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São Doenças decorrentes do estresse oxidativo que advém da toxidade das Espécies Reativas do Metabolismo do Oxigênio (ERMO) versus a desintoxicação através de sistemas biológicos que as retiram ou reparam os danos causados por elas no nosso organismo. Dentre as doenças pulmonares associadas à ERMO, damos destaques ao Enfizema, Displasia Broncopulmonar, Asma e SARA .

Podemos relacionar o envelhecimento como um evento produzido pelas ERMO. Na teoria desenvolvida por Harman (1956), propunha que o envelhecimento poderia ser secundário ao estresse oxidativo, que levaria a reações de oxidação lipídica, protéica, e com o DNA, que desencadeariam alterações lentas e progressivas dos tecidos e do código genético. A pergunta chave atual é se este estresse oxidativo tem um peso tão importante, a ponto de explicar o fenômeno do envelhecimento. Pois estudos modernos notabilizam uma ação não necessariamente deficiente do sistema de defesa antioxidante no envelhecimento.(Rev. Assoc. Med. Bras. vol.43 n.1 São Paulo Jan./Mar. 1997)

Outras patologias se associam em decorrência com o stress oxidativo, tais como: Parkison, Alzheimer, Esclerose Múltipla e Catarata.

DOENÇA DE PARKINSON

É um distúrbio neurológico do movimento progressivo e degenerativo que muito nos acomete principalmente após os 55 anos, atingindo 1% da população idosa. É causada pela degeneração de uma pequena parte do cérebro chamada substancia negra que é responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos, e que em níveis reduzidos levam aos sintomas da doença de Parkinson. De acordo com a National Parkinson Foundation (Fundação Nacional para a Doença de Parkinson), 80% das células produtoras de dopamina são perdidas antes mesmo que os sintomas motores da doença de Parkinson apareçam.

Os quatro sintomas primários da doença de Parkinson são: Tremor (agitação involuntária e rítmica de um membro, da cabeça ou do corpo todo; Rigidez (dureza ou inflexibilidade dos membros ou juntas); Bradicinésia ou acinésia (lentidão de movimento ou ausência de movimento) – é um dos sintomas clássicos da doença de Parkinson; Instabilidade postural (equilíbrio e coordenação prejudicada) – Uma pessoa com instabilidade postural pode ter uma posição curvada, com a cabeça inclinada e os ombros caídos (Rev. Medgrupo-Neuro ciclo 1 .Rio de Janeiro.2012)

ALZHEIMER

É uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade. Caracteriza-se clinicamente pela perda progressiva da memória. O quadro de sinais e sintomas dessa doença está associado à redução de neurotransmissores cerebrais, como acetilcolina, noradrenalina e serotonina. A perda de memória causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediária. Já na fase adiantada não apresentam mais condições de perceber- se doentes, por falha da autocrítica.

A doença de Alzheimer e´uma síndrome de evolução insidiosa (vários anos ). Este tipo de evolução é fundamental para a caracterização da doença (Rev. Medgrupo-Neuro ciclo 1. Rio de Janeiro.2012).

ESCLEROSE MULTIPLA

Esclerose múltipla é uma doença desmielizante do SNC de mecanismo inflamatório crônico, provavelmente autoimmune, acometendo, sob a forma de lesões características chamadas de ”placas”. Na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina (capa que envolve todos os axônios) que recobre os neurônios e isso compromete a função do sistema nervoso. A

A Epidemiologia nos mostra em geral, que a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, mulheres de pele branca que vivem em zonas temperadas (Rev. Medgrupo-Neuro ciclo 1. Rio de Janeiro.2012).

CATARATA

A catarata é uma doença que acomete os olhos e que consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou de sua cápsula. Vários fatores podem causar esta patologia , tais como: traumatismo, idade, Diabetes mellitus, uveítes e uso de medicamentos. Normalmente apresenta-se como embaçamento visual progressivo que pode levar a cegueira ou visão abaixo do normal.

AÇÕES DA PRÓPOLIS NO SISTEMA DE DOENÇAS RESULTANTES DA FORMAÇÃO DE FORMAS RADICALARES DE OXIGÊNIO REATIVOS E OUTROS RADICAIS LIVRES

Uma das principais propriedades investigadas e validadas para a própolis ao redor do mundo é a sua capacidade de sequestro de radicais livre, ou modular as respostas antioxidantes naturais, incluindo contra peroxilipidios.

