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Reparos registrados no Setor de Assistência Técnica da Construtora A

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1.1 Reparos registrados no Setor de Assistência Técnica da Construtora A

Do banco de dados das 263 tipos possíveis de problemas registrados pela Construtora A, identificou-se, entre os anos de 2000 e 2011, a ocorrência de 247 deles, totalizando 30.307 (trinta mil trezentos e sete) ocorrências de reparo no geral (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Pareto dos grupos de solicitações de reparos ocorridos de 2000 a 2011 nos empreendimentos da Construtora A.

Fonte: autor.

Os grupos que mais se destacaram em número de ocorrências foram os relativos aos Sistemas Hidráulicos e Sanitários (com 35,16%), seguido dos reparos relativos a revestimento/pintura (com 19,07%), impermeabilização (15,81%) e esquadrias (8,28%). Estes

quatro grupos englobaram quase 80% do total de reparos. Os grupos com menores representações foram: reparos em elevadores (0,01%), alvenaria (0,10%), proteção contra incêndio (0,17%), sistemas de comunicação (0,29%) e ar condicionado (0,29%); estes juntos não somaram 1% do total.

Ao longo desse período, verificou-se uma grande redução dos números de solicitações de clientes ao serviço de Assistência Técnica. De acordo com cada grupo criado, observou-se, a partir da distribuição das ocorrências por ano, que houve uma redução significativa de reparos a partir do ano de 2005 (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Ocorrências por grupo de reparos ao longo dos anos 2000 a 2011 registrados na Construtora A.

Fonte: autor.

Nos primeiros cinco anos, os reparos que mais aconteciam eram os relacionados aos SPHS, seguido dos de impermeabilização, revestimento/pintura e esquadrias. Estes três últimos se alternavam nas ordens de segundo, terceiro e quarto lugar, mas mantinha-se em primeiro os problemas ligados sempre aos SPHS. Entretanto, no ano 2005, os SPHS ficaram em segundo lugar no ranking de reparos, passando a ser o alvo das reclamações o item relativo a revestimento/pintura. De 2006 em diante, a ordem de maiores reparos estabeleceu- se como sendo revestimento/pintura, esquadrias ou impermeabilização, impermeabilização ou esquadrias e SPHS. Mas, de um modo geral, essas quantidades e proporções diminuíram consideravelmente em relação aos cinco primeiros anos.

Os SPHS, por exemplo, possuíram reduções consideráveis, principalmente nos reparos ligados a rompimento de conexões e a problemas com boia da caixa acoplada das bacias sanitárias (Gráfico 5).

Gráfico 5 – Distribuição dos dez principais reparos ligados aos SPHS nos empreendimentos da Construtora A nos anos de 2000 a 2011.

Fonte: autor.

Considerando essa significativa redução de reparos ao longo dos anos, observou- se que os números poderiam indicar uma possível reutilização das informações registradas no Setor de Assistência Técnica para os novos empreendimentos.

Para complemento, constatou-se que as proporções de reparos por obra também reduziram com o passar dos anos. Por exemplo, no ano de 2000, houve 3.106 reparos ligados aos SPHS distribuídos nas 34 obras atendidas, o que, se fosse fazer uma média, corresponderia a pouco mais de 91 reparos por obra. Com igual raciocínio, no ano seguinte, tem-se quase 100 reparos por obra. Todavia, nos anos subsequentes, houve grandes reduções, chegando ao ano de 2011 com cerca de apenas dois problemas ligados aos SPHS por obra atendida. Vale ressaltar que, em 2011, ainda houve contribuição em números de reparos de outras duas obras entregues em anos bem anteriores, um reparo relativo a uma obra entregue em julho de 1999 e quatro reparos de outra obra entregue em outubro de 1998 (Gráfico 6).

Gráfico 6 – Quantidade de reparos em geral e relativos aos SPHS em função da quantidade de obras em garantia e as atendidas no período de 2000 a 2011.

Fonte: autor.

