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3. METODOLOGIA

3.3 Seleção das empresas para estudo

A amostragem das empresas de Construção Civil e escritórios de projetos de SPHS feita neste trabalho foi baseada nos dados de pesquisas de satisfação realizadas pelo GERCON/UFC.

Foram consideradas pesquisas de satisfação realizadas em 23 edifícios residenciais de quatro empresas diferentes da cidade de Fortaleza/Ce, entre os anos de 2007 e 2011. Nesse recorte, os números de empreendimentos foram diferenciados em cada uma das empresas consideradas (Quadro 3); adotando-se, assim, como valor geral de satisfação para cada serviço analisado, a média das notas dos empreendimentos de cada construtora.

Quadro 3 – Empresas Construtoras e número de empreendimentos pesquisadas pelo GERCON, segundo a satisfação dos usuários.

CONSTRUTORA Nº EMPREENDIMENTOS ANALISADOS 2007-2011

1 3 2 11 3 6 4 3 TOTAL 23 Fonte: autor.

Considerando as notas dadas pelos clientes finais desses empreendimentos, todas as quatro empresas (Construtora 1, 2, 3 e 4), de alguma forma, caracterizaram-se pela presença de insatisfação8 com os SPHS, bem como com outros sistemas9 avaliados, em maior e menor grau (Gráfico 2).

8 De acordo com o GERCON/UFC, a insatisfação ocorre quando a nota dada pelo cliente quanto à satisfação é inferior à importância dada para aquele mesmo quesito em análise.

Gráfico 2 – Resumo da insatisfação de clientes com alguns Sistemas Prediais de edificações construídas por diferentes construtoras da cidade de Fortaleza/Ce.

Fonte: autor.

Considerando que, possivelmente, uma insatisfação leve a uma solicitação de reparo junto ao Setor de Assistência Técnica da empresa responsável pelo imóvel (SINGH, 1988 apud BRITO, 2009); assim, escolheram-se, a princípio, todas as quatro empresas para

ver os índices de solicitações quanto aos SPHS, a forma de atendimento no Setor de Assistência Técnica e o retorno de informações para os projetistas.

Todavia, apenas em três construtoras (2, 3 e 4) foi possível o acesso, sendo disponibilizadas pessoas capacitadas para responder às entrevistas do trabalho. Dessas três, apenas uma (Construtora 2) foi totalmente aberta às pesquisas acadêmicas, fornecendo seus dados e permitindo observações frequentes no setor em questão. Nas empresas 3 e 4 não houve liberação dos registros relativos aos dados de reparos cadastrados no Setor de Assistência Técnica dos empreendimentos entregues.

Desse modo, diante do panorama de disponibilidade das construtoras, delimitou- se o estudo entre as construtoras 1, 2 e 3, recebendo, respectivamente, a seguinte nomenclatura no corpo do trabalho: Construtora A, Construtora B e Construtora C. Na

9 No sistema de transporte foi abordada, basicamente, a qualidade dos elevadores e seu funcionamento. No item comunicações, tem-se a qualidade das instalações telefônicas (funcionamento e localização) e no item energia, consideraram-se as instalações elétricas (funcionamento, localização e quantidade de pontos) e as instalações de gás (funcionamento e localização). Por último, no item Hidráulicos e Sanitários, aborda-se o funcionamento deste sistema e a qualidade das louças e metais utilizados.

primeira, houve uma possibilidade de estudo mais aprofundada, com análise de banco de dados, entrevistas, análise de arquivos e documentos e sucessivas observações não participantes junto ao Setor de Assistência Técnica. Nas construtoras B e C, o estudo fundamentou-se basicamente em entrevistas junto ao Setor de Assistência Técnica e de Projetos, bem como visita breve ao Setor de Assistência Técnica da empresa.

Além disso, também foram selecionadas três empresas de projetos de SPHS comumente contratadas em cada construtora citada, de modo a ratificar os fluxos de informações e processos estabelecidos entre construtoras e escritórios durante a produção desses projetos. A seguir, apresenta-se a caracterização destas empresas.

