Após recebimento dos questionários dos três Campi, foi confeccionado e tabulado um banco de dados contendo todas as respostas. Preocupado com a eficácia e lisura do processo, o próprio pesquisador digitou e tabulou os dados no programa Microsoft Office Excel, que, em uma segunda etapa foram transferidos para o programa específico.
A fim de implementar os procedimentos de análise estatística, (cálculo de freqüência das variáveis e fórmulas estatísticas, a exemplo das medidas de tendência central e de dispersão), utilizou-se o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for the Social
Sciences)85 versão 11.0 subprograma Frequencies e Statistics para Windows. Neste sentido, a
classificação é a maneira de distribuir e selecionar os dados, em classes ou grupos, (como em uma Tabela de distribuição de freqüências), proporcionando a categorização mediante o agrupamento dos dados a partir de características comuns, bem como verificando a relação entre os elementos estudados com a análise de variância.
Concluído este processo, foram cruzadas as informações entre variável dependente e variáveis pessoais, funcionais e organizacionais, a fim de caracterizar os níveis de comprometimento entre os diversos estratos da amostra.
Para o estabelecimento dos padrões e natureza de comprometimento foram adotadas duas escalas, sendo a primeira, proposta por Bastos e colaboradores (2003) consta na PARTE I do instrumento e analisa o nível e a natureza do comprometimento dos indivíduos com a organização a partir de vínculos de bases afetiva e instrumental e a segunda, conforme PARTE II do questionário, para mensurar também os níveis do comprometimento e verificar a consistência desta nova medida, proposta por Mowday e colaboradores (1982). Para analisar as bases do comprometimento, também foi utilizada as medidas permanentes das escalas de Meyer, Allen e Smith (1993), denominada modelo tridimensional86, que também teve a
finalidade de verificar a coerência da nova medida de comprometimento, contribuindo para o processo de validação.
85 Pacote estatístico para as ciências sociais.
Para Churchill (1979), o processo de validação pode ser entendido como um conjunto de procedimentos estatísticos, cujo objetivo fundamental é produzir escores observados o mais próximo possível dos escores verdadeiros da realidade pesquisada e a fidedignidade é definida como a capacidade de apresentar, ao longo do tempo e uso, medidas consistentes nas pesquisas. Assim sendo, o citado autor indica que nenhuma escala deve ser utilizada regularmente sem antes ter sido validada mediante o intuito de verificar a consistência de um instrumento de mensuração aplicado. Em comunhão com o mesmo, Spector apud Borges-Andrade (1994, p. 6) assinala que “uma boa escala somatória é, ao mesmo tempo, fidedigna e válida”, sendo essas suas características essenciais.
Neste sentido, considerando que a pesquisa foi analisada com base em dois instrumentos, torna-se necessário conhecer a confiabilidade das escalas, a fim de obter resultados com margens confiáveis. O índice de confiabilidade das medidas proposta no presente estudo é medido com base no Alpha de Cronbach, conforme tabela 10 a seguir.
Tabela 10 - Índice de confiabilidade das medidas.
Escalas Autor Alpha de Cronbach
Escala de Comprometimento Bastos (2003). 0,7768
OCQ - Intensidade Mowday et al (1982). 0,8577
Escala das Bases Afetiva e
Instrumental juntas. Bastos (2003). 0,7161
Escala da Base Afetiva Meyer et al (1993). 0,7565
Escala da Base Instrumental Meyer et al (1993). 0,6783
Fonte: Pesquisa de Campo, 2003.
Considerando que o Alpha de cronbach ideal, segundo a literatura pertinente, varia entre 0,70 - 0,90, todas as escalas apresentaram índices aceitáveis de confiabilidade87. Neste
sentido, as escalas que medem a intensidade do comprometimento apontaram um índice de 0,7768 e 0,8577 para as escalas de Bastos (2003) e Mowday et al. (1982), respectivamente. Quanto ao cálculo das bases, os resultados foram de 0,7161 para o estudo das bases concomitantes (BASTOS, 2003), 0,7565 para a base afetiva e 0,6783 para a base instrumental, ambas propostas por Meyer et al. (1993), conforme demonstra a tabela 10.
87 Dentre as escalas trabalhadas, a de Base Instrumental proposta por Meyer et al (1993), apresentou o menor coeficiente, ficando um pouco abaixo da média, com o valor de 0.6783.
6 RESULTADOS DA PESQUISA EMPÍRICA
Escolhe bem o teu ponto de apoio e levanta o mundo. Não é a fama, a ação é tudo. O essencial é ter na vida um ideal alevantado e definido com aptidão e perseverança suficiente para o atingir.
Goethe
Os resultados obtidos com a pesquisa empírica realizada com os servidores técnicos administrativos da UESB nos Campi de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga, encontram-se sistematizados em cinco partes. Inicialmente é apresentada a caracterização da amostra, através da descrição e análise das variáveis independentes pesquisadas. A segunda parte contém o resultado da pesquisa sobre as variáveis de personalidade, a exemplo do estudo sobre a centralidade e o significado do trabalho na vida destes profissionais. A terceira parte apresenta dados inerentes à carreira do indivíduo na UESB, a exemplo da ocupação de cargos comissionados, treinamentos, promoções, e relações do trabalhador com o chefe imediato e equipe de trabalho. A quarta parte consiste na identificação dos padrões (níveis ou intensidades) e dimensões (bases ou estilos) do comprometimento organizacional. Quanto aos níveis, foram utilizadas duas escalas fatoriais de comprometimento: Mowday et al. (1982) e Bastos et al. (2003). Quanto às bases, utilizaram-se também de duas escalas, sendo a de Bastos et al. (2003), e a de Meyer et al. (1993), sendo escolhido para esta pesquisa, trabalhar com o modelo bidimensional afetivo e instrumental. Por fim, são apresentadas as associações existentes entre as variáveis independentes com a variável central do estudo, o comprometimento, onde se busca uma análise comparativa entre os antecedentes com o objeto da pesquisa - a variável dependente: o comprometimento -, comparando os servidores efetivos com os temporários.