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TRATADO DE PROPOTERAPIA CLÍNICA Usos Terapêuticos da Própolis de Baccharis dracunculifolia

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO

Mestrado Profissional em Farmácia - Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos

São Paulo 2014

JOSÉ REINALDO COUTINHO

TRATADO DE PROPOTERAPIA CLÍNICA

Usos Terapêuticos da Própolis de Baccharis

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São Paulo 2014

TRATADO DE PROPOTERAPIA CLÍNICA

Usos Terapêuticos da Própolis de Baccharis

dracunculifolia

Dissertação apresentada ao programa de Mestrado Profissional em Farmácia da Universidade Anhanguera de São Paulo – UNIAN, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Farmácia, Área de Concentração em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos.

Orientador: Prof. Dr. Niraldo Paulino

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C895t Coutinho, José Reinaldo

Tratado de propoterapia clínica: usos terapêuticos da própolis de Baccharis dracuncufolia. /José Reinaldo Coutinho. – São Paulo, 2014.

146 f.; 30 cm

Dissertação (Programa de Mestrado Profissional em Farmácia) – Coordenadoria de Pós-graduação, Universidade Anhanguera de São Paulo, 2015.

Orientador: Prof. Dr. Niraldo Paulino

1. Própolis. 2. Propoterapia. 3. Baccharis dracuncufolia. 4. Apis melifera. I.Título II. Universidade Anhanguera de São Paulo

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JOSÉ REINALDO COUTINHO

TRATADO DE PROPOTERAPIA CLÍNICA Usos Terapêuticos da Própolis de

Baccharis dracunculifolia

Volume 1

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional de Farmácia, da Universidade Anhanguera de São Paulo – UNIAN como requisito para obtenção do Título de Mestre em Farmácia – Área de Concentração: Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos.

Orientador: Prof. Dr. Niraldo Paulino

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Orientador: Prof. Dr. Niraldo Paulino

_____________________________________ Membro Titular: Prof. Dr Paulo Celso Pardi

______________________________________ Membro Titular: Profª. Drª Nilsa Sumie Yamashita Wadt

Conceito Final: ___________________

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Dedico este trabalho ao Grande Arquiteto do Universo que tudo prove... À nossas famílias que são as células da felicidade da sociedade...

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RESUMO

Coutinho, José Reinaldo, et al., 2015. TRATADO DE PROPOTERAPIA CLÍNICA Usos Terapêuticos da Própolis de Baccharis dracunculifolia Volume 1. 143 p. Dissertação de Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Farmácia, Universidade Anhanguera de São Paulo, 2015. Orientador: Prof. Dr. Niraldo Paulino.

O Tratado de Propoterapia Clínica faz uma imersão no tema do uso terapêutico e suplementar em saúde da própolis, referindo os aspectos históricos, legais e éticos do uso da própolis, ampliando os conceitos de dos aspectos tradicionais do uso da própolis associando-os a identificação e caracterização botânica da fonte propolinizadora, química e controle de qualidade das resinas e extratos de própolis no Brasil e no mundo. O livro também explora em detalhes a farmacologia das ações da própolis de Baccharis

dracunculifolia e de produtos farmacêuticos e suplementos nutricionais e sua correlação

com a farmacotécnica, introduzindo o leitor à formulação e prescrição em propoterapia. O tratado de Propoterapia Clínica enfoca o uso da própolis de Baccharis dracunculifolia para o tratamento das doenças inflamatórias, infecciosas, e como suplementação nutricional em vários estados carenciais, degenerativas, imunes e oxidativos, bem como em odontologia.

Palavras chave: 1. Própolis e propoterapia. 2. Ações Farmacológicas e Indicações. 3. Forma Farmacêutica e Posologia. 4. Efeitos Colaterais e Reações Adversas. 5. Referências e Literatura.

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ABSTRACT

Coutinho, Jose Reinaldo, et al., 2015. Clinical propotherapy therapeutic uses os própolis from Baccharis dracunculifolia. 143pp. Master's Thesis - Graduate in Pharmacy Program, Anhanguera University of São Paulo, 2015. Advisor: Prof. Dr. Niraldo Paulino.

This book Clinical propotherapy is an immersion in the subject of therapeutic and supplementary use of propolis in health, referring to the historical, legal and ethical aspects of the use of propolis, expanding the concepts of the traditional aspects of the use of propolis associating the identification and botanical characterization of botanical source, chemical and quality control of resin and propolis extracts in Brazil and worldwide. The book also explores in detail the pharmacology of propolis from

Baccharis dracunculifolia and pharmaceuticals and nutritional supplements and its

correlation with pharmaceutical technology, introducing the reader to the formulation and prescription in propotherapy. The Clinical propotherapy focuses on the use of propolis from Baccharis dracunculifolia for the treatment of inflammatory, infectious diseases, and as a nutritional supplement in various deficiency states, degenerative, immune and oxidation as well as in dentistry.

Keywords: 1. Propolis and propotherapy. 2. Pharmacologic Actions and Indications. 3. Pharmaceutical Dosage Form. 4. Side Effects and Adverse Reactions. 5. References and Literature.

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TRATADO DE PROPOTERAPIA CLÍNICA

(Usos Terapêuticos da Própolis de Baccharis

dracunculifolia)

Volume 1

1ª. Edição

Niraldo Paulino

Farmacêutico, Prof. Dr. em Farmacologia de Plantas Medicinais pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Coordenador do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Biomedicamentos da Universidade Anhanguera de São Paulo

Amarilis Scremin Paulino

Farmacêutica, Profa. Dra. em Controle de Qualidade de Medicamentos pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Diretora Financeira do Grupo MEDLEX Gestão de Informações & Cursos Ltda

José Reinaldo Coutinho

Médico (formação) - Faculdade de Medicina da UFG Anestesiologista (especialização) UNICAMP - SP

Clínico de Dor (fellowship) Texas Pain Center Houston - TX USA Professor da Faculdade de Ciências Médicas - UFMT

Professor da Faculdade de Medicina - UNEMAT

Lucas Amorim Coutinho

Médico (formação) - Faculdade de Medicina da Universidade de Cuiabá (UNIC) Professor Colaborador da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

Editora X – SP

2014

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1ª Edição – 2014

Tratado de Propoterapia Clínica (Usos Terapêuticos da Própolis de Baccharis

dracunculifolia) Volume 1

Autores: Paulino, Niraldo; Paulino, Amarilis Scremin; Coutinho, José Reinaldo; Coutinho, Lucas Amorim. 143 p., il. Inclui bibliografia ISBN ... 1. Própolis e propoterapia. 2. Ações Farmacológicas e Indicações. 3. Forma Farmacêutica e Posologia. 4. Efeitos Colaterais e Reações Adversas. 5. Referências e Literatura. I. Paulino, Niraldo. II. Paulino, Amarilis Scremin. III. Coutinho, José Rerinaldo. IV. Coutinho, Lucas Amorim. CDD ... CDU ...

