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Procedimentos para diagnóstico e atendimento das necessidades formativas de professores polivalentes

ÁREA DO CONHECIMENTO / TEMÁTICA

4.6 Percepção dos entrevistados acerca das necessidades formativas de professores polivalentes

4.6.1 Procedimentos para diagnóstico e atendimento das necessidades formativas de professores polivalentes

A professora P1 diz que pelo que se lembra nunca preencheu formulário algum sobre quais são as suas necessidades formativas, somente sobre a formação que teve: “Às vezes a gente preenche lá o que a gente estudou, isso a gente sempre preenche, eles querem saber o que a gente fez, que tipo de formação”.

Em outro momento da entrevista, a P1 diz que a Secretaria Municipal de Educação sempre comunica aos professores sobre os cursos que serão oferecidos: “Mas elas colocam lá os cursos pra gente, eles sempre mandam, a Secretaria sempre manda os cursos que vai ter, a gente dá ciência, sabe? Mas geralmente o horário não dá certo, mas ela sempre põe pra gente dar ciência dos cursos que tem”.

A professora P2 disse que não são consultados, contudo, a Diretoria de Ensino disponibiliza cursos para os professores: “Não muito. Até certo ponto. Mas aí vai do que eles disponibilizarem, da Diretoria de Ensino pra gente”.

A professora P3, quando perguntado se os professores são consultados sobre as suas necessidades formativas pelos gestores, responde: “Eles não estão nem aí. Imagina, se faz fica só no papel. Mas geralmente não tem”.

Segundo a gestora GSME, a Secretaria Municipal de Educação faz levantamentos sobre as necessidades formativas dos professores: “A gente faz mediante o nosso interesse, o interesse deles também”. A direção da Unidade Escolar é quem consulta os professores sobre as suas necessidades formativas.

Há Unidades Escolares que fazem a formação para as suas demandas, “as próprias Unidades tem autonomia pra isso”, elas buscam parcerias ou contratam com recurso financeiro de APM um especialista para tratar de alguma área específica do conhecimento ou palestrante para motivação e as atividades são realizadas nos HTPCs.

Quando a demanda é geral, comum às escolas, elas chegam à SME: “Eu tenho reunião com todas as direções quinzenalmente, também, tá? Então, nas reuniões, além de informes gerais, de parcerias, enfim, a gente discute essas pontualidades”.

Na rede municipal de ensino, de acordo com a gestora, o procedimento adotado para o diagnóstico das necessidades formativas é a Unidade Escolar consultar os

professores sobre as suas necessidades formativas e encaminhar à SME, pela Direção Escolar, nas reuniões quinzenais promovidas pela Secretaria. Quando há similaridades de demandas, a SME busca parcerias com instituições que já são parceiras ou com outras que possam constituir novas parcerias. Quando é uma demanda local, em uma determinada Unidade, ela “faz a própria formação”.

Segundo a GSME, os professores solicitam cursos de formação continuada por meio dessa ponte estabelecida: via direção escolar que faz chegar à Secretaria de Educação.

Quanto à rede estadual de ensino, quando perguntado se a Secretaria de Educação faz levantamentos sobre as necessidades formativas dos professores, e se faz, de que forma, o gestor GDE respondeu:

Olha, principalmente através das avaliações externas, porque quando o aluno não está se saindo bem nas avaliações externas, essas avaliações indicam o que é necessário trabalhar com os alunos. E aí já se detecta onde está a falha do professor. Então, principalmente é... através das avaliações externas: SARESP, Prova Brasil, né, são as... ENEM, tá certo? São as avaliações externas, e principalmente também por causa do índice de violência nas escolas. Quando uma escola está com muita indisciplina, muita violência, você também vai acabar concluindo que o currículo dessa escola não é relevante para o aluno, tá certo? E que há falhas na atuação dos docentes e dos gestores dessa escola. Então, você acaba detectando. De uma maneira ou de outra você acaba descobrindo.

Ao se perguntar se os professores são consultados sobre as necessidades formativas, ele diz que os professores são consultados quando eles fazem cursos. Nessa ocasião, é solicitado que eles indiquem os temas que consideram necessários, porém, complementa:

[...] mas eu volto àquela questão: hoje o interesse das redes, esse interesse está voltado para as avaliações externas, então, eles querem índices, eles querem ostentar índices, então, as redes não estão muito interessadas naquilo que o professor quer, eles estão interessados nos resultados educacionais.

Sobre como se dá o encaminhamento de necessidades formativas emergentes detectadas, ele responde:

Quando a escola, por exemplo, tem um índice muito baixo. Essa escola passa a ser assim incentivada a capacitar mais os seus professores. Ou uma escola que começa a ter muitos problemas de violência, essa escola passa a... receber assim uma atenção especial, né, mas não existe algo assim sistemático. A gente acaba fazendo aquilo que é possível fazer, certo? Mas não é assim algo..., mas existe sim uma preocupação quando há essas emergências em se fazer alguma coisa.

A formação continuada de professores polivalentes atualmente na rede estadual de ensino, segundo GDE,

[...] infoca bastante o Programa Ler e Escrever, que é um programa voltado para as habilidades de leitura e de escrita, para a aprendizagem das habilidades de leitura e escrita, e o EMAI, que é a Educação Matemática nos Anos Iniciais. Então, a formação desses professores ela é voltada pra esse currículo. No caso, o responsável por essa formação é o professor coordenador da escola. E esse professor coordenador ele vem semanalmente para a Diretoria de Ensino receber capacitação pra depois trabalhar com os professores na escola. Em horário de ATPC, Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo.

Foi perguntado se os professores solicitam cursos de formação continuada à Secretaria de Educação e a resposta foi que “Alguns acabam assim solicitando sim. Sim, eles solicitam. Eles solicitam, sim. Só que também quando você propõe nem todos correspondem, então é complicado”.