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Capítulo I – Metodologia

6. Procedimentos Adotados

No que respeita aos procedimentos, iniciamos o nosso estudo com o enquadramento teórico, tendo por referência a pesquisa efetuada em bibliografia publicada, em consultas na internet, em artigos científicos, revistas especializadas e legislação. Privilegiamos a consulta de outros projetos de investigação realizados em áreas específicas que nos interessaram abordar e sobre as quais, por diversos constrangimentos, não seria possível fazer uma revisão da literatura exaustiva a respeito. Considerando que é sustentando-nos no conhecimento dos outros que devemos desenvolver o nosso próprio conhecimento, partimos, assim, de resultados de outros estudos e investigações já realizadas na procura de respostas para a nossa pergunta de partida.

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De seguida elaboramos os instrumentos de recolha de informação (questionários, guiões de entrevista e grelhas de análise) que foram sofrendo alguns ajustes até à versão final.

Após esta fase, foi pedida a autorização ao presidente da CAP do agrupamento de escolas para a análise de um conjunto de documentos (anexo XXII). Da mesma forma, foi também pedida a autorização aos EE para a consulta dos processos individuais dos seus educandos, assim como para a aplicação dos questionários na presença do investigador (anexos XXIII e XXIV, respetivamente).

Na fase seguinte da nossa investigação procedemos à distribuição e aplicação dos questionários e à calendarização das entrevistas. Ao mesmo tempo fomos consultando os documentos e preenchendo as respetivas grelhas de análise.

Para a distribuição e recolha dos pedidos de autorização aos EE, dos questionários aos DER e dos questionários aos C, solicitamos a colaboração dos DT (anexo XXV, XXVI e XXVII). Ainda relativamente aos referidos pedidos de autorização, contamos também com a colaboração dos DEE que, previamente num contacto informal, explicaram a cada EE, de uma forma simples e resumida, o intuito deste estudo.

Uma vez que, numa primeira fase não obtivemos um significativo número de respostas da parte dos DER, procedemos numa segunda e terceira fases ao envio do questionário por email.

No que respeita à distribuição dos questionários a preencher pelos DT, contamos com a colaboração dos coordenadores dos DT das 2 escolas, que serviram de intermediários, por forma a tornar mais eficaz a distribuição e devolução do instrumento, assegurando o maior número de respondentes possível.

Relativamente aos questionários dirigidos aos DEE, uma vez que cada docente apoia mais do que 1 aluno com DID e CEI, solicitamos a replicação e o preenchimento do conjunto de respostas da segunda parte do questionário, “Questões específicas”, para cada um dos alunos apoiados, identificando-os como aluno A, B, C… Desta forma, apesar de serem 7 os DEE inquiridos, recolhemos, efetivamente, 20 questionários, isto é, 1 por cada aluno.

Os questionários dirigidos aos DER, aos DEE, aos DT, aos colegas e aos AO foram preenchidos pelos próprios inquiridos, individualmente e por escrito designando-se, por isso, segundo Quivy e Campenhoudt (1995), de questionários de “administração directa” (p. 188). Relativamente aos alunos e aos EE, os questionários foram aplicados na presença do investigador, denominando-se assim, segundo os mesmos autores, de questionários de

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“administração indirecta” (p. 188), sendo o próprio investigador que o completa a partir das respostas que lhe são fornecidas pelo inquirido. Neste sentido, o questionário aplicado ao aluno teve por base uma pequena conversa introdutória, com o propósito de o colocar à vontade, explicar-lhe os objetivos do questionário e pedir-lhe autorização para gravar as respostas (previamente obtida dos EE, por escrito). Foi explicado ainda que as respostas seriam anónimas e confidenciais. Foi adotado idêntico procedimento relativamente à aplicação do questionário aos EE.

De referir ainda que não foi aplicado o questionário aos 2 alunos que frequentam a UAAM, uma vez que são alunos com Multideficiência que apresentam limitações ao nível da comunicação. No que respeita ao questionário aplicado aos seus EE e tendo em consideração essa realidade, foram apenas feitas algumas questões relativas ao que puderam observar no contexto mais restrito dos seus educandos.

Relativamente a outros 2 alunos, com limitações significativas ao nível da comunicação verbal, responderam a algumas questões, mais diretas, com “sim” ou “não”. Outras, foram respondidas pelo EE, que serviu de interlocutor.

A aplicação dos questionários na presença do investigador aos alunos e aos EE decorreu na escola e/ou no domicílio, após a respetiva calendarização efetuada, quer pessoalmente quer pelo telefone. Em algumas situações, a aplicação do questionário ao EE ocorreu na escola, no dia da entrega das avaliações, num espaço previamente destinado para o efeito.

As respostas aos questionários aplicados na presença do investigador e as entrevistas efetuadas, foram gravadas com a autorização dos intervenientes e com a nossa garantia de confidencialidade acerca dos dados recolhidos. Posteriormente os dados foram submetidos a um tratamento estatístico em que utilizamos a folha de cálculo do programa Microsoft Office Excel 2007.

No que respeita às entrevistas aos representantes dos SPO, CAP e do grupo dos DEE, foram realizadas na sede do agrupamento de escolas e tiveram a duração de cerca de 60 minutos. Previamente houve um contacto informal, marcando a entrevista e explicando- se qual o seu objetivo.

Durante a entrevista procuramos, como referem Carmo e Ferreira (1998), “criar um ambiente de partilha voluntária de informação, fornecendo ao entrevistados dados que lhe permitem entender a sua importância como fornecedor de informação e, por consequência, a sua utilidade para a investigação em curso” (p. 126).

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Relativamente ao tratamento da informação recolhida, numa primeira fase, as entrevistas foram ouvidas e transcritas integralmente; numa segunda fase foi realizada uma leitura das entrevistas e sublinhadas as ideias chave; e numa terceira fase foi feita a análise de conteúdo correspondente.

Quanto à análise documental, podemos referir que foi um processo longo e moroso que se estendeu por todo o ano letivo 2010/2011 e 2011/2012, quer pela quantidade de informação a recolher quer pelo tipo de documentos a analisar, uma vez que relativamente a alguns deles, como as atas de avaliação e os Relatórios Circunstanciados, por exemplo, só se justificaria ser feita no final do ano letivo. Todo este processo de recolha e análise de informação ocorreu nas instalações da EB e da ES (sede do agrupamento de escolas).

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