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PROVIDÊNCIAS POLICIAIS 1 3 J

A^polêmica sobre as lesões corporais

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lefõnica !1 Deve determinar a realização do exame de corpo dc delito e de outros exam es periciais que se fizerem necessários (art 12, IV) "Também precisa colher o depoimento do agressor e das testemunhas (art. 12, V). Feita a identificação criminal do agressor (art. 12, VI), o inquérito deve ser encam inhado à justiça no prazo de 10 dias se o indiciado tiver sido preso em flagrante, e em 3 0 dias se estiver solto (CPP, art.. 10).

Apesar da determ inação de que seja o inquérito enviado ao juiz e ao Ministério Público, cabe remetê-lo ao fórum Feita a distribui­ ção, independentemente de ordem judicial, o inquérito é encaminhado ao Ministério Público para oferecimento da denúncia. Torna-se des­ necessária, assim, a dupla remessa, com o parece sugerir o dispositivo legal, o que demandaria injustificável extração de cópias(art. 12, VII)

Deferida ou não medida antecipatória, realizado ou não o acor­ do, nada obstaculiza o andamento do inquérito policial, o qual será distribuído ao mesmo juizo que apreciou o procedimento cautelar A exceção fica por conta de a ofendida ter escolhido outro foro para a remessa do incidente para a concessão de medida protetiva (art 15)

Além dessas atividades cabe à autoridade policial, atender à re­ quisição de força policial solicitada pelo juiz (art, 2 2 , § 3.°) ou pelo Ministério Público (art, 2 6 , 1 ), Tem igualmente a prerrogativa de agir, tomando as providências legais cabíveis, sempre que tom ar conheci­ mento, ou for com unicado, de que medida protetiva de urgência dei­ xou de ser cumprida (art, 10, parágrafo único) A intervenção da po­ licia cabe quando a medida de urgência deferida pelo juiz tenha natureza p enal Quanto as medidas da esfera civil, com o alimentos, por exemplo, ainda que não efetivado o pagamento a polícia nada pode fazer, A execução precisa ser buscada pela credor a em sede jutisdicio- nal, p ifraM èj^ ^ v a r^ x í^ l

17 2 Id en t ific a ç ã o crim in al

A, Constituição Fed eral,12 no rol dos direitos f u n d a m e n t a i s , livra^ o civilmente id entificado de ser submetido à identificação crim inal.

U Lei 9 2 9 6 /1 9 9 6 , a r t 2 °, 1.

-■12. CF, art 5,°, LVlíí: O civilm ente identificado não será subm etido a identifi­ cação crim inal, salvo nas hipóteses previstas em lei.

Porém ressalva as hipóleses previstas na lei A lei que regula a identi­ ficação crim inal13 prevê as e x ce çõ e s.1'5 Assim, a regia é: Quem tem identificação civil não se sujeita à identificação criminal, ficando as exceções condicionadas à previsão legal expressa Somente a prática dc alguns delitos impõe a identificação crim inal, e ainda assim só será levada a efeito quando houver dúvida sobre a identidade civil do acusado.

Desta regra de caráter geral foge a Lei do Crime Organizado ao ^leterminav sempre a identificação crim inal, independentemente da identilicação civil de quem está envolvido com ação praticada por organizações criminosas n

\ Agora a Lei Maria da Penha, aó tornar obrigatória a identilicação \do indiciado, incorporou mais uma hipótese em que não se aplica a < regra geral É o que detennina sem fazer qualquer ressalva (art 12): j L inlod osj\scasos,de 3 d o lê n ç ja d o j;^ ....

/ feito..oj£gisLm»da.Qmrrêncm,jckm

\ordenar a identificação do agressor.” Assim, em se tratando de violên-

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13 Lei 1 0 0 3 4 /2 0 0 0 , aU 1 O preso em flagrante deliLo, o indiciado em in­ quérito policial, aquele que pi aü ca infração penal de m en or gravidade (a n 6 1 , caput e parágiafo único do art. 6 9 da Lei 9..099, de 26 de setenibro.de

1 9 9 5 ), assim co m o aqueles con tra os quais ienha sido expedido m andado de prisão judicial, desde que não identificados d v ilm cn te , serão subm eti­ dos ã identilicação crim inal, inclusive pelo processo daliioscopico e foto­ gráfico

14. Lei 1 0 0 5 4 /2 0 0 0 , aii 3 °: O d vilm cn te identificado por d ocum ento origi­ nal não será subm etido à identificação ci iminal, e xceto quando: 1 - estiver indiciado ou acusado pela prática de h om icídio doloso, crim es con tra o patrim ônio praticados m ediante violência ou grave am eaça, crim e de re- ceptação qualificada, crim es contra a liberdade sexual ou crim e de falsifi­ cação de docum ento público; il - houver fundada suspeita de falsificação ou adulteração do docum ento de identidade; 111 ~ o estado de conservação ou a distância temporal da expedição dc d ocu m en to apresentado im possi­ bilite a com p leta identificação dos caracteres essenciais; IV - co n star de registros policiais o uso de outros nom es ou diferentes qualificações; V - houver registro de extravio do docum ento dc identidade; VI - o indiciado ou acusado não com provar, em quarenta e oito horas, sua identificação civil. 3 5 Lei 9 0 3 4 /1 9 9 5 , art. 5 A identificação crim inal de pessoas envolvidas com a ação praticada p or organizações crim inosas será realizada independen­ tem ente da identificação civil.

ciarclomestica, a identificação criminal deve ocorrer sempre, mesmo

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que não exista dúvida sobre a identidade do indiciado . Não é estabe­ lecido qualquer requisito ou condição que limite ou afaste a necessi­ dade de o agressor subm eter-se à identificação criminal. Há quem sustente a não razoabilidade dessa determ inação quando inexista dúvida sobre a identidade civil do agressor.10 O uso da expressão “iden­ tificação” ao invés de “identificação crim inai” não significa que basta a mera prova civil da identidade do autor.17 A lei não faz essa ressalva

De qualquer m odo, a exigência de identificação dactiloscópica e fotográfica, não pode ser considerada com o um constrangim ento desnecessário. Também não tem cimJio pu ram en te sim bólico c puniti­ vo,18 revelando-se providência salutar, até porque há uma grande preq.- cupacão com a m antenca de cadastros dos agressores domésticos ( a rt.

26,111).

16 Luiz Flâvio Gom es é Alice Bianchini, Lei da Violência con tra a mulher: re­ núncia e representação .

17 Rogério Sanches Cunha c Ronaldo Batista Pinto, Vioícncia Doméstica, 6 ‘1- 18 Com o afirm am Luiz Flávio Gomes e Alice Bianchini, L.ei da Violência con-

Procedimento no Juizado de Yioiência Doméstica