• Nenhum resultado encontrado

PRODUTOS QUE PODEM CONTER LEITE/ DERIVADOS:

CIONAL AMBULATORIAL DO ADULTO

PRODUTOS QUE PODEM CONTER LEITE/ DERIVADOS:

Cereais matinais – barras de cereais – tofu (pode conter caseína) – molhos cremosos – sopas prontas/ instantâneas cremosas – alguns tipos de pães – atum/ sardinha enlatada – frios (presunto, mortadela e similares) – patês (pode conter caseína) – salsichas (pode conter proteína do leite) – salames (pode conter proteína do leite) – massa congelada – nougat (torrone) – alguns vinhos brancos.

Alguns preparados que normalmente possuem leite em sua composição: pizza, purês e suflês, bolos, tortas, cremes, preparações gratinados, legumes soutê.

Obs.: Balões de festa podem conter caseína (proteína do leite) que é um dos produtos adicionados no processamento do látex. Giz de escola também pode conter caseína. No entanto, a maioria das crianças não reage a estes produtos.

• Traços de leite

Traços são pequenas partículas de proteínas (invisíveis aos olhos humanos) que podem ficar nos utensílios em que os alimentos foram preparados, seja pela esponja caseira ou em produtos industrializados (ex: biscoitos). Assim, traços de leite podem estar presentes mesmo em produtos que não contêm leite, mas que compartilhem a mesma máquina de fabricação de produtos com proteína do leite. Também devem ser evitados totalmente.

O acompanhamento nutricional em casos de APLV deve ser rigoroso, com avaliação nutricional e substituições equivalentes aos nutrientes retirados da dieta com a restrição ao leite de vaca.

Além disso, deve-se evitar o contato com alimentos perigosos, os cuidados devem ser redobrados ao se alimentar fora de casa; é preciso evitar ao máximo esses episódios.

1.3 Intolerância à lactose

Lactose é um dissacarídeo presente no leite, é sintetizada na glândula mamária de todas as espécies (MATTAR; MAZZO; CARRILHO, 2012). Conhecida como o açúcar do leite é composta por uma molécula de glicose e uma de galactose; é hidrolisada pela enzima intestinal lactase que libera seus componentes para a absorção na corrente sanguínea (BARBOSA; ANDREAZZI, 2011).

A intolerância à lactose é uma síndrome que acarreta diarreia, dor abdominal, flatulência, distensão abdominal, após o consumo de lactose, como descrevem Decher e Krenitsky (2012).

Estima-se que mais de 70% da população adulta mundial cursam com má absorção à lactose (DECHER; KRENITSKY, 2012). No mesmo estudo, Decher e Krenitsky (2012) relatam que a atividade da lactase diminui exponencialmente ao desmame acerca de 10% do valor neonatal.

1.3.1 Fisiopatologia

Produzida pelos enterócitos, a lactase é uma enzima encontrada na superfície da borda em escova, no intestino delgado, como afirma Troelsen (2005).

A intolerância primária à lactose ou hipolactasia é a ausência parcial ou até mesmo total que se desenvolve na infância ou em diferentes idades, de acordo com Heyman (2006).

A forma secundária ou adquirida da intolerância é consequência de lesões na mucosa intestinal, seja por infecção, doenças inflamatórias, desnutrição, doença celíaca entre outros; nesses casos, com a cura da doença, os níveis de lactase podem voltar à normalidade, de acordo com Mattar et al. (2010).

Em crianças, normalmente é secundária a infecções virais e bacterianas (DECHER; KRENITSKY, 2012).

Quando indivíduos que têm pouca enzima lactase consomem grandes quantidades de lactose, a lactose não é digerida e permanece na luz intestinal. Decher e Krenitsky (2012) explicam que sem ser digerida a lactose exerce força osmótica e aumenta a água fecal, bem como fornece material para a fermentação rápida de bactérias intestinais, o que vai gerar distensão, dor ou cólicas abdominais, náusea, borborigmo, flatos e diarreia.

carbono e gás hidrogênio (DECHER; KRENITSKY, 2012).

Segundo Tumas e Cardoso (2008), o diagnóstico da intolerância à lactose é realizado com anamnese e avalição clínica detalhadas relacionando os sintomas ao consumo de lactose. Se houver a suspeita, pode-se tentar comprovar o diagnóstico com teste terapêutico e introdução de dieta isenta de lactose.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, o diagnóstico pode ser feito das maneiras a seguir descritas.

• Biopsia de mucosa intestinal para dosagem de lactase: a biopsia é realizada por endoscopia e, apesar das boas sensibilidade (95%) e especificidade (100%), é invasivo e o custo é alto. • Teste de tolerância à lactose: após a dosagem da glicemia de jejum, é realizada a sobrecarga de lactose com 2g/kg até 50g. A glicemia é dosada aos 15, 30, 60 e 90 minutos. Aumento do valor da glicemia de jejum menor que 20mg/dL é indicativo de má absorção ou intolerância. Esse teste apresenta 78% de sensibilidade e 93% de especificidade.

• pH fecal: a acidez fecal indica que a lactose não foi absorvida e chegou ao cólon, foi fermentada formando AGCC, o que confere acidez às fezes.

• H2 no ar expirado: esse teste necessita de preparo com dieta e sem tabaco. Após ingestão de 25g de lactose, o H2 é dosado em amostras do ar expirado. Aumento de H2 em relação ao valor de jejum indica positividade. É um teste demorado, laborioso, provoca sintomas e é realizado por médico.

O diagnóstico da intolerância à lactose é importante, pois outros alimentos também podem provocar sintomas parecidos, descrevem Mattar, Mazzo e Carrilho (2012):

• Feijão, brócolis, batata, couve-flor, cebola- rafinose e estaquiose, o intestino humano não produz enzimas que os digerem;

• Produtos dietéticos usados como adoçantes, sucralose, manitol, sorbitol; • Fibras e suplementos de fibras;

• Síndrome do intestino irritável e supercrescimento bacteriano (inibidores de secreção ácida gástrica, por exemplo omeprazol).

1.3.2 Conduta nutricional

Para o tratamento de intolerância à lactose deverão ser retirados da alimentação alimentos que contenham lactose. Os sintomas são aliviados pela redução do consumo de alimentos que contém lactose. A maioria dos indivíduos que digerem mal a lactose podem consumir um pouco dela (até 12g/dia) sem apresentar sintomas importantes (DECHER; KRENITSKY, 2012).

A retirada total de alimentos lácteos da alimentação causa preocupação; esses alimentos são fontes primárias de cálcio e o corpo perde quantidades consideráveis desse mineral diariamente. Com isso torna-se necessário um suprimento constante de cálcio de outras fontes alimentares para garantir a densidade mineral óssea (MATHIÚS et al., 2016).

A tolerância depende muito da sensibilidade do indivíduo; geralmente alimentos em forma de queijos e ou produtos lácteos fermentados apresentam menores quantidades de lactose (SHAUKAT et al., 2010).

Quadro 5. Teor de lactose em alguns alimentos.