação poderá causar consequências desagradáveis aos participantes do ato interativo.

Segundo Goffman ([1967] 2011), a manutenção da face é, normalmente, uma condição da interação, e não seu objetivo. Assim, estudar a preservação da face é estudar as regras que regulam o andamento da interação social. As atitudes tomadas pela pessoa para adequar a sua face com seus atos chamam-se preservação de face-work, servindo para “neutralizar incidentes”. Aponta o aprumo como meio pelo qual a pessoa controla o seu constrangimento e as eventuais ações que estes poderiam causar em outras pessoas. Contudo, cada pessoa, subcultura e sociedade possui seu repertório de meios para preservar a face. Socialmente essa capacidade é denominada tato, diplomacia, polidez ou habilidade.

Foi nessa perspectiva do comportamento verbal nas interações sob a influência de Goffman (na etnografia da fala) que nasceu a teoria da polidez, introduzida pelos estudos de Brown e Levinson (1987), adentrando, posteriormente, o campo da Análise da Conversação, sob a orientação de Sacks e Schegloff, espraiando-se nas investigações pragmáticas orientadas por Grice, Austin e Searle, com intuito de compreender o seu significado em situações reais de uso da língua.

Brown e Levinson (1987), em seu livro intitulado Politeness: some universals in language usage, elaboraram a teoria sobre construção da imagem social, pautados nos estudos anteriormente produzidos por Goffman (estudos sociológicos), nos quais expõem suas noções de face. Iluminaram, também, na criação dessa teoria os estudos pragmáticos de Grice, Austin e Searle. Brown e Levinson (1987) partem de dados reais extraídos de conversações de três línguas distintas – inglês (Estados Unidos e Inglaterra), tzetal (México) e tamil (Índia) - defendendo que a polidez é um fenômeno universal, pois percebem que a negociação da imagem (face) nas interações cotidianas apresenta também caráter universal.

A primeira publicação de Politeness: some universals in language usage, de Brown e Levinson, foi em 1978, como parte integrante da publicação Questions and politeness. Posteriormente, em 1987, os autores publicaram a versão atual, com algumas alterações na introdução e na bibliografia utilizada nesta pesquisa.

A obra de Brown e Levinson (1987) ganhou grande reconhecimento dos pesquisadores, tornando-se referência para realização de muitas pesquisas na área da polidez. Geralmente se enquadra nos estudos da Sociolinguística Interacional, todavia apresenta pontos de contato com a Análise da Conversação, com a Sintaxe e principalmente com a Pragmática, por aproximar-se da teoria dos Atos de Fala desenvolvida incialmente por Austin ([1962], 1990), posteriormente continuada por Searle, e do Princípio da Cooperação proposto por Grice ([1975] 1982), o qual é associado com muita frequência à teoria da polidez, pois numa interação face a face (ou mesmo à distância, como já mencionado) é necessária uma constante vigilância, para que as faces envolvidas não sejam ameaçadas e para isso são utilizadas estratégias de polidez.

Brown e Levinson (1987) acrescentaram à noção de face proposta por Goffman ([1967/2011)] a ideia de “território”. Para Brown e Levinson (1987), todo indivíduo possui duas faces: a face negativa e a face positiva. A primeira corresponde ao que Goffman (2002) denominou os “territórios do eu”, referindo-se aos aspectos corporais, espaciais ou temporais,

bens materiais ou saberes secretos. A segunda está associada ao chamado narcisismo9 e às imagens utilizadas pelo interlocutor para se impor numa determinada interação.

Uma das orientações dadas por Watts (2003) para detectar o comportamento polido é a observação participativa nas interações sociais, pois só assim se garantirá a identificação do que se atribui como polido. A palavra „polidez‟ está associada a várias raízes, em alemão, associam-na a corte; em latim, a urbs, especialmente a Roma, ao seu estilo de vida e suas próprias demandas sociais. Tem-se no caso do termo „polidez‟ vários étimos que convergem para um mesmo radical “poli”, quais sejam: polimento (polish), polícia (police), poli (do grego polis, cidade, e por extensão polity, “política” no inglês; politizmos, também do grego, significando civilização (FRANCE, 1992).

