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O Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento Tecnológico (RHAE)

De qualquer forma,

2.4 AÇÕES DE FOMENTO PARA PESQUISA E INOVAÇÃO

2.4.2 O Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento Tecnológico (RHAE)

Inicialmente denominado Recursos Humanos para Áreas Estratégicas, o RHAE foi criado em 1987 com gestão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O Programa foi resultado de um incremento aproximado de 25% sobre o orçamento de bolsas do CNPq em 1988 e permitiu ao Sistema implementar um conjunto de atividades à conta de Bolsas de Fomento Tecnológico (FINEP, 2002).

Para a FINEP (2002), durante a década de 1990, o Programa RHAE foi reconhecido pela sua linha de ação em apoio à integração entre universidades e empresas. Nesse período, focalizou sua ação no apoio a projetos voltados para:

a) O desenvolvimento de produtos, processos e serviços que possibilitassem a introdução de inovações e a modernização tecnológica das empresas.

b) A ampliação, o aperfeiçoamento e a consolidação da infraestrutura de serviços tecnológicos no País.

c) A capacitação tecnológica integrada e complementar às ações estimuladas por outros programas desenvolvidos pelo Governo Federal, através do MCT (FINEP, 2002).

A partir de 1997, o Programa passou a ser denominado Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento Tecnológico, e a gestão ficou a cargo do CNPq. Além disso, as ações passaram a ser realizadas por meio de editais regulares, de 2002 a 2006, o programa passa a ser chamado de RHAE – Inovação (PROGRAMA RHAE, 2011).

O RHAE foi executado em várias fases: Quadro 4: O RHAE e suas fases

Fases Foco

I De 1988 a 1990 “Áreas Estratégicas” do MCT – Biotecnologia, Química Fina, Mecânica de Precisão, Novos Materiais, Informática e Microeletrônica

II De 1990 a 1997 Ampliação do Programa passando a contemplar também Geociências e Tecnologia Mineral, Energia, Meio Ambiente e Tecnologia Industrial Básica III Início em 1997 Por decisão do MCT, o Programa

RHAE é transferido para a Gestão do CNPq e passa a operar segundo outra lógica, compreendendo duas classes de atividades: i) Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia, com vistas à Inovação Tecnológica e Aprimoramento de Produtos, Processos e Serviços; e ii) Ampliação, Aperfeiçoamento e

Fases Foco

Consolidação da Infraestrutura de Serviços Tecnológicos. As ações passaram a ser realizadas por meio de editais regulares

IV De 2002 a 2006 O programa passa a ser denominado de RHAE - Inovação. Com o objetivo de atender a demanda de empresas brasileiras em relação ao engajamento e a capacitação tecnológica de recursos humanos necessários às suas atividades de P&D, visando a melhoria das condições de competitividade nos mercados externo e interno

V A partir de 2007 O programa passa a ser denominado de RHAE – Pesquisador na Empresa.

O eventual desenvolvimento, ou melhoria, de um produto ou processo, aliado a possibilidade de inserção de pesquisadores em atividades de P&D dentro das empresas, sintetizam a ideia do programa

Fonte: Adaptado de FINEP (2002) e PROGRAMA RHAE (2011)

Pelo Quadro 4, percebe-se que o programa RHAE, ao longo do tempo sofreu diversas evoluções, seja para ampliar a gama de áreas atendidas ou para mudar o foco para o tipo de política de fomento.

O RHAE representou o reconhecimento do Sistema Nacional de Ciência & Tecnologia da necessidade de implementação de processos voltados para a capacitação tecnológica de Recursos Humanos em apoio ao desenvolvimento tecnológico nacional (FINEP, 2002).

Ele utiliza um conjunto de modalidades de bolsas de Fomento Tecnológico, especialmente criado para agregar pessoal altamente qualificado em atividades de P&D nas empresas, além de formar e capacitar recursos humanos que atuem em projetos de pesquisa aplicada ou de desenvolvimento tecnológico (PROGRAMA RHAE, 2011).

Através do Programa proporciona-se a criação de um ambiente mais propício à inovação tecnológica nas principais Universidades e Centros de Pesquisa do país, envolvidos em projetos de cooperação com empresas (FINEP, 2002).

