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LOCAL OPERAÇÕES PP

7.4. Potencialidades do SIG na Gestão de Riscos no TPP em SC

O desenvolvimento e aplicação de ferramentas adequadas à gestão de risco têm sido alvo de estudos e pesquisas, com destaque para a aplicação das geotecnologias, que incluem os Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s).

O SIG configura-se em uma poderosa ferramenta de auxílio ao planejamento e à gestão, tendo papel relevante na gestão de risco de desastres por facilitar o gerenciamento de informações espaciais, subsidiando a tomada de decisões.

A utilização dos SIGs vem crescendo rapidamente, pois o uso dessa ferramenta possibilita o melhor gerenciamento das informações (qualidade e rapidez). Muitos são os usos dessa ferramenta sendo o maior destaque no planejamento urbano (municipal, estadual e federal) e proteção ambiental (SOUZA, 2000).

Devido a sua ampla aplicação, há diferentes formas de caracterizar os SIGs e cada tipo de definição prioriza um aspecto diferente. As definições de SIG refletem, cada uma a sua maneira, as muitas formas de visão desta tecnologia e apontam para uma perspectiva interdisciplinar da sua utilização (ALVES, 2006 ). Podendo ser utilizado em:

a) prefeituras municipais que utilizam SIG para solução de cadastros técnicos voltados a atividades de planejamento e gestão urbana, tributação, controle de tráfego, meio ambiente, saneamento e outros;

b) empresas prestadoras serviços especializados em dados espaciais, como de Topografia, Aerofotogrametria, Cartografia e Sensoriamento Remoto, que vêem a tecnologia SIG como repositório dos dados que geram;

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c) empresas de consultoria em Engenharia e áreas afins que vêem a tecnologia SIG como um aliado poderoso na solução dos problemas de seus clientes;

d) as empresas e órgãos estatais que em suas atividades utilizam SIG no planejamento, administração, monitoramento e gerência do meio físico regional e federal;

e) concessionárias de serviços públicos que planejam, projetam, implantam, operam e gerenciam redes de água, esgoto, eletricidade, gás, telefone e TV a cabo;

f) empresas públicas responsáveis por atendimentos a emergências e gerenciamento de riscos ambientais;

g) empresas nas áreas de negócios e propaganda que planejam, projetam e implantam atividades econômicas baseadas em variáveis de mercados distribuídas espacialmente;

h) órgãos públicos que prestam informações turísticas e de hotelaria;

i) empresas públicas e privadas que trabalham com logística, distribuição e transporte de bens e serviços;

j) empresas agrícolas e florestais, em suas atividades de planejamento, projeto, implantação, cultivo, colheita e transporte de produtos;

k) empresas de mineração, em suas atividades de planejamento, projeto, implantação e prospecção e lavra de recursos naturais;

l) universidades e institutos de pesquisa em suas atividades de ensino, pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico.

Atualmente existe no mercado um grande número de Sistemas de Informação Geográfica, com características variadas em termos de tipos de estrutura de dados, modelos de banco de dados, sistemas de análise, etc.

Apesar de possuírem habilidades diferentes, existem alguns módulos presentes na maioria destes programas:

• Sistema de Aquisição e Conversão dos Dados; • Banco de Dados Espaciais e de Atributos;

• Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD); • Sistema de Análise Geográfica;

• Sistema de Processamento de Imagens;

• Sistema de Modelagem Digital do terreno – MDT; • Sistema de Análises Estatísticas;

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CÂMARA & MEDEIROS (1998) indicam como principais potencialidades do SIG a capacidade de inserir e integrar, numa única base de dados, informações espaciais provenientes de dados cartográficos, dados censitários e cadastro urbano e rural, imagens de satélite, redes e modelos numéricos de terreno; oferecer mecanismos para combinar as várias informações, através de algoritmos de manipulação e análise, bem como para consultar, recuperar, visualizar e plotar o conteúdo da base de dados georreferenciados.

A utilização de um sistema computacional, como o Sistema de Informações Geográficas (SIG), dotado de ferramentas para manipulação, transformação, armazenamento, visualização, análise e modelagem de dados georreferenciados, é importante para a produção de informação, e no caso específico, produção de informação sobre o transporte rodoviário de produtos perigosos no Estado de Santa Catarina, constituindo-se numa importante ferramenta de suporte à decisão, auxiliando na gestão de riscos no transporte de produtos perigosos e potencializando o atendimento de emergências, fornecendo subsídios aos órgãos gestores e permitindo conhecer a dinâmica do transporte de produtos perigosos no Estado, visando à prevenção e redução dos riscos.

A informação pode ser entendida como algo que contribui para a redução do grau de incerteza sobre as coisas. Neste sentido, um SIG trata-se de um conjunto integrado de componentes com a função de fornecer informação aos processos decisórios.

