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PARTE II A POLÍTICA DE PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS

5. OBJECTIVOS E INSTRUMENTOS DA POLÍTICA FLORESTAL

5.3. Programas de financiamento comunitários e nacionais

No referente aos financiamentos de origem comunitária, incluídos no III Quadro Comunitário de Apoio 2000-2006, há a considerar três programas/fundos principais: o AGRIS, o AGRO e o RURIS (Tabela 6).

As autarquias, no âmbito dos incêndios florestais prevenção e combate, habitual e preferencialmente candidatam-se ao Programa AGRIS - Acção n.º 3, compreendendo às seguintes sub-acções: instalação de organizações de produtores florestais; apoio à constituição e instalação de prestadores de serviços florestais; ajuda na prestação de serviços florestais; prevenção de riscos provocados por agentes bióticos e abióticos e valorização e conservação dos espaços florestais de interesse público.

No mesmo campo e à escala nacional, segundo o previsto na Lei de Bases da Política Florestal, é aprovado o Fundo Florestal Permanente através do Decreto-Lei n.º 63/2004, de 22/03, criado junto do Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas, destinado a apoiar na prevenção e protecção da floresta contra incêndios, a promover o ordenamento e gestão florestal, a incentivar as funções ecológicas, sociais e culturais dos espaços florestais e a criar novos instrumentos para a defesa e sustentabilidade da floresta.

A propósito dos instrumentos financeiros, é de referir, a suspensão, por restrições de fundos comunitários, da Medida 3 do Programa AGRO, pelo Ministério da Agricultura (Portaria n.º 953/2006, publicada a 12 de Setembro), geradora de grande descontentamento na FPFP. Esta Medida apoiava projectos de limpeza e reflorestação e contemplava cinco acções: ajuda à silvicultura; restabelecimento do potencial de produção; apoio à produção de plantas e sementes; colheita,

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transformação e comercialização de cortiça; exploração, comercialização e transformação de material lenhoso e gema de pinheiro.

Mais recentemente, a Lei de Bases da Política Florestal torna obrigatória a criação de um fundo público de cariz florestal, designadamente um sistema bonificado de crédito florestal, o estabelecimento de um sistema de seguros9 de custo acessível e a previsão de incentivos fiscais. Porém, estas medidas demoram a ser implementadas. Em concreto, o Ministério da Agricultura, em cooperação com o IFADAP, apoia a gestão florestal sustentável que incorpora, no seu campo de intervenção, as seguintes áreas com incentivos financeiros: prevenção e protecção da floresta contra incêndios (área prioritária); promoção do ordenamento e gestão florestal (área prioritária); apoio à reestruturação fundiária, emparcelamento e aquisição de terras; promoção de sistemas de gestão florestal sustentável e certificação; ajuda a acções específicas de investigação aplicada, demonstração e experimentação.

Estes apoios são concedidos sob a forma de subsídios não reembolsáveis. Contudo, muitas vozes levantam-se para dizer que é desejável que as referidas medidas revistam o carácter transitório, apostando-se a médio/longo prazo na criação de condições legais e operacionais promotoras da atractividade e sustentabilidade económica do sector, que suprimam ou abrandem os factores de dependência em relação ao financiamento público.

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E, relativamente aos seguros, importa dizer que, se excluirmos as explorações florestais ligadas à indústria de celulose, poucos são os silvicultores que têm possibilidade de aderir à contratação de seguros de incêndio agrícola, face aos condicionalismos envolvidos nos factores de subscrição. Por outro lado, as circunstâncias em que acontece a gestão da floresta, a acessibilidade desta e os meios de prevenção disponíveis tornam os custos do seguro, quando este é exequível, bastante elevados. A Federação dos Produtores Florestais de Portugal (FPFP) defende a implementação de um sistema de seguros de custo acessível, pois, perante uma actividade económica caracterizada por uma grande incerteza quanto ao seu retorno, considera que «os seguros florestais podem vir a ser uma solução justa de partilha do