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APRESENTAÇÃO

O Tratado de Propoterapia Clínica faz uma imersão no tema do uso terapêutico e suplementar em saúde da própolis, referindo os aspectos históricos, legais e éticos do uso da própolis, ampliando os conceitos de dos aspectos tradicionais do uso da própolis associando-os a identificação e caracterização botânica da fonte propolinizadora, química e controle de qualidade das resinas e extratos de própolis no Brasil e no mundo. O livro também explora em detalhes a farmacologia das ações da própolis de Baccharis dracunculifolia e de produtos farmacêuticos e suplementos nutricionais e sua correlação com a farmacotécnica, introduzindo o leitor à formulação e prescrição em propoterapia. O tratado de Propoterapia Clínica enfoca o uso da própolis de Baccharis dracunculifolia para o tratamento das doenças inflamatórias, infecciosas, e como suplementação nutricional em vários estados carenciais, degenerativas, imunes e oxidativos, bem como em odontologia.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Característica da produção de própolis na Europa. ... 21 Figura 2 Característica vegetal da região para a produção de própolis no Brasil ... 21 Figura 3 Foto ilustrativa da coleta da resina e produção de própolis vermelha no Brasil ... 22 Figura 4 Principais classes de compostos presentes na propolis ... 29 Figura 5 Análise por cromatrografia líquida de alta eficiência (CLAE) da amostra de extrato de própolis do sul do Brasil (P1). ... 34 Figura 6 Produção nacional de própolis e as características da própolis produzida que varia do marrom, mais ao sul, até o verde intenso, na região do triangulo mineiro... 36 Figura 7 Extrato etanólico de própolis de Baccharis dracunculifolia reduziu o edema, diminuiu a migração leucocitária após a inflamação e inibiu a produção de óxido nítrico (NO), PGE2 e (superoxide radicals (O2-) Paulino et al., 2006 ... 57 Figura 8 Tratamento de células com própolis ... 58 Figura 9 O efeito do correolide (Koo et al., 1999) ou própolis nos canais de potássio modulados por voltagem (Kv1.3) ... 60 Figura 10 Terapia baseada em apoptose para o tratamento do cancere doenças relacionadas é a principal aposta da industria farmacêutica para o desenvolvimento de novas drogas e estratégias terapêuticas ... 62 Figura 11 O tumor induz uma resposta inflamatória durante a fase inicial de instalação e crescimento ... 62 Figura 12 p21Waf1/Cif1 inibidores das proteínas CDK. ... 63 Figura 13 Curso temporal para a biodisponibilidade dos compostos químicos presents no Cytopropols® em voluntaries humanos 1, 2, 4 e 24 horas após o consumo de 6 capsulas contendo 700mg cada (n=20). ... 65

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LISTA DE TABELAS

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 17

1 ASPECTOS HISTÓRICOS, TRADICIONAIS, LEGAIS E ÉTICOS DO USO DE PRÓPOLIS TERAPEUTICA (NIRALDO PAULINO) ... 18

LEGISLAÇÃO DE PRÓPOLIS NO BRASIL... 23

2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E CONTROLE DE QUALIDADE DA PRÓPOLIS DE BACCHARIS DRACUNCUFOLIA (MARIA C. MARCUCCI) ... 27

CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS ... 27

COMPOSIÇÃO QUÍMICA ... 28

3 MECANISMOS FARMACOLOGICOS DE AÇÃO DA PRÓPOLIS DE BACCHARIS DRACUNCUFOLIA (NIRALDO PAULINO) ... 44

4 PREPARAÇÕES FARMACOTÉCNICAS CONTENDO PRÓPOLIS DE BACCHARIS DRACUNCUFOLIA (AMARILIS SCREMIN PAULINO) ... 72

5 PROPOTERAPIA EM DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO (PELOS AUTORES) ... 81

DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ... 81

BRONCOPATIAS ... 81

Asma ... 81

Broncoectasias ... 82

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ... 82

INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS ... 82

Resfriado Comum ... 82

Gripe ... 83

Otite Média Aguda ... 83

Sinusite ... 83 Cupre ... 84 Faringite aguda ... 84 Tosse ... 85 Pneumonia Comunitária ... 85 Tuberculose ... 85

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6 AÇÕES DA PRÓPOLIS DE BACCHARIS DRACUNCUFOLIA NO

TRATAMENTO DE AFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO ... 86

7 PROPOTERAPIA EM DOENÇAS OXIDATIVAS (PELOS AUTORES)... 90

DOENÇA DE PARKINSON ... 90

ALZHEIMER ... 91

ESCLEROSE MULTIPLA ... 91

CATARATA ... 92

AÇÕES DA PRÓPOLIS NO SISTEMA DE DOENÇAS RESULTANTES DA FORMAÇÃO DE FORMAS RADICALARES DE OXIGÊNIO REATIVOS E OUTROS RADICAIS LIVRES ... 92

8 PROPOTERAPIA EM DOENÇAS INFECCIOSAS (PELOS AUTORES) ... 105

AÇÕES ANTIMICROBIANAS DA PRÓPOLIS... 106

9 PROPOTERAPIA EM DOENÇAS ODONTOLÓGICAS (POR CAMILO ANAUATE NETTO, HUGO ROBERTO LEWGOY E GISELLE DA CUNHA VILELA) 114 A PROPOLIS NA ODONTOLOGIA ... 117

A PRÓPOLIS NA ENDODONTIA ... 122

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INTRODUÇÃO

As abelhas habitam nosso planeta há pelo menos 60 milhões de anos, e sua história demonstra quão útil elas têm sido para a natureza e para o homem. Seu importante papel na polinização garante a frutificação e as sementes, que por sua vez, dão alimento e vida ao reino animal. Os produtos elaborados por elas são para o homem o verdadeiro presente da natureza, o “elixir da longa vida”, e dentre os diversos produtos apícolas, a própolis tem encontrado grande destaque.

Própolis é uma complexa mistura de metabólitos secundários e tem sido largamente usada em muitos países para o tratamento de diversas doenças (GHISALBERT et al.,1979). O nome própolis é derivado do grego pro, em defesa de, e polis, a cidade, o que significa: “em defesa da cidade ou da colméia” (MARCUCCI,1996). O escritor francês Dr. Yves Donadieu define a própolis como “uma série de substâncias resinosas e balsâmicas, de consistências viscosas, recolhidas de certas partes de vegetais, substâncias estas que as abelhas levam para a colméia e acrescentam certos reagentes pela adição de suas próprias secreções (ceras e secreções salivais), modificando-as parcialmente e transformando-as para tornar a própolis adequada e perfeitamente aplicável as suas múltiplas finalidades”.

O presente livro apresenta uma retrospectiva sobre os aspectos históricos, tradicionais, legais e éticos do uso de própolis na terapêutica, bem como aprofunda os estudos sobre a caracterização química, controle de qualidade e aspectos farmacotécnicos para a manipulação da própolis e sua utilização industrial. Os autores também apresentam uma vasta revisão bibliográfica sobre as propriedades farmacológicas, especialmente para o uso nas doenças que acometem os sistemas respiratórios, em patologias relacionadas à processos oxidativos, infecciosos e infectocontagiosos, em doenças da cavidade oral e em odontologia bem como em outros sistemas.

