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4 ELABORAÇÃO DA MEDIDA DE DESEMPENHO AMBIENTAL DOS ES,

4.4 Reavaliação dos ES

Após o estabelecimento da MDAES – estimada na escala (0, 1) e transformada para a escala (500, 50) – e da localização dos ES pesquisados em cada um dos níveis da escala, por meio do theta (θ), que representa o desempenho ambiental dos ES, foi realizada uma nova avaliação. Como a primeira avaliação foi com base nas informações coletadas pelo instrumento de pesquisa, aplicado em 2003, optou-se por reaplicá-lo para verificar o desempenho ambiental de alguns ES hoje. Desta forma, o instrumento foi enviado via correio eletrônico para trinta ES. Após o envio fez-se um contato telefônico com os responsáveis pelo gerenciamento de RSS explicando-lhes a importância desta pesquisa, mas apenas dez ES responderam ao instrumento.

Com base nos dados coletados nesta nova aplicação do instrumento de pesquisa, que possui itens já calibrados, aplicou-se o BILOG-MG para se obter novo valor de theta (θ), que representa o novo desempenho do ES na escala MDAES.

Os ES pesquisados e suas novas classificações na MDAES estão relacionados no Apêndice G. Com base nestes dados faz-se uma análise da nova classificação dos ES, comentando as evoluções.

4.4.1 Análise do resultado da reaplicação do instrumento de pesquisa

Conforme o Quadro 13 percebe-se que 2 ES permaneceram no mesmo nível e os outros apresentaram uma evolução, apresentando um desempenho melhor na nova reaplicação do instrumento de pesquisa.

Este quadro registra a permanência do nível 550 dos estabelecimentos A e F, sendo que o ES A foi o estabelecimento que apresentou o pior desempenho. Ele possuía, em 2003, um desempenho classificado na MDAES (500,50) de 554 e na

reaplicação, de maio de 2009, esse desempenho passou a ser de 553. Desta forma, permaneceu no mesmo nível da MDAES, mas apresentou uma diminuição, mínima, no seu desempenho. O desempenho do ES F, também não alterou de nível, porém, apresentou uma melhora no seu desempenho em relação à aplicação efetuada em 2003. Apresentou, primeiramente, um desempenho de 560 e de 591 na reaplicação (maio/2009).

O estabelecimento C, dos ES pesquisados, era o que possuía o menor desempenho, localizando-se no nível 400, com desempenho de 422 em 2003. Com a nova aplicação, o estabelecimento melhorou bastante seu desempenho, passando a ser classificado no nível 550 e com um desempenho de 552.

Os ES B, D e E passaram a se localizar no nível 550, sendo que os estabelecimentos B e E estavam localizados, originalmente, do nível 500 da MDAES. Destes, o estabelecimento D foi o que apresentou uma elevação mais significativa em seu desempenho, passando de 451 em 2003 (nível 450), para 564 (2009).

Os estabelecimentos G, H, I e J apresentaram um desempenho compatível com o nível 600 da MDAES, na nova avaliação. Destes, o H foi o estabelecimento que apresentou a melhor evolução na comparação com a avaliação de 2003. Passou de um desempenho de 477 para 609 em 2009. Os ES G e I e J passaram do nível 500 e 550, respectivamente, para o nível 600.

Nr.do Classificação Nível Nova Novo

ES Original Original Classificação Nível

A104 554 550 553 550 B443 523 500 551 550 C338 422 400 552 550 D154 451 450 564 550 E482 512 500 590 550 F196 560 550 591 550 G495 501 500 606 600 H256 477 450 609 600 I355 501 500 622 600 J488 590 550 623 600

Quadro 13 – Nova classificação dos ES nos níveis da MDAES

A seguir, é analisado cada ES, na comparação das respostas apresentadas nas duas avaliações.

ES A: continua observando alguns procedimentos básicos de manejo de resíduos, porém, continua tendo problemas com a segregação, acondicionamento, higienização dos acondicionadores e locais de guarda dos resíduos. Em contrapartida apresentou uma melhora na área física do armazenamento externo do estabelecimento. Além disso, há uma melhora quanto à segurança do trabalhador e na biossegurança, com a implantação de sistemas de prevenção de riscos e, quanto ao sistema de gestão foi indicada a confecção do PGRSS.

ES B: nota-se que o estabelecimento continua com alguns problemas relativos à manutenção de seus sistemas e com a parte física necessária ao armazenamento externo. Além disso, o ES não tem implantado nenhum sistema de qualidade. Porém, apresentou melhoras nos procedimentos de manejo de resíduos, segurança e saúde do trabalhador, biossegurança e sistema de gestão. Neste último, destaca-se a confecção e implantação do PGRSS. Essas melhoras possibilitaram ao ES passar para o nível 550 da MDAES.

ES C: este estabelecimento apresentou alteração do seu desempenho em todos os critérios da avaliação. As alterações mais significativas foram registradas na segurança e saúde do trabalhador, principalmente, nos treinamentos, na biossegurança, referente aos sistemas de manutenção e no sistema de gestão, na melhoria do gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, com a confecção e implantação do PGRSS. Esse novo desempenho fez com que o estabelecimento pudesse alterar sua classificação do nível 400 para o nível 550 da MDAES.

