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A última atualização do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Química ocorreu no ano de 2005. Fato que, inicialmente, já nos demonstra a disparidade temporal entre sua reformulação e as exigências legais que estão em vigor atualmente.

Nesse sentido, esse aspecto leva-nos a entender que, ou há uma lacuna formativa no referido curso em relação à época em que fora reformulado o seu PPC e o momento atual ao levarmos em consideração as mudanças sociais e tecnológicas empreendidas no decorrer desse período de 14 anos (em relação a 2019), ou, por outro lado, o processo de reconfiguração da citada licenciatura está sendo empreendida à revelia das bases legais e formais. Na parte introdutória do documento é apresentada uma explanação geral a respeito da Química e também encontramos uma informação referente à necessidade de mudança, esta se observa por meio do PPC que versa sobre – naquele período – a égide impositiva da lei e do processo crescente de alteração das relações humanas em contexto global.

Assim sendo, o curso de Química da UFRN, frente aos seus trinta e cinco anos, suportado por um Departamento mais experiente e qualificado, sente a necessidade de mudar. Mudar não somente pela imposição da lei e do processo de globalização, mas, sobretudo, visando gerar um profissional de Química que se distinga pela aptidão em colocar e tratar problema e que com base nos princípios organizacionais saiba melhor correlacionar e interpretar o saber a fim de lhes dar maior sentido, ou seja, formar profissionais de Química cuja preparação corresponda aos anseios da sociedade moderna (PPC/QUÍMICA, 2005, p. 3).

Na citação acima o documento afirma da necessidade de mudar, não só por “imposição da lei e do processo de globalização”, mas será que essa reformulação só ocorreu por força da norma? A segunda parte deste trecho inicial do PPC sugere a formação de um profissional articulado às necessidades da sociedade. Para além das vigentes normativas não contempladas neste documento pela antecedência do tempo, obviamente que, com as mudanças tecnológicas, sociais e econômicas – acentuadas com maior intensidade nos últimos anos –, é crível se pensar que os tais anseios da sociedade não são mais exatamente os mesmos do ano referente à última atualização deste PPC. Portanto, cabe-nos indagar também: os discentes, ora em processo formativo neste curso estão ou não diante de uma preparação acadêmica e técnica com vista à suas respectivas profissionalizações e entrada no mundo do trabalho de modo adequado às demandas desse novo período contemporâneo? Se for com base no PPC em vigor deste referido curso, podemos entender que há uma distorção entre o momento atual e a configuração deste documento à sua época, pois, o Projeto Pedagógico de Curso deve ser um documento inacabado, revisado periodicamente.

Prosseguindo na leitura do citado Projeto, a seção que trata do histórico do curso traz informações referentes à criação do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – criado pelo Decreto n°62.091 de 09/01/1968 com seu primeiro corpo docente constituído por seis professores, todos graduados em Ciências Farmacêuticas. Dois anos após a criação do Instituto realizou-se o primeiro vestibular para o curso de Química no qual foram aprovados vinte alunos. Em 1974 foi criado o Plano Institucional de Capacitação Docente das Universidades brasileiras – PICD – oportunizando a diversos professores do Departamento de Química a obtenção de seus cursos de Mestrado e Doutorado em Centros de Pós-Graduação no país e no exterior.

O início da década de 80 foi bastante auspiciosa face ao retorno de vários professores já pós-graduados e à aquisição de razoável acervo de equipamentos através do programa PREMESU/MEC e outros programas. Estes dois fatos foram marcantes para a Química da UFRN, não somente porque alavancaram o desenvolvimento de inúmeros projetos de pesquisa em diferentes linhas de trabalho, mas, também por melhorarem visivelmente as suas atividades de ensino e extensão (PPC/QUÍMICA, 2005, p. 4).

O desenvolvimento acadêmico em sentido qualificativo do citado curso nos mostra que a qualificação docente foi imperiosa para que este processo pudesse ocorrer. Notamos, segundo o PPC/Química, a partir dos anos de 1980 a triangulação acadêmica do ensino/pesquisa/extensão passou a entrar na formação discente, possibilitando melhores condições técnicas e pedagógicas na formação discente. Nas atualizações seguintes seria possível contar um pouco o desenvolvimento desses projetos de pesquisa, especialmente, bem como apontar a conjuntura de atualização acerca das informações sobre o corpo docente. Em razão da última atualização deste PPC ter ocorrido em 2005, não há como saber por meio dele, como se encontra no tempo atual (2019) entendermos a continuidade do desenvolvimento desta licenciatura, o que se mostra como uma contradição legal, visto que o registro oficial destas informações não está atualizado no PPC, demonstrando este aspecto somente até o ano de 2005, como veremos a seguir.

Atualmente (2005) o curso de Química é ministrado por um elenco de trinta e dois professores, todos pós-graduados sendo vinte e seis doutores e seis mestres. O corpo não docente é constituído de três assistentes em administração, três técnicos

de laboratórios, um auxiliar de laboratório e um servente de limpeza em efetivo exercício, todos em regime de 40h. Além de dois serventes de limpeza terceirizados e dois bolsistas, alunos do curso (PPC/QUÍMICA, 2005, p. 4).

Assim, podemos questionar, ao levarmos em consideração a importância legal de um Projeto Pedagógico de Curso de graduação: o atual corpo docente é o mesmo numericamente? O curso tem a mesma quantidade de servidores técnico- administrativos? Entre 2005 e 2019 inúmeras mudanças transcorreram não só no mundo, na sociedade, no país, mas na própria universidade pública, e, particularmente, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. No ano de 2007, o Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais, o REUNI, aumentou o número de alunos na Instituição o que provavelmente demandou mais espaço físico, maior necessidade de ampliação do corpo técnico-administrativo e, por conseguinte, de professores. E todas essas necessidades são requisitadas através das ações previstas no PPC. Como este documento na Licenciatura de Química/UFRN está desatualizado, se houve tais acréscimos desses profissionais, esse processo de expansão está ocorrendo na prática, mas não está registrado formalmente no seu PPC, o que revela um aspecto preocupante para a análise e entendimento dos processos de quantificação, estruturação e qualificação necessários ao andamento evolutivo do citado curso.

Ao voltarmos para o Projeto Pedagógico em questão, nele também encontramos, na seção ‘histórico’, informações referentes à extensão universitária. Embora atualmente as ações, referentes a este vértice do tripé acadêmico na UFRN, tenham o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas/SIGAA, desde o ano de 2007, para o registro das ações de extensão na UFRN, a desatualização do PPC/Química estabelece uma lacuna formal de como é pensado o processo de formação discente por meio do viés da extensão universitária, não constando assim, contemporaneamente, como formalmente esta citada licenciatura concebe a questão extensionista na formação discente.

A última atualização do PPC, aqui em foco, no ano de 2005, demonstra que “quanto às atividades de extensão, a Química da UFRN vem prestando diversas modalidades de serviço à comunidade”. O PPC se mostra um pouco vago ao afirmar que diversas modalidades de serviços eram empreendidas à época, no entanto, não se posta a detalhar com mais especificidade e os objetivos concebidos para que as ações

extensionista sejam desenvolvidas, alinhando-se como articulação formativa do seu corpo discente.

Prossegue o documento afirmando que através de convênios, o curso interage principalmente com segmentos dos setores empresarial e governamental na execução de projetos de pesquisa e prestação de serviços técnicos além do oferecimento de cursos de formação, atualização e aperfeiçoamento para professores do ensino fundamental e médio. A natureza conceitual de extensão, na UFRN, particularmente, mudou muito nos últimos 11 anos, bem como as percepções suas potencialidades para a formação discente de modo integral. A não atualização do PPC/Química nos leva a entender que existem defasagens consideráveis acerca destes entendimentos fundamentais nas ações de formação na graduação: seja por sua diretriz pedagógica e curricular, seja por questões avaliativas, seja por necessidade legal ou mesmo por definir um caminho focado no processo de formação dos graduandos de modo a atender a contingente demanda social e laboral que requisita os tempos contemporâneos em constante mudança. Neste contexto, continua o documento de 2005:

Neste sentido, é importante destacar nessas atividades a realização com sucesso dos projetos do programa de Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio de Matemática e Ciências (PROCIÊNCIA), a participação no PROBÁSICA DE CIÊNCIAS, bem como a execução de convênios com a PETROBRÁS – Petróleo Brasileiro AS e a Agência Nacional de Petróleo – ANP no desenvolvimento de cursos formadores de mão-de-obra qualificada (PPC/QUÍMICA, 2005, p.4).

Como o documento faz muito tempo que não é reformulado, não sabemos como sistematicamente se dá a configuração de novos projetos de formação continuada, por exemplo, para os egressos da referida licenciatura. Não sabemos se os convênios citados em 2005 ainda estão em vigor ou se já foram superados. Não temos as informações essenciais sobre parcerias ou novas diretrizes tomadas no sentido extensionista ou da pesquisa voltadas aos alunos do curso e que deveriam ser elencadas oficialmente pelo seu PPC. Não acreditamos que o curso tenha parado no tempo, e que sigam uma orientação pedagógica que fora pensada 14 anos atrás. O que nos leva a compreender que a formação discente na graduação aqui em questão esteja ocorrendo distante do registro oficialmente necessário exigido pela legislação vigente acerca do PPC. E, nesse sentido, demonstra-nos tal lacuna, que existe um descompasso

conceitualmente compreendido pelo curso quanto à importância do Projeto Pedagógico de Curso. De todo modo, é preocupante quaisquer destas possibilidades.

Ainda na seção ‘histórico’ do PPC/Química de 2005, encontramos algumas informações referentes à descrição da infraestrutura, pelas quais estão demonstradas que o curso funciona nas dependências do Centro de Ciências Exatas e da Terra com central analítica, laboratórios didáticos e de pesquisa, salas de aulas, anfiteatros equipados com sistemas de áudio e vídeo, secretaria, sala de estudo, salas de computadores todos ligados a internet, telefone/fax e oficina de hialotecnia. Podemos perguntar: não houve ampliação nos últimos anos? Para além da questão da expansão estrutural, o curso não se utiliza de novas tecnologias, novos equipamentos para o apoio ao processo de formação dos alunos da licenciatura, seja em pesquisa, ensino ou extensão? Com todo o processo de reconfiguração expansionista nas IES nos últimos anos, o citado curso não fora contemplado? Tais informações devem constar no PPC porque são importantes para o nível de entendimento quanto ao funcionamento pedagógico do curso, o que demonstra que tal ausência reformulativa se mostra como uma fragilidade formal e também funcional para a compreensão de como se encontra a formação discente deste curso nos tempos contemporâneos.

No contexto da justificativa do PPC, este contextualiza o fenômeno da “globalização e o grande avanço científico e tecnológico”, e afirma que diante desses fatores é possível que o estudante saia dos cursos de graduação com conhecimento já desatualizado e não suficientes para uma ação interativa e responsável na sociedade, seja como profissional, seja como cidadão. E com base nessas conjecturas justifica a necessidade de reformulação dos currículos de formação do Químico na UFRN dentro da visão e dos pressupostos das atuais Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação elaborada pela Secretaria de Ensino Superior – SESU – do Ministério da Educação MEC. O que nos parece contraditório às próprias premissas atestadas no documento e o fato de haver esta lacuna temporal em sua própria reformulação para o atendimento legal e documental, oficialmente concebidas dentro do próprio PPC, por suposto, em decorrência de sua não atualização de 2005 até os dias atuais.

O colegiado do curso designado para atualizar o PPC acredita que, com o desenvolvimento deste projeto formará um profissional melhor qualificado para atuar no âmbito do ensino fundamental e médio, seja em escolas públicas ou na sua própria

empresa. Enfatiza ainda que para ser implantado é preciso vontade institucional para que se criem condições para práticas novas e estabeleçam formas para um acompanhamento contínuo de professores e alunos. Portanto, confrontando este mesmo entendimento do citado colegiado, a não atualização do seu PPC se mostra como um implicativo destoamento entre a teoria defendida por este coletivo e a própria realidade quanto à ausência de reformulação do documento aqui em tela frente às exigências legais requisitadas aos cursos de graduação.

Quanto aos objetivos do referido projeto, em sua página 09, o objetivo geral assim está descrito: “reestruturar o curso de Química Licenciatura direcionado a formar profissionais com sólidos conhecimentos dos diversos ramos da Química”. Neste mesmo item, o documento assinala que é preciso que o curso tenha uma adequada formação pedagógica que permita uma atuação profissional como educador nos ensino fundamental e médio. Quanto aos aspectos normativos que versam sobre as reconfigurações dos cursos de graduação, mas, também em sentido educacional, houve várias mudanças entre 2005 e 2019. Em âmbito da UFRN, por exemplo, um PDI/UFRN foi feito (2010-2019) e nesta universidade já está em discussão o próximo que vigorará pelos 10 anos seguintes. E como sabemos, os objetivos do curso devem estar alinhados ao PDI e às Diretrizes Curriculares.

Podemos constatar que o curso de Licenciatura em Química, na UFRN, ao levarmos em consideração o seu documento pedagógico norteador, está atravessando um PDI inteiro da UFRN (2010-2019), de modo inadequado diante das reconfigurações que a própria Universidade empreendeu no último decênio. Mudanças quanto à Educação Básica também foram formatadas nos últimos anos, e, mesmo assim, oficialmente por meio do seu PPC, a licenciatura de Química não acompanhou as mudanças. Isto revela-nos que este artefato legal não está sendo, teoricamente, levado em consideração no processo formativo dos graduandos desta licenciatura, e isto, parece ser um indicativo que mostra a fragilidade quanto à desatualização pedagógica que legalmente ainda persiste.

Ao continuarmos na análise do PPC da Licenciatura de Química da UFRN, ora em vigor, o seu citado Projeto detalha as bases metodológicas nas quais se ancora o seu processo formativo. Segundo este serão utilizadas aulas expositivas, aulas práticas,

seminários, palestras e estágios. Continuando, este documento revela-nos que “as aulas expositivas podem assumir duas configurações didáticas”:

1. Exposição dogmática, na qual o tema abordado não pode ser contestado, mas simplesmente assimilado; 2. Exposição aberta, na qual o tema apresentado pelo professor induz a participação da classe, com isto podendo haver, contestação, debate, discussão, quando oportuno e necessário (PPC/QUÍMICA, 2005, p. 108).

Por outro lado, o texto afirma que os recursos pedagógicos estão compostos por: instrumentos do espaço virtual, e-mail, bate-papo eletrônico, vídeo-conferência e outros materiais didáticos específicos como livros, manuais, transparências, slides e equipamentos de processamento de dados disponíveis nos laboratórios de Química, Anfiteatros, salas de estudo e sala de computação. Entendemos que nos últimos anos muitos recursos tecnológicos foram desenvolvidos, como aplicativos, redes sociais mais ágeis, sistemas integrados (no âmbito da UFRN), e, assim, diante de tais transformações, o documento de 2005 não apresenta outras possibilidades quanto aos recursos pedagógicos possíveis de utilização na formação discente em virtude da época em comparação com o tempo atual (2019). A não atualização do PPC aqui em discussão nos sugere que também nesta seara existem lacunas que precisam ser preenchidas a partir de um processo de reformulação que atenda a legislação atual e as mudanças sociais em decurso, o que nos indica fragilidades expostas oficialmente nesta Licenciatura quanto ao PPC.

Seguindo essas questões referentes aos direcionamentos pedagógicos elencados no PPC em vigor, o estágio integra a metodologia e no Presente Projeto Pedagógico está regulamentada com base na Lei n° 6494/1977 que dispõe sobre os estágios de estudantes de estabelecimentos de Ensino Superior e de ensino profissionalizante do 2º grau e supletivo e dá outras providências, esta revogada pela Lei 11.788, de 25 de Setembro de 2008 que dispõe sobre esta atividade acadêmica. No curso são oferecidas atividades curriculares extra-classe, tais como programa de iniciação científica com bolsas do CNPQ e atividades de monitoria. Atualmente é exigido de acordo com o Regulamento dos Cursos de Graduação 5% da carga horária total do curso, porém para as Licenciaturas em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais são 200h.

