3.6 PROCEDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO DOS DADOS
3.6.1 Procedimentos de construção de dados: pesquisa documental
A pesquisa documental veio sendo realizada desde a definição do objeto da pesquisa até a discussão dos dados colhidos. O acesso aos documentos deu-se mediante questionamentos surgidos na experiência da observação participante realizada no andamento da pesquisa por via virtual e consultas manuais ocorridas em pastas, atas e relatórios de reuniões, livros registros do CRA de Sobradinho, das EEAAs e da escola (documentos produzidos pela equipe gestora, pelos coordenadores BIA e pela Educação Integral). Também serviram como fonte de consulta pastas individuais e formulários de registro avaliativo dos estudantes colhidos na secretaria da escola. Alguns documentos foram acessados durante as visitas à Gerência do Ensino Fundamental (GIF), à Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais (EAPE) e à Diretoria Regional de Sobradinho (Dreso). O acesso se deu também por meio de consulta física (relatórios de avaliação dos estudantes, anotações dos professores em seus planejamentos pessoais, arquivos da escola, livros atas do CRA e da EEAA) e por meio virtual (diretrizes, leis (MEC/Inep), portarias e orientações pedagógicas no âmbito da SEDF).
A construção de dados na pesquisa documental ocorreu concomitantemente à utilização do método observação participante em todo o transcurso da pesquisa. Assim, os dados foram sendo colhidos a cada evento/ação observada nas práticas pedagógicas da escola, de modo que as bases legais condizentes com as diretrizes metodológicas para os ciclos e para o BIA fossem tangenciando as respostas às indagações e as análises dos dados da pesquisa.
Esses documentos foram sendo arquivados pela pesquisadora em ordem cronológica em duas pastas (por ano) à medida que as consultas eram realizadas, constituindo-se uma pasta virtual para os documentos oficiais disponíveis na internet e uma pasta física para os documentos xerocados ou escaneados fornecidos pela escola pesquisada, pelo CRA e pela Dreso. O critério para arquivo e organização dessas pastas foi a ordem cronológica da publicação do documento.
Esses documentos foram organizados em dois tipos: I – Documentos – legislações e diretrizes educacionais nacionais (MEC/Inep) e legislações e diretrizes educacionais da SEDF (Quadro 15); II – Documentos produzidos/organizados pela Escola Desafios do Aprender, tais como instrumentos normativos, administrativos e organizacionais de gestão (Quadro 16).
Quadro 15 – Documentos oficiais pesquisados: Diretrizes Educacionais Nacionais e Diretrizes Educacionais –
Distrito Federal
I – Documentos oficiais pesquisados: diretrizes nacionais e diretrizes – Distrito Federal
Nº DOCUMENTO ANO
01 Constituição da República Federativa do Brasil (CF). 1988
02 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9.394/1996. 1996
03 Lei nº 10.172 – Plano Nacional de Educação – MEC/PNE. 2001
04 Secretaria do Estado de Educação. Currículo da Educação Básica das Escolas Públicas do Distrito Federal – 1ª a 4ª séries.
2002
05 Portaria nº 931, de 21 de março de 2005, com o objetivo de instituir o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
2005
06
Lei 1 Lei nº 1.114, de 16 de maio de 2005. Altera os arts. 6º, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início do Ensino Fundamental aos 6 anos de idade.
2005
07 Secretaria do Estado de Educação. Portaria nº 283, de 15 de setembro de 2005. Brasília, 2005. Dispõe sobre a organização e o funcionamento do Ensino Fundamental com nove anos de duração nas instituições educacionais da rede pública do ensino do Distrito Federal e dá outras providências.
2005
08 1 Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts 29, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e as bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de nove anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 anos de idade.
2006
09 Secretaria do Estado de Educação. Proposta Pedagógica para o Bloco Inicial de Alfabetização. Brasília.
2006
10 cr Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes de Avaliação do Processo de Ensino-Aprendizagem para a Educação Básica. Brasília.
2008
11 Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Pedagógicas para 2009-2013. 2008
12 Secretaria do Estado de Educação. Portaria nº 27, de 01/02/2008. Critérios para distribuição de carga horária dos professores da rede pública de ensino.
2008
13 Secretaria Extraordinária para a Educação Integral. Educação Integral: ampliando tempos, espaços e oportunidades educacionais; Portaria nº 01, de 27 de novembro.
2009
14 Bloco Inicial de Alfabetização: o desafio da mudança. 2009
15 MEC/Inep. Resultados de avaliações nacionais: taxa de aprovação, Prova Brasil, Ideb. 2009
16 Secretaria do Estado de Educação. Estratégia Pedagógica Bloco Inicial de Alfabetização. 2ª edição – Versão experimental.
2010
17 Secretaria do Estado de Educação. Proposta Pedagógica – Serviço Especializado de Apoio à Aprendizagem.
2010
O Quadro 16 esclarece a ordem dos documentos consultados e disponibilizados à pesquisadora pela Escola Desafios do Aprender.
Quadro 16 – Documentos produzidos/organizados pela escola
II – Documentos produzidos/organizados pela Escola Desafios do Aprender
Nº DOCUMENTO ANO
01 Relação de estudantes atendidos Equipe Polo III 2007
02 Relação de estudantes atendidos Equipe Polo Escola Classe Desafios do Aprender 2008
03 Relação de estudantes atendidos Equipe Polo Escola Classe Desafios do Aprender 2009
04 Relação de estudantes atendidos Equipe Polo Escola Classe Desafios do Aprender 2010
05 Perfis de turma da escola 2005
06 Perfis de turma da escola 2006
07 Perfis de turma da escola 2007
08 Perfis de turma da escola 2008
09 Perfis de turma da escola 2009
10 Perfis de turma da escola 2010
11 Perfis de turma da escola 2011
12 Calendário administrativo e pedagógico 2011
13 Cronograma semanal de atividades 2011
14 Projeto Político-Pedagógico 2011
15 Projeto Educação Integral 2011
16 Planejamento coletivo – 1º bimestre 2011
17 Planejamento coletivo – 2º bimestre 2011
18 Planejamento por ano/etapa – 1º, 2º e 3º bimestres 2011
19 Cópia livro-ata Conselho de Classe – 1º semestre 2011
20 Perfis de turma da escola – secretaria da escola 2011
21 Avaliação diagnóstica – Psicogênese 2º e 3º anos 2011
22 Relatório descritivo dos estudantes – 3º anos BIA 2011
23 Matriz de referência Provinha Brasil – Descritores para avaliação de alfabetização e letramento inicial – 2º e 3º anos BIA
2011
24 Gráficos de acertos por aluno – matemática e linguagem 3º anos BIA – Provinha Brasil 2011
A análise das fontes documentais possibilitou compreender os contextos histórico, social e pedagógico em que está sendo/foi produzido o processo de implementação das diretrizes metodológicas do BIA na escola. Foi possível ainda identificar leis, portarias, orientações pedagógicas e informações que serviram de subsídios para responder qual a origem das ações e das práticas pedagógicas experimentadas na escola e, de forma indireta, responder às questões e aos objetivos da pesquisa.