CAPÍTULO 1 TEORIA GERAL DO DIREITO ELEITORAL
1.2 Direito Eleitoral
1.2.5 Princípios processuais aplicáveis ao Direito Eleitoral
1.2.5.6 Princípio da Vedação Prova Ilícita
A principal razão de existir do processo é a própria busca pela verdade. Esse
objetivo, porém, não pode ser obtido a todo custo. Há de haver respeito à dignidade da pessoa
155 "Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária. IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)". BRASIL, Constituição Da República Federativa Do Brasil De
1988 [Consult 20 Jun.2017]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.
156"Art. 128. O Ministério Público abrange: (...) § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: (...)II - as seguintes vedações: (...) e) exercer atividade político-partidária; (...)".BRASIL, Constituição Da República Federativa Do Brasil De
1988 [Consult 20 Jun.2017]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.
157 "Art. 5.º São inelegíveis para a Assembleia da República: a) O Presidente da República; b) (Revogada); 3 c)
Os magistrados judiciais ou do Ministério Público em efectividade de serviço; d) Os juízes em exercício de funções não abrangidos pela alínea anterior; e) Os militares e os elementos das forças militarizadas pertencentes aos quadros permanentes, enquanto prestarem serviço activo; f) Os diplomatas de carreira em efectividade de serviço; g) Aqueles que exerçam funções diplomáticas à data da apresentação das candidaturas, desde que não incluídos na alínea anterior; h) Os membros da Comissão Nacional de Eleições". PORTUGAL,
Lei Eleitoral Da Assembleia Da República. [Consult 20 Jun.2017]. Disponível em: http://www.cne.pt/sites/default/files/dl/legis_lear_2012.pdf.
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humana e aos princípios fundamentais que regem o Estado democrático de direito. Daí se
pode afirmar que o processo não admite a utilização de meios que maculem os direitos
fundamentais, e nesse contexto está a obtenção das provas ilícitas.
No ordenamento jurídico brasileiro, prova ilícita é aquela obtida em detrimento às
normas jurídicas, tanto constitucionais quanto infraconstitucionais, com ofensa às liberdades
individuais alinhavadas pela Constituição de 1988, como se observa no inciso LVI do art. 5º,
e nas legislações infraconstitucionais processuais: artigos 380 do novo Código de Processo
Civil (CPC)
158e 157 do Código de Processo Penal (CPP)
159.
Por sua vez, no direito português, a própria Carta Magna mostrou-se mais
específica, prevendo que são ilícitas todas as provas obtidas mediante tortura, coação, ofensa
à integridade física ou moral da pessoa, intromissão abusiva na vida privada, no domicílio, na
correspondência e nas telecomunicações, de acordo com o art. 32, n. 8
160, e com o art. 126 do
CPP
161.
158 Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos,
ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz". BRASIL, Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Código de
Processo Civil. [Consult 20 Jun.2017]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13105.htm.
159 " Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas
as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) § 1o
São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da
prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)". BRASIL, Decreto-Lei nº 3.689 de 03 de outubro de 1941.
Código de Processo Penal. [Consult 20 Jun.2017]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm.
160 "Art. 32.º 8. 8. São nulas todas as provas obtidas mediante tortura, coacção, ofensa da integridade física ou
moral da pessoa, abusiva intromissão na vida privada, no domicílio, na correspondência ou nas telecomunicações". PORTUGAL, Constituição da República Portuguesa de 1976. [Consult 20 Jun.2017].
Disponível em: http://www.parlamento.pt/Legislacao/Paginas/ConstituicaoRepublicaPortuguesa.aspx.
161 " Art. 126.º 1 - São nulas, não podendo ser utilizadas, as provas obtidas mediante tortura, coacção ou, em
geral, ofensa da integridade física ou moral das pessoas. 2 - São ofensivas da integridade física ou moral das pessoas as provas obtidas, mesmo que com consentimento delas, mediante: a) Perturbação da liberdade de vontade ou de decisão através de maus tratos, ofensas corporais, administração de meios de qualquer natureza, hipnose ou utilização de meios cruéis ou enganosos; b) Perturbação, por qualquer meio, da capacidade de memória ou de avaliação; c) Utilização da força, fora dos casos e dos limites permitidos pela lei; d) Ameaça com medida legalmente inadmissível e, bem assim, com denegação ou condicionamento da obtenção de benefício legalmente previsto; e) Promessa de vantagem legalmente inadmissível. 3 - Ressalvados os casos previstos na lei, são igualmente nulas, não podendo ser utilizadas, as provas obtidas mediante intromissão na vida privada, no domicílio, na correspondência ou nas telecomunicações sem o consentimento do respectivo titular. 4 - Se o uso dos métodos de obtenção de provas previstos neste artigo constituir crime, podem aquelas ser utilizadas com o fim exclusivo de proceder contra os agentes do mesmo." PORTUGAL, DL n.º 78/87, de 17 de Fevereiro. Código de Processo Penal. [Consult 20 Jun.2017]. Disponível em: http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?ficha=101&artigo_id=&nid=199&pagina=2&tabela=leis &nversao=&so_miolo=.