Um dos estudos mais recentes sobre polidez foi realizado por Watts (2003), para quem a definição de comportamento polido é muito difícil de ser consubstanciada a julgar pelas noções expressas pelas pessoas. Há aquelas que acreditam que ser polido é comportar-se “corretamente” na sociedade, ser “educado”, outras concebem como polidas pessoas que estão sempre dispostas a ajudar os outros e por eles têm consideração. Há um terceiro grupo que atribui um valor negativo, como “reservado”, “falso” “soberbo”. Watts (2003) destaca, também, formas linguísticas utilizadas para expressar respeito e consideração pelos outros, para evitar ser direto. É possível, segundo ele, encontrar outro grupo que considera ser polido como hipócrita, desonesto, frio. Contudo, considera que falar sobre comportamento polido ou não, é uma questão metapragmática, é falar sobre as pessoas de um modo geral. A concepção desse comportamento pode variar de cultura para cultura, mas é preciso estar atento para não se deixar influenciar pelas concepções defendidas pelo senso comum.

A polidez “é um fenômeno linguisticamente pertinente” (KERBRAT- ORECCHIONI, 2006, p. 77), quando se passa a reconhecer o valor da polidez para as interações interpessoais, havendo muitos trabalhos propostos nesse sentido, como o dos pesquisadores Lakoff (1973), Leech (1977), Watts (2003), Kerbrat-Orecchioni (1992, 2006), entre outros, que apresentam grandes contribuições para a compreensão do fenômeno em questão. Contudo, o quadro referencial considerado mais produtivo para este ramo de estudo é o de Brown e Levinson (1978, 1987) cujo modelo será esboçado aqui.

O modelo apresentado por Brown e Levinson (1978, 1987) leva em consideração a noção de face proposta por Goffman (1967) com o acréscimo da noção de “território”. Assim, todo indivíduo tem duas faces: uma positiva e outra negativa. A face positiva diz

9Narcisismo é um conceito da psicanálise que define o indivíduo que admira exageradamente a sua própria

respeito a tudo que o indivíduo constrói sobre si mesmo como objetivo de evidenciar suas qualidades, seus valores; refere-se àquilo que o indivíduo quer ter admirado. A face negativa está associada àquilo que o indivíduo possui, ao seu “território”, que pode ser corporal, espacial, temporal, material ou os segredos, os saberes secretos.

Com a noção de face, pode-se perceber que numa interação verbal as faces estão em concorrência uma com a outra, entrando em conflito, embora esses conflitos sejam, muitas vezes, velados. Numa interação em que há dois participantes, quatro faces estão expostas: a face positiva e negativa do emissor e as faces positivas e negativas do interlocutor.

Quadro 1-Faces de um interagente.

LOCUTOR

Face 1+ Face 2-

INTERLOCUTOR

Face 1+ Face 2- Fonte: Elaboração da Autora.

Na concorrência entre as faces, ocorrem os “atos ameaçadores da face” os chamados FTAs- Threatening Acts. Nessa perspectiva, os atos de fala se subcategorizam em quatro:

atos que ameaçam a face negativa do emissor, como é o caso da promessa, da oferta;

atos que ameaçam a face positiva do emissor, como a confissão, a autocrítica o pedido de desculpas;

atos que ameaçam a face negativa do receptor que podem se manifestar por atos verbais e não verbais, dentre os atos verbais estão, por exemplo, as perguntas indiscretas, inoportunas ou “diretivos”, enquadram-se aqui a ordem, a interpelação, a proibição ou conselho.

atos que ameaçam a face positiva do receptor são atos que colocam em risco o desejo de ser admirado, apreciado do outro, como a reprovação, a crítica, a zombaria, a ridicularização entre outros. (KERBRAT-ORECCHIONI, 2006, p.79).

As duas primeiras categorias (atos que ameaçam a face negativa e positiva do emissor) são concernentes aos atos auto-ameaçadores. As outras (atos que ameaçam a face negativa e positiva do receptor) são as que mais interessam ao estudo da polidez por estas se localizarem na relação entre o falante e o seu interlocutor. Segundo Kerbrat-Orecchioni

(2006, p. 79), “um mesmo ato pode se inscrever simultaneamente em diversas categorias”, como ocorre com a interpelação que ameaça a face negativa do destinatário e a face positiva do falante, simultaneamente. Como exemplo desses atos podemos citar as propostas indecentes, ou um pedido inconveniente.

Ainda sobre a noção de face proposta por Brown e Levinson (1987) para explicar o fenômeno da polidez, tem-se a face want que se caracteriza pelo desejo de preservação de faces, embora conviva com permanentes ameaças; a essa noção acrescenta-se outra, a de face work, para Goffman ([1967] 2011) “tudo o que uma pessoa empreende para que suas ações não impliquem perda diante de ninguém” (nem de si mesma). É nesse trabalho de “figuração” que se concentram os meios de conciliação do desejo de preservação de face – as estratégias de polidez.

Kerbrat-Orecchioni (2006) propõe um aperfeiçoamento às noções já expostas de Brown e Levinson, tratando dos “anti-FTA”(ou “FFA”), mostrando que nem sempre os atos são ameaçadores, podem ser valorizadores, elogiosos. A introdução dos “anti-FTAs” permite esclarecer as noções de polidez positiva e negativa que, por vezes, se tornam um pouco confusas. A polidez negativa é de natureza abstensionista ou compensatória: consiste em evitar uma ameaça ou utilizar algum meio para amenizá-la, enquanto que a polidez positiva consiste em efetuar algum FTA para a face negativa como, por exemplo, um elogio.

Como já foi mencionado, os primeiros estudos realizados sobre polidez ocorreram no campo sociológico, contudo os atos de interação verbal demonstram-se como contextos propícios para a sua manifestação, pois pragmaticamente falar é agir sobre o outro. Passar-se- á, então, a verificar como ela se manifesta linguisticamente. Kerbrat-Orecchioni (2006) divide os elementos verbais, destinados ao uso da polidez, em dois grupos: os procedimentos substitutivos e os acompanhantes. Os primeiros ocorrem quando se substitui uma formulação mais direta por outra mais amena, estaria aqui na utilização dos atos indiretos de fala (propostos por Austin e ampliados por Searle), para diminuir a força ilocucionária de ordem, por exemplo, ao invés de se dizer: “Feche a porta!”, substituir-se-ia por formas como: “Você pode fechar a porta?” “Você poderia fechar a porta?” “Eu gostaria que você fechasse a porta”. A substituição por essas formas tiraria o peso da ordem, considerada extremamente ameaçadora para imprimir um tom mais suave.

Os atos indiretos de fala constituem um recurso muito utilizado para possibilitar um comportamento polido. São essas formulações um meio de se exercer a polidez negativa. Dessa mesma forma, há certas perguntas que correspondem a reprovações, confissões que parecem críticas utilizadas para tomar para si as falhas que podem ser de seu interagente.

Outros procedimentos substitutivos são os chamados desatualizadores modais, temporais ou pessoais. Subdividem-se em: condicional - “Você poderia fechar a porta?”; o passado da polidez -“Eu queria te pedir que...”, o qual pode ser acumulável com o desatualizador modal “Eu teria gostado de saber se...”; desatualizadores pessoais “o problema não foi resolvido corretamente”, neste caso há um apagamento das referências diretas aos interlocutores.

Além do recurso de apagamento dos pronomes pessoais, que apagaria as marcas de referências diretas aos interlocutores, os pronomes podem ser usados como inclusivos como o caso de “nós” ou seu equivalente “a gente”, ou ainda atenuar a grosseria pela forma de tratamento com o “senhor/senhora”. Outros procedimentos retóricos como o lítotes e o eufemismo são muito usados para sugerir uma crítica ou uma reprovação (“Não é muito inteligente a sua atitude.” / Eu ficaria imensamente satisfeita se você não fumasse).

Para amenizar a força ilocucionária, procedimentos subsidiários são utilizados como certas expressões - “por favor”, “se for possível” -, além dessas, Kerbrat-Orecchioni (2006) cita outras que se valem de uma enunciação preliminar e ocorrem por meio de interpelações (“Você pode me fazer um favor?”; - “Você tem dinheiro aí?”); perguntas (“Posso te fazer uma pergunta indiscreta?”); críticas ou objeções (“Eu posso fazer uma observação?”); os convites (“Você está livre esta noite?”). Enquadram-se, também, nos procedimentos de amenização de atos ameaçadores da face (FTAs), as “reparações” que se configuram no pedido de desculpas, nas justificativas de ato considerado pouco adequado à situação.

Ainda sobre os procedimentos capazes de amenizar a ameaça à face, têm-se: os minimizadores, que buscam reduzir o efeito do FTA, como em “Eu queria simplesmente te pedir”, sendo frequente nesse recurso o uso de formas no diminutivo; os modalizadores que são formas que, ao acompanharem uma asserção, expressam uma distância entre o conteúdo comunicado e o sujeito enunciador, produzindo um efeito menos ameaçador, como “eu penso/creio/acho...”; desarmadores consistindo na utilização de formas que tentam neutralizar uma possível reação negativa do interlocutor, tal qual em “Espero que você não me interprete mal, mas...”; os moderadores, que “são um tipo de „suavizantes‟, visando fazer engolir a pílula do FTA, tal qual em “Me traz alguma coisa para beber, meu chuchu”. (KERBRAT- ORECCHIONI, 2006, p.89).

