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2 MARCO TEÓRICO

2.4 Estado do conhecimento: O que dizem as pesquisas sobre leitura e escrita e

2.4.2 Produções científicas do Portal de Periódicos da CAPES

Realizarmos uma busca avançada no Portal de Periódicos da Capes e estabelecemos como procedimentos: busca por assunto, utilizando o operador boleano AND8, corte temporal

de trabalhos publicados nos últimos dez anos, revisados por pares.

Usando esse procedimento, encontramos 136 trabalhos relacionados ao tema “leitura e

escrita na educação infantil”. Realizamos a leitura dos títulos de todos os trabalhos e a leitura dos resumos de 23, pois os demais não tratavam propriamente do nosso tema de pesquisa. Dos resumos lidos 04 produções estabeleceram uma discussão que contribuiu com a nossa pesquisa. O quadro a seguir apresenta os trabalhos selecionados.

Quadro 6 - Periódicos da Capes que abordam o tema leitura e escrita na Educação Infantil

Títulos Autor (s)/ ano Instituição Publicado em

Literatura Infantil e sua

Interface com o

Desenvolvimento da Leitura e

da Escrita na Educação

Infantil: um olhar reflexivo

ANJOS SILVA (2014) e Universidade Estadual do Ceará Interfaces da Educação, 01 April 2014, Vol.5(13), pp. 141-156 A leitura no contexto educação pré-escolar. da BALÇA LEAL (2014) e Universidade Portugal de Évora Álabe, 01 December 2014, Vol.5 (10), pp. 1- 11

Leitura e Escrita na Educação Infantil: sobre usos e funções

MELO e BRITO (2015) Universidade Federal do Piauí – UFPI Interfaces da Educação, 01 January 2015, Vol.5 (15), pp. 67-90 Os sentidos de alfabetizar na pré-escola: algumas reflexões.

TOMAZZETTI

e LOFFLER

(2016)

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Perspectiva, 01 February 2016, Vol.33 (1), pp. 201-230

Pesquisas que tratam da contribuição da literatura infantil para o processo de leitura e escrita

Anjos e Silva (2014) tiveram como objetivo identificar as reflexões dos professores sobre a importância da literatura infantil para a formação de leitores e escritores na Educação Infantil. A pesquisa, de cunho qualitativo, foi realizada em uma instituição privada e teve como foco a literatura infantil; os sujeitos da pesquisa foram 4 professoras que atuavam em turmas de crianças de 02 a 05 anos. Na coleta de dados foi utilizada a entrevista semiestruturada e através delas as professoras revelaram que suas concepções de alfabetização estavam articuladas à compreensão que oralidade e escrita se desenvolvem em contexto de letramento, utilizando recursos lúdicos. Na turma de três anos, a professora entrevistada revelou que utilizava jogos e alfabeto móvel, os gêneros literários eram presentes nas 04 turmas. O resultado da pesquisa mostrou que as docentes concebiam que a Educação

Infantil é tempo e espaço pedagógico para imersão na cultura letrada e conheciam a importância do gênero literário e sua contribuição no processo de aprendizagem.

Balça e Leal (2014) tiveram como objetivo compreender como os educadores de infância cooperantes e os estagiários, por meio de interações e práticas de leitura, conseguem aproximar as crianças do livro e da literatura infantil, contribuindo para criar hábitos de leitura precoces. A pesquisa foi realizada em dois jardins de infância, com três educadoras de infância cooperantes e três estagiárias de uma instituição de ensino superior. Em um jardim de infância foram trabalhados com os pares A e B, na outra instituição trabalharam com o par C. A partir das entrevistas e observações realizadas, foi verificado que o investimento na formação docente na abordagem de leitura e escrita na educação pré escolar por parte das educadoras e estagiárias repercutiu em suas práticas. Assim, as atividades desenvolvidas pelos pares apresentaram reflexos dos investimentos constante na leitura e na escrita, entre eles destacamos: criaram hábitos de leitura, desenvolveram leitura oral, estimularam a imaginação. No entanto, destacaram que o par C se diferenciou por investirem mais na leitura e na escrita criando jogos para descobrirem letras e palavras e idas à biblioteca.

Pesquisas que articulam práticas de leitura e escrita

A pesquisa realizada por Melo e Brito (2015) apresentou como objetivo investigar os usos da leitura e da escrita na Educação Infantil em dois Centros Municipais de Educação Infantil/CMEIS. Foram selecionadas oito interlocutoras, como sujeitos da pesquisa; três delas atuavam em turmas de maternal e as outras cinco em turmas de 1º e 2º períodos. Os dados foram obtidos através das observações das práticas, análise documental das propostas pedagógicas das instituições pesquisadas e diários de aula. Durante as observações foram vistas algumas atividades que demonstram reflexão sobre a escrita, no entanto, a centralidade das atividades foi em práticas tradicionais que não levavam as crianças aos usos competentes do ler e do escrever, ao contrário, apresentava a escrita de foram mecânica e com pouco significado para as crianças. Os dados apontaram que apesar das mudanças nos discursos das professoras, em suas práticas por falta de embasamento teórico consistente, acabavam dando ênfase em atividades tradicionais que concebiam a língua como código e não como sistema notacional. Assim, as pesquisadoras alertam que o acesso à linguagem escrita é um direito das crianças, no entanto, não se pode esquecer do direito de brincar. Elas sinalizam a importância de articular o aprendizado da leitura e escrita ao direito de brincar.

Tomazzetti e Löffler (2016) tiveram como objetivo refletir sobre práticas vivenciadas por duas professoras de pré-escola. O campo de pesquisa foram duas escolas públicas, uma da

rede estadual localizada na zona urbana e a outra da rede municipal localizada zona rural. Durante as observações das aulas foi verificado que a professora da zona urbana ouvia as crianças; já a da zona rural não as ouvia. A língua era vista como código pelas duas docentes, desta forma, as atividades escritas eram mecânicas, sendo os conhecimentos prévios das crianças poucos considerados. Vemos que os resultados da pesquisa de Melo e Brito (2015) se aproximam da pesquisa de Tomazzetti e Löffler (2016), pois os sujeitos pesquisados centralizavam na maior parte do tempo o trabalho com a língua em uma perspectiva de código.

Utilizamos os mesmos critérios na busca por “formação continuada” AND “educação infantil” e encontramos 83 trabalhos. Realizamos a leitura de todos os títulos, refinamos nosso olhar e elegemos 05 para leitura dos resumos; destes, apenas o de Oliveira (2016) apresenta aproximações com nosso objeto de pesquisa; desta forma, o mesmo será apresentado abaixo.

Quadro 7 - Periódicos da Capes que emergiram a partir do tema Formação Continuada e Educação Infantil

Títulos Autor (s)/ ano Instituição Publicado em

Formação continuada e prática pedagógica: O que pensam as professoras que atuam na pré- escola OLIVEIRA, Maria Izeti Universidade do Estado de Mato Grosso. Educação: Teoria e Prática, 01 April 2016, Vol. 26(51), pp. 97-111

A pesquisa de Oliveira (2016), realizada em Mato Grosso, teve como objetivo analisar se os estudos realizados durante o desenvolvimento dos Projetos de Formação Continuada propostos pelas instituições de Educação Infantil do município de Cáceres - MT estavam repercutindo na prática pedagógica das professoras. O estudo envolveu sete professores e três coordenadores pedagógicos. Na coleta dos dados foram utilizados quatro instrumentos: observação, questionário, entrevista semiestruturada e análise dos projetos de formação continuada das instituições pesquisadas. Como conclusão foi observado que a formação contribuiu, em alguns aspectos, com a prática docente. As docentes se mostraram satisfeitas com a formação in loco, ressaltando que foram envolvidas no processo de construção do projeto de formação continuada. A pesquisa também evidenciou, através das falas das três coordenadoras, que havia uma lacuna no processo formativo, pois não aconteciam momentos para reflexão e partilha das experiências sobre a prática docente devido à falta de tempo e de espaço físico.