Sud'ina et al (1993), demonstraram que o fenetil éster do ácido cafeico, um componente activo do extrato de própolis, inibe competitivamente a 5-lipoxigenase em concentrações micromalolares. Fenetil éster do ácido cafeico também exibe propriedades antioxidantes, bloqueando completamente a produção de espécies reativas de oxigênio em neutrófilos humanos e o sistema xantina oxidase/xantina.

Efeito que foi complementado por Volpert et al. (1993) que demonstram experimentalmente que extratos etanólico de própolis são usadas como anti- inflamatório e cicatrização de feridas. Esse efeito foi demonstrado pela inibição da oxidação catalisada por peroxidase de ácido indol-acético, indicando a presença de uma mistura definida de compostos monofenólicos e difenólicos. A própolis também apresentou capacidade sequestrante de radicais livres nos modelos de xantina

oxidase. Nestes experimentos Volpert (1993) demonstrou que a fração aquosa do extarto de própolis, comparativamente com outras frações, apresentou maior atividade antioxidante.

Em 1994 Strehl et al., provaram que extratos etanólico e aquoso da própolis produzem inibição da enzima diidrofolato redutase. Esta atividade pode ser, pelo menos em parte devido ao conteúdo de ácido cafeico, como revelado por cromatografia de HPLC. Este resultado pode explicar algumas das funções de proteção antiinflamatória da própolis, semelhantes aos apresentados por vários anti- inflamatórios não-esteróides.

Confirmando a atividade antioxidante da própolis, Pascual et al (1994) testaram extratos etanólicos de dois tipos de própolis cubana e demonstraram que essas amostras também apresentam capacidade sequestrante de espécies reativas de oxigenio: radicais superóxido e radicais alcoxil.

A relação entre a propriedade antioxidante e o efeito antiinflamatório da própolis foi comprovado por Mirzoeva et al (1995) que após terem isolados dois derivados lipofílicos de ácido cafeico - ácido cafeico fenetil éster, e N,N'-diciclo-O-(3,4- dihidroxicinamoil)-isoureia. Demonstraram que ambas as substâncias inibem a 5- lipoxigenase e 15-lipoxigenase em concentrações micromolares. Os derivados do ácido cafeico também exibem propriedades antioxidantes e, a uma concentração de 5-10 microM bloquear completamente a produção de espécies reativas de oxigênio em neutrófilos humanos e no sistema de xantina/xantina oxidase.

Além do efeito antiinflamatório a própolis ainda demonstrou ação protetora contra lesões oxidativas, comprovadas por Chopra et al (1995) demonstraram o efeito cardioprotetor da própolis na cardiotoxicidade induzida pela doxorrubicina experimental, como consequência do estresse oxidativo, indicando que os parâmetros bioquimicos dos animais cardiopatas: creatina fosfoquinase (CK), aspartato aminotransferase (AST), glutationa do sangue e dos tecidos (GSH), e substâncias reactivas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) reverteram com o tratamento com própolis. Essas observações bioquímicas foram complementadas por exame histopatológico de seções cardíacas validando as informações de recuperação tecidual.

As ações protetoras da própolis contra danos oxidativos foram ainda complementadas pela demonstração do efeito hepatoprotetor estabelecido por Merino 1996 que depois de uma avaliação histopatológica realizada em fígado de ratos tratados com tetracloreto de carbono (CCl4) e própolis vermelha cubana, apresentaram redução da esteatose, redução dos níveis séricos de alanina aminotransferase (ALT) e dos triglicéridos.

Evidencia complementada por Mahran (1996) de que o efeito protetor do extrato aquoso de própolis contra a hepatotoxicidade de tetracloreto de carbono foi demonstrado usando suspensões de células isoladas de fígado como modelo experimental. Várias concentrações do extrato foram pré-incubadas com as suspensões de hepatócitos por 30 min antes de ser submetida ao estresse oxidativo durante mais 30 min. A toxicidade foi avaliada usando 3 parâmetros nos hepatócitos, a saber, a libertação de lactato desidrogenase, a formação de peróxidos lipídicos e a depleção de glutationa reduzida intracelular. Verificou-se uma proteção dose- dependente contra a lesão celular.

De modo similar Rodriguez e colaboradores (1997) usando a microscopia eletrônica de transmissão e análise bioquímica, investigaram o efeito da própolis vermelha cubana contra a hepatite induzida por galactosamina em ratos. Neste experimento a própolis impediu as alterações nos hepatócitos principalmente no retículo endoplasmático rugoso, complexo de Golgi, núcleo e membrana. O tratamento com própolis também reverteu o aumento da atividade da alanina aminotransferase (AST) e concentração de malondialdeído no soro dos animais tratados com galactosamina. Esses efeitos foram relacionados a atividade antioxidante da própolis sugerindo-a como potencialmente útil na prevenção da hepatite.

Aprofundando a investigação mecanística de ação antioxidante, Jaiswal e colaboradores (1997) demonstraram que o éster de ácido cafeico fenetil estimula a resposta antioxidante mediada pela expressão NAD(P)H: gene da quinona oxidorredutase gene (NQO1).

Mirzoeva e Calder (1996) investigando as propriedades antiinflamatórias para determinar o possível mecanismo da ação terapêutica de própolis, demonstrou que o extrato de própolis suprime a produção de prostaglandinas e leucotrienos em macrófagos peritoneais in vitro e durante a inflamação peritoneal aguda induzida por zimosan in vivo. Basnet e colaboradores (1997) estudando uma amostra de própolis brasileira avaliaram a capacidade de sequestro de radicais livres dos extratos aquosos, metanolicos e clorofórmico de própolis no modelo de radical 1,1-difenil-2- picrilhidrazil (DPPH) e xantina-xantina oxidase (XOD) Enquanto Sun e colaboradores (2000) compararam a propriedade antioxidante com substancias de referencia usadas para este fim, demonstrando in vivo, a atividade antioxidante de própolis foi avaliada com base em efeitos melhoradores sobre o stress oxidativo induzido por deficiência de vitamina E em ratos. O grupo de controlo foi alimentado com vitamina E dieta deficiente, e o grupo de própolis foi alimentado vitamina E deficiente em dieta suplementada com 1% de própolis para 4 e 8 semanas. As comparações foram feitas em concentrações teciduais de vitamina C, vitamina E, e hidroperóxidos lipídicos entre estes grupos. Nenhuma diferença significativa foi observada na concentração de tecido de vitamina E entre esses grupos após duas 4 e 8 semanas. Após 4 semanas, a concentração de vitamina C no plasma do grupo de própolis foi significativamente mais elevada do que a do grupo de controlo. Após 8 semanas, as concentrações teciduais de vitamina C no rim, estômago, intestino delgado, intestino grosso e do grupo de própolis foram significativamente maiores do que os do grupo de controlo. Estes resultados sugerem que alguns componentes da própolis são absorvidos a circular no sangue e comportam-se como um antioxidante hidrófilo que conserva a vitamina C. A concentração de hidroperóxidos de lípidos no intestino grosso do grupo própolis foi significativamente menor do que a do grupo de controlo após 8 semanas. Estes resultados sugerem que a própolis exerce o seu efeito antioxidante, onde assume-se a acumular-se, tal como no rim, onde ele é excretado, e sobre o sistema gastrointestinal, onde própolis influencia estes tecidos, mesmo a partir do exterior da célula.

Banskota e colaboradores (2000) estabeleceram parâmetros de comparação entre amostras de própolis oriundas de vários países e demonstraram que a própolis é uma substância resinosa coletada pelas abelhas de diversas fontes vegetais. A composição da própolis depende do tempo, da vegetação e a área de recolha. Assim, a avaliação da própolis de qualidade é importante, antes do uso em alimentos e bebidas. Para isso propõe três atividades biológicas diferentes foram realizadas, extratos, ou seja, 1,1-difenil-2-picrilhidrazil (DPPH) de atividade de eliminação de radicais livres, citotoxicidade e atividade hepatoprotetora, de MeOH e água de nove própolis diferentes do Brasil, Peru, Holanda e China. Os resultados mostraram que extratos aquosos de seis brasileiras e uma própolis chineses possuíam DPPH atividade captadora de radicais livres mais forte do que o extrato MeOH correspondente, enquanto que no caso da Holanda e extrato de própolis peruano MeOH exibiu forte DPPH atividade captadora de radicais livres. Os extratos MeOH de todas as própolis possuía citotoxicidade mais forte do que o extrato de água correspondente em direção cólon murino 26-L5 carcinoma e HT-1080 células de fibrossarcoma humano. O resultado da atividade hepatoprotetora de própolis brasileiras sobre D-galactosamina (D-GalN) / fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) a morte celular induzida em hepatócitos de rato em cultura primária foram encontrados de acordo com o grau criado pelos apicultores no Brasil.