Além disso, o programa busca construir uma ponte entre a academia e o setor privado para que o conhecimento obtido na universidade não fique restrito ao setor acadêmico, mas possa ser empregado em algo que gere valor agregado ao produto e contribua para o desenvolvimento tecnológico do país. Os projetos contemplados contam com até dois anos de bolsas para mestres e doutores, podendo ser acompanhados por graduados, alunos de graduação, Pesquisador/Consultor Visitante e Apoio Técnico (PROGRAMA RHAE, 2011).

Na opinião de Silva (2005), por meio de projetos, apresentados pelas empresas de suas necessidades e algumas vezes em parceria com instituições de ensino e pesquisa, são selecionados os profissionais (bolsistas) que podem melhor atender às necessidades da empresa.

Para o autor:

[...] esses bolsistas que atuam na empresa em conjunto com os colaboradores, podem contribuir para a melhoria de um processo ou de um produto. Além de que, ressalta-se que a experiência adquirida e partilhada fica na empresa, através dos colaboradores que participaram e darão continuidade no projeto ou pela agregação do bolsista ao quadro de funcionários (SILVA, 2005, p. 49).

Em 2007, passa a denominar-se RHAE – Pesquisador na Empresa, objetivando apoiar as atividades de pesquisa tecnológica e de inovação, por meio da inserção de mestres ou doutores, em empresas de micro, pequeno e médio porte, atendendo aos objetivos do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional e as prioridades da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).

Em sua versão atual, o RHAE incentiva a formação de equipes de pesquisa e desenvolvimento dentro das empresas. Os projetos contemplados contam com ate dois anos de bolsas para mestres e doutores, que podem ser acompanhados por graduados, graduandos, pesquisadores, consultores visitante e pessoal para apoio técnico. Para as empresas se oferece a oportunidade de contar com recursos humanos especializados para viabilizar atividades de PD&I, sem necessariamente onerar sua folha de pagamento.

Resumindo, estas são as ações propostas pelo Programa: promover a inserção de pesquisadores nas empresas, funcionar como

uma ferramenta de fomento, apoiar a capacitação de pessoas nas áreas que envolvem tecnologia e inovação e fornecer ao setor produtivo um instrumento de aproximação entre a pesquisa cientifica e tecnológica e o setor empresarial (RHAE – PESQUISADOR NA EMPRESA, 2007).

O CNPq espera que na execução de cada projeto, a concepção de que “pesquisa é ônus” evoluam para a constatação de que “pesquisa é investimento” (PROGRAMA RHAE – PESQUISADOR NA EMPRESA, 2011).

No quadro a seguir vizualiza-se a evolução do programa tratando- se de recursos a partir de 2007.

Quadro 5: RHAE – Pesquisador na Empresa

RHAE – Pesquisador na empresa

Edital

Recursos (milhões de

R$)

Projetos e Bolsas UFSC

2007 20 131 projetos: 93 doutores, 112 mestres, 96 graduados e 84 graduandos 3 doutores e 16 mestres 2008 26 172 projetos: 130 doutores, 182 mestres, 155 graduados e 223 graduandos 4 doutores e 11 mestres 2009 30 86 projetos: 112 doutores, 166 mestres, 180 graduados e 152 graduando, 11 especialistas visitantes 2 doutores e 14 mestres Fonte: Entrevistado 4 (CNPq, 2012)

Pelo Quadro 5 observa-se a evolução do RHAE em valores e em participações de mestres e de doutores no Programa. Em 2007, o RHAE disponibilizou R$ 20 milhões em projetos de até R$ 300 mil em bolsas. Foram 131 projetos contemplados, dos quais, 93 doutores e 112 mestres. Em 2008, o programa disponibilizou R$ 26 milhões em projetos de até R$ 300 mil em bolsas. Foram 172 projetos contemplados, dos quais 130 doutores e 182 mestres. Em 2009, o valor chegou a R$ 30 milhões em projeto. Foram 186 projetos contemplados, dos quais, 112 doutores e 166 mestres (CNPq, 2011a).

2.4.3 O Empreendedorismo na promoção da pesquisa e inovação