Como exemplo que se mostra no PPC aqui em discussão, diante de seu longo período sem atualização, está a falta de notificação neste documento sobre o Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), que segundo o Ministério da Educação, este programa oferece bolsas de iniciação à docência aos alunos de cursos presenciais que se dediquem ao estágio nas escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício do magistério na rede pública. O objetivo é antecipar o vínculo entre os futuros mestres e as salas de aula da rede pública. Com essa iniciativa, o PIBID faz uma articulação entre a Educação Superior (por meio das licenciaturas), a escola e os sistemas estaduais e municipais. Como este Programa existe desde 2007, o PPC não o menciona, e provoca outra ponta de frágil referenciação em seu texto formal.

Ao prosseguirmos analisando o Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Química da UFRN, adentramos na seção que trata da questão da avaliação. Neste quesito o citado projeto apresenta-nos três modalidades de avaliação lá descritas, quais sejam:

Avaliação diagnóstico – detectar presença ou ausência de habilidades. Avaliação formativa – tem por objeto informar o professor e aluno quanto ao resultado da aprendizagem durante o desenvolvimento das atividades relativas ao curso. Avaliação somativa – classificar os alunos ao final do curso ministrado segundo índices de aproveitamento pré-estabelecidos (PPC/QUÍMICA, 2005, P. 114).

Nesse sentido, segundo o referido documento, os resultados advindos do processo avaliativo devem ser utilizados na redefinição dos objetivos pedagógicos, didáticos e científicos, através de uma adequação dinâmica e sistemática, cujo objeto será fornecer ao corpo discente uma formação de qualidade. Assim o próprio PPC de 2005 afirma ser esta questão como um “instrumento de avaliação da qualidade”. A sua falta de atualização desde 2005 deste PPC nos demonstra que – por meio de reformulação oficial, que deve estar presente em um Projeto Pedagógico de Curso, de modo periódico e ser posto como documento prioritário quanto ao norteamento do trabalho docente –, há certa contradição entre o documento e o seu uso teórico na prática, pois, essa lacuna temporal e legal em relação à sua não reformulação, destoando do sentido de “adequação dinâmica e sistemática” resultante do processo de avaliação. Ou seja, o longo período de negligência quanto à atualização do mencionado Projeto Pedagógico, além do desacordo em relação às normativas em vigor, aponta-nos a estagnação presente quanto às reflexões referentes aos itens elencados no PPC de 2005.

Outro aspecto importante de refletirmos é a parte do PPC em tela que versa sobre a questão da ‘avaliação do próprio Projeto Pedagógico’ no qual nos debruçamos. Assim o PPC/Química (2005) afirma que se busca – no contexto do curso – o aprimoramento da trilogia ensino, pesquisa e extensão. Nesse sentido, o documento afirma que o curso busca mecanismos de autoavaliação, aos quais numa visão sistêmica, encontram-se integrados os cursos de graduação e de pós-graduação. A interpretação e o cruzamento dos dados coletados por aplicação anual de questionários munirão a coordenação do curso de Química com parâmetros relativos aos docentes, discentes, condições técnicas, perspectivas e condições pedagógicas.

A falta de atualização deste mesmo documento por um período de 14 anos não nos permite entender como esta questão avaliativa está ocorrendo em tempos atuais. Como está se dando a relação graduação/pós-graduação em tempos contemporâneos ou mesmo quais as metodologias avaliativas que estão ora em ação, ou seja, se ainda esse processo se dá por meio de questionários anuais ou se o próprio curso desenvolveu outras técnicas e tecnologias para constituir tais procedimentos aqui discutidos. Essa ausência implica em considerável insegurança formal para a compreensão de como está