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4 CAPÍTULO

4.3 Procedimentos de Análise dos Dados Coletados

4.3.1 Caracterização da População Estudada

A análise dos dados tem o propósito de organizá-los e sumarizá-los de tal forma que permita o fornecimento de respostas ao problema da pesquisa. Na medida em que o presente trabalho se pauta na perspectiva qualitativa, devem ser ressaltados aspectos peculiares com relação aos sujeitos desta pesquisa e das IES selecionadas, para o tratamento dos dados coletados.

A população deste estudo é constituída pelos cursos de bacharelado em Ciências Contábeis oferecidos pelas IES públicas situadas no Estado da Bahia, com cadastro no Banco de Dados do Sistema de Regulação do Ensino Superior (E-Mec), ver Apêndice A. Desse modo, a partir do mapeamento destas IES levou-se em consideração suas categorias administrativas, ou seja, optou-se em realizar o estudo apenas com as IES públicas estaduais e federais, a saber: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Campus I (Salvador), Campus VII (Senhor do Bonfim) e Campus IX (Barreiras), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade do Sudoeste da Bahia – Campus I – Vitória da Conquista (UESB) e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Quadro 07 – População do Estudo

Fonte: Elaborado a partir da Base de Dados do E-Mec, set./2011.

Sendo assim, em virtude da viabilidade de se estudar por completo a população, optou-se por realizar um Censo onde foi possível coletar os dados das sete IES públicas que ofertam o Curso de Ciências Contábeis no Estado da Bahia. O Quadro 07 evidencia a população estudada: a) localidade da IES; b) conceito no ENADE; c) categoria administrativa; d) modalidade de ensino (presencial e/ou a distância) e seus respectivos e) coordenadores de curso.

4.3.2 Sobre o Tratamento e Análise das Informações Coletadas

Para realização do tratamento e da análise das informações coletadas, esta pesquisa procurou investigar o processo de gestão acadêmica desenvolvido pelos Coordenadores de Curso de Graduação em Ciências Contábeis oferecidos por IES públicas do Estado da Bahia diante dos desafios para a adequação do Projeto Político-Pedagógico às Diretrizes Curriculares Nacionais, ilustrado no mapa conceitual a seguir, Figura 03.

Figura 03 – Delineamento do Objeto de Estudo

Fonte: Elaborado pelo autor, mai./2011.

Com o intuito de responder ao problema de pesquisa, é necessário compreender as duas fases delineadas para esta investigação: a) A primeira fase - Análise Documental dos PPP das IES públicas do Estado da Bahia que ofertam Curso Graduação em Ciências Contábeis – buscou-se analisar o modelo pedagógico estruturante da gestão acadêmica enquanto base para atuação do Coordenador e identificar respostas que os PPP trazem aos desafios postos pelas DCN e b) A segunda fase - Entrevista estruturada individual realizada com os Coordenadores de Curso Graduação em Ciências Contábeis – buscou-se apreender as vivências dos coordenadores e a realidade da gestão acadêmica, no que se refere à implantação do PPP como resposta aos desafios postos pelas DCN.

A primeira fase da pesquisa compreendeu a análise documental dos PPP dos Cursos de Ciências Contábeis. O instrumento aplicado para análise foi elaborado no âmbito do Grupo de Pesquisa Observatório de Educação e Pesquisa Contábil (FECAP/USP/UFBA), sob coordenação da Profa. Ph.D. Vilma Geni Slomski (FECAP/USP), com adaptações pertinentes ao objeto de estudo.

O instrumento utilizado para análise documental dos PPP foi composto por seis categorias onde se procurou identificar questões referentes ao processo de gestão acadêmica dos cursos de Ciências Contábeis das IES públicas do Estado Bahia na visão dos

Coordenadores de Curso, frente os desafios impostos pelas Diretrizes Curriculares, a saber: a) perfil acadêmico-profissional do coordenador de curso; b) referenciais do projeto político- pedagógico; c) contexto do curso; d) organização curricular; e) plano de ação e f) os desafios institucionais e/ou profissionais frente à gestão acadêmica.

