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Grande Corrida de Sacos

1.1 Recursos humanos

Os Serviços Farmacêuticos (SF) são constituídos por uma equipa multidisciplinar e o bom funcionamento deste serviço só é assegurado pela participação de todos os colaboradores, que apesar de estarem divididos pelas várias áreas da farmácia, interagem entre si com o objetivo comum que é o doente.

No Centro Hospitalar Tondela-Viseu, a equipa é constituída por 11 farmacêuticos, 3 administrativos, 10 técnicos de diagnóstico e terapêutica (TDT) e 7 assistentes operacionais (AO).

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Daniela Rodrigues Fernandes

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas|2013-2014

2. Gestão e Qualidade

O sistema de gestão de qualidade (SGQ) dos serviços farmacêuticos (SF) é certificado de acordo com a ISO 9001:2008.

O SGQ deve assegurar que todos os colaborados têm acesso à documentação de origem externa e que, quando há atualizações, devem ser informados e os documentos devem estar disponíveis para qualquer colaborador consultar, deve confirmar e assegurar a adequabilidade dos documentos relativos aos requisitos das normas de referência, legais e normativos e garantir a manutenção dos registos necessários ao bom funcionamentos e definir as responsabilidades de cada colaborador.

3. Aprovisionamento

O aprovisionamento é uma área na farmácia hospitalar que tem como objetivo gerir a quantidade de medicamentos e dispositivos médicos que são necessários ao longo do ano, de modo a assegurar a satisfação das necessidades terapêuticas para todos os doentes de vários serviços, com a melhor utilização dos recursos disponíveis e, esta área é da responsabilidade da diretora dos SF.

No CHTV, a farmacêutica que está responsável por este setor, tem como principais objetivos selecionar os medicamentos de forma a melhorar o controlo da sua utilização, diminuir os custos associados a nível hospitalar, promover uma utilização racional dos medicamentos e melhorar a qualidade ao nível da terapêutica. Para que estes objetivos sejam cumpridos, torna-se essencial a presença de um guia farmacoterapêutico associado a cada hospital onde estão incluídos a maioria dos medicamentos do Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento (FHNM) e outros de acordo com as necessidades do hospital. A identificação das necessidades de compras é com base nas previsões de consumo anual de acordo com o histórico do hospital, dos stocks existentes e das necessidades pontuais do hospital. Outro fator a ter em conta na realização da encomenda é o tipo de produto (A,B ou C), sendo que o produto A corresponde ao produto de maior importância, valor ou quantidade; o produto B ao produto de importância intermédia, assim como a quantidade ou o valor; e o produto C ao produto de menor importância, valor ou quantidade. Com base nesta classificação é necessário realizar uma boa gestão com as quantidades de cada produto em cada encomenda.

A seleção dos fornecedores é segundo uma avaliação das caraterísticas que estes apresentem, nomeadamente, os preços e condições de pagamento, o historial do fornecedor, os prazos de entrega de encomendas, a capacidade de resposta às solicitações por parte dos SF, assim como é essencial a apresentação de certificados de qualidade para cada produto.

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Após a seleção dos fornecedores e das listagens com as previsões de necessidades de compra de medicamentos, dispositivos médicos e equipamentos, a aquisição é realizada através de concursos públicos que estão dependentes dos limites financeiros anuais. Os concursos podem ter como base os catálogos de ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde) e estes catálogos permitem facilitar as aquisições por parte das instituições e serviços integrados no SNS, diminuir os problemas associados aos procedimentos de aquisição, garantir as mesmas condições de compra para todas as instituições e serviços, assim como assegurar uma maior eficácia na gestão e controlo do aprovisionamento. Nos casos em que os medicamentos não se encontram no catálogo, e sempre que surjam necessidades de aquisição de medicamentos específicos, a aquisição destes pode ser através de concursos públicos que são da responsabilidade do próprio hospital, também pode ser necessário recorrer-se a negociações diretas com o laboratório, a consultas diretas ao titular Autorização de Introdução no Mercado (AIM), podem surgir requisições urgentes a fornecedores locais ou empréstimos a outros hospitais.

Neste setor foi possível compreender todo o processo de seleção de medicamentos tendo em conta a gestão dos recursos e a avaliação farmacoeconómica para a realização das listagens com os medicamentos a encomendar, assim como foi possível perceber os diferentes processos de aquisição dos medicamentos.

3.1 Receção

No momento da receção, é necessário verificar se a encomenda rececionada está de acordo com o que foi solicitado, nomeadamente os medicamentos em causa, a dosagem, a quantidade e o valor, comparando a fatura com a nota de encomenda obtida aquando da aquisição dos medicamentos, este processo é realizado por um TDT. Na receção dá-se prioridade aos medicamentos de frio, hemoderivados e psicotrópicos e estupefacientes e a sua receção deve ser realizada no momento de chegada ao armazém. Seguidamente faz-se a receção dos outros medicamentos.

Na sala da receção encontra-se um armário onde está presente toda a informação necessária à receção de encomendas arquivada em dossier, nomeadamente as notas de encomendas, a devolução aos fornecedores, empréstimos a outros hospitais, informação relativa ao Recall e do controlo de prazos de validade.

As faturas e as notas de encomenda são encaminhadas para a contabilidade e, após assinados e carimbados, são reencaminhados para os SF.

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3.2 Armazenamento

Após a receção dos medicamentos é necessário armazená-los e garantir as condições de temperatura e humidade estabelecidas, ou seja, temperatura inferior a 25ºC e humidade inferior a 60%. O CHTV possui apenas um armazém de grandes dimensões onde os medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos estão dispostos segundo uma ordem. A regra geral para todos os medicamentos é que os que possuem a data de validade menor, devem ser colocados de forma a serem os primeiros a serem utilizados.

O armazém encontra-se dividido em várias categorias: medicamentos em geral, antibióticos, medicamentos de ambulatório, os soros, os desinfetantes e antissépticos, material de penso. Em cada uma destas categorias, estão organizados por ordem alfabética de Denominação Comum Internacional (DCI).

Alguns medicamentos necessitam de condições de conservação especiais, compreendidas entre os 2ºC e os 8ºC. Nestes casos, a conservação tem de ser numa câmara frigorífica e a disposição destes medicamentos, no CHTV, encontra-se por ordem alfabética, com exceção dos medicamentos citotóxicos que se encontram numa área separada na câmara diferente dos restantes.

Os inflamáveis não estão armazenados no interior dos SF mas sim no lado de fora do edifício da farmácia e possui todo o equipamento necessário caso ocorra um incêndio, está equipada com um chuveiro, sinalética de inflamáveis e chão impermeável.

4. Distribuição

Os Serviços Farmacêuticos são os responsáveis por todo o percurso do medicamento, desde a sua obtenção, distribuição e controlo de medicamentos e dispositivos médicos utilizados a nível hospitalar para internamento e também para os doentes em regime de ambulatório (Farmacêuticos, O.d., 1999).

A distribuição tem como principais objetivos assegurar o cumprimento integral do plano terapêutico, diminuir os erros associados à dispensa e administração de medicamentos e melhorar a adesão do doente à terapêutica. De modo a cumprir os objetivos propostos, os medicamentos distribuídos devem estar de acordo com a prescrição nomeadamente na quantidade correta para cada doente e satisfazer as necessidades terapêuticas de todos os doentes do hospital (Farmacêuticos, O.d., 1999), (Crujeira, R., 2007).

Na distribuição de medicamentos a nível hospitalar devem ser consideradas: a distribuição individual diária em dose unitária, distribuição clássica e distribuição de medicamentos a doentes em ambulatório.

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