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PARTE II RESULTADOS 76

4   Resultados da pesquisa na base PubMed 76

4.3   Formação de grupos e suas relações 98

4.3.2   Rede tuberculose 104

Para a análise dos grupos e de suas relações, os mesmos procedimentos aplicados à rede LN foram aplicados à rede TB. Primeiro foram definidos os hubs com base na curva de distribuição de grau, e depois foi definido o grupo k-core com base no número de atores da rede. Na divisão por grupos encontraram-se duas peculiaridades em decorrência da distribuição e do algoritmo utilizado. A primeira diz respeito ao grupo de número 2, que apesar de relativamente grande não possuía um número significativo de autores que eram hubs ou k-core. Em uma análise mais aprofundada, descobriu-se que a formação desse grupo se deve ao fato de haver artigos com um número elevado de autores, o que acaba por criar uma relação muito coesa, pois todos se relacionam com todos.

Mesmo fazendo o recorte do universo de pesquisa apenas com pesquisadores com três ou mais publicações, os artigos com centenas de autores não foram retirados, conforme ocorreu na rede LN, daí essa distorção. Outro grupo fora da curva é o grupo 25, que, conforme consoante encontrado na rede LN (grupo 11), acaba por ser uma junção de vários pesquisadores espalhados e colocados todos em um mesmo grupo por conta da forma como o algoritmo aplica sua avaliação, ou seja, levando em consideração o valor do autovetor. Nos demais grupos acredita-se que se manteve um padrão de tamanho do grupo com o número de pesquisadores relevantes, fossem eles hubs ou k-core.

TABELA 8. Comunidades e distribuição dos hubs e dos nós do k-core

Grupo Nós K-core Hubs Grupo Nós K-core Hubs Grupo Nós K-core Hubs

1 393 119 17 11 798 47 5 21 92 0 0 2 556 1 1 12 110 2 4 22 21 0 0 3 645 91 17 13 49 3 2 23 3 0 0 4 520 76 14 14 35 0 0 24 1 0 0 5 1194 191 22 15 15 0 0 25 1032 0 0 6 594 19 7 16 356 36 0 26 25 0 0 7 2054 177 25 17 129 3 1 27 4 0 0 8 89 0 0 18 1 1 0 28 8 0 0 9 183 8 0 19 171 1 0 29 11 0 0 10 393 17 17 20 89 1 0 30 6 0 0

Fonte: elaboração do autor

A Tabela 8 apresenta os resultados e a distribuição dos grupos. Foram encontrados 115 pesquisadores com 150 ou mais colaborações. Esses pesquisadores são os hubs da rede TB. Esse recorte foi feito de acordo com a curva de distribuição de grau, com o posicionamento dos autores na curva começando a divergir da curva logarítmica real, em vermelho, na Figura 24. Esses pesquisadores representam 1,2% da rede, no entanto eles

possuem relacionamento direto com 5.857 outros pesquisadores, que representam 61% da rede. No que diz respeito ao k-core, foi utilizado o recorte 25-core, ou seja, somente os pesquisadores que tinham relacionamentos com 25 outros pesquisadores do mesmo nível de colaboração estavam nesse recorte. O total de pesquisadores nesse grupo foi de novecentos e com relacionamento direto com 74% da rede. Novamente se segue um padrão similar ao da rede LN, e apesar de se ter um número muito menor de pessoas, os hubs possuem um número aproximado de relações com os demais membros da rede em comparação ao k-core.

A Figura 27 demonstra os relacionamentos entre os hubs, ou o chamado clube dos ricos. Pode-se perceber o grande número de interações entre esses pesquisadores, mesmo fazendo parte de grupos distintos. Observa-se uma forte relação entre os grupos 5 e 7, e do grupo 1 com os grupos 4 e 6.

FIGURA 27. Rede de relações entre hubs

Fonte: elaboração do autor

Legenda: organização estrutural dos hubs. Cada nó e cada linha são coloridos de acordo com a comunidade da qual participam na rede, o que também é demonstrado pelo número dentro do nó. A distribuição de comunidades foi determinada utilizando-se o algoritmo Leading Eigenvector. O tamanho dos nós representa o grau na rede. A espessura das linhas representa o número de colaborações entre dois nós, onde a cor determinada para a linha segue a de um dos nós ao qual está ligada. A distribuição da rede segue o algoritmo Force Atlas 2, que demonstra aproximações estruturais de forma visual.

Na Figura 27 estão representados todos os 150 hubs da rede TB. As cores e a numeração de cada nó representam seu grupo ou comunidade, e as linhas, as relações entre os

pesquisadores. Quanto mais espessa a linha maior o número de relações. A primeira análise é que os hubs de um mesmo grupo se relacionam de forma bastante coesa, mas também possuem relacionamentos com os membros de outras comunidades, o que possibilita a troca de conhecimento e informações entre os grupos. Como esses mesmos hubs possuem relacionamentos com 61% da rede, todas as informações coordenadas por esse grupo acabam por refletir de forma direta nos demais membros da rede.

A segunda análise de relacionamentos entre os grupos foi realizada levando-se em consideração as relações totais entre os grupos. A Figura 28 apresenta todos os grupos e a intensidade de colaboração. Pode ser notado, assim como na rede LN, que os grupos com maior número de hubs e atores do k-core se encontram no centro da rede e com o maior número de colaborações.

FIGURA 28. Rede de relacionamentos entre grupos de pesquisa sobre tuberculose

Fonte: elaboração do autor

Legenda: relacionamentos entre grupos da rede. O grafo apresenta cada nó como o grupo encontrado pelo algoritmo de clusterização, e as linhas, as relações entre os grupos. Os grupos ao centro estão representados por uma cor e são os grupos com maior número de nós e, consequentemente, maior número de relações. As linhas entre dois nós representam a ligação entre os dois grupos, e a espessura, o número de relações existentes. O tamanho de cada nó representa o número de relações com outros grupos. Os números em cada nó representam em primeiro lugar seu grupo, em segundo o número de hubs e em terceiro o número de elementos k-core. Os nós que não possuem os segundos e/ou terceiros números não possuem hubs ou elementos k-core.

A Figura 28 apresenta os grupos e suas relações. A cor de cada nó está relacionada ao seu grupo, seguindo o mesmo padrão da Figura 27. A espessura das linhas diz respeito ao número de relações entre dois grupos. Assim como foi visto na Figura 27, verifica-se uma forte relação entre os grupos 6 e 7. Esse mesmo padrão pode ser visto novamente na Figura 28. Os números à frente dos nós referem-se ao número da comunidade da qual fazem parte, o segundo número é a quantidade de hubs naquele grupo, e o terceiro número é a quantidade de atores do k-core que pertencem àquele grupo. O tamanho do nó está relacionado ao número de atores daquele grupo. Pode-se perceber, por exemplo, que apesar de o grupo 1 não ter muitos pesquisadores, o tamanho do nó indica que ele possui muitos hubs e atores do k-core, o que o torna um grupo central.