Nesta fase aplicou-se o referido instrumento aos PPP e verificou-se o nível de evidenciação das categorias e subcategorias apresentadas: a) evidência completa – quando a categoria analisada no PPP estava totalmente condizente com as DCN e o referencial teórico consultado; b) evidência parcial – quando a categoria analisada no PPP estava parcialmente condizente com as DCN e o referencial teórico consultado; c) evidência mínima – quando a categoria analisada no PPP apresentava-se superficialmente condizente com as DCN e o referencial teórico consultado; d) nenhuma evidência – quando a categoria analisada no PPP não estava condizente com as DCN nem com o referencial teórico consultado.

Desta forma, os dados foram analisados por categorização pertinentes à composição dos PPP dos Cursos após serem realizadas leituras e interpretações do material, à luz da literatura e das DCN por meio da técnica de análise de conteúdo. Esta é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa identificar o que está sendo evidenciado a respeito de determinado tema. Bardin (2006, p.42) a define como: “um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”.

De acordo com Bardin (2006), a análise de conteúdo é estruturada em três fases distintas: a) a pré-análise; b) a análise do material; e c) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Seu desenvolvimento basear-se-á em informações descritivas e comparativas.

Segundo outros autores, a análise de conteúdo comporta três etapas básicas, que devem ser seguidas pelo pesquisador, que são (MARTINS e LINTZ, 2000. p. 54)

i) Pré-análise: coleta e organização do material a ser analisado;

ii) Descrição analítica: estudo aprofundado do material orientado pelas hipóteses e referencial teórico. Escolha das unidades de análise (a palavra, o tema, a frase, os símbolos, etc). Essas unidades são juntadas segundo algum critério e definem as categorias. Por exemplo, um discurso poderia ser classificado como otimista ou pessimista, como liberal ou conservador. As categorias devem ser exaustivas e mutuamente excludentes. Das análises de freqüências das categorias surgem quadros de referências.

iii) Interpretação inferencial: com os quadros de referências, os conteúdos (manifesto e latente) são revelados em função dos propósitos do estudo. [grifo no original]

Os autores acima também realçam que estas etapas adquirem força e valor mediante o apoio de um referencial teórico e que as categorias de análise se tornam mais representativas da realidade ao levar em conta estes ensinamentos (MARTINS; LINTZ, 2000, p. 54)

A segunda fase buscou-se realizar por meio de um roteiro, uma entrevista estruturada. O roteiro de entrevista versou sobre as seis categorias acima delineadas, acerca do processo de gestão e implementação do curso frentes aos desafios profissionais e institucionais enfrentados pelos Coordenadores de Curso de graduação em Ciências Contábeis. As informações oriundas das entrevistas individuais foram tratadas através das etapas para o estabelecimento de categorias conforme a literatura científica pertinente à técnica. O produto originado nas entrevistas individuais é pertinente ao próprio entrevistado, sendo que, portanto, houve a necessidade de identificar falas e respectivos sujeitos que as formularam.

Em todas as entrevistas foi realizada a transcrição literal dos conteúdos relatados pelos Coordenadores lotados nas IES públicas do Estado da Bahia, procurando-se ter cuidado em extrair expressões desnecessárias, falsos começos que são considerados normais em intervenções orais. Para as análises dos dados, as respostas a cada questão foram agrupadas e analisadas segundo padrões éticos e científicos, preservando a identidade dos entrevistados, com os objetivos previamente definidos.

Por fim, as análises das categorias presentes no roteiro de entrevista levaram em consideração os critérios propostos por Guba (1989), que são: coerência, homogeneidade, exclusividade e objetividade. Contudo, a análise dos dados foi realizada em dois momentos: primeiro, leitura descritivo-exploratória de todas as respostas de modo a obter uma visão geral dos discursos dos coordenadores; segundo, agrupamento das questões por categorias para realizar, logo depois, o confronto com as DCN e o referencial teórico. A seguir, a análise e a discussão dos dados propriamente ditos.

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