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DESIGNAÇÃO ÂMBITO OBJECTIVOS BENEFICIÁRIOS FINANCIAMENTOS

PROGRAMAS OPERACIONAIS DE AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL: (Decreto-Lei n.º 163- A/2000, de 27 de Julho) 10

Estas medidas inserem- se numa estratégia de desenvolvimento agrícola e florestal. Englobam um conjunto diversificado de apoios que visam incentivar uma sólida aliança entre a agricultura, enquanto actividade produtiva moderna e competitiva e o desenvolvimento sustentável dos territórios rurais nas vertentes ambiental, económica e social, no período 2000 a 2006.

Estes programas integram dois eixos prioritários, a que correspondem os seguintes objectivos gerais: Eixo 1: - Melhorar a competitividade agro- florestal e a sustentabilidade rural. Eixo 2: - Reforçar o potencial humano e os serviços à agricultura e zonas rurais.

- Reforçar a

competitividade económica das actividades e fileiras produtivas agro-florestais, salvaguardando os valores ambientais e a coesão económica e social. Múltiplos, consoante o tipo de medidas em promoção. Integrada nos respectivos eixos prioritários, correspondentes ao conjunto de intervenções sectoriais, figurará uma Medida de apoio à Agricultura e Desenvolvimento Rural, desdobrada em diversas acções e respectivas sub- acções. São financiamentos de origem comunitária, incluídos no III Quadro Comunitário de Apoio 2000-2006.

O IFADAP intervém nesta medida através da

contratação, entre beneficiários e este Instituto. É quem procede à atribuição das ajudas e respectivos pagamentos. A entidade responsável pela sua gestão é o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

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Acções: - Diversificação da Pequena Agricultura, Desenvolvimento dos Produtos de Qualidade, Gestão Sustentável e Estabilidade Ecológica das Florestas, Serviços à Agricultura, Gestão de Recursos Hídricos e Emparcelamento, Caminhos e Electrificação Rurais, Valorização do Ambiente e do Património Rural e Dinamização do Desenvolvimento Agro-Florestal Rural.

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DESIGNAÇÃO ÂMBITO OBJECTIVOS BENEFICIÁRIOS FINANCIAMENTOS

11 Objectivos específicos: - Incentivo à multifuncionalidade das explorações agrícolas, compensando-as pela prestação de serviços de carácter agro-ambiental ou outros de interesse colectivo, e contribuindo assim para a sua

diversificação interna e viabilidade económica. - Promoção da qualidade e da inovação da produção agro-florestal e agro-rural, com vista a obter um crescimento sustentado da produtividade e a responder eficazmente às novas exigências dos consumidores em matéria de qualidade e de segurança alimentar. 11

Acções: Modernização, Reconversão e Diversificação das Explorações Agrícolas, Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas, Desenvolvimento Sustentável das Florestas, Gestão e Infra-Estruturas Hidro-Agrícolas, Prevenção e Restabelecimento do Potencial de Produção Agrícola, Engenharia Financeira, Formação Profissional, Desenvolvimento Tecnológico e Demonstração, Infra-Estruturas Formativas e Tecnológicas e

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DESIGNAÇÃO ÂMBITO OBJECTIVOS BENEFICIÁRIOS FINANCIAMENTOS

- Valorização do potencial específico dos vários territórios rurais e apoio ao seu desenvolvimento e diversificação económica. - Melhoria das condições de vida e de trabalho dos agricultores e das

populações rurais, através do seu rejuvenescimento e qualificação, da promoção do emprego, da igualdade de oportunidades, da defesa dos rendimentos e da garantia de acesso aos recursos e serviços

essenciais ao

desenvolvimento humano. - Reforço da organização, associação e iniciativa dos agricultores, nas vertentes socioeconómica e socioprofissional e dos demais agentes do desenvolvimento rural, considerando-os protagonistas e parceiros de primeira importância na definição e concretização

