• Nenhum resultado encontrado

CIONAL AMBULATORIAL DO ADULTO

TRIGLICÉRIDES Recomendações

LDL-c dentro da meta sem comorbidades (%) LDL-c acima da meta ou presença de comorbidades (%) Limítrofe 150-199 mg/dL (%) Elevado 200-499 mg/dL (%) Muito elevado† > 500 mg/dL (%)

Perda de peso Manter peso saudável 5-10 Até 5 5-10 5-10

Carboidrato (%VCT) 50-60 45-60 50-60 50-55 45-50 Açúcares de adição (%VCT) < 10 < 10 < 10 5-10 < 5 Proteína (%VCT) 15 15 15 15-20 20 Gordura (%VCT) 25-35 25-35 25-35 30-35 30-35 Ácidos graxos

trans (%VCT) Excluir da dieta

Ácidos graxos saturados (%VCT) < 10 < 7 < 7 < 5 < 5 Ácidos graxos monoinsaturados (%VCT) 15 15 10-20 10-20 10-20 Ácidos graxos poli-insaturados (%VCT) 5-10 5-10 10-20 10-20 10-20 Ácido linolenico, g/dia 1,1-1,6 EPA e DHA, g - - 0,5-1 1-2 > 2

Tanto o tratamento da obesidade como da Síndrome Metabólica objetivam a perda de peso, mesmo que pequena, e promovem melhora de parâmetros, como perfil lipídico, sensibilidade à insulina, pressão arterial, entre outros. Mudanças de comportamento e de estilo de vida são fundamentais para a perda de peso e manutenção dela.

7. Orientações nutricionais gerais

É importante que as orientações nutricionais e o plano alimentar do paciente busquem ampliar a autonomia na escolha dos alimentos com informações baseadas em evidências científicas. Para que haja autonomia e desenvolvimento do autocuidado, é imprescindível que o profissional incentive o envolvimento da família, pois adotar uma alimentação saudável não é meramente questão de escolha individual.

1. Busque fazer as refeições diárias em horários semelhantes, em ambientes calmos e compartilhando suas refeições com familiares ou amigos, evitando “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Dessa forma se concentrará no que está comendo e terá melhor controle sobre o que está ingerindo, o que favorece o melhor funcionamento do organismo, aumenta a saciedade e, consequentemente, diminui a fome.

2. Limite o consumo de alimentos processados (alimentos em conserva e enlatados, frutas em calda, queijos, carnes seca/ charque, toucinho) e ultraprocessados (biscoitos recheados, refrigerantes, salgadinhos de pacotes, macarrão instantâneo, sucos industrializados, embutidos, mistura para bolo, sopas em pó, tempero pronto, cereais matinais, bebidas energéticas etc.). Consuma-os em pequenas quantidades, seja como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições. Esses alimentos contêm açúcares, sódio, conservantes e gorduras em excesso, além de serem pobres em nutrientes, aumentam o risco de excesso de peso, doenças do coração, cárie dental, obesidade e várias outras doenças crônicas.

3. Procure utilizar óleos, gorduras e açúcares de adição em pequena quantidade nas preparações culinárias. Segundo o Ministério da Saúde, óleos e gorduras têm seis vezes mais calorias por grama do que grãos cozidos e 20 vezes mais do que legumes e verduras após cozimento. O açúcar tem 5 a 10 vezes mais calorias por grama do que a maioria das frutas.

4. Dê preferência para preparações assadas, cozidas ou grelhadas, evitar alimentos fritos, pois eles absorvem a gordura durante seu preparo e tornam-se mais calóricos.

5. Procure realizar atividade física regular sob orientação de um profissional habilitado para essa prática; pelo menos 150 minutos de atividade de intensidade moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana. Isso evita o estresse, contribui para o bom funcionamento do organismo e para a manutenção de um peso saudável.

6. Dê preferência a frutas e verduras, pois são alimentos fonte de compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, como as vitaminas e os minerais, além de ofertarem fibras alimentares que contribuem para o bom funcionamento do intestino. Tente consumir três ou mais porções diárias de frutas e verduras, seja em lanches ou como sobremesa. Procure mastigar bem os alimentos, pois esse processo sinaliza a saciedade, o que evita o consumo exagerado de alimentos.

7. A hidratação faz parte do bom funcionamento do organismo. Busque beber, pelo menos, dois litros de água por dia; lembre-se: não apenas quando sentir sede, mas ao longo do dia.

8. Procure consumir alimentos produzidos localmente, da agricultura familiar, vendidos em feiras livres, pois além de serem frescos, da época e com menor quantidade de agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes, privilegiam o sistema de produção e distribuição de alimentos social e ambientalmente sustentáveis.

Exemplo de cardápio saudável

Café da manhã

Leite, cuscuz, ovo de galinha e banana Café com leite, tapioca e melão

Café, pão integral com queijo frescal e ameixa

Almoço e jantar

Arroz, feijão, carne magra grelhada, quiabo refogado, salada de tomate.

Arroz, feijão, omelete, cenoura cozida com ervas, salada de alface com tomate. Arroz, lentilha, peito de frango grelhado, berinjela refogada e repolho com abacaxi. Arroz, feijão, carne moída com legumes, rúcula com manga.

Arroz, feijão, peixe assado, batata e cenoura com alecrim, couve com tomate.

REFERÊNCIAS

AL-ASSAL, K.; MARTINEZ, A. C.; TORRINHAS, R. S.; CARDINELLI, C.; WAITZBERG, D. Gut Microbiota and obesity. Clinical Nutrition Experimental, v. 20, p. 60-64, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA.

Diretrizes brasileiras de obesidade 2016 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da

Obesidade e da Síndrome Metabólica. 4. ed. São Paulo, 2016.

BRASIL. Resolução RDC nº 2, de 07 de janeiro de 2002. Aprova o regulamento técnico de

substâncias bioativas e probióticos isolados com alegação de propriedades funcional e ou de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 jan. 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção Básica.

Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde,

Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 156 p.: il. BRASIL. Ministério da Saúde. Desmistificando dúvidas sobre alimentação e nutrição: material

de apoio para profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Universidade Federal de Minas Gerais. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 164 p.: il.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2017: vigilância

sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2017. – Brasília:

Ministério da Saúde, 2018. 130 p.: il.

CLARKE, G.; STILLING, R.M.; KENNEDY, P.J.; STANTON, C.; CRYAN, J.F.; DINAN, T.G. Minireview: Gut microbiota: the neglected endocrine organ. Mol Endocrinol, v. 28, n.8, p. 1221-38, 2014.

COZZOLINO, S. M. F.; COMINETTI, C. Bases bioquímicas e fisiológicas da nutrição: nas diferentes

fases da vida, na saúde e na doença. Barueri, SP: Manole, 2013.

CUPPARI L. Nutrição clínica no adulto – Guia de medicina ambulatorial e hospitalar (UNIFESP/

Escola Paulista de Medicina). 1 ed. São Paulo: Manole, 2007.

I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 84, Supl I, 2005.

FROTA, K.M.G.; SOARES, N.R.M.; MUNIZ, V.R.C.; FONTENELLE, L.C.; CARVALHO, C.M.R.G.

Efeito de prebióticos e probióticos na microbiota intestinal e nas alterações metabólicas de indivíduos obesos. Nutrire, v. 40, n.2, p. 173-187, 2015.

JUMPERTZ, R.; LE, D.S.; TURNBAUGH, P.J.; TRINIDAD, C.; BOGARDUS, C.; GORDON, J.I. et al.

Energy-balance studies reveal associations between gut microbes, caloric load, and nutrient absorption in humans. Am J Clin Nutr, v. 94, n. 1, p. 58-65, 2011.

OLIVEIRA, L. Probióticos, prebióticos e simbióticos: definição, benefícios e aplicabilidade industrial. Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas, Minas Gerais, 2014.

PÉRUSSE, L.; BOUCHARD, C. Gene diet interactions in obesity. Am J Clin Nutr, v.72, 2000.

PINHO, C. P. S. EXCESSO DE peso e distribuição de gordura corporal: Magnitude e fatores de associados

em adultos de 25 a 59 anos do Estado de Pernambuco. Dissertação de Mestrado. UFPE, 2011. SABÓIA, R. S. et al. Obesidade abdominal e fatores associados em adultos atendidos em uma clínica escola. Rer Bras Promoç Saúde, Fortaleza, 29(2): 259-267, abr./jun., 2016.

SERDOURA, S. V. Microbiota intestinal e Obesidade. Revisão Temática. Faculdade de Ciências

da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, 2017.

SPERETTA, G. F. F.; LEITE, R. D.; DUARTE, A. C. G. O. Obesidade, inflamação e exercício: foco

sobre o TNF-alfa e IL-10. Revista HUPE, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 61-69, 2014.

SCHURT, A.; LIBERALI, R.; NAVARRO, F. Exercício contra resistência e sua eficácia no tratamento da obesidade: Uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição

e Emagrecimento, v. 10, n. 59, p. 215-223, Set./Out, 2016.

TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS. – 4. ed. rev. e ampl. Campinas: NEPA- UNICAMP, 2011. 161 p.

VALSECCHI, C.; TAGLIACARNE, S. C.; CASTELLAZZI, A. Gut Microbiota and Obesity. J Clin

Gastroenterol, v. 50, S157–S158, 2016.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic.

7. Hipertensão arterial sistêmica

Ana Cecília Cavalcante Fabiane Aparecida Canaan Rezende A hipertensão arterial sistêmica é uma condição multifatorial expressa por intervenções ambientais e patogênicas. A hipertensão se dá pelo aumento da pressão nos vasos, que têm determinado espaço e volume, como representados na Figura 1, e demonstra os estados de vasoconstrição e vasodilatação em relação ao fluxo sanguíneo.

Figura 1. Diferenciação de vasodilatação, vasoconstrição e fluxo sanguíneo normal.

Fluxo normal

Fluxo contrição

Fluxo dilatação

Fonte: elaborado pelos autores.

Na normalidade, os vasos apresentam calibre e volume normais; em caso de vasoconstrição, há estreitamento e normalidade no volume e, assim, maior pressão; quando a vasodilatação e o volume são normais, não há problema; no entanto, quando o volume aumenta por ação do ADH (hormônio antidiurético) ou outro mecanismo que cause retenção hídrica, ocorre o aumento da pressão.

O mecanismo que mais atua sobre a retenção é a presença de sódio, que altera a osmolalidade, consequentemente é necessária maior quantidade de água para que o pH sanguíneo seja mantido e garanta a homeostase, assim como a atuação da ADH, que é liberado na corrente atuando sobre os rins aumentando a reabsorção de água pelos túbulos distais e proximais. Além disso, outro sistema regula a retenção, dilatação e constrição dos vasos: é o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) (Figura 2).

Figura 2. Funcionamento e estimulação de renina-angiotensina-aldosterona (SRAA)

evidenciando suas funções em nível de HAS.

SNS SRAA Renina Aldosterona Reabsorção de água e sódio Angiotensinogenio II • Vasoconstrição Angiotensinogenio I Angiotensinogenio

+

+

+

Fonte: elaborado pelos autores.

Atualmente a Sociedade Brasileira de Cardiologia classifica a hipertensão arterial com base nos parâmetros descritos na Tabela 1.

Tabela 1. Classificação de P.A de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.