ES D: as melhorias que foram identificadas, relacionadas ao manejo de resíduos, foram registradas, principalmente, na segregação, acondicionamento e identificação. O ES passou a se preocupar mais com a qualidade da água, realizando procedimento de análise e manutenção das instalações. Outro ponto que merece ser registrado é quanto à melhoria nos sistemas de gestão. Este ES também está mais preocupado com o gerenciamento dos RSS, pois já confeccionou seu PGRSS.

ES E: este estabelecimento que apresentou um desempenho de 590 demonstra, claramente, sua tendência a passar para o nível 600. Melhorou seu

desempenho nos critérios manejo de resíduos, biossegurança e sistema de gestão, sendo neste último as maiores melhorias. No critério sistema de gestão, percebe-se a preocupação com a melhoria do gerenciamento dos RSS, com a confecção e implantação do PGRSS e implantação de um programa de qualidade. Além disso, o ES desenvolve ações relacionadas às questões ambientais, possuindo uma equipe só para cuidar destas questões.

ES F: este estabelecimento não demonstrou grandes alterações em seu desempenho, pois o mesmo permaneceu no mesmo nível da MDAES (550). As alterações, apontadas com a nova avaliação, estão relacionadas ao critério manejo de resíduos, principalmente, no subcritério identificação; e no critério sistema de gestão. Neste último, na primeira avaliação o ES já havia confeccionado o PGRSS, mas não havia implementado e na nova aplicação o PGRSS já está implantado, demonstrando um interesse do estabelecimento no cumprimento da legislação vigente.

ES G: o desempenho registrado pela avaliação deste estabelecimento mostrou uma alteração de 501 para 606, com uma alteração do nível 500 para600 da MDAES. Neste nível estão os estabelecimentos que demonstram grande preocupação com o atendimento à legislação vigente. As melhorias identificadas estão relacionadas ao sistema de gestão, melhorando seus procedimentos registrados no PGRSS e adotando ações relacionadas às questões ambientais.

ES H: este estabelecimento registrou a maior elevação de desempenho, passando do nível 450, para o nível 600. As principais alterações estão relacionadas aos critérios: manejo de resíduos – subcritérios identificação e armazenamento externo –; qualidade da água, quanto à manutenção das tubulações; biossegurança, na preocupação com os riscos inerentes ao gerenciamento dos RSS; e sistema de gestão, onde a melhoria se relaciona à implantação do PGRSS e na manutenção de equipes responsáveis pelas questões ambientais, visando apresentar um desempenho próximo do que a legislação determina.

ES I: a avaliação registrou uma elevação do desempenho ambiental deste estabelecimento. Passou do nível 500 (501), para o nível 600 (622) da MDAES.

Além de apresentar melhoras no manejo dos resíduos (segregação, identificação, transporte externo), apresentou melhoras nos critérios qualidade da água, biossegurança e sistema de gestão. Neste último, as melhoras foram mais significativas. O estabelecimento confeccionou e implantou o PGRSS e trabalha as questões ambientais em equipe, demonstrando que o ES está constantemente preocupado com o gerenciamento ambiental, procurando não desenvolver ações impactantes ao meio ambiente.

ES J: este estabelecimento, também, apresentou uma melhora na nova avaliação ambiental, porém menor que em alguns estabelecimentos. Apesar de passar do nível 550 para o nível 600 da MDAES, seu desempenho alterou somente de 590, para 623. O estabelecimento já apresentava uma preocupação com as questões ambientais, pois na primeira avaliação demonstrava essa preocupação, já possuindo o PGRSS implantado. Na reaplicação, as melhorias estão relacionadas ao registro dos procedimentos de acondicionamento, a melhoria do espaço físico de armazenamento temporário; no critério manejo de resíduos e no critério biossegurança, a melhora foi registrada na confecção de um plano de emergência, no caso de acidentes com substâncias perigosas. Essas ações demonstram que o ES não descuida do atendimento à legislação ambiental e desenvolve ações de melhoria ambiental.

A reaplicação do instrumento de pesquisa reforça as vantagens do uso dessa proposta de avaliação ambiental. O processo, baseado numa avaliação construída com itens calibrados, facilita o acompanhamento do desempenho dos ES e sua evolução em direção à melhoraria ambiental.

Na MDAES tanto os itens, quanto ao desempenho dos ESs, são representados na mesma unidade de medida, podendo ser comparados. Com a interpretação desta medida pode-se ampliar o conhecimento dentro dos ES. No capítulo 5 apresenta-se uma nova perspectiva de utilização das informações geradas por esta avaliação na criação do conhecimento organizacional. Assim, este trabalho não aborda, somente, a criação, aplicação e interpretação da MDAES, mas avança para uma expectativa de trabalhos futuros, em relação à gestão do conhecimento.

5 GESTÃO DO CONHECIMENTO E DESEMPENHO AMBIENTAL EM