Referências

GHISALBERTI, E. L. Própolis, A Review. Bee world, v. 60, p. 59-84, 1979.

MARCUCCI, M.C.; CAMARGO, F.A.; LOPES, C.M.A. Identification of amino acids in Brazilian propolis. Zeitschrift Naturforsch, n.51c, p. 11-14, 1996.

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1 ASPECTOS HISTÓRICOS, TRADICIONAIS, LEGAIS E ÉTICOS DO USO DE PRÓPOLIS TERAPEUTICA (NIRALDO PAULINO)

Própolis é uma resina natural produzida pelas abelhas a partir de resinas e exudatos de plantas presentes na região circunscrita das colmeias. As abelhas utilizam a própolis para a construção e manutenção das colméias (BURDOCK, 1998). Utilizam-na para fechar frestas, para redução de entrada do vento, do frio e principalmente dos inimigos naturais, além de utilizá-la para embalsamar pequenos animais mortos pelas abelhas, que não puderam ser retirados, evitando com isso a putrefação e proliferação de microorganismos (DEBUYSER, 1983). A própolis também é utilizada como material de construção no interior da colméia, soldando favos, quadros e envernizando o interior dos alvéolos para que a rainha faça a postura dos ovos em um ambiente não contaminado, garantindo a viabilidade microbiológica do ambiente interno da colméia (GOJMERAC, 1980).

Da própria definição já se conclui que a própolis tem dupla origem, uma de procedência externa pela coleta de materiais vegetais, e outra de procedência interna ou fisiológica, pela adição de secreções glandulares oriunda das abelhas coletoras. Portanto, existem duas teorias sobre a procedência da própolis elaborada pelas abelhas. Uma delas é a “Teoria da Origem Interna ou Endógena”, apresentada em 1907 pelos cientistas alemães Kustenmacher, Philip, Weck e outros. Estes autores defendem a idéia que a própolis é um produto da digestão do pólen pelas abelhas, já que, em sua análise são encontrados bálsamos e óleos das membranas dos pólens. Esta teoria é a menos aceita, pois na composição da própolis deveriam estar presentes substâncias nitrogenadas, açúcares e lipídios encontrados no pólen. Além disso, os flavanóides e compostos fenólicos encontrados estão na forma livre (agliconas) e não na forma de glicosídeos como são geralmente encontradas nos vegetais, comprovando assim o efeito das glândulas salivares das abelhas sobre os glicosídeos das plantas (VERRÍSSIMO, 1980).

A outra teoria chama-se ”Teoria da Origem Externa ou Exógena”. Segundo esta teoria apresentada por Rosch, Evenus, Berlepsch e outros, as abelhas retiram a resina da casca de certos vegetais como as coníferas (pinheiros, araucárias) ou ainda de brotos e gemas de angiospermas (abacateiro, ameixeiras) e através do ácido 10-hidroxidocenóico e enzimas presentes nas suas secreções mandibulares,

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acrescentam pólen e ceras, que, compactados, formam uma pasta resinosa. Esta teoria é a mais aceita, pois já se observou que em lugares onde há muito pólen e poucas árvores, as abelhas praticamente não produzem própolis (VERRÍSSIMO, 1980).

Estas teorias já vêm sendo estudas desde o primeiro século depois de Cristo, onde a origem da própolis foi objeto de controvérsias entre sábios romanos, Pérno e Dioscorides, médicos e botânicos gregos. O primeiro defendia que as abelhas recolhiam a própolis nos rebentos dos salgueiros e dos castanheiros, enquanto o segundo atribuía a sua origem à casca do estorque, árvore balsâmica com acentuado odor de benjoin (ácido benzóico) (AGOSTINHO, 1998).

Desde antes de Cristo a própolis era utilizada pelos sacerdotes da Medicina, da Química e da arte de mumificar os cadáveres. Na Bíblia, o patriarca Jacob designava a própolis simplesmente por “bálsamo”. Na verdade, os vapores balsâmicos das resinas de própolis foram, através dos séculos, utilizados nos incensos de purificação dos mosteiros. Na antiga Assíria, a própolis em pó foi usada no tratamento de infecções e intumescências, ao mesmo tempo em que deve ter sido usada para acelerar o crescimento dos cabelos. Mais tarde, Aristóteles (384-332 a.C.) estudou o comportamento das abelhas na colmeia e designou-a por “lágrima de árvores” atribuindo-lhe eficácia no combate a chagas, feridas e dermatoses. Aristóteles, em seu livro “Catálogo animal” registrou a própolis como medicamento para tratamento de abcessos e feridas, ou seja, usado para prevenção das infecções.

No início do século I da nossa era, médicos gregos relataram as propriedades da própolis em extrair farpas e tudo que tiver penetrado na pele, reduzir inchaço e amolecer tecido endurecido, diminuir as nevralgias, curar úlceras e abcessos incuráveis (PAMPLONA, 1997).

No século XI, o médico e filósofo Avicenna escreveu que a própolis tem propriedades de diluir, limpar e amolecer intensamente os tecidos (PAMPLONA, 1997). Nos séculos XII a XV, a Medicina Empírica Geórgica utilizava a própolis nas inflamações da boca, cárie dentária, resfriados e furúnculos (AGOSTINHO, 1998). Na Medicina Empírica a própolis é muito utilizada para o tratamento dos tumores malignos, das calosidades e das feridas (IOIRICH, 1981). Na Holanda em meados do século XIII eram vendidos comprimidos da própolis para aliviar a dor e para infecções por picadas de insetos.

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A partir dos séculos XVII e XIX a própolis foi empregada ocasionalmente na França no tratamento de feridas (PAMPLONA, 1997). E em 1900, na Guerra dos Bôeres na África do Sul, a própolis foi largamente utilizada por sua alta eficácia como desinfetante e cicatrizante (MARCUCCI, 1995). Na antiga Tchecoslováquia, usou-se a própolis como antiinflamatório, anestésico local e regeneração de feridas em casos de otite externa, otite média, ruptura da membrana do tímpano, estomatite ulcerosa, afta, faringite crônica, rinite crônica, amigdalite, bronquite e asma brônquica obtendo-se resultados satisfatórios em todos estes casos. Há também um relato sobre a eficácia da própolis em pacientes com tuberculose (MATSUNO, 1997). Enquanto isso, em nosso continente, os incas, por volta de 1600 d.C., já utilizavam a própolis como remédio eficiente contra inflamações e febre (BREYER, 1991).