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da nova estratégia de desenvolvimento. PLANO DE DESENVOLVIMENTO RURAL (Decreto-Lei n.º 8/2001, de 22 de Janeiro)

O Plano de Desenvolvimento Rural, abreviadamente denominado RURIS, através das suas quatro intervenções Medidas Agro-ambientais, Indemnizações Compensatórias, Florestação de Terras Agrícolas e Reforma Antecipada, contribui de forma directa para a prossecução do objectivo estratégico da política agrícola e de desenvolvimento rural de promoção de uma agricultura competitiva, em aliança com o desenvolvimento rural sustentável. - Promover a expansão florestal em terras agrícolas com arborizações de qualidade e ambientalmente bem adaptadas. - Aumentar a diversidade e oferta de madeiras de qualidade, cortiça e outros produtos não lenhosos. - Contribuir para a reabilitação de terras degradadas e para a mitigação dos efeitos da desertificação, favorecendo a recuperação da fertilidade dos solos e a regularização dos recursos hidrológicos. - Promover a diversificação de actividades nas explorações agrícolas, reforçando a sua multifuncionalidade. - Introduzir benefícios sócio-económicos no meio São financiamentos de origem comunitária, incluídos no III Quadro Comunitário de Apoio 2000-2006.

O IFADAP intervém nesta medida através da contratação, entre beneficiários. É este Instituto quem procede à atribuição das ajudas e respectivos pagamentos. A entidade responsável pela sua gestão é o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

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rural.

FUNDO FLORESTAL PERMANENTE

(Decreto-Lei n.º 63/2004, de 22/03)

Foi criado segundo o previsto na Lei de Bases da Política Florestal para a prevenção e protecção da floresta contra incêndios; promoção do ordenamento e gestão florestal; bem como de funções ecológicas, sociais e culturais dos espaços florestais e criação de novos instrumentos para a defesa e sustentabilidade da floresta.

- Promover, através dos incentivos adequados, o investimento, gestão e ordenamento florestais, nas suas distintas valências, incluindo a valorização e expansão do património florestal, e apoiar os respectivos instrumentos de ordenamento e gestão. - Apoiar as acções de prevenção dos fogos florestais. - Instituir mecanismos financeiros destinados a viabilizar modelos sustentáveis de silvicultura e acções de reestruturação fundiária, emparcelamento e aquisição de terra. - Financiar acções específicas de investigação aplicada, demonstração e experimentação. - As autarquias locais e associações intermunicipais. - As organizações de produtores florestais, os grupos de baldios. - A DGRF. - Outros concedidos mediante a celebração de protocolos (ex. para a criação de ZIF).

O programa de apoios financeiros a conceder pelo Fundo e o respectivo regulamento, será aprovado pelo Ministro da Agricultura,

Desenvolvimento Rural e das Pescas, ouvida a Autoridade Florestal Nacional.

Os apoios financeiros a conceder pelo Fundo podem revestir as formas

de subsídios, reembolsáveis ou não reembolsáveis, de linhas de crédito, bonificados ou não bonificados, de bonificação de prémios de seguros florestais e de garantias. Compete ao Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas a análise processual das candidaturas

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DESIGNAÇÃO ÂMBITO OBJECTIVOS BENEFICIÁRIOS FINANCIAMENTOS

- Valorizar e promover as funções ecológicas, sociais e culturais dos espaços florestais e apoiar a prestação de serviços

ambientais e de

conservação dos recursos naturais.

- Desenvolver outras acções e criar instrumentos adicionais que contribuam para a defesa e sustentabilidade da floresta portuguesa.

e à DGRF a respectiva análise técnica, nos termos a protocolar

entre as duas entidades.

O montante de apoio financeiro a conceder pelo FFP não pode

exceder o limite de 200 000 euros anuais por entidade proponente, quando não se trate de

organismo da

administração pública central e autárquica, independentemente do número de candidaturas e das áreas de apoio apresentadas.

Fonte:Elaboração própria.

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5.4. OS MUNICÍPIOS E A PREVENÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS