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Proposta Curricular – CBC

contextualização no ensino médio

3. Interdisciplinaridade e contextualização nos documentos oficiais da educação

3.3 Proposta Curricular – CBC

As diretrizes metodológicas do Novo Plano Curricular do Ensino Médio em Minas Gerais permitem afirmar que a contextua- lização e a interdisciplinaridade estão contempladas. O documento orienta que no processo de ensino deve-se considerar o conheci- mento prévio do aluno e suas condições objetivas de vida, e apro- veitar as oportunidades de articulação entre conteúdos e atividades.

Exemplos das referências ao tema nos documentos específi- cos de cada disciplina podem ser visualizados no quadro a seguir: QUADRO 1 – Referências sobre interdisciplinaridade e contextuali- zação nas Propostas Curriculares – CBC das diversas disciplinas do Ensino Médio

Disciplina Referências

Arte

A cultura audiovisual busca referências na arquitetura, na história, na antropologia, nas artes visuais e mesmo nas ciências exatas e bioló- gicas (p. 45).

Trabalhar o pensamento crítico aliado ao pensamento artístico possibi- litando a inserção do aluno no contexto contemporâneo de produção e fruição visual. (p. 47).

Nos dias de hoje, a imagem visual tem uma inserção cada vez maior na vida das pessoas. Imagens nos são apresentadas e reapresentadas a todo momento, num misto de criação e recriação. Nesse contexto, é importante desenvolver-se a competência de saber ver e analisar ima- gens, para que se possa, ao produzir uma imagem, fazer com que ela tenha significação tanto para o autor quanto para quem vai vê-la. Nesse sentido, é preciso conhecer a produção artística visual da comunidade, dando-lhe o devido valor. (p. 47).

Inserir o ensino da dança, música e do teatro como áreas artísticas no currículo das escolas de Ensino Médio, levando-se em conta o contexto cultural de cada uma das regiões onde for implantado. (p. 51/54/56).

Biologia

A decisão sobre o que, e como, ensinar Biologia no Ensino Médio, a partir de alguns eixos integradores entre as disciplinas que constituem a área das Ciências da Natureza e Matemática, possibilita um planeja- mento de ensino desde uma perspectiva a um só tempo disciplinar e interdisciplinar. (p. 13).

[...] São exemplos de idéias que transitam entre as disciplinas, no ca- ráter interdisciplinar, numa visão mais sistêmica, sem perder o caráter específico do conhecimento científico, mas completando-o, de modo a estimular uma percepção da inter-relação entre os diferentes fenôme- nos. (p. 14).

Disciplina Referências

Educação Física

A Educação Física, pela sua própria constituição como área do co- nhecimento multidisciplinar, lida permanentemente com a relação entre diferentes campos do saber e entre contextos particulares e mais am- plos, seja no âmbito dos sujeitos (individual e coletivo) seja no âmbito da escola (disciplina curricular no contexto da educação básica). (p. 25).

É importante ressaltar que os conhecimentos, no ensino da Educação Física, sejam analisados e contextualizados de modo a formar uma rede de significados de modo tal que os alunos possam perceber e compreender sua pertinência, bem como a relevância de sua aplicação na sua vida pessoal e social. (p. 25).

É importante que quadras e piscinas, pátios, laboratórios, ginásios, parques, campos, dentre outros, sejam espaços dinâmicos, abertos às experiências teórico-práticas, aos diálogos interdisciplinares e às pos- sibilidades de reorganização dos tempos educativos. (p. 27).

A capoeira (angola ou regional), a partir da sua vivência e da discussão dos seus conteúdos, destaca a perspectiva interdisciplinar e a neces- sária articulação com aportes teóricos vinculados à filosofia, à história, à sociologia, à antropologia e à pedagogia. (p. 42).

Filosofia

A análise e discussão de temas parecem mais adequadas à faixa etária à qual se destina o programa, pois tornam mais fácil estabelecer rela- ções entre a reflexão filosófica e a experiência do aluno. (p. 13).

Física

A contextualização e a interdisciplinaridade não se restringem ao tra- tamento simultâneo de um mesmo tema de estudo pela Física e por outras disciplinas, ou à inclusão do ponto de vista de outras disciplinas nos temas tradicionalmente estudados pela Física. Podemos expandir a compreensão dos alunos em relação aos aspectos históricos e sociais da realidade, sem prejuízo do objetivo de ensinar Física. (p. 17).