Já em nossa era, 1971, no Iraque, a própolis foi utilizada com sucesso no tratamento de milhares de pessoas intoxicadas com mercúrio (POTZELN, 1985). Atualmente, a própolis está sendo utilizada nas Clínicas Odontológicas com a finalidade antimicrobiana, antiinflamatória e cicatrizante (MACEDO, 1999). Na Clínica Médica no tratamento adjuvante das principais complicações decorrentes do tratamento de câncer como: mucosites, radiodermites e feridas de cirurgias assépticas (GONZÁLEZ, 1999). Na cirurgia plástica os resultados obtidos superaram as expectativas em relação à granulação e cicatrização de feridas, bem como a melhora de feridas infectadas (MUJALLI, 1999).

A origem própolis é determinada por análise química comparativa com a resina oriunda da fonte botânica que deu origem a própolis. Outro método também utilizado para identificação da origem botânica ou fonte propolinizadora, consiste da análise do pólen encontrado nas colmeias, porém este método pode levar a erros funcionais pois cada um dos elementos possuem funções distintas na colmeia e podem ser originários de fontes distintas na natureza.

O primeiro a relacionar uma fonte botânica à produção de própolis foi Popravko (1970) na Rússia, avaliando a composição de flavonoides da própolis e comparando-o acomparando-o exudatcomparando-o de brcomparando-otcomparando-os de bétula (brcomparando-otcomparando-os de bétula (Betula verruccomparando-osa , Betula pubescens , Betula litwinowii) e álamo. De fato, depois de inúmeras avaliações subsequentes sugerem em conjunto que, nas zonas de clima temperado, incluindo Europa, América do Norte e a parte temperada da Ásia, e partes da Rússia (figura 1).

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No Brasil a própolis é produzida a partir de espécies vegetais distintas daquelas encontradas na europa, conferindo características diferentes a nossa própolis (figura 2). MG SP PR SC RS Marrom Verde Baccharis dracunculifolia Araucaria Eucalipto citriodora Aumento da produção Brasileira

Europa central e leste as principais fontes vegetais de própolis são

espécies de Populos (Álamo).

Populos nigra

Figura 1 Característica da produção de própolis na Europa.

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Figura 3 Foto ilustrativa da coleta da resina e produção de própolis vermelha no Brasil

No Brasil em função da rica diversidade de flora e clima, apresenta inúmeras possibilidades para fornecer reinos de plantas como fontes propolinizadoras.

A própolis verde do Brasil é o tipo mais popular de própolis tropical e se origina a partir dos brotos das folhas recém-eclodidas de Baccharis dracunculifolia, popularmente conhecido com Alecrim-do-campo ou Vassourinha. Curiosamente os níveis mais altos de componenetes bioativos encontrados na própolis verde são originários de plantas com processos tumorais nas folhas da planta ou em plantas oriundas de solos ácidos e pobres em nutrientes.

A chamada própolis vermelha é coletada por abelhas no Brasil, de espécie de Dalbergia, presentes apenas no litoral do nordeste do Brasil e sempre em associação com outras espécies nas regiões de mange dos litorais da Bahia até o Maranhão (figura 3).

O adequado conhecimento sobre as origens botânicas das própolis tem interesse acadêmico e também é útil para estabelecer os critérios de controle de qualidade úteis para a padronização química da própolis

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LEGISLAÇÃO DE PRÓPOLIS NO BRASIL

Apesar de ser aceita por órgãos regulatórios como produto com finalidade terapêutica, a própolis precisa ser padronizada quimicamente para garantir sua qualidade, eficácia e segurança. A determinação da origem geográfica e principalmente a origem vegetal se faz importante no controle de qualidade e padronização. Também são necessários estudos que relacionem a composição química com a atividade biológica, pois assim seria possível correlacionar o tipo de própolis com a sua aplicação terapêutica. Isso é uma tarefa imprescindível para um mercado cada vez maior e exigente em todo o mundo.

Os produtos que contêm própolis e que apresentem indicações terapêuticas podem ser registrados como medicamentos específicos segundo a Resolução-RDC nº 132, de 29 de maio de 2003, sendo classificados como opoterápicos (Brasil,2003). A comprovação de segurança e eficácia segue a nota técnica da Câmara Técnica de Medicamentos Fitoterápicos (CATEF, 2005).

Os produtos que tem como princípio ativo da própolis possuem os requisitos para registro como medicamentos específicos, compreendido na classe opoterápica, segundo a Resolução-RDC nº 132, de 29 de maio de 2003 (BRASIL c, 2003).

A comprovação da eficácia e segurança, além dos requisitos mínimos de qualidade, é norteada pela Câmara Técnica de Medicamentos Fitoterápicos (CATEF), por meio da nota técnica sobre o Registro de Produtos Contendo Própolis (BRASIL, 2005a; LUSTOSA et al, 2008).

O prazo de validade deverá ser determinado após estudo de estabilidade acelerada de três lotes-piloto utilizados nos testes, ou estudos de estabilidade de longa duração de acordo com o GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS. Para medicamentos com três ou mais concentrações e formulações proporcionais, apresentar os resultados do estudo de estabilidade da menor e maior concentração.

Para registro, deverão ser apresentados relatórios completos de produção: forma farmacêutica, descrição detalhada da fórmula completa designando os componentes conforme a Denominação Comum Brasileira (DCB), Denominação Comum Internacional (DCI) ou denominação descrita no Chemical Abstract Service

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(CAS), respeitando-se esta ordem de prioridade; descrição da quantidade de cada substância expressa no sistema internacional de unidades (SI) ou unidade padrão, indicando sua função na fórmula; tamanho mínimo e máximo dos lotes industriais a serem produzidos; descrição de todas as etapas do processo de produção contemplando os equipamentos utilizados; metodologia de controle do processo produtivo; descrição dos critérios de identificação do lote industrial.

Os medicamentos específicos deverão ainda, apresentar bula segundo a Resolução da Diretoria Colegiada, RDC n°94 de 11 de dezembro de 2008. Para os medicamentos específicos que não possuem bula padrão, como no caso de cápsulas de própolis a legislação permite que tenham os seguintes itens:

I - "QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?";

II - "O QUE DEVO SABER ANTES DE USAR ESTE MEDICAMENTO?"; III - "QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE ME CAUSAR?";

IV - "O QUE FAZER SE ALGUEM USAR UMA GRANDE QUANTIDADE DESTE MEDICAMENTO DE UMA SÓ VEZ?";

V - "CONTRA-INDICAÇÕES";

VI - "ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES"; VII - "INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS"; VIII - "REAÇÕES ADVERSAS"; e

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Referências

AGOSTINHO, R.H. Própolis: Desconhecido muito conhecido na antiguidade. http://www.saude-natural.pt/jornal/que.htmp. 13 jun., 1998.

Brasil 2001. Ministério da Agricultura. Instrução Normativa nº3 – Anexo VI – Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de própolis. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 19 jan. 2001.

Brasil 2003. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 132, de 29 de maio de 2003. Diário Oficial da União, de 02 de outubro de 2003.

BREYER, U.E. Abelhas e Saúde. 6. ed. Porto União: Uniporto Gráfica e Editora, p. 1-5. 1991

BURDOCK, G.A. Review of the biological properties and toxicity of bee propolis. Food Chem. Toxicol. n 36, p 347-363, 1998.

