• Nenhum resultado encontrado

2. CARACTERIZAÇÃO E DESEMPENHO RECENTE DA INDÚSTRIA DE

4.4 Regime tecnológico setorial e estratégias empresariais

O conceito de regime tecnológico setorial auxilia na identificação das condutas (estratégias) e trajetórias tecnológicas dos setores industriais e das empresas. Nesse sentido, o dinamismo tecnológico das firmas de um determinado arranjo produtivo local é delimitado, por um lado, pelo regime setorial e, por outro, pelas especificidades históricas e institucionais locais que, em última instância, definem a capacidade dos agentes de se engajarem no processo inovativo.

De acordo com Malerba e Orsenigo (1997) e Orsenigo (1995), o regime tecnológico é definido a partir da combinação de quatro propriedades ou dimensões da tecnologia: (i) condições de oportunidades da mudança técnica setorial, (ii) condições de apropriabilidade dos resultados das inovações pelas firmas, (iii) grau de cumulatividade do conhecimento tecnológico e (iv) características da base de conhecimento tecnológico relevante. O Quadro 7 a seguir demonstra as características da tecnologia predominante no arranjo produtivo de transformados de material plástico da região Norte do estado catarinense.

Essa indústria é caracterizada por um baixo nível de oportunidades tecnológicas para o surgimento de inovações, evidenciado pelo baixo incentivo que as firmas possuem em incorporar procedimento de buscas formais como parte de suas rotinas. Nesse sentido, a restrita variedade de surgimento de novas possibilidades de soluções tecnológicas decorre da maturidade tecnológica do setor, não havendo, assim, espaços para inovações radicais. Dessa forma, o impacto das inovações geradas na indústria plástica nos outros setores é mínimo ou inexistente (baixa penetração). Em relação as fontes de aprendizado, há uma baixa participação das atividades de P&D entre as empresas do arranjo, sendo que os laboratórios existentes realizam, quase que exclusivamente, atividades de desenvolvimento de produto. As atividades de pesquisa são, portanto, realizadas por fornecedores, clientes industriais e instituições de pesquisa especializadas, como Instituto Nacional do Plástico (INP). Tampouco há necessidade de laboratórios sofisticados para fazer controle de qualidade, visto que a

qualidade do produto final está diretamente ligada com a qualidade da matéria-prima e com o desenho dos moldes plásticos73.

Propriedade / dimensões da tecnologia e características do setor

Oportunidade Apropriabilidade Cumulatividade conhecimento Base de Nível Baixas oportunidades tecnológicas Setor Baixo Simples Penetrabilidade inovações do setor em Baixo impacto das

outros setores

Nível Baixo nível de proteção devido a tecnologia

difundida Firma Baixa Genérico

Variedade Tecnologia madura Independente

Fontes Mecanismos informais de aprendizado Formas Patentes e licenças Local Alta Codificado

Quadro 7: Regime tecnológico do arranjo produtivo de materiais transformados de plástico da região Norte do estado de Santa Catarina, 2007

Fonte: Elaboração própria, adaptado de Malerba e Orsenigo, 1997; Orsenigo, 1995.

Dentre os segmentos, as disparidades entre os níveis de oportunidades tecnológicas apresentam-se em termos de inovação de produto. Nesse sentido, observam-se maiores oportunidades tecnológicas no sub-setor de fabricação de artefatos plásticos para construção civil, no qual as alterações nos costumes e exigências de qualidade interferem de forma mais direta na dinâmica produtiva e tecnológica das firmas. Além disso, o impacto das inovações de produto nesse sub-setor extrapola os limites regionais do arranjo e, especialmente no caso das grandes empresas, vincula-se as tendências da construção civil no âmbito internacional.

Por sua vez, nos segmentos de embalagens plásticas e de artefatos plásticos para outros usos as oportunidades inovativas são influenciadas pelos seus respectivos mercados consumidores (clientes industriais). No primeiro segmento referenciado, as empresas produtoras de sacos e sacolas defrontam-se com oportunidades tecnológicas praticamente inexistentes, enquanto fornecedoras da indústria alimentícia são mais dinâmicas, visto que, constantemente, incorporam mudanças no design e novas técnicas de conservação de alimentos, seguindo as tendências dos consumidores em nível regional ou nacional, especialmente quando direcionadas para consumidores de maior poder aquisitivo. No caso das empresas produtoras de outros artefatos de plásticos, aquelas que produzem por encomenda para indústria automotiva, construção civil e material elétrico obtém oportunidades de inovação significativamente mais elevadas, em comparação as que produzem utensílios domésticos (que atingem, em grande monta, clientes de baixa renda e, portanto, suas inovações voltam-se para redução de custos).

Por sua vez, a penetração das inovações em outros setores e a variedade de tecnologia são baixas em todos os segmentos industriais estudados. Porém, cabe destacar que a

73 Quando é necessário algum tipo de teste, as MPEs do arranjo utilizam a infra-estrutura empresarial da

substituição de determinados tipos de produtos de outros materiais por plásticos acabam interferindo na demanda de indústrias diversas e, consequentemente, nas estratégias empresariais. Um exemplo disso é a produção de torneiras de material plástico cromado, que coloca empresas das indústrias plástica e mecânica como concorrentes diretas. Por outro lado, as fontes de informação diferem-se entre os subsetores, destacando-se as pesquisas e análises de tendência de mercado no segmento de construção civil, contrapondo-se a maior importância das especificações dos clientes nos outros dois segmentos. Contudo, nas empresas que atuam sob encomenda os clientes, geralmente, realizam todo o processo de invenção do produto, enquanto as empresas mais capacitadas do segmento de embalagens inovam em resposta as necessidades dos clientes industriais.

O grau de apropriabilidade dos resultados das inovações é fundamental para estimular ou restringir o processo inovativo nas empresas e depende da natureza da tecnologia e da eficácia dos mecanismos de apropriabilidade disponíveis. Nesse particular, o arranjo possui um baixo nível de proteção em virtude da tecnologia difundida, evidenciado pelo grande número de empresas inovadoras, enquanto os mecanismos formais de busca tecnológica, (laboratórios de pesquisa ou parcerias com universidades), são realizados apenas um modesto contingente de firmas. No tocante aos mecanismos de apropriabilidade dos resultados da inovação de produto, as patentes mostram-se a melhor forma de proteção, enquanto os segredos industriais, lead time e curvas de aprendizado têm pouca relevância, em vista da disponibilidade de informações e simplicidade do processo produtivo74.

Diante da facilidade de imitação das inovações de produto, no segmento de construção civil destaca-se um maior grau de apropriabilidade apenas na produção de artefatos de alta qualidade, que são produzidos pelas médias e grandes empresas, em virtude dos altos custos dos equipamentos requeridos para produção, ao mesmo tempo em que essas empresas

também possuem maior capacidade para patentear as inovações de produto75. A situação de

baixa apropriabilidade é ainda mais explícita no sub-setor de embalagens plásticas, sendo quase nulo no segmento de sacos e sacolas, devido ao baixo valor agregado do produto. Nesse sentido, as patentes assumem alguma relevância somente no caso das empresas que destinam sua produção para indústrias mais exigentes, nesse caso, alimentícia. Contudo, mesmo nessa

74 Nesse caso, o baixo grau de apropriabilidade vinculado às propriedades do conhecimento e habilidades

técnicas teria que ser compensado por um ambiente legal de proteção às inovações contra imitação, para estimular as atividades inovativas. Embora fuja do escopo deste trabalho, é importante relatar que as MPEs informaram enfrentar grandes obstáculos em termos de custo e tempo (morosidade) para patentear novos produtos junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

75 Um exemplo aplica-se a produção do joelho de PVC com aplicação de rosca de bronze, cuja produção requer

situação, há grandes disponibilidades sobre o padrão de qualidade do produto exigido, pré- determinado por órgãos reguladores, a exemplo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO).

Por sua vez, as empresas que produzem sob encomenda também possuem baixíssimo grau de apropriabilidade das inovações que realizam, visto que as mesmas são realizadas pelos clientes que, na grande parte das vezes, são donos dos moldes. Sendo assim, essas empresas podem facilmente ser substituídas por outros fornecedores. Nesse particular, a grande empresa voltada para indústria automotiva enquadra-se em um caso especial, pois é detentora de elevada capacitação produtiva e capacidade de inovação de processo. Ademais, sua substituição é mais complicada em virtude da menor disponibilidade de empresas que possuam capacidade de produzir peças automotivas com as dimensões determinadas (por exemplo, pára-choque) e matéria-prima indicada (por exemplo, policarbonato), que requer bens de capital específicos.

Diante do acesso fácil à tecnologia necessária para execução do processo produtivo e para introdução de inovações, pode-se dizer que há uma baixa cumulatividade do conhecimento na firma e no setor. Mesmo para as firmas que estão inovando pela primeira vez, a disponibilidade de informações tornam as atividades inovativas atuais menos dependentes de buscas tecnológicas anteriores. Porém, verifica-se uma alta cumulatividade de conhecimento no local, em virtude da aglomeração de empresas, que propicia maior articulação do conhecimento tácito. Sendo assim, o grau de cumulatividade do conhecimento requerido para inovação de processo produtivo é comum a todos os segmentos estudados e portes empresariais. Contudo, na inovação de produto, percebe-se uma maior importância do conhecimento acumulado nas grandes empresas locais. Estas empresas operam com tecnologia de ponta e a experiência no ramo produtivo é fundamental para geração de produtos, cujas inovações têm, muitas vezes, alcance mundial.

Como parte de uma indústria de tecnologia madura, predominam no arranjo uma base de conhecimento (i) simples, com fácil aprendizagem das etapas do processo produtivo; (ii) genérica, pois não depende de pesquisas específicas no setor; (iii) independente, por ser gerado de forma isolada e não sistemática e (iv) codificado, visto que há uma gama de informações sobre manuseio da tecnologia setorial, disponibilizados por manuais, cursos, entre outros meios. Contudo, isso não exclui a presença e a importância do conhecimento tácito, especialmente porque são gerados através dos processos informais de aprendizado, que predominam no setor.

Contribui, nesse aspecto, a proximidade das relações entre os agentes, que facilita, principalmente, o acesso das MPEs a informações, tecnologia e equipamentos de segunda mão, bem como gera oportunidades de negócios e aprendizado via subcontratação. A base do conhecimento relevante para introdução de mudança técnica demonstra-se diferenciado segundo o tamanho da empresa, não apresentando especificidades em termos de segmento produtivo. Assim, tornam-se mais complexos e menos codificados quanto maior o porte empresarial, em virtude da sofisticação dos equipamentos e da geração de tecnologia em laboratórios de P&D.

Nesse contexto, a tomada de decisão das empresas do arranjo é delimitada: (i) pelo regime tecnológico – que determina as oportunidades tecnológicas vigentes –; (ii) pela trajetória e capacitação tecnológica das empresas e (iii) pelas especificidades relacionadas ao ambiente local. Em virtude da tecnologia madura e de fácil acesso, no local há convivência de empresas de baixa e alta capacitação (alta assimetria tecnológica), sendo que o nível tecnológico das empresas e as estratégias tecnológicas adotadas mostram-se distinto por porte empresarial e por segmento produtivo.

De acordo com Freeman (1975), as estratégias tecnológicas das firmas podem ser subdividas em seis tipos: ofensivas, defensivas, imitativas, dependentes, tradicionais e oportunistas. Ao optar por determinadas estratégias, as firmas vão considerar, principalmente, se almejam resultados de curto ou longo prazo, se pretendem firmar alianças tecnológicas, se consideram vantajoso a compra de licenças para inovar ou se é melhor investir em previsões sobre as tendências de mercado e tecnologia, entre outros aspectos. O Quadro 8 identifica as principais estratégias tecnológicas praticadas no arranjo produtivo local de materiais transformados de plástico da região Norte do estado de Santa Catarina.

Estratégias tecnológicas

Defensivas Imitativas Dependentes

♦ Empresas de grande porte do segmento de artefatos de plástico para construção civil

♦ Empresas de médio porte do segmento de artefatos de plástico para construção civil.

♦ Grande parte das MPEs dos de artefatos de plástico para construção civil e de embalagens plásticas

♦ Algumas MPEs do segmento de artefatos de plástico para construção civil.

♦ Maioria das MPEs e a grande empresa do segmento de artefatos de plásticos para outros usos.

Quadro 8: Principais estratégias tecnológicas praticadas no arranjo produtivo local de materiais transformados de plástico da região Norte do estado de Santa Catarina, 2007

Fonte: Elaboração própria, adaptado de Freeman, 1975.

No arranjo em estudo, as empresas de grande porte do segmento de construção civil adotam estratégias tecnológicas defensivas. Essa conclusão encontra respaldo na verificação de que há ausência de pesquisa básica avançada na firma e ausência de interação sólida para busca de novas soluções tecnológicas com universidades e outras instituições de pesquisa. No

entanto, essas empresas ditam a tecnologia nesse segmento no país e possuem laboratórios de P&D avançados, que inovam para atender as preferências dos consumidores. Sendo assim; estão constantemente realizando pesquisa de mercado, posicionando-se próximo a fronteira do conhecimento existente, tanto na indústria da qual fazem parte, quanto dos seus mercados de atuação, visto que sua defasagem em relação as firmas líderes são mínimas.

Por sua vez, as médias empresas produtoras de artefatos plásticos para construção civil e a maioria das MPEs desse segmento e do segmento de embalagens plásticas do arranjo executam estratégias imitativas. Vale ressaltar que as primeiras realizam atividades de desenvolvimento de produto em laboratórios específicos, investem em marca e qualidade76.

As MPEs, por outro lado, preocupam-se em analisar os resultados das inovações realizadas pelas firmas de maior porte de seus respectivos segmentos produtivos, reduzindo, assim, os riscos dessas atividades.

Por fim, algumas MPEs do segmento de artefatos de plástico para construção civil e a maioria das MPEs do segmento de artefatos de plásticos para outros usos praticam estratégias dependentes, pois inovam a partir das especificações das empresas subcontratantes. A grande empresa do sub-setor de fabricação de artefatos plásticos para outros usos também executa estratégias dependentes, uma vez que sua inovação relaciona-se as especificações da montadora da qual é fornecedora.

Dessa maneira, tem-se que o grande contingente das MPEs do arranjo que executam estratégias imitativas ou dependentes focam seus esforços na melhoria da eficiência produtiva para aproveitar vantagens de custos (especialmente por não efetuarem grandes gastos em P&D, patentes e formação profissional), com objetivo de competirem via preço. Nesse sentido, a proximidade geográfica com outras empresas tem uma importância particular para gerar possibilidades de inovação para as MPEs que, através de estratégias imitativas e dependentes, se beneficiam do transbordamento do conhecimento no local. No caso das empresas que produzem sob encomenda, as mudanças no produto ou no processo produtivo ocorrem de acordo com as especificações de clientes, sendo que a transmissão de conhecimento dos clientes industriais para os produtores possibilita ocorrência de upgrade tecnológico, ainda que na esfera produtiva.

76 Além disso, algumas das médias empresas selecionadas não possuem concorrente no local, sendo que uma

destas não possui concorrente em nível nacional. Porém, não se pode afirmar que as mesmas realizem estratégias ofensivas ou defensivas.

4.5 Síntese conclusiva

As inovações praticadas no arranjo produtivo local de materiais transformados de plástico da região Norte de Santa Catarina são incrementais, sendo que a introdução de novos produtos é, quase sempre, inovação de produtos para a empresa e não para o mercado, evidenciando a característica dessa indústria em termos de maturidade e de facilidade de imitação. A facilidade de inovar por imitação evidencia-se no expressivo número de empresas que não possuem laboratórios para desenvolvimento de produto.

Em relação aos mecanismos de aprendizagem, observou-se que as principais fontes de aprendizado nas empresas, sobretudo das MPEs, são as fontes informais (learning by doing,

learning by using, learning by spillovers e learning by interacting), ainda que esforços

tecnológicos baseados em investimentos em P&D não sejam inexistentes (learning by

searching). Por sua vez, a capacitação dos recursos humanos baseia-se no treinamento

realizado pela própria empresa, que é, na maioria das vezes, executado pelos próprios proprietários ou funcionários. Nesse processo, a dinâmica concorrencial vigente tem imposto a mudança técnica como elemento fundamental para alcançar e manter a competitividade, sendo, cada vez mais, incorporada na rotinas das firmas, ainda que de forma assimétrica.

Nesse particular, destacam-se os esforços de capacitação tecnológica das grandes empresas, concentrados a partir de gastos anuais em P&D e investimentos em recursos humanos. Dessa forma, as MPEs que não possuem infra-estrutura tecnológica formalmente constituída têm seus processos inovativos desenvolvidos a partir de mecanismos informais de aprendizado, através de relações fortes com empresas maiores e com os fornecedores de moldes instalados no arranjo. Diante dos baixos índices de importância atribuídos aos laboratórios P&D e à interação com instituições de ensino e pesquisa, percebe-se que prevalecem os mecanismos informais de aprendizado entre os agentes.

Nesse contexto, os índices verificados nas microempresas quanto ao impacto das inovações foram inferiores aos demais portes, visto que estas são menos ativas em termos de realização de processos inovativos. No entanto, alguns resultados foram comuns a empresas de todos os tamanhos: as inovações de processo focaram o aumento de produtividade, enquanto as inovações de produto basearam-se na ampliação da gama de produtos ofertados. Os resultados evidenciam que todas as empresas que efetivaram inovações, seja de processo, produto ou organizacional, o fizeram com o intuito de manter participação nos seus respectivos mercados de atuação. O baixo impacto das inovações no que tange ao aumento de participação em mercados internos ou externos a empresa, assim como em termos de incremento nas vendas, corroboraram para a conclusão de que inovações constantes são

imprescindíveis para manter fatia de mercado, em virtude da concorrência acirrada e das baixas barreiras à entrada no setor.

O arranjo também é caracterizado por uma marcante assimetria tecnológica entre as empresas que o compõe. O regime tecnológico do setor - marcado por baixas oportunidades tecnológicas (maturidade da tecnologia), baixo grau de apropriabilidade das inovações e simplicidade do processo produtivo - permite a convivência de firmas altamente capacitadas tecnologicamente, com aquelas que nem sequer realizam inovações.

Cabe destacar que esses aspectos assumem diferenças por segmento produtivo e dentro dos mesmos, com destaque para as maiores oportunidades tecnológicas postas as empresas produtoras de artefatos plásticos para construção civil, sobretudo de médio e grande porte, bem como para as produtoras de embalagens plásticas para indústria alimentícia. Consequentemente, esses segmentos também possuem um grau de apropriabilidade e cumulatividade de conhecimento mais elevados.

No que concerne as estratégias tecnológicas, as grandes empresas produtoras de artefatos para construção civil realizam estratégias defensivas, com presença inovações significativas em seus mercados de atuação, uma vez que ditam a dinâmica tecnológica desse segmento no país. Por sua vez, as médias empresas desse segmento realizam estratégias tecnológicas imitativas, ainda que realizem atividades de P&D. As estratégias imitativas também são executadas pela grande maioria das MPEs pertencentes ao segmento de artefatos de plástico para construção civil e de embalagens plásticas, enquanto as estratégias dependentes são praticadas por algumas MPEs do segmento de artefatos de plástico para construção civil, assim como pela maioria das MPEs e pela grande empresa do segmento de artefatos de plásticos para outros usos. Nesse aspecto, tem-se que a realização de estratégias imitativas e dependentes, pelas MPEs, ocorrem devido a inserção das mesmas no arranjo, ao serem beneficiadas pelo transbordamento do conhecimento tácito no local e pelas oportunidades de subcontratação.

5 COOPERAÇÃO, VANTAGENS LOCACIONAIS, ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA E POLITICAS DE DESENVOLVIMENTO DO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS DA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

As empresas inseridas em arranjos produtivos locais, geralmente, usufruem de benefícios diversos, em virtude das vantagens locacionais relacionais relacionadas a infra-