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PROPOTERAPIA EM DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO (PELOS

DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

O Sistema Respiratório Compreende a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos. Durante a quarta semana de gestação, ocorre o desenvolvimento do sulco laringotraqueal como uma evaginação ventral do intestino anterior.

Para estudarmos os efeitos da própolis sobre o sistema respiratório, primeiro temos que relembrar as patologias mais comuns. Entre elas podemos citar as broncopatias, pneumonias, infecções respiratórias, entre outras.

BRONCOPATIAS Asma

A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiper- responsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental e outros fatores específicos. Que levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas2. (Diretriz Brasileira de Asma).

O quadro clínico da asma consiste em: episódios recorrentes de sibilância e/ou dispneia e/ou aperto no peito e/ou tosse, particularmente à noite e pela manhã, ao despertar. Os sintomas também podem estar relacionados apenas à atividade física.

Broncoectasias

O termo bronquiectasias refere-se à dilatação anormal e distorção irreversíveis dos brônquios. Essas alterações estruturais, uma vez estabelecidas, favorecem repetidos episódios de infecções respiratórias durante a vida. A doença é caracterizada por hipersecreção de muco e recorrente inflamação das vias aéreas, o que causa destruição do epitélio ciliar e submucosa, com consequente dilatação e destruição permanente de brônquios e bronquíolos. A tríade clássica compreende infecção respiratória recorrente, tosse crônica produtiva e hemoptise.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Considera-se DPOC a obstrução, ou limitação do fluxo aéreo, não totalmente reversível e com repercurssões sistêmica a longo prazo. Essas limitações do fluxo aéreo geralmente é progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal do pulmão a partículas ou gases nocivos, dentre os quais 75% são provenientes do tabagismo.

INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS Resfriado Comum

O resfriado comum é uma doença viral em que os sintomas de rinorréia e obstrução nasal são proeminentes; os sinais e sintomas sistêmicos, como mialgia ou febre, estão ausentes ou são leves. Ele geralmente é denominado rinite, mas inclui o envolvimento autolimitado da mucosa do seio, sendo mais corretamente denominado

rinossinusite.

Os patógenos mais comuns associados ao resfriado comum são os rinovírus, mas a síndrome pode ser causada por vários vírus diferentes.

Os resfriados ocorrem durante todo o ano, mas a incidência é maior do início do outono até o final da primavera. O início dos sintomas do resfriado comum tipicamente ocorre 1-3 dias após uma infecção viral. O primeiro sintoma é uma garganta irritada, acompanhado por obstrução nasal e rinorréia.

Gripe

É uma doença infecciosa que pode ter como causa diversos vírus, porém a causa mais comum é pelo vírus Influenza. Os sintomas mais comuns são calafrios, febre, rinorreia, dores de garganta, dores musculares, dores de cabeça, tosse, fadiga e sensação geral de desconforto.

Otite Média Aguda

A otite média aguda (OMA) é das doenças mais frequentes na criança. A maior prevalência da OMA ocorre durante os dois primeiros anos de vida. Os agentes etiológicos frequentemente identificados nos casos de otite média aguda são: S. pneumoniae (30-50%), H. influenza não tipável (25-30%) e M. catarrhalis (10-15%). Os sintomas variam de acordo com a idade, mas é fundamental a queixa de otalgia, associada à febre, astenia, inapetência e hipoacusia flutuante.

Sinusite

A sinusite é uma doença comum da infância e adolescência, com uma morbidade aguda e crônica significativa e pontecial para complicações graves. Existem dois tipos de sinusite aguda: viral e bacteriana. Aproximadamente, 0,5% a 2% das infecções virais do trato respiratório superior em crianças e adolescentes são complicações por uma sinusite bacteriana aguda. Devemos lembrar que os seios etmoidais e maxilares estão presentes ao nascimento, porém apenas os etmoidais estao pneumatizados, os maxilares iram se pneumatizar aos 4 anos de vida. Os seios esfenoidais surgem por volta dos dos 5 anos de idade, enquanto os frontais começam a se desenvolver por volta dos 7 a 8 anos de vida.

As manifestações clínicas geralmente são queixas não específicas, incluindo congestão nasal, secreção nasal purulenta, febre, cefaléia e dor facial. Algumas menos comuns incluem; halitose, edema periorbital, desconforto nos dentes maxilares, pressão exarcebada pela inclinação da cabeça para frente e hiposmia.

Cupre

O cupre é a forma mais comum de obstrução aguda das vias aéreas intermediárias (afecções infraglóticas). A causa mais comum, ou seja 75% é devido ao vírus para influenzae tipo 1,2,3. Porém pode ser desencadeado pelo Adenovírus e vírus sincicial respiratório. Uma das caracteristicas dessa manifestação patológica, é a presença de tosses crupais (ladrante), na qual, aparece após dias da presenca de uma IVAS. A faixa etária dos portadores de crupe tem entre 3 meses e 5 anos de idade.

Faringite aguda

Os mais importantes agentes causadores de faringite são os vírus (adenovírus, coronavírus, enterovírus, rinovírus, vírus sincicial respiratório [VSR], vírus de Epsteins- Barr, vírus herpes simples, metapneumovírus) e estreptococos B-hemolíticos do grupo A.