CATEF, 2005. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/catef/propolis.htm DEBUYSE, E. La própolis. França: Universidade de Nantes, 1983.

GOJMERAC, W.L. Bees beekeeping and pollination. AVI Publ. Co.Inc.: Connecticut, p. 116, 1980.

GONZÁLEZ, S.J. Uso da própolis em Clínica Médica. Revista da Universidade de Franca, São Paulo: Associação Cultural e Educacional de Franca, p 15 ago., 1999. IOIRICH, N.P. As abelhas farmacêuticas com asas. 2. ed. União da Vitória: Editora

MIR, p 183, 1981.

LUSTOSA, S.R., GALINDO, A.B., NUNES, L.C.C., RANDAU, K.P., ROLIM NETO, P.J. Própolis: atualizações sobre a química e a farmacologia, Revista Brasileira de Farmacognosia (Brazilian Journal of Pharmacognosy) 18(3): 447-454, Jul./Set. 2008

MACEDO, S.B. Uso da própolis em Clínica Odontológica, Revista da Universidade de Franca, São Paulo: Associação Cultural e Educacional de Franca, p. 15 ago., 1999.

MARCUCCI, M. C. Propolis: chemical composition, biological properties and therapeutic activity. Adipologie, n. 26, p. 83-99, 1995.

(26)

MATSUNO, T., JUNG, S.K., MATSUMOTO, Y., SAITO, M., MORIKAWA, J. Preferential cytotoxicity to tumor cells of 3,5-diprenyl-4-hydroxycinnamic acid (artepillin C) isolated from propolis. Anticancer Res. n 17, p 3565-3568, 1997. MUJALLI, L. Uso da própolis na cirurgia plástica, Revista da Universidade de Franca,

São Paulo: Associação Cultural e Educacional de Franca, p 15, ago. 1999.

PAMPLONA, B. Própolis: Composição e atividade terapêutica. Revista Racine, São Paulo, n 37, p 49-53, 1997.

POPRAVKO, S. A., GUREVICH, A. I. AND KOLOSOV, M. N. “Isolation and identification of the main components of propolis, ” in Proceedings of the 22nd International Beekeeping Congress: Summaries, pp. 163–164, 1970.

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2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E CONTROLE DE QUALIDADE DA PRÓPOLIS DE BACCHARIS DRACUNCUFOLIA (MARIA C. MARCUCCI)

CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS

A própolis é um material de caráter lipofílico, duro e quebradiço a baixas temperaturas, mas macio, maleável e viscoso quando levemente aquecido (DEBUYSER, 1983). A cor da própolis é muito variável, dada a grande e variada coloração dos vegetais fornecedores da sua matéria-prima nas diversas regiões de “habitat” e de coleta. Assim, a própolis não é caracterizada por uma única cor (MARQUES, 1989). Assim, sua cor varia entre amarelo-esverdeado a marrom-escuro (DEBUYSER, 1983; VERRÍSSIMO, 1980).

O sabor da própolis é geralmente acre e, às vezes, amargo. O aroma tem tons balsâmicos agradáveis, algumas vezes adocicados à semelhança do mel, ceras e outros produtos com odor e sabor de canela, baunilha, etc (DEBUYSER, 1983; MARQUES,1989).

A fragrância característica que a própolis possui, deve-se principalmente à presença de óleos essenciais, cujos tipos até hoje determinados somam cerca de 30. Destes, o acetato de linalina, acetato de benzila, acetil benzóico são os óleos essenciais presentes no jasmim e lavanda (MATSUNO,1997).

A própolis é uma substância de consistência variável em função da temperatura a que está sujeita. A uma temperatura de 15ºC é compacta e dura, mais fácil de ser moldada ou reduzida a pó. Após 30 ºC amolece, torna-se maleável, ficando viscosa e colante, até alcançar o ponto de fusão, o que acontece mais ou menos entre 60 a 70 º C, podendo atingir, às vezes, 100 ºC ou mais. Aquecida em banho-maria, a própolis divide-se em duas partes bem distintas: uma viscosa que se acumula e precipita no fundo do recipiente e outra líquida (ceras de própolis) que sobrenada ou bóia na superfície e que serve para numerosas aplicações apícolas.

A própolis é insolúvel em água fria, mas parcialmente solúvel por outros processos (ebulição a refluxo, por exemplo). Ela é em parte solúvel em acetona, álcool, amoníaco, benzina, clorofórmio, e outros solventes orgânicos apolares (MARQUES, 1989).

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA

A própolis apresenta substâncias de origem vegetal e substâncias de origem animal, ou seja, da própria abelha, como por exemplo, os ácidos graxos. Estima-se que a própolis possui mais de trezentos componentes distintos, e devido a esta grande complexidade, é extremamente difícil de identificar qual a substância responsável por sua atividade terapêutica. Alguns autores afirmam que sua eficácia estaria justamente na composição química heterogênea (MATSUNO,1996).

Em 1927, a cor da cera das abelhas foi atribuída à presença de pigmentos de flavonoide crisina. Em 1969, foram aplicadas técnicas modernas de separação e foram isolados seis pigmentos do grupo das flavonas, duas flavononas e um composto aromático, a isovanilina. Também foram constatados a presença de quercetina e seus derivados (GHISALBERTI,1979). Em 1992, foram isolados da própolis o ácido caféico e seus derivados ésteres, o ácido feniletil caféico e o ácido caféico-metilester (MATSUNO, 1997).

Para uma descrição detalhada dos constituintes químicos já descritos em amostras de própolis ver anexo 1 (VILLANUEVA et al., 1964; VILLANUEVA et al., 1970; DEBUYSE, 1983; WALKER e CRANER, 1987; BANKOVA, 1988; LEJEUNE et al., 1988; BANKOVA 1989; GREENAWAY, 1990; BANKOVA et al., 1992; TOMÁS-BARBERÁN et al.,1993; MARCUCCI et al., 1993; BANKOVA 1994; AGA et al., 1994; ARVOUET-GRAND et al., 1994; MARCUCCI,1994; BANKOVA et al., 1995; MARCUCCI et al., 1996; MIYATAKA et al.,1997; NEGRI et al., 1998; SISA, 1998; CELLI et al., 2004; POPOVA et al., 2004; MAJIENE et al., 2004).

Entre os grupos biologicamente ativos mais importantes descritos na própolis, estão os compostos fenólicos (BOUDOUROVAKRASTEVA et al., 1997; MARCUCCI et al., 1998). Os compostos fenólicos correspondem a mais de 50% do peso total da própolis (MARCUCCI, 1995). Os flavanóides são quimicamente classificados de acordo com a presença ou não de um anel central, de uma dupla ligação no anel e de um grupo hidroxila a ele ligado (MARCUCCI et al., 1998).

Park et al., (2004) classificaram a própolis brasileira em 12 grupos distintos, obedecendo a critérios de similaridade fisico-química das amostras. Foram encontradas 5 tipos diferentes na região sul do Brasil, 1 na região sudeste e 6 na região nordeste. Nestas amostras foram realizados estudos para avaliar a composição

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CINNAMIC ACID 6 5 4 3 2 3 2 1 C COOH C BENZOIC ACID 6 5 4 3 2 COOH DIHYDROCHALCONE 6 5 4 3 2 β α O β α O CHALCONE 6 5 4 3 2 6 5 4 3 O O 2 3 4 5 6 7 8 2 3 4 5 6

FLAVANONE FLAVONE FLAVONOL

OH O

O

O O

Figura 4 Principais classes de compostos presentes na propolis

qualitativa e quantitativa de flavonoides e compostos fenólicos das amostras de própolis provenientes das diversas regiões do Brasil. Neste trabalho foi demonstrado que houve variação muito grande tanto qualitativa como quantitativa dos compostos fenólicos das amostras de própolis analisadas (na forma de extrato etanólico) (PARK e MASAHARU,1995). Em geral, as amostras da região Sul e Sudeste apresentaram os maiores teores de compostos fenólicos. Além disso, houve nítida diferença qualitativa dos diferentes extratos entre amostras de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A figura 4 apresenta um resumo das principais classes de compostos encontradas na própolis.

A grande quantidade de flavonoides, ácidos fenólicos e outras substâncias químicas presentes na própolis são as bases das suas propriedades biológicas (SCHIMIDT, 1996; GREENAWAY et al., 1990; MARCUCCI e BANKOVA, 1999; KUMAZAWA et al., 2003; PARK et. al., 2004).

Apesar do grande número de relatos químicos e biológicos publicados sobre própolis na última década, boa parte dos estudos envolve amostras coletadas em países europeus, que possuem características químicas definidas e origens botânicas bem estabelecidas, especialmente vinculadas a espécies de Populus (P. nigra, P.

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Nestas amostras europeias, os flavonoides são o grupo químico presente em concentrações majoritárias e o principal constituinte químico bioativo encontrado é o éster do ácido caféico, feniletil cafeato (CAPE) que é descrito como um potente inibidor específico da ativação do fator de transcrição nuclear NFκ B e inibidor do tumor de pele induzido por ésteres de forbol (NATARAJAN et al., 1996; HUANG et al., 1996; WU 2000; CALIXTO ET AL., 2003; 2004), além de outras atividades biológicas, incluindo a atividade anti-inflamatória (SUD’INA et al., 1993; CALIXTO et al., 2000; MONTPIED et al., 2003; CICALA et al., 2003; NAGAOKA et al., 2003; BORRELLI et al., 2002; ROSSI et al., 2002; RUSSO et al., 2002). Assim, o teor de CAPE presente nas amostras de própolis europeia tem sido utilizado como indicativo da qualidade comercial dessas amostras.

Como vimos, a própolis é uma substância resinosa, altamente aderente, produzida em diversos vegetais como árvores, arbustos, flores e troncos, para se protegerem, principalmente no estágio de brotos, pois, são vulneráveis a microrganismos e insetos. A colmeia, principalmente as larvas, fica igualmente vulnerável a invasores, levando as abelhas a coletarem essas substâncias que protegem os vegetais, para se protegerem.

Própolis é uma mistura resinosa que as abelhas melíferas coletam de árvores, brotos, fluxos de seiva ou outras fontes botânicas. É usado como um material impermeabilizado para espaços abertos não desejados na colmeia e contém principalmente substâncias pegajosas de plantas, cera de abelha e outras secreções de abelha. Própolis é famosa para benefícios de saúde e os seus potenciais são informados por possuir valiosas atividades biológicas como antioxidante, antibacteriano, antivirótico, antifúngico, anti-inflamatório e anticancerígeno (Sforcin, 2007; Awale et al., 2008).

A resina dos vegetais é coletada e carregada nas patas traseiras das abelhas coletoras para as colmeias, onde, antes de usá-la, é acrescentada de saliva, cera e outras substâncias, (Santos et al., 2003). A presença de açúcares na própolis sugere algum metabolismo por parte das abelhas (Greenaway et al., 1987).

Própolis é uma resina coletada pelas abelhas de várias fontes de plantas é usado pelas abelhas para proteger a entrada de intrusos e bactérias. Desde os tempos antigos foi usado como uma medicina do povo tradicional em muitos países. Em

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estudos recentes, uma gama extensiva de propriedades farmacológicas foi demonstrada para esta substância, incluindo, antibacteriana (Bankova et al., 1996; Drago et al. 2000), anti-oxidante (Nakajima et al., 2007). Anti-inflamatório (Mirzoeva et al., 1996) e anti- atividades de tumor (Chen et al., 2004). A atividade e componentes da própolis variam com a região geográfica (Kujumgiev et al., 1999) com as diferenças seus componentes essencialmente surgem devido as diferentes plantas das quais é sugerida (Markham et al., 1996).

A própolis também é usada para selar os favos durante a chocagem dos ovos, e assim protege a colônia contra doenças (Burdock, 1998). Foi demonstrado que a própolis mata o mais cruel adversário das abelhas, o Bacillus larvae (Mlagan et al., 1982; Meresta et al., 1988).

Por causa do seu grande uso na medicina popular, a própolis tem sido o foco de inúmeros estudos farmacológicos e químicos nos últimos trinta anos. Os primeiros relatos sobre a análise de própolis, baseados em evidências químicas, surgiram na década de 70, quando Lavie (1975) e Popravko (1978) compararam a composição química da própolis europeia com a composição química de exsudatos de choupo e bétula. Entre os elementos farmacologicamente ativos mais importantes encontrados na própolis europeia, pelo menos 38 tipos: flavonas, flavonóis e flavononas (coletivamente chamados de flavonoides), além de alguns compostos fenólicos e ácidos aromáticos e seus ésteres (Grange e Davey, 1990; Amaros et al., 1992a; Marcucci e Bankova, 1999; Marcucci, 2006).

Porém, a composição química da própolis é bastante variável devido à diversidade da vegetação visitada pelos insetos, assim como seus componentes químicos, o odor, a coloração e, conseqüentemente, os seus efeitos. Entre as espécies de plantas usadas pelas abelhas para sua coleta estão plantas como: álamos, bétulas castanhas e cinzas, vários prunus e salgueiros. Além disso, notam-se também variações na composição da cera, mostrando que esta igualmente afeta a composição química final da própolis (Crane, 1990).

Em consequência, amostras de própolis de origem tropical têm mostrado significativa diferença na sua composição química, em comparação com as própolis de regiões temperadas, devido a espécies diferentes de plantas encontradas nesses locais e a posição geográfica (Marcucci e Bankova, 1999; Bankova et al., 2000). Devido a essa enorme variação química da própolis ao redor do mundo, tornou-se

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claro que, deve-se ter cuidado ao comparar resultados de amostras de própolis de diferentes regiões, como Bulgária e Brasil, porque pode-se estar comparando os extratos originários de duas plantas que pertencem a famílias diferentes. Assim, para melhor avaliar a atividade biológica entre as própolis encontradas, recentes estudos incluem algum tipo de caracterização química da amostra utilizada (Bankova, 2005).

Recentemente, foi desenvolvido um processo químico de tipificação de várias substâncias químicas presentes na própolis. A tipificação é um processo que emprega marcadores químicos para caracterizar amostras de própolis de regiões distintas (Marcucci, 2006; Marcucci, 2000). Dessa maneira, pode-se delinear um perfil químico de diferentes amostras e estabelecer padrões de qualidade. Também, através do estudo da composição química da própolis, foi possível caracterizá-la de acordo com sua origem em grandes regiões geográficas, englobadas em três grupos principais: a) região da Europa, Ásia e América do Norte; b) região da Rússia, e c) região do Brasil. A própolis brasileira tem origem botânica bastante diversificada, devido à variedade da flora. Mais de 100 compostos individuais foram identificados na própolis brasileira, por esta razão tem despertado o interesse de vários cientistas (Aso et a., 2004; Mishima et al., 2005; Orsolic et al., 2005).

Nas amostras brasileiras poucos flavonoides foram identificados, podendo-se destacar os seguintes: canferide 5, 6,7-triidroxi-3,4’diihroxiflavona, aromadendrina-4-metil éter (Boudorova-Kravsteva et al. 1997), pinobanksina e um derivado do canferol, crisina e galangina (Marcucci et al. 2000). Por outro lado, foram identificados outros compostos novos, que possuem atividade biológica marcante, como uma classe de compostos fenólicos, os ácidos p-cumáricos prenilados, presentes em grande quantidade em amostras brasileiras (Banskota et al., 1998; Boudorova-Kravsteva et al., 1997; Bankova et al., 2000), o ácido 3-prenil-4-hidroxicinâmico (PHCA), E e 9-Z-2, o composto 2-dimetil-6-carboxietenil-8-prenil-2H-1benzopirano (DCBEN), o ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico (DHCA) e o ácido2, 2-dimetil-8-prenil-2H-1-benzopirano-6-propenóico (DPB) ( Marcucci et al., 2001). Alguns destes compostos possuem atividade antimicrobiana e antitumoral (Aga et al., 1994; Baskota et al., 1998).

Marcucci et al., 2003 e Marcucci 2006) observou, através do processo de tipificação, que existem quatro tipos de própolis brasileira, de acordo com suas características químicas: o tipo BRG, BRP (PR), BRP (SP/MG) e um outro tipo misto

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com marcadores dos grupos BRG e BRP (PR). Também, em recentes estudos, os diferentes tipos de própolis foram citados como BRG, BRPG, BRP-1 e BRV (Ayres et al, 2007). Dessa forma, abrindo um caminho para a utilização da própolis brasileira tipificada pela indústria farmacêutica.

Apresentaremos aqui as informações levantadas para amostras de própolis vermelha, tipificada como BRV (usado no desenvolvimento dessa patente) e de própolis verde, tipificada como BRP.

A composição química da própolis vermelha brasileira (BRV) foicaracterizada por espectrometria de massas e ressonância magnética nuclear (RMN) e 14 compostos foram identificados, sendo que, seis deles ainda não foram identificados em nenhuma própolis (Trusheva et al., 2006). Esses compostos são o t-anetol, metileugenol, isoelemicina e elemicina (derivados de fenilpropeno), o composto 20(29) -lupen-3-ona2 (cetona) e composto 3-epóxi-2-(3-metil-2-butenil)-1,4-naftoquinona (naftoquinona).

Já a publicação de Trusheva e seus colaboradores (2006) identificou na própolis da região de Alagoas, altas concentrações de compostos prenilados e benzofenonas. Mais recentemente, usando técnicas de análises químicas e histológicas relatou-se a existência de um novo grupo de própolis de origem botânica

Dalbergia ecastophyllum (rabo de bugiu) com alta atividade antimicrobiana e

antiradicais livres. Esta própolis vermelha, em colmeias localizadas ao longo do mar e costas de rios no nordeste brasileiro, foi classificada então como própolis do grupo tipificada BRV (Marcucci, 2006). Foi observado que as abelhas coletavam o exsudato vermelho da superfície dae Dalbergia ecastophyllum (L) Taub. (Leguminosae). A própolis vermelha foi relatada como sendo típica de Cuba e da Venezuela, onde as origens botânicas foram identificadas como Clusia nemorosa (Clusiaceae) e Clusia scrobiculata, respectivamente.

Segundo Trusheva e seus colaboradores a partir do extrato bruto da própolis vermelha de Alagoas foram isoladas, inicialmente, duas misturas complexas, 4 compostos puros e uma mistura inseparável de dois isômeros. A primeira mistura complexa é a fração mais apolar e é formada por derivados de fenilpropeno: t-anetol; metileugenol; metilisoeugenol; elemicina; transisoelemicina. Desses compostos, o t-anetol, metileugenol, metilisoeugenol, isoelemicina e elemicina foram encontrados pela primeira vez em própolis, e nessa fração, a elemicina é o mais abundante. A

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Figura 5 Análise por cromatrografia líquida de alta eficiência (CLAE) da amostra de extrato de própolis do sul do Brasil (P1).

composição desta fração explica o odor característico, similar a anis da própolis vermelha brasileira. Ainda, a segunda mistura complexa foi identificada como álcoois triterpênicos sendo a ∝-amirina, ß-amirina, cicloartenol e lupeol. O mais predominante é a ß-amirina. Álcoois triterpênicos são típicos da própolis brasileira (Marcucci et al., 1999). Um dos compostos puros isolados, também de natureza triterpênica, foi a cetona 20(29)-lupen-3-ona, que foi descrito pela primeira vez na própolis e com comprovada atividade antibiótica contra fungos e bactérias (Kim et al., 2001), atividade antioxidante similar ao tocoferol (Pluim et al., 1980), além da atividade citotóxica (Kim et al., 2001). Outro composto puro previamente isolado é o 2,3-epoxi-2-(3-metil-2-butenil)-1,4-naftoquinona,substância que somente está descrita na literatura como um produto sintetizado através da hidrólise por agitação do composto 2-(3-metil-2-butenil)-2,3-epoxi-1,4-naftoquinona 4,4-dimetoxi cetal. O último composto biologicamente é inativo (Pluim eet al., 1980; Perry et al., 1991).

Ainda foram isolados outros dois compostos puros, tais como, isoflavonóides identificados como cristais sem cor, a isosativana e a medicarpina. Estes compostos foram relatados na própolis cubana (Cuesta-Rubio et al., 2001; Picinelli et al., 2005.53:9010-6; Trusheva et al., 2006). A medicarpina já é conhecida por seus efeitos antimicrobianos e especialmente pela atividade antifúngica(Dixon et al., 1995; Trusheva et al., 2006), por induzir apoptose em fibroblastos de pulmão e células mononucleares de sangue periférico (Liu et al., 2002) e efeitos antimitóticos (Militão et al., 2005).

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Os solvestes usandos foram água e ácido fórmico (95:5, v/v) (solvente A) e metanol (solvente B). A eluição foi realizada com um gradiente linear e taxa de fluxo de 1 mL/min -1. A detecção foi monitorada em 280 nm. The chemical composition of Baccharis dracunculifolia Premium Brazilian Propolis phenolic compounds (mg/g) (1) coumaric acid (3.81), (2) rutin (9.87), (3) pinobanksin (3.48), (4) quercetin (2.15), (5) kaempferol (0.78), (6) apigenin (1.86), (7) pinocembrin (22.55), (8) pinobanksin-3-acetate (4.10), (9) chrysin (2.49), (10) galangin (4.14), (11) kaempferide (5.59), (12) tectochrysin (2.90), (13) ARTEPILLIN C (87.97). (Figura 5).

A constituição química da própolis do sul do Brasil foi avaliada em cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), denominada aqui de “P1”, e foi utilizada em todos os nossos experimentos. A presença dos compostos fenólicos serviu de indicador para a padronização química da própolis P1. Na figura 5 está apresentado o fingerprint (perfil cromatográfico) da própolis P1 (Extraída de MARCUCCI et al., 2002; PAULINO et al., 2003).

Tabela 1 – Amostras de Própolis testadas

Composto Nome químico Estrutura química Composto B ácido 3-prenil-4-hidroxicinâmico

Composto C 2,2-dimetil-6-carboxietenil-2H-1-benzopirano

Composto D (Artepillin C) ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico Composto I 2-[1-hidroximetil] vinil-6-acetil-5-hidroxi-cumarano Composto G2 3-metoxi-4-hidroxicinamil aldeído O H H O O O O O H O O H O O O H H O O HO OCH 3 CO H

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Nas amostras de própolis testadas (P1) a concentração média encontrada para os compostos G2, I, C ou D foram respectivamente 2,24; 8,97; 18,26 e 26,21 mg/g de extrato seco. (Tabela 1) (MARCUCCI et al., 2002)

Os principais estados produtores de própolis no Brasil são: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Figura 6).

Figura 6 Produção nacional de própolis e as características da própolis produzida que varia do marrom, mais ao sul, até o verde intenso, na região do triangulo mineiro.

Verde

Grande produção (profissional)

SC

Marrom

Produção crescente (Artesanal)

SP

PR

Exportação

MG

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3 MECANISMOS FARMACOLOGICOS DE AÇÃO DA PRÓPOLIS DE BACCHARIS DRACUNCUFOLIA (NIRALDO PAULINO)

A própolis é uma substância resinosa, altamente aderente, produzida em diversos vegetais como árvores, arbustos, flores e troncos, para se protegerem, principalmente no estágio de brotos, pois, são vulneráveis a microrganismos e insetos. A colmeia, principalmente as larvas, fica igualmente vulnerável a invasores, levando as abelhas a coletarem essas substâncias que protegem os vegetais, para se protegerem.

A própolis tem sido usada na medicina popular em vários países, como sendo um bom remédio tanto na terapia quanto na profilaxia de diferentes processos patológicos. Os extratos etanólicos e aquosos têm sido descritos como tendo um amplo espectro de atividades biológicas.

O efeito bactericida dos extratos etanólicos de própolis (LU ET A., 2005) foi demonstrado em amostras de própolis coletadas em diferentes estações do ano e em diferentes regiões de Taiwan em culturas de Staphylococcus aureus.

De acordo com Orsi e seus colaboradores (ORSI ET AL., 2005) macrófagos foram pré-estimulados com própolis brasileira e búlgara e foram colocados em contato com Salmonella typhimurium em diferentes relações macrófago/bactéria onde concluiu-se que a própolis aumenta a atividade bactericida do macrófago sendo, a própolis brasileira, mais eficiente do que a búlgara.

O sinergismo do extrato etanólico da própolis com alguns antibióticos (KROL et al., 1993) foi verificado, no entanto, em algumas drogas o efeito foi moderado, porém um efeito sinérgico com a estreptomicina e a cloxacilina foi identificado.

Um estudo testou o efeito da própolis contra 67 tipos de fungos isolados de pacientes com oncomicoses, e demonstrou que o extrato de própolis tem excelente desempenho, comprovando a sua atividade antifúngica (OLIVEIRA et al., 2006). Ainda, de acordo com Silici e seus colaboradores (SILICI ET AL., 2005) comprovaram ação da própolis turca contra micoses superficiais.

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Também se verificou que o extrato aquoso da própolis originária de Israel inibe significativamente a transformação maligna de fibroblastos de rato (NIH/3T3) pelo vírus Moloney do sarcoma murino (Musv-124) (HULEIHEL, ISHANO, 2001).

Vários extratos de própolis brasileira do estado de São Paulo (BRP) (CUNHA et al., 2004) foram avaliados em relação à sua atividade antitripanossômica (T. cruzi), demonstrando que alguns extratos apresentavam uma alta atividade.

Recentemente, foi relatado o uso da própolis como um agente contra o protozoário Giardia duodenalis, inibindo o seu crescimento e sua aderência (FREITAS et al., 2006). Também foi comprovada a ação da própolis na redução da infecção da

Leishmania amazonensis em macrófagos (AYRES et al., 2007).

A atividade citotóxica da própolis foi demonstrada por Matsuno e seus colaboradores (1997), usando o ácido 17-hidroxicleoroda-3-dien-15-oico, outro composto isolado da própolis brasileira, no tratamento de linhagens humanas de células de carcinoma hepático (HuH13), carcinoma de pulmão (HLC-2), células de câncer cervical (Hela) e câncer de cólon (26-L5).

Segundo Kimoto e seus colaboradores (2001), utilizando o composto Artepillin C (ácido 3,5 diprenil-4-hidroxicinâmico), obtido da própolis oriunda das regiões de Minas Gerais (BRP) e Paraná (BRG), demonstrou-se que as células de melanoma transplantadas em camundongos apresentavam apoptose após 3 semanas de tratamento com 500 mg de Artepillin C via intratumoral. Também foi observada uma inibição no crescimento do tumor com aumento da relação de células T (CD4/CD8) e um número maior no total de células T helper.

A publicação de Akao e seus colaboradores (2003) demonstrou o efeito inibitório da Drupamina e Bacarina e compararam com os efeitos do Artepilin C. Assim, os derivados do ácido cinâmico extraídos da própolis brasileira (BRP), inibiram o crescimento das células da leucemia promielocítica humana (HL60), das células de adenocarcinoma de colon (SW480, DLD-1, COLO201), dos linfócitos periféricos normais estimulados a mitose, em células de câncer gástrico (MKN1, MKN28, MUGC4), em leucemia mielóide crônica (K562) e linfoma histiocítico humano (U937). Entretanto, a atividade anticancerígena de bacarina e drupanina foi levemente menor que a do Artepillin C em linhagens de células de leucemia HL60.

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