A partir desses importantes resultados inúmeras aplicações clínicas passaram a ser atribuídas ao uso da própolis. Ozyurt e colaboradores (2001), por exemplo, Os radicais livres derivados de oxigénio foram implicados na patogénese da lesão renal após isquemia-reperfusão. Éster fenetílico ácido cafeico (CAPE), um componente ativo do extrato de própolis, apresenta propriedades antioxidantes. Para investigar se o tratamento com qualquer um CABO ou alfa-tocoferol modifica os níveis endógenos de os índices de stress oxidante, foram examinados os seus efeitos sobre um modelo in vivo de renal na isquemia-reperfusão em ratos. CABO em 10 micromol kg (-1) ou alfa-tocoferol a 10 mg kg (-1) foi administrada intraperitonealmente antes da reperfusão. A administração aguda de ambas CAPE e alfa-tocoferol alterou os índices de estresse oxidativo de maneira diferente em renal na isquemia-reperfusão.

Shinohara e colaboradores (2002) investigou a ação peroxidativa antilipidica do extrato etanólico de própolis brasileira a uma concentração de 47% (w/v) examinando o efeito inibidor do extrato sobre a formação de peróxidos lipídicos e hidroperoxidos e do tipo endoperóxido durante o aquecimento de ácidos graxos polinsaturado em Fe3+ e ADP/acido ascórbico em reações de peroxidação lipídica dependente de NADPH em microssomas de fígado de rato. O extrato de própolis inibiu a formação de peróxidos lipídicos hydroperoxidos nestas condições experimentais.

Liu e colaboradores (2002) propuseram que por via oral a administração aguda de etanol absoluto (1,0 ml/kg) em ratos em jejum produzido extensa necrose da mucosa gástrica e que o pré-tratamento com extrato etanólico de própolis (EEP) evita tal necrose. Este efeito protetor é chamado "citoproteção". O efeito citoprotector máxima contra a etanol absoluto induzida por lesão da mucosa gástrica foi observada 1 hora após a administração do extrato de própolis. Isso foi evidenciado através de exame macroscópico da mucosa gástrica mostrando uma melhora acentuada nos grupos que receberam própolis. A fim de investigar adicionalmente o mecanismo de protecção gástrica da própolis, foram estimados os níveis, in vivo e in vitro, da peroxidação lipídica. A própolis reduziu significativamente a produção e atividade dos radicais superóxidos induzidos pelo alcool nas mucosas gástricas dos animais experimentais. Concluiu-se que o mecanismo de protecção gástrica da própolis foi devido, pelo menos em parte, à sua capacidade para inibir a peroxidação lipídica, e, portanto, indiretamente proteger a mucosa gástrica do stress oxidativo.

Enquanto Lee e colaboradores (2003) demonstraram as atividades anti- oxidantes do tectochrysin, um composto principal da própolis. Tectochrysin produziu uma diminuição significativa nas atividades das transaminases séricas elevadas por lesão hepática induzida por tetracloreto de carbono (CCl4) em ratos. Tectochrysin demonstrou forte aumento das enzimas anti-oxidantes, tais como superóxido dismutase citosólica hepática, nas atividades da catalase e glutationa peroxidase, nos animais experimentais intoxicados com CCl4. Estes resultados sugerem que tectochrysin possui não apenas atividade anti-oxidante, mas também modula a expressão de enzimas antioxidantes, SOD, catalase e GHS-Px hepáticas, bem como uma diminuição significativa da produção de MDA.

Propriedade também demonstrada por Ichikawa (2003) que investigou a atividade de eliminação de radicais livre pela própolis através de espectroscopia usando o método de spin trapping. Além disso, foi examinada a influência de uma dieta de 2% de própolis sob condições de stress oxidativo. Em baixas concentrações, o extrato metanólico de própolis apresentou atividade in vitro na eliminação de radical superóxido, gerado pela reação de oxidase de hipoxantina-xantina, e o radical NO, gerado a partir da mistura de 7-CON (NO gerador) e carboxi-PTIO (agente de captação de spin). Observou-se um efeito inibitório da própolis sobre a peroxidação lipídica in vivo, conforme determinado pela medição das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico em homogeneizado de fígado, sugerindo que a própolis possui uma potente actividade antioxidante in vitro e in vivo.

Nakanishi e colaboradores (2003) evidenciaram que essas propriedades antioxidantes também estavam presentes sendo mediadas pela transferência de hidrogênio a partir de Artepillin C ao nível de radicais livre.

