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3.7 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

3.7.3 Procedimentos de análise das entrevistas semiestruturadas

Para análise dos dados das entrevistas semiestruturadas utilizou-se a análise de conteúdo segundo Bardin (1979), visando a obter, mediante procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitem a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção das mensagens colhidas nas entrevistas.

Após a transcrição das falas, as respostas foram organizadas em categorias usando-se o procedimento de classificação das unidades de significação. O critério utilizado nas análises foi o da proximidade conceitual, isto é, as unidades de significação foram agrupadas com outras respostas semelhantes para comporem uma ou mais categorias temáticas, genéricas ou específicas. Dessa forma, as questões mais recorrentes nos enunciados dos professores atuantes no BIA foram agrupadas por núcleos de significação a fim de relacioná-las ao contexto de relevância teórica e das questões que orientam a investigação. O critério de organização das falas dos professores (conteúdos) para levantamento das categorias seguiu esta ordem:

a) Primeiramente buscou-se agrupar as falas dos professores colhidas nas entrevistas individuais e formar quadros de acordo com as respostas às questões

Prof. 1 Questão 1: O que você entende por queixa escolar?

Questão 2: Em sua opinião, o que pode causar dificuldades de aprendizagem nos estudantes? Questão 3: Como você percebe os alunos com problemas de aprendizagem na experiência do BIA?

Questão 4: Que orientações/estratégias pedagógicas a Secretaria de Educação tem lhe proporcionado para o atendimento desses alunos?

Questão 5: Quando e como seus alunos são avaliados na proposta do BIA? Quem os avalia? Questão 6: O que você pensa da não reprovação dos alunos no BIA?

Questão 7: Ao final da Fase III, que ações você julga necessárias para os alunos que apresentam problemas no aprendizado?

Questão 8: Comparando a experiência da seriação com a do BIA, você identifica diferenças entre o estudante com problema de aprendizagem?

Questão 9: Que ações você realiza com os alunos que apresentam problemas no aprendizado escolar?

Questão 10: Que metodologia você utiliza na alfabetização de seus alunos? Questão 11: O que são reagrupamentos?

Questão 12: O que é Projeto Interventivo? Questão 13: Qual sua avaliação do BIA?

b) No segundo momento, os enunciados de todos os entrevistados foram agrupados conjuntamente em cada questão:

Questão 1

Prof.

1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7

c) No terceiro momento, após leitura flutuante foram levantadas as três categorias de análise:

Categoria 1: Características da operacionalização dos princípios e das estratégias

metodológicos do BIA, dificuldades e implicações profissionais para os professores.

Categoria 2: Concepções dos professores em relação à queixa escolar no BIA.

Categoria 3: Descrição das estratégias e dos processos pedagógicos em relação aos critérios

de:

3.1) identificação das queixas escolares; 3.2) intervenção nas queixas escolares; 3.3) encaminhamento das queixas escolares.

Os quadros das categorias e das subcategorias podem ser visualizados a seguir.

1 Características da operacionalização dos princípios e das estratégias metodológicos do BIA, dificuldades e implicações profissionais para os professores.

Questão 2 Etc. Prof. 1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7 Prof.

1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7 Princípio da Formação Continuada

Princípio do Reagrupamento Princípio do Projeto Interventivo Princípio da Avaliação Formativa Princípio do Ensino da Língua Princípio do Ensino da Matemática Dificuldades dos professores encontradas na operacionalização do BIA

Implicações profissionais dos professores na operacionalização do BIA

2 Concepções dos professores em relação à queixa escolar no BIA

3 Descrição das estratégias e dos processos pedagógicos em relação aos critérios/estratégicas de identificação, intervenção e encaminhamento das queixas escolares

3.1 Estratégias/critérios de identificação Prof.

1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7

Práticas avaliativas normativas e de gestão Situações avaliativas coletivas

Práticas pedagógicas avaliativas cotidianas

3.2 Estratégias/critérios de intervenção Prof.

1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7

Estratégias pedagógicas relacionadas aos processos de promoção à aprendizagem

Estratégias pedagógicas aplicadas aos problemas de aprendizagem apresentados pelos estudantes

Estratégias pedagógicas relacionadas ao contexto de planejamento e projetos pedagógicos desenvolvidos na escola

3.3 Estratégias/critérios de encaminhamento Prof.

1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7

Atendimento por meio de estratégias interventivas do próprio BIA na interface de serviços de apoio à aprendizagem Atendimento pelo serviço das Equipes Especializadas de Apoio à Aprendizagem

Atendimento pelos serviços da sala de recursos e orientação educacional

d) No quarto momento foram construídos sete quadros-resumo nos quais se procurou ressaltar os enunciados mais significativos que serviram de respostas às questões e aos objetivos da pesquisa. Visando a exemplificar como esses quadros foram constituídos, é apresentado o Quadro-resumo 18.

FATORES – Queixas escolares Prof. 1 Prof. 2 Prof. 3 Prof. 4 Prof. 5 Prof. 6 Prof. 7 Causas provenientes de fatores do próprio estudante

Causas provenientes de fatores familiares Causas provenientes de fatores escolares

Quadro 18 – Concepções dos professores das estratégias e dos princípios metodológicos do BIA

d) O quinto momento resultou na análise dos enunciados dos professores e discussão das categorias e das subcategorias levantadas. Os resultados e a discussão dessas categorias e subcategorias encontram-se explicitados no próximo capítulo.