A polidez positiva consiste em produzir um ato que seja antiameaçador para o destinatário, como manifestação de oferta, agradecimento, de acordo, entre outros. Percebe- se, então, que o seu funcionamento é muito mais do que a polidez negativa. Os atos antiameçadores são muitas vezes formulados com a utilização de recursos supervalorizadores

como os superlativos, de modo a intensificar o ato, como em “Muito obrigado/Mil vezes obrigado/ Obrigado infinitamente”.

Como já observamos, as realizações das estratégias da polidez linguística desenvolvida por Brown e Levinson (1987) partem do princípio de organização em macroestratégias como: polidez positiva, bald on record, polidez negativa e off record utilizadas como recursos para analisar expressões verbais dos atos que podem ameaçar a face, conforme uma determinação racional da ameaça a que a face pode estar suscetível e as escolhas dos enunciados comunicativos entre os interactantes.

As estratégias da polidez positiva envolvem construções em que o falante partilha conhecimentos, desejos e valores com o interlocutor; o locutor e o interlocutor fazem parte do mesmo grupo que compartilha os mesmos objetivos. Além disso, o falante tem perspectivas e desejos comuns ao ouvinte como membro interno do grupo. Esses aspectos criam um ambiente que exige baixa formalidade na seleção e no uso das expressões linguísticas, sem esquecer, no entanto, que, em situações da vida organizacional, há posições hierárquicas e relações de poder diferentes daquelas encontradas na vida cotidiana. Exemplos de possíveis situações da vida organizacional - autoridade superior, como em “O nosso negócio desenvolveu-se, absurdamente no ano passado e possivelmente estará entre os maiores, graças a cada um de vocês”10; - uso de marcadores de identidade do grupo (“Este time de

funcionários tem os mesmos ideais dos fundadores da nossa empresa”).

As estratégias off Record se caracterizam como atos comunicativos realizados de modo que não seja possível atribuir uma intenção comunicativa clara, atos indiretos de fala. Se um falante quer praticar uma ameaça a face (FTA), contudo não condiz assumir responsabilidade sobre o feito, pode deixar a cargo do ouvinte/destinatário a interpretação. É o que ocorre com a ironia, a insinuação, o uso de contradições, ser vago ou ambíguo.

A utilização das estratégias bald on record visa à clareza comunicativa, de acordo com as máximas de Grice ([1975] 1982), que caracterizam os princípios conversacionais. Geralmente, essas estratégias são motivadas pelo desejo do falante em fazer o FTA com maior eficiência possível, de modo que esta supere o desejo de satisfazer a imagem do ouvinte, tal qual em “Ouçam! O almoço será às doze horas.

Brown e Levinson (1987) partem da ideia de que um indivíduo racional possui o desejo de preservar a sua face e de seu interlocutor, assim o Personal Model (PM), a pessoa

modelo, é capaz de escolher meios de satisfazer seus objetivos. Poderá fazê-lo utilizando de diferentes estratégias.

Em seguida, apresentamos quadro sintetizador que estabelece a diferenciação entre as manifestações on record, off record e bald on record de polidez, nele expomos exemplos capazes de deixar mais clara tais diferenças.

Quadro 2-Formas de realização da Polidez.

ON RECORD OFF RECORD BALD ON RECORD

REALIZAÇÃO Intenção de se comprometer, responsabilizar-se pelo FTA. Evita comprometer-se com o enunciado. Prioriza a enunciação, quer ser claro, não se preocupa com a face do interlocutor.

EXEMPLOS Você poderia fechar essa porta?

Está quente nessa sala, hein?

Abra essa porta. VANTAGENS Credibilidade por falar

honestamente.

Clareza, demonstração de não-manipulação.

Evita coerções

Reconhecimento por saber lidar com as pessoas.

Maior clareza, evita ambiguidades

Fonte: Elaboração da autora.

Das bases discutidas nessa seção, tomaremos como ponto de partida a concepção de polidez de Brown e Levinson (1987), Lakoff (1973). Trataremos das estratégias de polidez propostas por Brown e Levinson, associaremos a funcionalidade dos marcadores conversacionais às estratégias de polidez positiva ou negativa, depreendendo daí o quanto há de polidez nas entrevistas com os cabo-verdianos e timorenses. Quanto ao conhecimento dos marcadores, construiremos nossas conjecturas com base nos pressupostos de Marcuschi (1989, 1992) e Castilho (2003) e pautaremos nossas discussões sobre a estrutura de participação em Goffman (1967). Passaremos, então, a apresentar as estratégias de polidez divididas em subgrupos, relacionadas à polidez positiva e à negativa.