O início da faringite estreptocócica geralmente é rápido, sendo proeminentes a ausência de tosse, dor de garganta e febre. A cefaléia e os sintomas gastrointestinais são frentes. A faringe fica avermelhada, as amígdalas se dilatam e se apresentam classicamente cobertas por um exudato amarelo tingido de sangue. Pode haver petéquias ou lesões em “rosquinhas” no palato mole e faringe posterior, e a úlvula pode apresentar-se avermelhada.

O início da faringite viral pode ser mais gradual, e os sintomas geralmente incluem rinorréia, tosse e diarréia.

Tosse

A tosse é uma resposta reflexa do trato respiratório inferior à estímulação de receptores da tosse na mucosa das vias aéreas. A causa mais comum em crianças é a hipereatividade das vias aéreas (asma). Como os receptores da tosse também se localizam na faringe, seios paranasais, estômago e canal auditivo externo, a fonte de uma tosse persistente precisa ser pesquisada além dos pulmôes. Estímulos específicos do trato respiratório inferior incluem secreções em execesso, aspirações de corpo estranho, inalação de partículas de poeira ou gases nocivos e uma resposta inflamatória para agentes infecciosos ou processos alérgicos.

Pneumonia Comunitária

Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é aquela que acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou surge nas primeiras 48h de admissão. São vários fatores para etiologia da pneumonia, por isso para o diagnóstico, deve-se levar em consideração as características clínicas, radiológicas, e laboratoriais. Os patógenos mais frequentes são: S. Pneumoniae (patógenos predominante), H. Influenzae,

Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, Legionella, bactérias Gram-

negativas, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, anaeróbios e vírus respiratórios.

Tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa de evolução crônica, compromete principalmente os pulmões, sendo o agente etiológico M. Tuberculosis, descoberto por Robert Koch, em 1882, que isolou e descreveu o bacilo, conseguiu seu cultivo e reproduziu a doença em animais em laboratório.

6 AÇÕES DA PRÓPOLIS DE BACCHARIS DRACUNCUFOLIA NO TRATAMENTO DE AFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO

A própolis tem sido popularmente usada no tratamento de afecções do trato respiratório e doenças infecciosas correlatas. Apresentamos a seguir algumas evidências da atividade da própolis brasileira relacionados à doenças do sistema respiratório, em especial aquela própolis derivada de resinas extraídas dos brotos recém-eclodidos de Baccharis dracunculifolia.

Hayakari et al. (2013) investigaram o efeito da própolis brasileira sobre a sinalização antiviral em células A549 transfectadas com RNA de cadeia dupla (dsRNA), um modelo para a infecção viral. Demonstraram que o pré-tratamento das células com própolis inibiu a expressão de RNA sintético induzida por interferon-β. Estes resultados sugerem que a própolis pode suprimir o excesso de respostas inflamatórias sem afetar a imunidade inata durante a infecção viral, como nos casos de infeções virais pulmonares e/ou da árvore brônquica.

Tani et al. (2010) de maneira similar demonstraram que o extrato etanólico de própolis verde brasileira, bem como Artepillin C, baccharin, e kaempferide reduziram a liberação de histamina e cis-leucotrieno de leucócitos periféricos de pacientes com rinite alérgica. Demonstrando importante propriedade anti-alérgica, comparável à dos inibidores da síntese de leucotrienos existentes.

Kimoto et al. 2001, em experiências utilizando o nitrilotriacetato cancerígeno renal férrico (Fe-NTA) em modelos animais de câncer primários do pulmão e em tecidos bronquiais e alveolares, demonstrou que após a administração oral de própolis ou Artepillin C, reduziu a peroxidação lipídica e promoveu um efeito antiproliferativo nas células tumorais impedindo a progressão maligna do câncer com origem a partir de adenoma bronquiolar ou alveolar para tumores malignos.

Recentemente Shinmei et al. (2009) demonstraram o efeito da própolis brasileira nos sintomas de coriza e espirros induzidos por estímulo alergênico, em modelos animais. Este estudo provou que a administração de uma única dose de própolis não causou qualquer efeito significativo na coriza e nos espirros, mas a administração repetida por duas semanas reduziu significativamente os sintomas. Este tratamento também inibiu significativamente a libertação de histamina a partir de mastócitos. Estes resultados demonstram que a própolis pode ser eficaz no alívio de sintomas de rinite alérgica por meio da inibição da liberação de histamina.

De maneira similar, Shimizu et al. (2008) demonstrou atividade anti-vírus da gripe para a própolis e a sua eficácia contra a infecção da gripe. Foram testados extratos etanólicos de própolis brasileira com atividade antiviral contra o vírus influenza in vitro e in vivo, demonstrando redução da carga viral após o tratamento e redução da capacidade de multiplicação viral.

Além disso, nós demonstramos (Paulino et al., 2003), que a própolis induz efeitos analgésicas e anti-inflamatórias e inibe a contração do músculo liso das vias aéreas. O efeito analgésico da própolis foi associado com a inibição das respostas inflamatórias e a inibição da contração do músculo liso traqueal mediado por ação inibitória sobre a histamina (mediador alérgico), capsaicina (mediador neurogênico) e carbacol (mediador muscarínico).

Além disso, nosso grupo também demonstrou que a própolis brasileira promove relaxamento da musculatura lisa das vias aéreas mediado pela liberação de óxido nítrico, provavelmente a partir de neurônios sensoriais, além da ativação da guanilato ciclase solúvel e pela ativação de canais de potássio modulados por cálcio e por ATP, e parcialmente mediado pela estimulação dos receptores adrenérgicos beta 2 e VIP (Paulino et al., 2003).

Referências

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