Enunciados dos professores participantes da pesquisa

Princípio da Formação Continuada

Então eu simplesmente entrei dentro do... processo; adquirindo esse conhecimento daqui, me adaptando às formas de educação daqui, vendo tudo novo, né? A realidade é bem diferente. Eu percebo que mais dificulta [...] por ser na EAPE em horários, por exemplo, que a gente está na regência... (Prof. 01). A gente tem que sair descobrindo como é que a gente vai fazer isso! Né? Não nos preparou para a intervenção (Prof. 04). Na verdade a gente faz aquilo que... A gente acredita que vai dar certo. Baseado na experiência da gente (Prof. 06).A dificuldade é sim de entendimento da proposta!. De entendimentos... de momentos, assim, pra sentar e estudar, pra levar até pro professor também, né?!... essa questão do... da proposta em si, né? (Prof. 07).

Princípio do

Reagrupamento Foi separada as turmas né? Conforme o teste da psicogênese, em silábico, pré-silábico, silábico alfabético e alfabético. [...] foi dividido os estudantes e cada professor né (Prof. 01). Eu entendo que é pegar aqueles estudantes que já estão reagrupados na turma, reagrupar usando outros critérios, né? que seria como a gente faz aqui, de acordo com as dificuldades que apresentam, ou, às vezes, até com avanço que eles já mostram (Prof. 02). Colocar as crianças dentro... dos níveis de aprendizagem. Né?!Por isso que a gente faz uma avaliação pra saber como é que... está aquela turma de cada professor. Aí, a gente detecta que dentro da turma tem vários níveis de aprendizagem (Prof. 05). Princípio do Projeto

Interventivo

É... um projeto onde a escola, no geral, ela vai verificar em todas as turmas do BIA, o caso de estudantes que apresentam muita dificuldade, que estão fora da faixa etária (Prof. 02). Eu não percebo o projeto interventivo acontecendo, porque o projeto interventivo, o que eu vi, não era assim (Prof. 04). É pra gente intervir, é pra gente trabalhar essa questão da... área da dificuldade da criança, né? É diferente do reforço! É diferente, porque você... no projeto interventivo você tem um número maior de crianças (Prof. 05). Os estudantes que são bons estudantes, que não têm dificuldade de aprendizagem, eles não vão pra projeto interventivo. Eles participam só do reagrupamento (Prof. 06). Interventivo seria a educação integral, né? Essa escola atua com a educação integral, né? As crianças vêm... Eles vêm um pouquinho mais... As crianças da manhã, né?... vêm um pouquinho mais cedo, eles chegam e são recepcionados na escola, e aqui eles têm atividades pedagógicas e recreativas (Prof. 07).

Princípio da Avaliação Formativa

Tem o processo avaliativo diário, né? contínuo, que a gente está analisando o dia a dia. A gente faz o diagnóstico. A cada mês a gente faz o diagnóstico da psicogênese. A equipe gestora elabora o Saiec. Eles aplicavam. Agora não! a gente troca de sala E também nossas atividades individuais que a gente elabora de acordo com... com os conteúdos que a gente trabalha (Prof. 01). Detectar também alguma dificuldade pra gente entrar com uma ação interventiva, né? para que essa criança supere as dificuldades naqueles pontos que elas apresentam, né? Nós temos as provas que elaboramos aqui da escola, pra gente avaliar o nível que essas crianças estão (Prof. 05). No final do bimestre, feito um... um relatório – aquele bendito relatório que todo mundo conhece – das dificuldades de cada criança e pra você poder fazer as intervenções... intervenções, né? Para corrigi-las (Prof. 06).Cada professor avalia sua turminha de novo, né?! [...] na avaliação nós reagrupamos as crianças. Aí, o que acontece que nós percebemos? Os pré-silábicos avançaram. Diminuiu o número de crianças pré-silábicas, que deu pra gente fazer a junção, aqui, de pré-silábico com silábico e ficou uma turma de 23 crianças (Prof. 07).

Princípio do Ensino

da Língua Eu já tive a oportunidade de conhecer o método natural de alfabetização. Então eu pego algumas ideias e adapto conforme minha turma, conforme o conhecimento, conforme a necessidade e conforme a realidade (Prof. 01). Eu mesclo muito! Eu vou até da silabação... A forma maior que eu trabalho é mais com a construção da criança (Prof. 03). Quando chega no terceiro ano, a gente usa tudo que a gente pensa que vai funcionar. A gente usa silábico! A gente vai pelo silábico, a gente vai pelo fônico, pelo sonzinho. A gente tenta todos os meios! (Prof. 04).Olha! Aqui na escola ele está bem misto. Assim! Geralmente elas usam o fono, né?... trabalham muito com o som, né?... e tem uma turma que está trabalhando com o silábico, né?... que é o que eu estou tentando... é... A professora estava trabalhando somente assim... é... justamente essa turma que não avançou, né? (Prof. 07).

Princípio do Ensino

da Matemática Nós temos aqui na escola o projeto “Caixinha Matemática”, e aí a gente tem diversos materiais para estar desenvolvendo... vários conceitos matemáticos (Prof. 02). Então, eu vejo, assim, muito dessa dificuldade de aprendizagem. Às vezes, até falta de material (Prof. 03).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO