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Uma das estratégias empregadas foi a visita às bibliotecas escolares da própria rede, como é possível constatar na foto 13. A dinâmica da visita consistia basicamente em dois aspectos: apresentação do diretor, supervisor e do espaço escolar, depois o grupo era levado à biblioteca e o PROB apresentava aos demais colegas a dinâmica utilizada para mediar a leitura ali. Antes da visita nas escolas, enviava as orientações por escrito, depois eu ia até a escola conversava com a direção, supervisão e o PROB, a fim de dirimir qualquer dúvida que pudesse existir.

Em 2004, além da permanência da contação de histórias no início de cada encontro, aproximadamente 10% dos professores apresentaram seus trabalhos para os demais. Houve sugestões e troca de procedimentos. Era uma maneira de valorizar a construção de conhecimento do grupo. O professor não era apenas um reprodutor de práticas pedagógicas alheias, mas

ele também construía conhecimento.

O aprender não estava dissociado do fazer do profissional da educação, conforme Arena (1999, p.5) argumenta:

Mas aprender com o trabalho e no trabalho é o núcleo do processo educativo do trabalhador intelectual. Esse aprender torna-se ação indissolúvel do seu próprio fazer. Trabalhador intelectual que é, o professor, ao receber ordens para fazer e cumprir, tem desrespeitada a natureza de seu trabalho que privilegia o pensar, o refletir, o opor-se, o convencer-se, o tomar decisões.

No mês de setembro, foram selecionados em média 12 professores do PROB para expor aos colegas o trabalho que vinham realizando com a leitura na escola. Era a concretização do professor aprende com professor.

4.12.3 Encontros de BE do município de Londrina

De 2002 a 2004, além dos cursos mensais, organizei uma vez por ano, o evento Encontro de Bibliotecas Escolares da Rede Municipal de Londrina, cujas discussões estavam no âmbito da leitura, literatura, biblioteca escolar, entre outros aspectos. Nesses encontros, ocorridos geralmente em julho, participavam os professores regentes de oficina de biblioteca e os supervisores pedagógicos das escolas, além de funcionários de outros departamentos, como por exemplo, da BPM e assessores técnico-pedagógicos da SME. Era objetivo, desde o princípio, formar o professor e o supervisor pedagógico conjuntamente. Esses dois agentes seriam peças fundamentais no desenrolar das atividades de fomento à leitura na escola. O supervisor, em contato com os demais professores da escola, seria uma voz a mais para disseminar a idéia da mediação da leitura por meio da biblioteca da escola. Só a ação do professor regente de oficina de biblioteca era insuficiente para provocar mudanças numa estrutura há muito arraigada na Rede Municipal. Neste caso, era preciso aliar o máximo possível de parceiros nessa jornada e o supervisor era um deles. Fomos informados, pouco a pouco, pelos professores da mudança na maneira de tratar o trabalho realizado na biblioteca da escola pela parte administrativa e pedagógica da escola.

medida que os supervisores e diretores foram acreditando na proposta do projeto, pois a escola estava mais aberta às mudanças propostas e, assim, oferecia menos resistência ao trabalho do professor. Na verdade, a escola passou a compreender melhor a função da leitura e a importância da biblioteca, tanto para o processo de formação de leitores quanto na formação geral dos alunos.

Durante os três anos de realização dos Encontros, planejei a seguinte programação:

Quadro 5 - Cursos dos Encontros Municipais de BE Ano Temática do

encontro Palestra Palestrante Instituição

A importância da leitura e o valor da literatura para a formação da criança e do

jovem Neuza Ceciliato de Carvalho UEL /Letras

2002 Biblioteca escolar:

veredas do conhecimento

Pesquisa na escola: o

ideal, o real e o possível Oswaldo Francisco de Almeida Júnior

UEL/ Ciência da Informação Fragmentos da História da

Arte Olélia Oricolli de Oliveira PML/SME

Espaços de leitura na

Biblioteca Escolar Sueli Bortolin UEL/ Ciência

da Informação

A literatura e a construção

do pensamento infantil Cleide Vitor Mussini Batista SME/UEL 2003 Biblioteca escolar:

leitura, informação e cidadania

Ler o gesto mais livre e

gostoso da vida Wagner Costa

Autor de livro infantil

Contrapontos entre a

cultura oral e a escrita Frederico Augusto Garcia

Fernandes UEL/Letras

Você é voz Domingos Pellegrini Escritor

2004 Biblioteca escolar:

leitura e literatura

Ser leitor no século XXI

Dagoberto Buim Arena UNESP/ Marília

Desde o início, buscava um programa de formação que pudesse confrontar visões a respeito da mediação de leitura na escola, principalmente, por meio da biblioteca da escola. Assim, era necessário proporcionar momentos que os professores e os supervisores entrassem em

contato com idéias que viessem de outras instituições, que levassem o professor à reflexão, ao questionamento daquilo que estávamos realizando.

4.12.4 Bibliotecas Escolares da Rede Municipal: intervenção arquitetônica e pedagógica no espaço

Após as várias intervenções, os cursos e trabalho em conjunto com os demais órgãos da PML, pouco a pouco, a biblioteca escolar da Rede Municipal foi transformando a sua concepção arquitetônica e pedagógica. Além disso, o trabalho em conjunto com o Setor de Compras e com o Setor de Arquitetura auxiliou a efetivar as mudanças necessárias na arquitetura e mobília indicadas para a BE.

A reestruturação das BEs pode ser vista sob dois ângulos, de um lado, as escolas que reaproveitaram um espaço já existente e montaram a biblioteca; de outro, bibliotecas que passaram por reformas. Além disso, a partir do trabalho em conjunto com o Setor de Compras e Setor de Obras (cf. Apêndice F), cada escola reformada tinha em seu projeto a reforma ou construção da biblioteca.

Cada prefeitura tem as cores padrão para seus prédios; em Londrina não era diferente, no entanto, a cor destinada para a biblioteca era o cinza e o branco. Busquei incluir outras cores na pintura da BE. A resposta foi negativa a princípio, mas depois, com o apoio da arquiteta responsável, foram incorporadas outras cores ao espaço destinado à biblioteca.

A seguir, algumas imagens de reestruturação realizadas em escolas municipais:

4.12.5 Passo a passo: vida nova à biblioteca da E. M. Eurides Cunha

Em 2002, ao visitar a Escola Municipal Eurides Cunha, encontrei um espaço improvisado para a biblioteca. Na verdade, a escola utilizava um espaço de aproximadamente de 3m x 2m com múltiplas funções: biblioteca, sala para materiais pedagógicos etc.