3.3.1 Caracterização das empresas estudadas

Neste item, são descritas informações técnicas das construtoras e escritórios de projetos estudados na pesquisa.

a) Quanto às construtoras

Todas as construtoras aqui selecionadas são de empresas de grande porte, certificadas pelo Sistema de Gestão da Qualidade - ISO 9001 e Sistema de Gestão da Qualidade em Construção Civil, conforme o PBQP-H, nível “A” (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat).

A Construtora A, por sua vez, possui 33 anos de atuação no mercado da Construção Civil, construindo, principalmente, edifícios de luxo. Possui a matriz sediada na cidade de Fortaleza e mais três filiais distribuídas em outras cidades brasileiras: uma em Campinas/SP, outra em Natal/RN e mais uma em Manaus/AM.

A Construtora B possui 45 anos de atuação no mercado da Construção Civil, construindo com padrão semelhante à empresa A. Sua matriz é também sediada em Fortaleza e possui ainda mais outras duas filiais, uma localizada em São Luiz/MA e outra em Teresina/PI.

A Construtora C se encontra no mercado da construção civil há 32 anos e possui a matriz em Fortaleza/CE e uma filial em Natal/RN. Também, constitui-se em uma empresa de alto padrão construtivo.

Foram consideradas para estudo nesta pesquisa apenas as sedes localizadas em Fortaleza/CE, visto que foi a cidade de desenvolvimento do estudo.

Todas as três construtoras possuem um setor destinado aos serviços de pós- entrega da obra, possuindo uma equipe básica exclusiva para os serviços de Assistência Técnica. Além disso, elas também se assemelham por terceirizarem os serviços de projetos relacionados aos SPHS.

Desse modo, a partir da escolha das construtoras, escolheram-se também os escritórios de projetos que cada uma costuma contratar com mais frequência, seguindo abaixo a descrição destes.

b) Quanto aos escritórios de projetos dos SPHS

No presente trabalho, cada construtora foi analisada em conjunto com um escritório de projetos dos SPHS (Figura 17).

Figura 17 – Construtoras e respectivos escritórios de projetos de SPHS analisados nesta pesquisa.

Fonte: autor.

O Escritório A.1 é uma empresa que projeta desde Sistemas Elétricos, Hidráulicos e Sanitários, Combate a Incêndio, Redes de Gás, Automação Predial e outros Sistemas Prediais e, ainda, possui um setor destinado a fazer Planejamento e Orçamento de Obras para construtoras.

O referido escritório possui, em seu corpo técnico, dois engenheiros, sendo uma engenharia civil com especialidade em engenharia de produção e o outro engenheiro civil e eletricista; ainda compõe o escritório mais três técnicos em edificações, treze desenhistas e uma secretária. Desses profissionais mencionados, dois técnicos e sete desenhistas ficam responsáveis pelos projetos de SPHS.

O Escritório B.1 possui as atribuições relativas aos projetos de Sistemas Prediais, envolvendo projetos de Sistemas Elétricos, Hidráulicos e Sanitários, Combate a Incêndio e outros. Também possui quatro engenheiros e quatro técnicos, sendo dois técnicos em eletrotécnica e dois em edificações. Desses profissionais, dois engenheiros e dois técnicos estão ligados aos projetos de SPHS.

Já o Escritório C.1, que está há 31 anos no mercado, possui uma matriz sediada em Fortaleza e mais duas filiais, uma em São Luiz/MA e outra em Natal/RN. A empresa trabalha com projetos de Sistemas Prediais, envolvendo principalmente os projetos ligados a Sistemas Elétricos, Hidráulicos e Sanitários, Combate a Incêndio, Comunicação e outros.

Ao todo, a empresa é formada por 26 funcionários, sendo três funcionários em São Luiz e quatro em Natal. Estas filiais funcionam apenas como pontos estratégicos da empresa, de modo a captar projetos em outros Estados. O restante do pessoal da empresa fica em Fortaleza. Quanto à equipe dos SPHS, esta é formada por dois coordenadores de projetos, mas oito técnicos desenhistas. Considerou-se, para os fins da pesquisa, apenas a sede localizada em Fortaleza/Ce, por ser a cidade de desenvolvimento do estudo.

Vale ressaltar, ainda, que nenhum dos escritórios aqui mencionados possui certificação no Sistema de Gestão da Qualidade - ISO 9001, não sendo comum aos mesmos a existência de padrões sistematizados de processos.