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Proposição de registro dos reparos em SPHS com vistas à retroalimentação

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.3.1 Ferramentas auxiliares para uso do modelo de retroalimentação proposto

4.3.1.2 Proposição de registro dos reparos em SPHS com vistas à retroalimentação

Com relação às principais deficiências nos projetos dos SPHS identificadas na bibliografia (falta de detalhamentos, falha nas especificações de materiais, falta de compatibilização e soluções inexequíveis), os responsáveis pelo Setor de Projetos das construtoras B e C consideram que o grau de detalhes executivos são normalmente os maiores

entraves, levando a arranjos na fase de execução. A Construtora A, por sua vez, considera que os maiores geradores de problemas durante a obra estão relacionados às deficiências de compatibilização, resultando em soluções improvisadas durante a execução e refletindo em problemas de pós-ocupação.

Deficiência de detalhes executivos, problemas de compatibilização e comunicação entre os diversos projetos de um empreendimento geram pontos falhos durante execução, que serão identificados, possivelmente, na fase de uso, quando o problema já se apresenta de forma clara. Por isso, a importância de discutir com o projetista sobre mudanças necessárias nos procedimentos adotados com relação aos SPHS, sendo fundamental a participação destes nessas decisões, uma vez que são os principais agentes na concepção inicial do empreendimento.

Percebe-se que as construtoras podem explorar em maior grau o seu potencial de Gestão da Informação, se houver um processo de catalogação visando diretamente à retroalimentação, em que as causas e soluções para os reparos são registradas ou, por exemplo, os problemas são agrupados para facilitar a identificação da fase de produção na qual a patologia se originou. Assim, a melhoria da lógica de coleta de dados de Assistência Técnica pode aumentar a aprendizagem organizacional, ficando um registro permanente na empresa, não sendo perdidos, por exemplo, com a saída de um funcionário.

A proposta de registro trata de uma sistematização baseada na sugestão de Conceição (2007) (Figura 30), na qual foi feita uma listagem orientada de reparos nos SPHS que serviu para catalogação das patologias durante pesquisa de campo no estudo do referido autor. Foi feita uma adaptação classificando-se ainda por tipos de Sistemas Prediais envolvidos, colocando-se as causas do problema e as soluções encontradas, além da identificação da origem do reparo. A adaptação considerou também os termos dos SPHS presentes nas normas da ABNT: NBR 5626/1998; NBR 8160/1999 e NBR 10844/1989.

Figura 30 – Cabeçalho de planilha para vistoria de reparos ligados aos SPHS.

Fonte: adaptado de Conceição (2007).

Conceição (2007) sugere tabelas separadas de coleta por local do reparo, ou seja, uma tabela para cozinha, outra para banheiro, outra para área de serviço, etc. O referido autor

faz menção aos espaços de área comum e área privativa, separando as planilhas de acordo com estes grupos. Isso acontece porque o autor direciona essas planilhas para catalogação de problemas in loco, o que não é o caso aqui. Desse modo, a planilha é adaptada para ficar em um sistema digital no Setor de Assistência Técnica, de modo a facilitar a catalogação dos reparos nesse setor das construtoras.

A planilha proposta no presente trabalho apresenta as seguintes subdivisões: a) as manutenções foram divididas em duas grandes áreas do reparo: área privativa e

área comum, assim como sugerido por Conceição (2007);

b) dentro de cada área do reparo, foi feita a subdivisão por ambiente do reparo. Por exemplo, na área privativa foi feita a subdivisão pelos ambientes banheiro, cozinha, área de serviço e varanda; já na área comum, não houve subdivisão de ambientes;

c) dentro de cada ambiente, foi feita a subdivisão por SPHS. Por exemplo, no banheiro, foi feita a subdivisão pelo sistema de Esgoto e suprimento de Água Fria. Essa inclusão seguiu a indicação de Gnipper (2010) (exposta no item 2.1.2.1 do capítulo 2), que recomendou a catalogação de anomalias a partir de algum critério lógico, sendo o topológico por subsistema o mais recomendado;

d) dentro de cada SPHS, foi feita a subdivisão por aparelhos/equipamentos sanitários. Por exemplo, no sistema de suprimento de Água Fria do banheiro, foi feita a subdivisão pelos aparelhos/equipamentos: chuveiro, lavatório, ducha, bacia sanitária, banheira, registro de pressão/gaveta, ramais e conexões;

e) é possível o complemento da planilha com a determinação das patologias comuns em cada aparelho/equipamento sanitário, conforme resumido por Conceição (2007), como: vazamentos, pressões, ruídos e vibrações, entupimentos, defeito de fabricação ou instalação e retornos;

f) a partir dos reparos que normalmente são associados aos SPHS identificados na literatura (expostos no subitem 2.1.2.1 do capítulo 2), dentro de cada patologia, foi proposta a subdivisão por local da patologia.

g) em cada local da patologia, previu-se um espaço, conforme indicado por Gnipper (2010), como necessário nos registros em campo, para ser especificada a causa do problema, a fase de origem do problema e a solução adotada para servirem de elementos norteadores nas análises e proposição dos alertas de projeto;

i) por fim, foram adicionados os itens quantidade de ocorrências das manutenções e as porcentagens das mesmas.

Desse modo, pode ser possível a quantificação de reparos em cada SPHS, bem como a localização destes nas áreas e ambientes em que ocorreram. Ainda é possível ter a visualização dos reparos de cada edifício da empresa e fornecer à equipe de projeto um

feedback das falhas que estão sendo cometidas durante a produção de cada um de seus tipos

de projetos.

Considerando as patologias mais comuns dos SPHS (vazamentos, pressões, entupimentos, retornos de gases e espumas e defeitos de fabricação), o Apêndice C apresenta a proposta de planilha para registro lógico dos reparos ocorridos e realizados pelo Setor de Assistência Técnica das construtoras.

A Figura 31 apresenta a descrição genérica do cabeçalho e das subdivisões que a referida planilha contempla.

Figura 31 – Dados gerais para sistematização de coleta dos dados relativos aos reparos em SPHS realizados pelo Setor de Assistência Técnica de construtoras.

Fonte: autor.