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6. ADOÇÃO NO DIREITO COMPARADO

6.5. Procedimento e legislação nos Estados Unidos

No sistema jurídico norte americano, a norma geral aplicável é a lex fori

O processo de adoção é disciplinado pelo Direito Estadual e territorial e não pelo Direito Federal. Em muitos pontos a legislação reguladora da matéria coincide em seus aspectos fundamentais, mas ainda assim existem diferenças significativas entre as normas que regem a adoção em cada Estado.150

6.5.1. Requisitos do adotante

Os requisitos dos diferentes Estados variam conforme o estabelecido em seus estatutos legais. De uma maneira geral, tanto pessoas casadas como solteiras podem ser candidatos a adotantes. No entanto, assim como em outros sistemas jurídicos, na hipótese de casais adotantes, deve haver explícita concordância dos dois conjugues. 151

Todavia, há diversos requisitos mis específicos que não encontram homogeneidade entre os Estados, como a duração do casamento, a comprovação de uma estabilidade de emprego, 152

Quanto à idade mínima exigida, é comum que os adotantes devam ter mais de 21 anos de idade, sendo que há Estados que permitem que menores adotem, caso já se trate de casais que já tenham contraído matrimônio. Em se tratando de diferença de idade, o requisito pode variar. Alguns podem exigir a diferença de 10 anos, outros de 15 anos. Com relação ao limite máximo de idade do adotante, é comum não sejam aceitas adoções de pessoas com mais de 60 anos, alegando que o candidato deve ser jovem o suficiente para criar a criança até atingir sua maturidade. O mesmo raciocínio justifica outra exigência: a apresentação de exames médicos

150 Loc. cit.

151 COSTA, Tarcísio José Martins.Op. cit. p.374 152 Loc cit

atestando boa saúde e no caso de pessoas muito obesas, atestando uma razoável expectativa de vida. 153

Nos Estados Unidos é bastante comum que as adoções sejam intermediadas por agências especializadas, as quais podem estabelecer requisitos mais estritos que os legalmente exigidos pela norma de seu Estado. Algumas exigem que os adotantes tenham uma renda anual mínima, ou como se trata de um processo bastante oneroso, pede-se que comprovem que a possibilidade de arcar com as despesas decorrentes da adoção da criança.154

Quanto à existência de filhos do adotante, algumas agências só permitem adoção por casais que não tenham filhos, ou só tenham um no máximo. Não é rara a discriminação de agências por casais que já possuam mais filhos.

Essa desarmonia entre os requisitos estabelecidos pelos diversos Estados e agências envolvidas acabam por dificultar a integração dos Estados Unidos em matéria de adoção internacional, especialmente entre os países signatários da Convenção de Haia de 1993. Não é simples a implementação de certos dispositivos da referida Convenção em um país cujas normas referentes à adoção sejam tão conflitantes. 155

Um exemplo é o artigo 16, que exige que o país de origem tome a devida consideração sobre a educação da criança, seu background étnico, religioso e cultural. Esta exigência é conflitante com a legislação federal americana, a qual proíbe qualquer consideração de raça, etnia ou origem nacional, tanto da criança como dos pais adotivos. A omissão destes dados prejudicariam a confecção dos relatórios a serem enviados pelas Autoridades Centrais dos Estados Unidos aos países de origem. 156

Com isso, a ratificação da Confederação de Haia pelos Estados Unidos e sua efetiva integração ao sistema de cooperação entre os países ainda se encontra comprometido. E desta forma, a adoção de crianças de países signatários de Haia, como o Brasil, se torna praticamente inviável.157

153 Loc cit

154 DOLINGER, Jacob. Op. cit. p. 481 155 DOLINGER, Jacob. Op. cit. p. 481 156 Loc. Cit.

6.5.2. Caso ilustrativo

Um caso polêmico e ilustrativo da problemática gerada pela falta de uniformidade das leis norte- americanas foi publicado pela Revista Time em 29 de janeiro de 2001. Tranda Wecker, já mãe de três crianças havia dado à luz à um par de gêmeos e, alegando dificuldade para criá-las resolveu oferecê-la à adoção, por intermédio de uma agência em San Diego. Esta agência, como boa parte das agências intermediadoras de adoção nos Estados Unidos, era uma agência particular e realizava o trâmite de juntar as partes interessadas no processo. Este trâmite pode custear de 4 a 30 mil dólares.

