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PARTE I REVISÃO DA LITERATURA

CAPÍTULO 2. ANÁLISE ECONÓNICO-FINANCEIRA

2.3. RÁCIOS ECONÓMICOS FINANCEIROS

2.3.2 Rácios de estrutura financeira

Estes rácios estão relacionados exclusivamente com aspetos financeiros. Permitem quantificar características da empresa, detetar anomalias, fazer comparações e determinar: a alavancagem financeira; a liquidez, e a avaliação do equilíbrio financeiro. Através das Demonstrações Financeiras, os rácios permitem quantificar um vasto conjunto de informação sobre a entidade ou entidades a estudar, identificar os seus pontos fortes e encontrar meios para superar os seus pontos fracos.

Os rácios de alavanca financeira destinam-se a avaliar as implicações que as dividas da empresa têm na sua atividade principal, e identificam a capacidade de endividamento duma empresa.

De acordo com Neves (2012), para que as empresas tenham uma estrutura financeira equilibrada é necessário determinar o financiamento adequado à sua estratégia de investimento (o qual pode ser feito, recorrendo a capitais próprios3 ou através de capitais alheios4) e à gestão do ciclo de exploração, harmonizando, assim, a realização dos ativos em dinheiro e o ritmo de transformação das dívidas em passivo circulante.

2.3.2.1. Autonomia financeira

Este indicador é dos mais utilizados na análise de risco das empresas. Permite a avaliação da participação do capital próprio no financiamento da empresa. Quanto mais elevados forem os capitais próprios, menos dependente estará a empresa de capitais

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Os capitais próprios correspondem ao património líquido da empresa e são compostos pelas rubricas do balanço: capital social, reservas, prestações suplementares e resultados transitados.

Os capitais próprios correspondem aos meios financeiros detidos pelos próprios sócios.

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Os capitais alheios correspondem aos meios financeiros que as empresas dispõem respeitantes a terceiros. Os capitais alheios evidenciam o valor de independência da empresa em relação aos seus credores, designadamente instituições bancárias; fornecedores, sócios e outros credores

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alheios. O capital é obtido através de valores do balanço patrimonial da empresa, quantifica a sua solidez financeira e representa um bom grau de autonomia financeira.

2.3.2.2. Endividamento

Este indicador permite-nos determinar qual a percentagem com que a empresa se financia em capitais alheios (capitais de terceiros) ou capitais próprios no desempenho da sua atividade. Indica-nos a relação entre o passivo de curto prazo da empresa e o passivo total, as obrigações que possui e o grau de endividamento, assim como a capacidade de cumprir as suas responsabilidades.

Este indicador é obtido através dos valores do balanço patrimonial da empresa e varia entre zero e cem. Quanto mais próximo de cem, maior a sua submissão em relação aos financiadores e credores de recursos de curto prazo.

2.3.2.3. Solvabilidade financeira

Este rácio quantifica o nível de endividamento das empresas e expressa a capacidade das mesmas em liquidar os seus compromissos a médio e longo prazo. Indica a proporção relativa dos ativos da empresa financiados por capitais próprios ou financiados por capitais alheios.

Quanto mais elevado for este indicador, mais consistente é a estrutura de empresa, mais estabilidade financeira e mais poder de negociação a mesma tem. Quanto mais baixo for, mais vulnerável se encontra a empresa perante os credores externos.

Autonomia Financeira = (Capital Próprio / Total Ativo Liquido)

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O indicador é obtido através de valores do balanço patrimonial da empresa.

Na análise da estrutura financeira das empresas é também usual o rácio inverso Neves (2012).

2.3.2.4. Liquidez

Os rácios de liquidez pretendem medir a capacidade dos níveis de tesouraria da empresa, para satisfazer os compromissos de curto prazo ou correntes, possibilitando antecipar problemas e a aproveitar oportunidades.

A liquidez pode ser o início para uma análise sobre a estabilidade da empresa. Se for desfavorável poderá traduzir o princípio de um desencadeamento de ações instáveis que culminam com o descrédito perante terceiros.

Quanto maior for o resultado apresentado, maior capacidade tem a empresa para satisfazer os compromissos, logo está menos exposta ao risco de incumprimento.

i. Liquidez geral

O rácio de liquidez geral é um indicador que analisa a capacidade dos ativos correntes da empresa para satisfazer as responsabilidades de curto prazo.

É importante que o resultado deste rácio ultrapasse pelo menos o valor de 1, pois quanto mais baixo for, maior será a vulnerabilidade da empresa para resolver os seus compromissos de tesouraria. Do mesmo modo, quanto mais elevado o rácio maior a sua solvabilidade a curto prazo.

Solvabilidade = (Capital Próprio / Passivo corrente)

Debt to Equity = (Capital Alheio / Capital Próprio)

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ii. Liquidez reduzida

Este rácio assemelha-se ao anterior. Exprime a capacidade da empresa para satisfazer as responsabilidades de curto prazo com os ativos circulantes, excluindo os inventários em stock.

Se houver uma diferença elevada entre a liquidez geral e a liquidez reduzida significa a existência de stocks não vendáveis, o que indica a existência de stocks com elevados custos para a empresa.

As empresas devem ter a preocupação com os saldos das contas bancárias e com o saldo da conta de caixa, pois à medida que as suas obrigações vão sendo vencidas e a empresa não dispõe de disponibilidade para as liquidar, crescem os problemas de funcionamento.

iii. Liquidez imediata

O rácio de liquidez imediata exprime, em determinado momento, o grau de cobertura, que uma empresa tem em liquidar o seu passivo circulante, recorrendo apenas às suas disponibilidades.

É um índice de grande importância para análise da situação a curto-prazo da empresa.