Em 2004, Ozen e colaboradores publicaram importante resultados mostrando não só a ação hepatoprotetora da própolis, mas também nefroprotetora e investigaram o efeito do éster de fenetilo ácido cafeico (CAPE) sobre a nefrotoxicidade induzida por cisplatina em ratos. A administração de uma dose única de cisplatina resultou na elevação do azoto da ureia no sangue e creatinina no soro, assim como o óxido nítrico no tecido do rim de ratos. Cisplatina também causou redução de catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase no tecido renal. Éster fenetílico ácido cafeico demonstrou ser protetor contra reduções enzima antioxidante induzida pela cisplatina. O tratamento com sequestrante de radicais livres, CAPE, atenuou o aumento plasmático da uréia e dos níveis de óxido nítrico nos rins, e mostrou proteção contra os danos histopatológico na insuficiência renal aguda induzida pela cisplatina. Extensa vacuolização das células epiteliais, inchaço, descamação e necrose foram observados no rim do rato tratado com cisplatina. Éster de ácido cafeico fenetil causou uma redução acentuada na extensão do dano tubular. Conclui-se que a administração de cisplatina impõe um estresse oxidativo ao tecido renal e CAPE confere proteção contra o dano oxidativo associado com a cisplatina. Este mecanismo pode ser atribuído à sua atividade sequestrante de radicais de oxigênio regativos.

De modo similar, Hosnuter e colaboradores (2004) demonstraram que em Ambos os estudos experimentais e clínicos os radicais livres derivados de oxigênio aumentam no plasma após a lesão ou dano tecidual induzido por estímulo térmico. Assim, várias moléculas antioxidantes têm sido utilizadas no tratamento de lesões por queimadura tanto experimentalmente como clinicamente. Éster do ácido caféico fenetílico (CAPE), um componente ativo da própolis, é conhecido por ter potente propriedade antioxidante. Este estudo investigou os efeitos do CAPE sobre o estresse oxidativo em plasma de ratos queimados. Os níveis plasmáticos de malondialdeído (MDA), óxido nítrico (NO) e as atividades de xantina oxidase (XO) e superóxido dismutase (SOD) foram usados como bio-indicadores do estado oxidante e determinante do efeito antioxidante do CAPE. Eles foram avaliados por métodos bioquímicos no 1º, 3º, 7º e 14 dias pós-queimadura. Em conclusão, o CAPE demonstrou possuir atividade antioxidante, melhorando a atividade SOD, impedindo a atividade XO e diminuindo os níveis de MDA e NO.

Shimizu e colaboradores (2004) de modo similar provaram que a própolis tem uma forte atividade antioxidante. Neste experimento os compostos fenólicos da própolis brasileira, foram extraídos com acetato de etila após a remoção de resina e cera com 90% de metanol, incluído Artepillin C, derivados do ácido cinâmico e ácido p-cumárico, kaempferol e seus derivados, naringenina, isosakuranetina, crisina, e diversos componentes em menor concentração. Quando o extrato foi adicionado ao lado apical de monocamadas de culturas de células Caco-2, Artepillin C foi especificamente incorporada nas células e liberado para o lado basolateral na sua maioria sem conjugação. Em seguida, Artepillin C foi adicionado às células HepG2 e expostos a radicais de oxigênio reativos. O Artepillin C impediu os danos oxidativos e suprimiu a peroxidação lipídica e o dano oxidativo ao DNA.

A importância clínica da capacidade atioxidante da própolis pode ser evidenciada pelo estudo de Cagli e colaboradores (2005) que avaliaram a isquemia/reperfusão involvida na morte celular por apoptose em miocárdio. Este estudo testou a hipótese de que o ácido caféico éster de fenetilo (CAPE), um dos componentes ativos de própolis, pode prevenir a apoptose do miocárdio e lesão miocárdica oxidativo. Os animais foram infundidos i.v. 10 minutos antes da oclusão da artéria coronária descendente anterior da artéria coronária (30 min), seguido de reperfusão (120 min). GSH foi infundido i.v. após a oclusão e imediatamente antes da

reperfusão. Foi utilizado o método in situ para avaliar a atividade apoptótica. O protocolo resultou em apoptose do miocárdio, alterações do estado antioxidante, elevação da creatinina sérica quinase (CK) e aspartato aminotransferase (AST) atividades, provas de peroxidação lipídica, e os níveis elevados de óxido nítrico, em comparação com o grupo de operação simulada. Este estudo demonstrou que o pré- tratamento com CAPE fornece proteção cardíaca contra a lesão apoptótica induzida por isquemia e reperfusão, reduzindo a apoptose, atenuando a produção de radicais