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5 1 PRINCÍPIOS ECOSSIST ÊMICOS NAS COMUNIDADES VIRT UAIS

Considerando que t oda comunidade é compost a por indivíduos com os mesmos obj et ivos, podemos relacionar os princípios das comunidades ecossist êmicas da seguint e f orma:

Interdependência

Todos os membros de uma comunidade ecológica est ão int erligados numa vast a e int ricada rede de relações, a t eia da vida (Capra, 1996). A f ormação de uma comunidade pressupõe a necessidade de composição ent re os membros envolvidos; a part ir de suas colaborações é que se f ormam as relações, as t eias ent re seus membros. As at ividades colet ivas est imulam o sucesso de t odos, não exist em grandes impact os de ações isoladas, sem int erações. Um membro não est á sozinho nas suas ações, ele est á relacionado com seu meio, seu cont ext o e, conseqüent ement e, possui uma relação de int erdependência com t odos os component es da comunidade.

Nas comunidades virt uais, est a relação de int erdependência t ambém exist e. As t rocas, o aprendizado e as experiências vividas pelos seus membros dependem das ações de t odos, e quant o maior f or a part icipação de t odos, maior é a int egração e a int erdependência ent re as part es.

As comunidades virt uais, t ambém, são sist emas operacionalment e f echados, cont udo, possuem ent rada de inf ormações, emoções e dados que

nort eiam seu f uncionament o. As ações de seus membros são os element os básicos para por em prát ica e em f uncionament o os obj et ivos para as quais est as comunidades f oram criadas. Os ef eit os produzidos pelas relações ent re os membros, rarament e, são lineares, não af et am apenas a um único membro, elas at ingem t oda a t eia da comunidade. O sucesso da comunidade depende do sucesso de cada um de seus membros, enquant o que o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade como um t odo (Capra, 1996).

Natureza Cíclica

Para dar sust ent abilidade às comunidades, est as precisam ser encaradas como cíclicas. Elas não agridem as cadeias post eriores, ela est á sempre se ret roaliment ando, reinvent ando a si mesma, se aproximando das novas t endências que garant am a sua cont inuidade e de out ras comunidades.

As comunidades virt uais podem ser caract erizadas com sua nat ureza cíclica, com seus processos além das inf ovias. As comunidades virt uais não se limit am aos bit s e byt es, elas são mais uma f orma de promover a int egração, colaboração e cooperação ent re os seres humanos sej a em qual f or o lugar e o moment o. Sendo assim, as comunidades virt uais est ão int egradas aos meios, possuem responsabilidades sociais, ecológicas, hist óricas e econômicas. Elas part icipam das ações das sociedades presenciais, elas são comunidades reais que se est endem nos ambient es virt uais, elas são int erdependent es com os demais component es da sociedade. As comunidades virt uais podem aj udar na garant ia da manut enção dos insumos da nat ureza.

Cooperação e parceria

Num ecossist ema, os int ercâmbios cíclicos de energia e de recursos são sust ent ados por uma cooperação generalizada (Capra, 1996). A part icipação em parceria dos membros de uma comunidade promove um maior envolviment o e compromet iment o de t odos. A aj uda mút ua dos membros de uma comunidade, f avorece o cresciment o de f orma colet iva, ampliando as possibilidades de alcançar o sucesso dos obj et ivos pré-est abelecidos pelos membros da comunidade.

Os est ímulos nas comunidades ecossist êmicas est ão nas relações de parceria e cooperação visando a conservação de t odos. Nas comunidades virt uais, podemos perceber est a relação a part ir das mensagens t rocadas nas list as de discussão, salas de chat e at é mesmo em publicações de t rabalhos de conscient ização, de alert a e de inf ormat ivos, visando desenvolver o espírit o de co- part icipação, de eco-evolução da comunidade em sua t ot alidade.

A part ir de ações de parceria, a comunidade cria suas relações de int erdependência, garant e sua nat ureza cíclica e est imula a cooperação, o f azer j unt o, de f orma colet iva, com a part icipação de t odos, ou pelo menos, de muit os part icipant es de f orma que assegura a qualidade para a qual est ão propost os.

Flexibilidade

A f lexibilidade est á muit o próxima à possibilidade de se at ingir est ados cont ínuos de equilíbrio. Os pont os de equilíbrios est ão sempre sendo alt erados, eles mudam conf orme as circunst âncias, os f at os e as novas percepções e sent iment os que vão const it uindo os membros de uma comunidade. Segundo Barret o (2004):

A liberdade na Int ernet se liga à liberdade dos f luxos de inf ormação e à da própria int eração com as est rut uras de inf ormação. A int erat ividade no ciberespaço, que não f avorece apenas as t rocas de mensagens como, t ambém, a sua apropriação e ref ormat ação.

A f lexibilidade é vist a como a onda que vai e volt a, mas volt a sempre para uma nova posição. A nova onda f ica sit uada conf orme os equilíbrios que vão sendo reconst ruídos. Daí a grande necessidade de t ermos como princípio a cooperação e a parceria. Est as unem os esf orços de t odos visando garant ir a sust ent abilidade do ecossist ema virt ual. Forças em t odos os sent idos surgem cont ra e a f avor das ações cooperat ivas das comunidades virt uais, sej a at ravés das simples e básicas dif iculdades encont radas nas inst alações f ísicas necessárias para o f uncionament o do comput ador e acesso à Int ernet , sej a a part ir da concepção ideológica da import ância dos t rabalhos digit ais em meios onde a f ome, a insegurança ainda est ão t ão present es. Nessas circunst âncias, compet em aos membros de uma comunidade virt ual, at it udes f lexíveis para se adapt arem ao meio.

Diversidade

A hegemonia manipula int eresses rest rit os. A het erogeneidade f avorece a criat ividade, a inovação e a criação de sit uações não vividas, ent ret ant o, gera inúmeros conf lit os que podem ser posit ivos se f orem bem conduzidos. A diversidade possui uma relação diret a com a f lexibilidade, a diversidade gera conf lit os. A diversidade amplia a elast icidade das comunidades virt uais, permit e ondas maiores, t ornando suas experiências mais ricas e mais const rut ivas para seus membros.

Viver a concepção de uma comunidade virt ual ecológica signif ica est ar alf abet izado ecologicament e. É necessário perceber o além de nossas at it udes, perceber nossas relações com nossos parceiros, est ar abert o para at uar cooperat ivament e, de brilhar em conj unt o, de aprender a viver com t oda a diversidade que nos cerca, f avorecendo às novas oport unidades de est ágios de equilíbrio para não nos deixar morrer, ou se morrermos, perpet uarmos em out ras comunidades, f ort alecendo, assim, a t eia da vida.

O capít ulo seguint e explana sobre os novos disposit ivos inf ormacionais e comunicacionais port adores de mut ações cult urais, à medida que possibilit am t ransf ormações no modelo de const rução do conheciment o e de comunicação ent re os part icipant es dos processos e espaços pedagógicos. No ent ant o, para que a relação dialógica sej a subst ant iva é necessário que o ambient e virt ual de aprendizagem of ereça uma cart ograf ia virt ual com universos int egrados de est udo e pesquisa. Est a cart ograf ia passa por processos de aut o-organização e ret roaliment ação const ant e dos cont eúdos, const it uindo um suport e ágil para o desenvolviment o de processos de int eligência colet iva.