A dona da agência colocou as crianças à disposição para adoção e tempos depois estas foram adotadas por um casal no Estado da Califórnia. Porém, neste ínterim a agência colocou as crianças novamente à disposição, tendo si adotadas por um casal inglês. A lei da Califórnia prevê que a mãe pode rescindir o acordo estabelecido em até 90 dias. Transcorrido este período, a mãe foi até a residência do casal californiano e, alegando querer se despedir das crianças, levou-as até o casal inglês, que se encontrava em San Diego. Enquanto isso, a agência entrou em contato com o casal californiano informando que a mãe havia desistido da adoção.

Após a “negociação”, a mãe biológica, a dona da agência, as crianças e o casal inglês foram até Arkansas, onde uma adoção é feita em 10 dias. Após este tempo, o casal inglês voltou para seu país com as crianças e contou, talvez por ingenuidade, o caso para um jornal. Imediatamente a história teve impacto mundial e Tony Blair prometeu inclusive reformas na lei inglesa. Depois foram ainda encontradas mais irregularidades que comprometeram de forma definitiva a adoção as crianças por parte do casal inglês e a mãe biológica ainda anunciou que queria as crianças de volta.

As autoridades inglesas intervieram e retiraram os gêmeos do casal, e transferindo-os para um lar de crianças, podendo ficar sem pais adotivos e até mesmo voltar para a mãe biológica e correndo o risco de serem negociados com alguma agência novamente. 158

7. JURISPRUDÊNCIAS

BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina. Apelação cível. Adoção. Pedido formulado por estrangeiro domiciliado no exterior. Ausência de documentos indispensáveis. Súplica indeferida. Decisium confirmado. Apelação Cível nº 36.195, do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, 24 de setembro de 1999.

Comentário: Este acórdão demonstra a observância à norma nacional com relação ao tema da adoção internacional. A exigência da documentação emitida por autoridade competente do domicílio estrangeiro e seu estudo psicossocial são elementos fundamentais no processo de habilitação do adotando a fim de assegurar a segurança do adotado e atender ao melhor interesse do adotado.

BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Oitava Câmara Cível. Do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. Adoção Internacional. Requisitos. No caso da adoção de criança brasileira, os requisitos são mais explícitos, devendo, inclusive, ser cumprido aquele da habilitação junto ao juizado da infância e da juventude. (Resumo). Agravo de instrumento nº 591033642. Relator Clarindo Favretto. Porto Alegre, 22 de agosto de 1991 Lex: Jurisprudência do STJ e Tribunais Regionais Federais Lex: jurisprudência do TJRS, C-CIVEIS, 1991, v.1, n 22, p. 126-128, p.126-128, ago.1991.,

Comentário: O acórdão é aplicação dos arts. 50 a 52 do ECA, os quais se referem à habilitação dos interessados em adotar um menor brasileiro. Estes requisitos a serem cumpridos pelo adotante refletem uma preocupação mundial em assegurar que as adoções internacionais ocorram revestidas de toda legalidade e segurança ao adotado.

BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande o Sul. Apelação Cível. Adoção Internacional. Assunto: Adoção. Pedido por casal estrangeiro. Requisitos.

Estudo social. Valorização. Cabimento. Existência de casal nacional. Efeitos. Adoção internacional. Requisitos. Nação de verdade. Nação de mentira. Considerações sobre o tema. Registro de casal espanhol no cadastro de informatização da Corregedoria –Geral da Justiça. Documento em Língua estrangeira. Tradução. Autenticação. Serviço de adoção na Espanha. Informe Social. Relator: José Carlos Teixeira Giorgis, Bagé, 26 de maio de 1994. Lex. Jurisprudência do Tribunal Regional do Rio Grande do Sul, APC 593115819 APC 591059118 APC 592136972, v.9, ago.2002

Ementa: Pressupostos de excepcionalidade. Cabimento mesmo havendo casais nacionais. A releitura da norma menorista não conduz à interpretação de que o casal estrangeiro, que preenche os pressupostos legais deva ser arredado, invariavelmente quando existem pretendentes nacionais e, principalmente, quando já desenvolveram forte afeto ao menor, cujo interesse deve ser preservado. Casos isolados que abalaram o instituto de adoção internacional , não devem servir como escusa para frustrar o pedido, sendo injusto obstar que o infante desfrute de melhor qualidade de vida em país desenvolvido. Inteligência dos arts. 28, 31 e 198, VII, ECA. Apelação provida. Decisão unânime.

Comentário: Apesar do princípio da excepcionalidade reger o instituto da adoção internacional de menores nacionais, não há como afastar menor de família estrangeira que já angariou afeto do mesmo, em favor da família nacional para apenas cumprir com rigor da norma. Não há de se esquecer que a finalidade do instituto da adoção é justamente assegurar o bem estar do menor. Como no caso em questão o menor já possuía apego à família estrangeira e uma melhor qualidade de vida, afastar a criança a fim de se cumprir a formalidade desvirtuaria o sentido maior do instituto.

8.CONCLUSÃO

Na tentativa de apresentar de forma simples, os procedimentos e as legislações que emolduram adoção internacional, conclui-se com o presente trabalho que o instituto da adoção está em constante evolução.

No Brasil, foram inúmeras as alterações neste campo introduzidas pela Constituição Federal de 1988, com a promulgação de modernas leis, enquadradas no cenário internacional, ajustando-se à realidade do mundo globalizado.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, agora única lei no ordenamento jurídico brasileiro sobre a adoção de menores de 18 anos, aproximou a legislação brasileira das linhas mestras sugeridas internacionalmente pela Assembléia das Nações Unidas e pela Organização dos Estados Americanos e trouxe inovações precursoras, que anteviam aquelas que mais tarde iriam ser propostas pela Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação e Matéria de Adoção Internacional, concluída em Haia em 29 de maio de 1993 e que são ícones na legislação adotiva moderna.

Conforme analisado, o instituto da adoção internacional suscita diversas questões. No âmbito social, atualmente o instituto está plenamente relacionado à desigualdade econômica dos países e não mais à questão da guerra e o crescente número de órfãos, como na primeira metade deste século. Os adotados de hoje são vítimas da pobreza que assolam seus países. Os Estados de acolhida basicamente são aqueles considerados “ricos”, como Estados Unidos e países da Europa Ocidental, enquanto a maioria das crianças adotadas provém de países com problemas de sérias desigualdades econômicas como países da América do Sul, Ásia (especialmente, China), e África.

Com relação à divergência das normas reguladoras do instituto da, a doutrina e o Direito Positivo Internacional têm se empenhado em buscar soluções através da aplicação de normas e Convenções Internacionais. O método mais usado (inclusive pelo ordenamento brasileiro) tem sido o conflitualista com aplicação da teoria cumulativa distributiva, ou seja, busca-se atender às leis do adotante e do adotado, sendo que a primeira rege os requisitos de

habilitação a serem cumpridos pelo interessado em adotar e a segunda, regue os fatores que capacitam o menor para adoção.

A partir da análise comparativa dos requisitos exigidos para habilitação dos adotantes entre o ordenamento do Brasil e os ordenamentos da França, Portugal, Espanha, Estados Unidos e Itália, foi constatado que os requisitos exigidos pelas legislação brasileira são menos rigorosos para habilitação dos adotantes em relação aos demais sistemas jurídicos. A maior parte dos conflitos decorrentes da adoção internacional no sistema nacional estão relacionados aos efeitos gerados no país de acolhida. Isto ocorre porque estes efeitos não podem ir contra à ordem pública nacional, ou seja, devem observar os direitos fundamentais garantidos à criança brasileira, como se ela vivesse em território nacional.

Cabe ao juiz a utilização da exceção da ordem pública em caso extremo, quando manifestamente contrária no caso concreto, aos interesses do menor, permitir ao julgador maior liberdade de interpretar e valorar os preceitos legais sob a ótica da razoabilidade. Assim, o juiz brasileiro está legitimado a aplicar o direito prioritário de cada criança à sua individualidade assegurando o cumprimento do princípio para o qual converge toda a regulamentação do instituto: o princípio da regra mais favorável ao menor.

Por todo exposto e analisado ao longo desse trabalho, verificou-se que diversos Estados têm se empenhado na busca da solução mais harmônica para o conflito das leis reguladoras do processo de adoção internacional. No entanto, espera-se que talvez um dia os sistemas jurídicos atinjam tal harmonia que não haja mais conflitos a serem solucionados, conforme os dizeres da promotora Vera Jatahy:

“Esperamos que num futuro próximo possa se chegar a tal grau de integração entre os povos que transitam na sociedade global, que permita uma regulamentação uniforme, tornando sem sentido esse combatido caráter excepcional que na atual conjuntura ainda tem sua razão de ser. Trata-se de uma utopia? Não custa sonhar com um mundo mais justo.”

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ANEXO I

LEI Nº 3.071, DE 1º DE JANEIRO DE 1916

CAPÍTULO V DA ADOÇÃO

Art. 368. Só os maiores de 30 (trinta) anos podem adotar. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)

Parágrafo único. Ninguém pode adotar, sendo casado, senão decorridos 5 (cinco) anos após o casamento. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) Art. 369. O adotante há de ser, pelo menos, 16 (dezesseis) anos mais velho que o adotado. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)

Art. 370. Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher.

Art. 371. Enquanto não der contas de sua administração, e saldar o seu alcance, não pode o tutor, ou curador, adotar o pupilo, ou o curatelado.

Art. 372. Não se pode adotar sem o consentimento do adotado ou de seu representante legal se for incapaz ou nascituro.(Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)

Art. 373. O adotado, quando menor, ou interdito, poderá desligar-se da adoção no ano imediato ao em que cessar a interdição, ou a menoridade.

Art. 374. Também se dissolve o vínculo da adoção: (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)

I - quando as duas partes convierem; (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)

II - nos casos em que é admitida a deserdação. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)

Art. 375. A adoção far-se-á por escritura pública, em que se não admite condição, nem termo.

Art. 376. O parentesco resultante da adoção (art. 336) limita-se ao adotante e ao adotado, salvo quanto aos impedimentos matrimoniais, a cujo respeito se observará o disposto no art. 183, III e V.

Art. 377. Quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a relação de adoção não envolve a de sucessão hereditária. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957)

Art. 378. Os direitos e deveres que resultam do parentesco natural não se extinguem pela adoção, exceto o pátrio poder, que será transferido do pai natural para o adotivo.

ANEXO II

LEI No 6.697, DE 10 DE OUTUBRO DE 1979. Institui o Código de Menores

CÓDIGO DE MENORES LIVRO I

PARTE GERAL TÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1º Este Código dispõe sobre assistência, proteção e vigilância a menores: I - até dezoito anos de idade, que se encontrem em situação irregular;

II - entre dezoito e vinte e um anos, nos casos expressos em lei.

Parágrafo único - As medidas de caráter preventivo aplicam-se a todo menor de dezoito anos, independentemente de sua situação.

Art. 2º Para os efeitos deste Código, considera-se em situação irregular o menor:

I - privado de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução obrigatória, ainda que eventualmente, em razão de:

a) falta, ação ou omissão dos pais ou responsável;

b) manifesta impossibilidade dos pais ou responsável para provê-las;

Il - vítima de maus tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou responsável;

III - em perigo moral, devido a:

a) encontrar-se, de modo habitual, em ambiente contrário aos bons costumes; b) exploração em atividade contrária aos bons costumes;

IV - privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos pais ou responsável;

V - Com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária;