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Região Sul do Brasil: pontos e áreas da pesquisa

Por outro lado, as aqui chamadas “colônias novas” foram formadas por colonos italianos que migraram internamente a partir do início do século XIX, fenômeno denominado enxameamento, comum a outras etnias européias. Incluem-se nessa situação tanto os municípios de Sananduva e Sarandi, no Rio Grande do Sul, quanto Videira e Chapecó, em Santa Catarina.

A distribuição dessas áreas e respectivos pontos no espaço geográfico dos três estados do Sul do Brasil pode ser visualizada no Mapa 3.

Apresentamos, a seguir, uma síntese histórica e cultural dos municípios incluídos na pesquisa. Nos textos sobre cada um dos pontos, procuramos evidenciar aquelas informações que julgamos mais relevantes para a análise e compreensão dos fatos lingüísticos.

3.5.1 Caxias do Sul (Área RS1)

O município de Caxias do Sul está localizado na extremidade leste da encosta superior do Nordeste do Rio Grande do Sul. As cidades mais próximas são Flores da Cunha e São Marcos (a norte), Nova Petrópolis e Gramado (a sul), Farroupilha (a oeste). Ocupa uma área de 1.648,60 km2 e sua altitude é de 760m acima do nível do mar. Em linha reta, Caxias do Sul está distante 96 km de Porto Alegre, ou 127 km por via rodoviária. Dados do Censo IBGE-2000 indicam que a população é de 360.419 habitantes (333.391 urbanos e 27.028 rurais), sendo a segunda cidade do Estado.

A localidade rural pesquisada é São Gotardo, que se situa no norte do município, em direção a Flores da Cunha. Fica a 25 km da sede e pertence ao distrito de Vila Seca. É uma localidade tipicamente rural, sem existência de vila. As casas situam-se afastadas umas das outras, correspondendo, em geral, aos lotes. A história de Caxias do Sul começa em 1875 com a chegada dos primeiros imigrantes italianos à região serrana do Rio Grande do Sul. Os imigrantes, em sua maioria, eram da região do Vêneto, situada ao norte da Itália. Mas, entre esses imigrantes, também havia lombardos, trentinos e outros. Dois anos após a chegada dos primeiros imigrantes, a sede da colônia Campo dos Bugres, como foi chamada inicialmente, recebeu a denominação de Colônia de Caxias. No dia 20 de junho de 1890, foi criado o município.

Por várias décadas, devido à falta de estradas e de outras formas de comunicação, Caxias do Sul e as demais colônias italianas da região permaneceram isoladas do restante do Estado. Esse isolamento rural a que estiveram submetidos os imigrantes favoreceu o desenvolvimento de um modo de vida peculiar, baseado na produção agrícola independente, na economia familiar de subsistência e, culturalmente, relacionado com a religião católica e

pouco interesse pela escola.47 Nesse primeiro ciclo econômico, teve destaque o cultivo da videira e a produção de vinho – traço ainda forte como identidade cultural e econômica rural.

Em 1910, Caxias do Sul foi elevada à categoria de cidade. Nesse mesmo ano, a chegada da via férrea dá início ao processo de urbanização e de industrialização da colônia. Nas primeiras décadas surgiram as fábricas mecânico-metalúrgicas e têxteis. A partir da 1960, com a instalação da indústria automobilística no País, a indústria metal-mecânica teve grande expansão.

Caxias do Sul dispõe hoje de 88 escolas municipais, 53 escolas estaduais, 48 escolas particulares e uma Universidade Regional – Universidade de Caxias do Sul (UCS) – que oferece 35 cursos de graduação e 69 cursos de pós-graduação. Existem também duas faculdades locais (Faculdade da Serra Gaúcha, com 5 cursos; Faculdade dos Imigrantes, com 4 cursos) e uma universidade estadual (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) com 1 curso.

O turismo na região da serra gaúcha assenta-se no clima subtropical, na paisagem e nos aspectos socioculturais que caracterizam a população de origem italiana e alemã. Em Caxias do Sul, a identidade étnica como atrativo turístico é legitimada, por exemplo, pelo Monumento Nacional ao Imigrante, que simboliza o colono italiano; pela Casa da Pedra, que reproduz com fidelidade o modo de vida dos primeiros imigrantes que chegaram à cidade; pelos cinco roteiros turísticos: Caminhos da Colônia, Rota dos Tropeiros, Estrada do Imigrante, Criúva e Vale Trentino; pelos Pavilhões da Festa Nacional da Uva, com réplica de Caxias do Sul de 1875; pelas inúmeras cantinas, tratorias, galeterias e pizzarias, com o melhor da culinária italiana; pelo cultivo de uvas e produção de vinhos, além de inúmeras outras marcas patrimoniais e culturais, inclusive lingüísticas.

3.5.2 Nova Palma (Área RS1)

Nova Palma é um município emancipado em 29 de julho de 1960, que se situa na 9a. Zona Fisiográfica “Planalto Médio Central” e está integrado ao sistema orográfico da Serra

de São Martinho e hidrográfico da Bacia do Jacuí. Possui um território acentuadamente ondulado. O município está dividido em três distritos: o da sede Nova Palma, Caemborá e

47 Cf. Zagonel (1975, p. 43).

Vila Cruz. O atual território conta com 343 km2. Sua população, de acordo com censo IBGE- 2000, atinge 6.312 habitantes, sendo 2.664 a população urbana e 3.648 a população rural. Fica a 290 km de Porto Alegre, 70 km de Santa Maria e 29 km de Júlio de Castilho.

As localidades rurais pesquisadas foram Vila Cruz, situada a 12 km da sede, na direção norte e município de Pinhal Grande, e localidade de Linha do Soturno, situada a 5 km da sede, em direção leste, na estrada que leva ao município de Faxinal do Soturno.

A história de Nova Palma, cujos primeiros nomes foram Núcleo do Soturno e depois Barracão, remonta a 1882 e tem origem na ex-Quarta Colônia Imperial Silveira Martins, criada em 1877, cujo desmembramento compreende os municípios atuais de Silveira Martins, Faxinal do Soturno, Nova Palma, Ivorá, São João de Polêsine, Pinhal Grande e ainda partes dos municípios de Dona Francisca, Restinga Seca, Santa Maria e Júlio de Castilhos. Foi nessa grande área, composta de terras devolutas e pertencentes ao governo imperial, em geral de topografia montanhosa, e parte de terras planas, pertencentes a particulares através de doações do próprio governo imperial como pagamento pela participação na Guerra do Paraguai, que se instalaram os imigrantes italianos, cujos descendentes marcam presença ativa nessa região central do estado do Rio Grande do Sul.

Nova Palma teve seu apogeu econômico juntamente com a ex-Colônia e região em meados do século passado, quando ocorreu sua emancipação. A partir daí, vem sofrendo períodos oscilatórios onde pouco se investe e prospera. Atualmente, a economia do município centra-se na fabricação de massas, móveis, esquadrias e produtos agroindustriais. A base da agricultura é a soja, milho, fumo, feijão, arroz e leite.

A população urbana e rural do município é predominantemente formada por descendentes de imigrantes italianos. Segundo Pe. Luiz Sponchiado, criador do Centro de Pesquisas Genealógicas, com acervo documental de aproximadamente 50 mil famílias de imigrantes italianos e seus descendentes, em Nova Palma, 98% dos italianos são vênetos. Em muitas famílias ainda se fala o italiano, mas constata-se que, progressivamente, deixa de ser falado pelos mais jovens. Apesar desse decréscimo no nível de bilingüismo, em que os descendentes dos imigrantes italianos deixam de falar a língua dos antepassados para só falar português, há no município diversas iniciativas destinadas à valorização étnica, citando-se como principais: Circolo Vêneto de Nova Palma, Centro de Pesquisas Genealógicas, Grupo de Danças Italianas da Sociedade Clube Guarani, Coral Santa Terezinha, Grupo Teatral Fratole del Baracon, recuperação e manutenção de monumentos, confecção de produtos

artesanais, realização de festas e eventos com comidas típicas. Entre esses eventos, cita-se o filó, que vem a ser uma reunião festiva com comidas típicas e cantorias. Quanto aos monumentos, destaca-se a iniciativa das comunidades, sob a liderança do Pe. Luiz Sponchiado, de recuperar 42 capitéis em todo o município em regime de mutirão (pucherão), resgatando, assim, preciosas informações históricas dos primeiros habitantes daquelas terras.

Quanto ao ensino em Nova Palma, pode-se descrevê-lo em três fases. Do fim do século XIX até 1930, coube aos próprios imigrantes a organização do ensino, que era particular e oferecido em dois períodos: à noite funcionava a “Scola Serale”, destinada a homens e rapazes, e durante o dia ensinava-se para crianças de ambos os sexos. Em ambas as modalidades de ensino, a língua era o dialeto vêneto. Desde 1920 até os dias atuais, é oferecido o ensino em escolas públicas para as crianças de ambos os sexos e em português. De 1934 até os dias atuais, também existe o ensino particular católico, através das irmãs da Congregação Palotina.

Atualmente, em Nova Palma, há oportunidades de cursar todas as etapas do ensino fundamental e do ensino médio. Nas escolas, o ensino de língua estrangeira é predominantemente de inglês, mesmo nas localidades mais afastadas da sede. O ensino de italiano, quando existe, é de iniciativa particular, em que se privilegia a língua dita gramatical, ou seja, a variedade lingüística oficial da Itália de hoje, que é totalmente diferente do dialeto falado na comunidade.

3.5.3 Rodeio (Área SC1)

O município de Rodeio, criado em 1936, localiza-se no Médio Vale do Rio Itajaí- Açu, entre a Serra do Mar e verdes montes do leste. Limita-se a norte com o município de Timbó, com o qual se interliga através da rodovia SC 416; a sul com o município de Ascurra; a leste, com o município de Indaial, com o qual se interliga através da rodovia BR 470; e a oeste, com o município de Benedito Novo. Dista 45 km de Blumenau, 60 km de Rio do Sul e 195 km da capital Florianópolis.

O nome Rodeio é resultado do aspecto geográfico das montanhas e montes que circundam o chamado “Vale dos Trentinos”, dando-lhe a configuração de um semicírculo. Há, no entanto, outras versões. Uma diz que o nome teria surgido devido ao itinerário percorrido

pelos imigrantes, explorando o Rio Itajaí-Açu: seguiram em direção à nascente até Indaial, onde encontraram uma picada que os fez chegar a Timbó; continuando pelo amplo vale, chegaram exatamente ao ponto de partida, perfazendo, assim, um semicírculo, ou um “rodeio”. Outra explicação diz que o nome do lugar tem a ver com umas pedras redondas encontradas nos rios e riachos da região. Daí teria surgido o nome “Caminho do Rodeio”, ou Picada do Rodeio, a linha dos lotes ocupados pelos pioneiros ao longo do Ribeirão Rodeio.

Rodeio foi fundado por imigrantes italianos vindos do Tirol Trentino, ao norte da Itália, no ano de 1875, época em que o Tirol Meridional ainda pertencia ao Império Austro- Húngaro. As primeiras 114 famílias chegaram no mesmo ano, provenientes de Trento, Rovereto, Pèrgine, Fornace, Civezzano, Lèvico e Vìgolo Vattaro, e se instalaram em lotes às margens do Rio Itajaí-Açu, desde Timbó até Diamante.

Rodeio pertencia à Colônia de Blumenau, fundada e administrada pelo alemão Hermann Bruno Otto Blumenau, que viabilizou a colonização através de contratos com o Imperador do Brasil. Frei Lucínio Korte, padre franciscano de origem alemã, é considerado co-fundador de Rodeio. Sob orientação dele, várias famílias do lugar migraram para outras terras, fundando novas cidades como Rio do Sul, Taió, Rio do Oeste.

Os descendentes dos imigrantes precursores preservam orgulhosamente as tradições européias do Norte da Itália, seus usos e costumes, mesclados e integrados à realidade nacional brasileira. Rodeio é considerado por sua população um dos municípios mais italianos do Brasil. As marcas dessa italianidade são visíveis, sobretudo pela preservação da língua de origem, o dialeto trentino, falado, ainda hoje, por mais de 70% da população local (sem considerar aqueles que falam outros dialetos italianos, como o vêneto, por exemplo). Aliás, informações prestadas por funcionários da Prefeitura Municipal e por professoras do lugar apontam que a população de Rodeio é formada por cerca de 95% de descendentes de italianos.

Outro aspecto que revela forte sentimento de italianidade em Rodeio refere-se ao volume de atividades culturais com características étnicas, em geral promovidas ou, no mínimo, com o envolvimento do Grupo Ítalo-Brasileiro de Arte e Cultura (GRIBAC) – hoje Círculo Trentino, tais como o ensino de italiano, a dança folclórica, o canto coral infantil e de adultos, o teatro da Paixão, a música, entre outras.

Dentre os eventos de caráter étnico, promovidos todos os anos em Rodeio, destaca-se La Sagra: uma semana de festejos no mês de setembro. No início era apenas uma

festa religiosa do santo padroeiro, cuja origem remonta à Idade Média, quando as famílias de cada paese da Itália tinham como costume celebrar o final da colheita, associando-a ao santo padroeiro. Com a fundação do Grupo Ítalo-Brasileiro de Arte e Cultura em Rodeio, em 1975, ano do primeiro centenário da imigração, La Sagra passou a ser um evento de grande manifestação cultural, sempre com o intuito de resgatar e preservar o folclore italiano, principalmente o trentino. A partir de 1984, com a promoção de La Cena del Nonno, resultante das seqüências de Serate Folk, até então realizadas, consolidou-se La Sagra com um caráter mais amplo e popular. Hoje é uma festa regional que faz parte do calendário turístico estadual e nacional.

Do ponto de vista econômico, Rodeio conta com indústrias têxteis de confecção e tecelagem, fábricas de móveis e de esquadrias. Na agricultura, predomina o cultivo de arroz irrigado, plantações de banana, hortaliças, milho e uva.

A população de Rodeio, de acordo com o Censo IBGE-2000, é de 10.380 habitantes, dos quais 8.866 residem na área urbana e 1.514 na área rural.

No município, é oferecido desde o ensino pré-escolar até o ensino médio, através de diversas escolas e colégios estaduais, municipais e de um colégio particular.

A localidade rural escolhida para a presente pesquisa denomina-se Diamantina, mas é mais conhecida como Pico. Nesse lugar montanhoso, situado a aproximadamente 8 km da sede, residem somente descendentes de italianos. Ali não há propriamente uma vila, apenas uma capela e uma pequena indústria têxtil, que emprega parte dos habitantes do lugar, principalmente as mulheres. Os demais que permanecem no lugar – muitos jovens têm migrado, principalmente para os centros urbanos – dedicam-se à agricultura de subsistência.

3.5.4 Orleans (Área SC1)

A história do município de Orleans remonta ao casamento da Princesa Isabel com o Conde d´Eu, ocorrido em 15 de outubro de 1864. Na ocasião, foi determinado pelo Imperador Dom Pedro II e pela Imperatriz Teresa Cristina um dote de terras de 98 léguas a serem escolhidas nos estados de Santa Catarina e Sergipe.

A comissão encarregada de selecionar a gleba de terras em Santa Catarina, referente à dotação imperial e destinada a implantar uma colônia, que mais tarde denominou-

se Grão-Pará, manifestou-se por uma área de 12 léguas, situada entre os rios Tubarão e Braço do Norte, tendo em vista a descoberta de carvão mineral nessas terras e de já existir planos para a construção de uma estrada de ferro margeando o Rio Tubarão. Nas terras da antiga colônia Grão Pará, hoje se situam os municípios de Orleans, Grão-Pará, Lauro Müller, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, abrangendo ainda parte dos municípios de São Ludgero, Anitápolis, Armazém, São Martinho e São Bonifácio.

A Colônia Grão-Pará, cuja sede foi instalada inicialmente onde hoje é a cidade de Grão-Pará, foi criada em 1882 para promover a ocupação das terras com colonos imigrantes e nacionais. Iniciada a distribuição das terras aos imigrantes italianos, alemães, letos e poloneses, a colônia Grão-Pará desenvolveu-se paralelamente à construção da estrada de ferro ao longo das margens do rio Tubarão.

O município de Orleans foi criado em 30 de agosto de 1913, com área de 1124 km2. Posteriormente, houve o desmembramento dos municípios de Lauro Müller (5/10/56), Grão-Pará (21/6/58) e de São Ludgero (14/6/63), ficando Orleans com área de 600,6 km2.

De acordo com o Censo IBGE-2000, a população de Orleans é de 20.031 habitantes (12.813 na área urbana e 7.218 na área rural), correspondendo a 33,35 hab/km2.

A diversificada composição étnica do município, com italianos, poloneses, letos, alemães e os descendentes de portugueses, chamados “nacionais”, deu a Orleans uma característica própria e diferenciada na Região Sul catarinense. Por ser uma colônia particular, embora pertencendo a membros da família imperial, serviu de ponto de redistribuição de imigrantes para outros municípios, como foi o caso dos poloneses e letos, boa parte dos quais foi para Curitiba e São Paulo.

Com o fim de implantar e colonizar as terras da Colônia Grão-Pará, a Empresa de Terras e Colonização do Grão-Pará, especialmente formada pelo Comendador Joaquim Caetano Pinto Júnior como resultado de um contrato feito com o casal imperial, Princesa Isabel e Conde D’Eu, tratou de recrutar imigrantes por toda a Europa. No final de 1882 e em 1883, chegaram os primeiros imigrantes italianos, fazendo o trajeto Porto de Gênova, Rio de Janeiro, Desterro, Laguna, Gravatal e Grão- Pará. Nos anos seguintes, foram chegando mais famílias, especialmente da região do Vêneto.

Os primeiros imigrantes italianos chegaram a Orleans em 1884 e se instalaram ao longo das margens do Rio Pinheiros, localidade rural selecionada para a presente pesquisa. No começo, foram cerca de 30 famílias vindas de Trento, quase todas da vila de Ala. Muitos

outros italianos chegaram depois e se instalaram em diversas localidades da Colônia, vindo a exercer expressiva influência no desenvolvimento econômico e cultural de toda a região. De acordo com Lottin (1998, p. 52), “Orleans hoje tem sua população constituída por mais de 50% dos descendentes destes desbravadores do Rio Pinheiros”, ou seja, a maioria da população local é de descendentes de italianos.

Distante 186 km da capital Florianópolis, 45 km de Criciúma e 56 km de Tubarão, a cidade de Orleans localiza-se a 49º 17’ 05’’ de longitude e a 20º 21’ 30’’ de latitude. As cidades mais próximas, todas com acesso rodoviário asfaltado, são Urussanga, Lauro Müller e São Ludgero. A altitude da cidade é de 132 metros.

Entre as principais atrações turísticas do município de Orleans, citam-se o Morro da Igreja, com 1822 metros de altitude, considerado o pico mais alto do Sul do Brasil. Está situado nos limites de Orleans com os municípios de Bom Jardim da Serra, Urubici e Grão- Pará. Nas proximidades, situa-se também Janela Furada, enorme rocha transpassada por uma cavidade natural e de rara beleza.

Em 1980, foi construído um Museu ao Ar Livre, que contém as mais diversas indústrias rurais construídas pelos italianos pioneiros e que impulsionaram a força do trabalho no passado. Também destaca-se, como atração turística e cultural, o Paredão de Esculturas, com passagens bíblicas, reproduzidas pelo escultor Zé Diabo.

Quanto ao ensino, Orleans conta com 55 escolas, que abrangem desde o ensino pré-escolar até o superior, contando com aproximadamente 270 professores e 5.000 alunos. Atualmente, a economia do município de Orleans baseia-se principalmente no cultivo de fumo, milho, feijão, mandioca, cana de açúcar, hortaliças e frutas; na criação de bovinos, suínos e aves; na produção industrial de embalagens plásticas, molduras, implementos agrícolas e madeiras beneficiadas, além de forte comércio.

3.5.5 Sananduva (Área RS2)

O município de Sananduva, sob o aspecto fisiográfico, localiza-se na Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul – Campos de Cima da Serra (Planalto). O clima é ameno, com temperatura média anual de 17 graus centígrados. Sua povoação teve início em 1901 pelo pioneiro Florentino Bacchi, oriundo de Fazenda Souza (Caxias do Sul) e pertenceu,

até a sua emancipação em 1954, ao município de Lagoa Vermelha, como 4o distrito do mesmo. A colônia de Sananduva foi fundada em 1/6/1902, com 15 mil ha divididos em travessas e linhas. O nome do lugar originou-se de uma árvore, também conhecida como corticeira e que, na época do surgimento do município, era abundante na região.

A localidade rural pesquisada denomina-se São João do Forquilha – assim mesmo, no masculino, pois se refere à curva que o pequeno rio do lugar faz, em forma de forquilha – situada a 8 km da sede em direção nordeste. A localidade remete ao nome da Fazenda São João do Forquilha, de propriedade de Constança Augusta Bueno de Oliveira que, juntamente com seus herdeiros, fundou a Colônia Sananduva. As entrevistas na área rural foram feitas nessa localidade.

Quanto à localização, o município de Sananduva dista 370 km de Porto Alegre, e o acesso se dá principalmente pelas rodovias RS-126 (ligação com lagoa Vermelha). Ao norte, limita-se com Paim Filho; ao sul, com Ibiaçá; ao leste, com Cacique Doble, São José do Ouro e Lagoa Vermelha; ao oeste, com Getúlio Vargas, Gaurama e Tapejara. A área de Sananduva é de 494 km2, e altitude da sede é de 595 metros.