Além das informações pontuais, coletadas em campo nos 30 pontos onde são realizadas as Operações PP e espacializadas no SIG, podem ser obtidas informações vetoriais sobre o transporte rodoviário de produtos perigosos em Santa Catarina, onde o armazenamento é feito através de pontos e linhas que descrevem a realidade, representando trechos das rodovias.

O objetivo inicial na construção do SIG era apresentar um fluxo do transporte rodoviário no Estado de Santa Catarina, utilizando bitolas diferentes, para cada grupo de fluxo de acordo com a intensidade, mas seria necessário o levantamento dos pontos principais do itinerário dos caminhões. A sugestão é que sejam acrescentadas essas informações na ficha de pesquisa preenchida durante as Operações PP e armazenadas no BDPP/SC, mostrando quais rodovias foram utilizadas no transporte e quais foram os pontos de intersecção e mudança de rodovia ao longo do trajeto, possibilitando, desta forma, a realização desta análise.

Com relação à contagem de tráfego, realizada pelo DEINFRA durante as Operações PP, podem ser armazenados no SIG os dados dos fluxos de veículos e respectivas proporções de caminhões transportando produtos perigosos, o que pode ser utilizado para realização de

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análise relativa a caminhos críticos em relação à segurança e detectar rodovias saturadas quanto ao fluxo.

Quanto aos locais das Operações PP, realizadas geralmente junto aos postos das polícias rodoviárias federais, no caso de pesquisa em rodovia federal, e das polícias militares rodoviárias, no caso de rodovia estadual, podem ser levantados os postos de coleta mais críticos em relação às infrações e essa informação espacializada no SIG.

Em relação aos pontos de ocorrência de acidentes, levantados junto a PRF, PMRv e DEDC e reunidos no inventário, podem ser mapeados os acidentes, pontuando os km das rodovias, armazenadas em formato vetor, onde ocorreram. Dessa forma, podem ser detectados os Km críticos em relação ao número de acidentes rodoviários com produtos perigosos. Podem, também, ser detectados os Km críticos em relação ou fluxo de caminhões transportando PP com o número de acidentes.

Ainda em relação aos pontos críticos, podem ser identificados os trechos críticos quanto ao tipo de produto transportado ou quanto à quantidade de caminhões transportando PP.

A identificação dos pontos e trechos críticos é importante para a gestão de risco nas rodovias, para que sejam realizadas intervenções visando à prevenção, a partir de medidas estruturais, como o melhoramento do sistema viário, com alargamento de pistas, duplicações e construção de obras, como elevados e pontes; e medidas não estruturais, como a distribuição de cartilhas aos motoristas e às comunidades localizadas próximas a trechos ou Km críticos. Também é importante para a preparação para emergências, através da confecção de planos de contingência para os trechos críticos, direcionando para o tipo de produto transportado.

A inclusão de outros dados no SIG, como a localização das estruturas de atendimento, são importantes para a resposta a emergências envolvendo PP, possibilitando determinar raios de atendimento para a potencialização do tempo de resposta, bem como registro dos equipamentos existentes em cada unidade, para identificação dos recursos materiais disponíveis na região, além dos recursos humanos de cada estrutura.

A adoção de metodologias para análise de risco, estabelecendo critérios para a identificação e a classificação de fontes potencialmente geradoras de acidentes com o transporte de produtos perigosos que resultam em riscos para a população e o meio ambiente, possibilitam o mapeamento de risco, fundamental para a gestão de risco.

No APÊNDICE - Resumo dos Resultados do Programa de Gestão dos Transportes de Produtos Perigosos/ Programa BID IV, é apresentado um mapa rodoviário com a classificação dos segmentos da rede rodoviária estadual segundo a classe de risco potencial. Os segmentos rodoviários foram divididos em três níveis de risco, representados por três cores:

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alto risco potencial, vermelho; médio risco potencial, amarelo; e baixo risco potencial, verde. Esta classificação considera, como critérios, a periculosidade das substâncias que estão sendo transportadas, a freqüência desse transporte e a vulnerabilidade do ambiente rodoviário e de seu entorno no qual é realizado esse transporte. Essa metodologia, e outras, podem ser utilizadas para o mapeamento dos trechos em relação ao risco potencial e, até mesmo, das áreas de risco, se considerarmos, além do transporte, os principais pontos de armazenamento dos produtos perigosos no Estado.

O objetivo da proposta de utilização e construção do SIG é mostrar a importância do uso de novas tecnologias da informação, como o SIG, que espacializa dados gerando informações importantes para a prevenção de acidentes e para a potencialização da segurança, contribuindo com a gestão de risco do transporte rodoviário de produtos perigosos das principais rodovias catarinenses. O próximo passo é fazer uso dele, inserindo novos dados e usando as ferramentas de análise e consulta espacial disponíveis.