Geografia

Ensinar Geografia tem sentido para o aluno compreender o mundo em que vive e buscar sua transformação, utilizando-se da tecnologia, visando a qualidade de vida ambiental e humana, sendo usuário das linguagens necessárias à interpretação geográfica, com destaque para a visual e, no interior desta, a representação gráfica e cartográfica. Os conhecimentos geográficos o ajudarão a tomar decisões diante de si- tuações concretas, demonstrando sua capacidade de percepção e de estabelecimento de relações com a vida cotidiana, numa perspectiva interdisciplinar. (p. 12).

Disciplina Referências

História

Ao combinar diálogos interdisciplinares e análise de outras fontes de pesquisa, a História-conhecimento tem deslocado sua prática de pes- quisa para os campos da cultura. Ou seja, para “áreas” da realidade em que as práticas sociais sinalizam, sob outro registro, a dinâmica (sempre tensa e conflitiva) das relações sociais e materiais. Aí, mais do que em qualquer outra dimensão da realidade, os atores sociais criam formas próprias para comunicar e exprimir seus atos. Nessa perspec- tiva de trabalho, os historiadores, sempre em diálogo com teóricos de outras áreas do conhecimento, põem em xeque uma das maiores cer- tezas do século XIX: a unidade orgânica entre todas as manifestações dos atos sociais de uma mesma época. (p. 38).

Os diálogos interdisciplinares entre História e outros campos do saber têm sido igualmente frutíferos no que tange ao estudo dos sistemas de representações histórico-culturais, tão necessários à compreensão das diferenças históricas e dos códigos culturais, os quais contribuem para a criação de sistemas de representações das práticas sociais, por sua vez partilhados, de forma diferenciada, por distintos grupos em uma mesma sociedade. (p. 38-39).

Língua Estrangeira

Outro aspecto importante a ser considerado é a função interdisciplinar que a aprendizagem de uma língua estrangeira é capaz de desempenhar no currículo. Seu estudo pode ser conjugado com o de outras discipli- nas, como, por exemplo, o da história, o da geografia, o das ciências físicas e biológicas, o da música, tornando-se possível viabilizar, na prática dos procedimentos didáticos, a relação entre língua estrangeira e o mundo social. (p. 13).

Língua Portu- guesa

Ao se constituir e se realizar no espaço eu-tu-nós, sempre concreto e contextualizado, a linguagem nos constitui como sujeitos de discurso e nos posiciona, do ponto de vista político, social, cultural, ético e estéti- co, frente aos discursos que circulam na sociedade. (p. 12). O estudo das manifestações literárias pode contribuir significativamen- te para articular externamente a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, com a área de Ciências Humanas, uma vez que favorece o desenvolvimento do eixo de Contextualização Sociocultural, previsto pelos PCN. (p. 16).

Disciplina Referências

Matemática

A Matemática possui um forte caráter integrador e interdisciplinar: o conhecimento matemático não é propriedade privada dos matemáticos, ele tem evoluído também no contexto de outras ciências. Exemplos importantes desta interdisciplinaridade, contribuições encontradas na Física, na Economia, na Biologia, Lingüística e Engenharia. Isso signifi- ca que a maneira de pensar matematicamente deve ser aprendida não apenas por aqueles que irão dedicar-se à Matemática. (p. 32). O tratamento contextualizado do conhecimento é um dos recursos que a escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passi- vo. Em Matemática, a contextualização é um instrumento bastante útil, desde que interpretada num sentido mais amplo e não empregada de modo artificial e forçado, ou que não se restrinja apenas a um universo mais imediato (“cotidiano”). (p. 40).

Química

A proposição dos eixos Materiais, Modelos e Energia considera que a Química, embora tendo o seu próprio objeto de estudo, compor- ta um diálogo amplo e interdisciplinar com a Biologia e com a Física. Portanto, a opção apresentada para o ensino é a de favorecer uma abordagem interdisciplinar e contextualizada, cuidando para que a Química não perca sua especificidade, esforço que se fez ao explicitar as habilidades a serem promovidas. (p. 15).

Sociologia

[...] os professores precisam levar em consideração o caráter interdis- ciplinar da organização curricular e o papel importante que a Sociologia pode ocupar na interlocução com as outras disciplinas, procurando contribuir de forma integrada tanto para o projeto pedagógico das es- colas, quanto para a formação mais ampla dos estudantes. (p. 7). [...] Fatos do dia-a-dia, próximos ao contexto social da escola e da comunidade, poderão servir como referência para esta discussão. (p. 16-17).