Ainda, tomando como base não mais as médias de reparos por ano e por obra atendida, mas aos valores reais de reparos associados a estas, identifica-se que de fato houve redução das proporções de reparos ligados aos SPHS nas obras mais recentes entregues pela Construtora A (Tabela 1).

Tabela 1 – Proporções de reparos ligados aos SPHS por empreendimento entregue pela Construtora A (em ordem cronológica de entrega dos empreendimentos). Continua.

Data de entrega Empreendimento Quantidade de reparos gerais reparos nos SPHS Quantidade de % dos reparos ligados aos SPHS

__ A 3 3 100,00% __ B 1 0 0,00% __ C 8 0 0,00% janeiro-1996 D 188 68 36,17% janeiro-1996 E 158 76 48,10% dezembro-1996 F 9 0 0,00% janeiro-1997 G 417 75 17,99% fevereiro-1997 H 366 122 33,33% março-1997 I 240 94 39,17% maio-1997 J 1130 382 33,81% julho-1997 K 1142 493 43,17% julho-1997 L 198 42 21,21% agosto-1997 M 902 360 39,91% novembro-1997 N 4050 1324 32,69%

Tabela 1 – Proporções de reparos ligados aos SPHS por empreendimento entregue pela Construtora A (em ordem cronológica de entrega dos empreendimentos). Conclusão.

Data de entrega Empreendimento Quantidade de reparos gerais reparos nos SPHS Quantidade de % dos reparos ligados aos SPHS

janeiro-1998 O 173 51 29,48% fevereiro-1998 P 340 54 15,88% março-1998 Q 286 132 46,15% março-1998 R 10 5 50,00% março-1998 S 1767 597 33,79% abril-1998 T 360 140 38,89% maio-1998 U 614 180 29,32% julho-1998 V 6052 3080 50,89% outubro-1998 W 351 106 30,20% janeiro-1999 X 539 242 44,90% abril-1999 Y 270 136 50,37% maio-1999 Z 653 250 38,28% julho-1999 AA 274 84 30,66% outubro-1999 AB 4840 1736 35,87% janeiro-2000 AC 15 1 6,67% fevereiro-2000 AD 40 4 10,00% abril-2000 AE 7 2 28,57% maio-2000 AF 40 0 0,00% junho-2000 AG 259 52 20,08% agosto-2000 AH 268 66 24,63% junho-2001 AI 686 140 20,41% junho-2002 AJ 132 49 37,12% novembro-2002 AK 139 43 30,94% novembro-2002 AL 856 90 10,51% novembro-2002 AM 134 22 16,42% julho-2004 AN 326 50 15,34% agosto-2004 AO 171 25 14,62% janeiro-2007 AP 282 27 9,57% abril-2007 AQ 768 110 14,32% dezembro-2007 AR 390 56 14,36% outubro-2008 AS 98 19 19,39% julho-2009 AT 238 58 24,37% junho-2010 AU 79 4 5,06% outubro-2010 AV 38 5 13,16% TOTAL - 48 OBRAS 30307 10655 35,16% Fonte: autor.

As obras “AP” a “AV”, citadas na Tabela 1, ainda estavam dentro do prazo de cinco anos de garantia no momento da coleta dos dados e, desse modo, possivelmente, nos próximos anos ainda terão solicitações de reparos originadas das mesmas. Os demais valores

estão associados a todos os reparos realizados nos empreendimentos já entregues e que já terminaram o prazo de cinco anos de garantia.

Vale ressaltar também que as obras mais antigas não possuem todos os registros no sistema, visto que este começou a ser efetivamente utilizado no ano de 2000, não sendo catalogados nessa amostra reparos feitos anteriormente.

De um modo geral, tendo em mãos as proporções de reparos das obras em questão, considerou-se que os números poderiam indicar, de fato, evidências de uma possível reutilização das informações registradas no Setor de Assistência Técnica da Construtora A para a produção dos seus novos empreendimentos.

4.1.2 Indícios de retroalimentação a partir dos dados registrados no Setor de Assistência