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RELEVÂNCIA DE EVENTOS CULTURAIS: EXEMPLO DE PROJETO CARNAVAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

No documento CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA (páginas 67-79)

Educação Física no Ensino Fundamental

RELEVÂNCIA DE EVENTOS CULTURAIS: EXEMPLO DE PROJETO CARNAVAL NO ENSINO FUNDAMENTAL

Ao pensar no país e na população brasileira, frequentemente nos vêm imagens de um povo festivo e alegre, e o carnaval é um dos eventos mais marcantes mundialmente. Essa manifestação popular acontece de diferentes maneiras pelas regiões do país que incluem contexto social, cultural e histórico com grande riqueza cultural.

Por isso, é essencial para o escolar conhecer aspectos culturais associados ao carnaval, infl uenciados por diversas etnias brasileiras, marchinhas carnavalescas e compreender sobre os gêneros musicais,

blocos, fantasias e histórico. Para isso, a disciplina de Educação Física – associada a outras disciplinas, como Educação Artística e História – pode fazer um baile de carnaval e levar elementos da sala de aula, assim como as práticas de expressão rítmicas pertinentes ao universo carnavalesco, podendo ser feitas pinturas faciais e disponibilizadas roupas e adornos para criação de fantasias. Durante o baile, diversas marchinhas podem ser ensinadas, como Mamãe Eu Quero de Jararaca e Vicente Paiva (1937), Abre Alas de Chiquinha Gonzaga (1899), AALLAH-LA-O de Haroldo Lobo e Nássara (1940), Me Dá Um Dinheiro Aí de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira (1959), entre outras inúmeras marchinhas tradicionais em todo o Brasil.

c) Blocos de conteúdos: atitudes, conceitos e procedimentos Os conteúdos das aulas de Educação Física escolar são organizados nos três blocos (esportes, jogos, ginásticas e lutas/

atividades rítmicas e expressivas/conhecimento sobre o corpo) desenvolvidos ao longo do Ensino Fundamental.

Esse planejamento objetiva evidenciar a distribuição dos conteúdos de cada bloco, do mais simples ao mais complexo, de acordo com o grau de complexidade das tarefas propostas aos escolares em cada conteúdo ministrado. A fi gura a seguir mostra um exemplo de conteúdo ministrado através da atividade mais simples para a mais complexa, de maneira progressiva.

Quadro 2 – Hierarquia para o desenvolvimento dos conteúdos procedimentais na Ginástica Escolar

GINÁSTICA RÍTMICA E ARTÍSTACA Elementos ginásticos (separados e combinados)

+ acrobáticos + aparelhos fi xos e portáteis.

GINÁSTICA

Elementos constutivos da Ginástica + combinação entre eles.

HABILIDADES BÁSICAS DO SER HUMANO Rastejar, rolar, andar, correr, saltitar, equilibrar, saltar, girar, ondular, inverter.

GINÁSTICA GERAL

Elementos ginásticos + modalidades gímnicas + danças + artes + conteúdos da cultara corporal.

Nível de Complixividade

Fonte: Extraído e adaptado de Toledo (2004).

Durante o Ensino Fundamental, no primeiro bloco existem quatro práticas distintas (esportes, jogos, lutas e ginástica) que têm princípios operacionais diferentes entre elas e que precisam ser levadas em consideração no planejamento das aulas. Os esportes são conjuntos de práticas regidas por regras ofi ciais de federações regionais e nacionais de caráter competitivo, devendo, no âmbito escolar, serem proporcionados aos alunos de forma educacional (BRASIL, 1998).

Os jogos, no entanto, têm regulamentos próprios e apresentam maior fl exibilidade que os esportes em número de participantes, local de prática e materiais disponíveis, e também podem ter fi nalidade competitiva ou comemorativa. As lutas podem ser realizadas com disputa entre dois escolares que terão um julgamento segundo os aspectos técnicos e respectivas regras, ou em formato de práticas

vindas das artes marciais que confi guram a execução de tarefas carregadas de símbolos, rituais e manutenção da ancestralidade da prática.

No segundo bloco, as ginásticas são o conjunto de técnicas que visam ao desenvolvimento corporal e têm diversas fi nalidades, como: preparação física, manutenção e recuperação físicas, prática competitiva ou até recreativa. Neste momento, além da habilidade específi ca, a ginástica é utilizada pelo professor com a intenção de proporcionar aos escolares o conhecimento sobre o próprio corpo.

No bloco de atividades rítmicas e expressivas, os conteúdos são associados às manifestações culturais que pretendam desenvolver a comunicação e expressão corporal com ou sem estímulos sonoros (BRASIL, 1998).

O terceiro bloco de conhecimentos sobre o corpo está associado ao desenvolvimento dos conteúdos apresentados nos dois blocos antecedentes e também objetiva proporcionar ensinamentos que aumentem a autonomia do escolar sobre o próprio corpo (BRASIL, 1998).

Durante o Ensino elas e que precisam

ser levadas em

Nos próximos tópicos você encontrará mais explicações sobre os conteúdos ministrados em cada um dos blocos e mais exemplos de aplicações práticas.

Conhecimento sobre o corpo

Este bloco está associado aos conhecimentos sobre as práticas corporais expressas nos outros dois blocos e em outras informações sobre o corpo, as quais produzem subsídio para que o escolar tenha consciência corporal de forma autônoma. O corpo é conceituado como um organismo integrado em interação com o meio físico e cultural.

Para os conteúdos do conhecimento sobre o corpo, a Educação Física escolar inclui atividades que forneçam conhecimentos anatômicos, fi siológicos, biomecânicos e bioquímicos e que possam capacitar a análise crítica do escolar aos programas de atividade física, além de estabelecer critérios para que os alunos consigam identifi car demandas de esforço, atividades corporais saudáveis, ocupacionais ou de lazer. Durante o Ensino Fundamental, esses temas são abordados de maneira simples, apenas com conhecimentos básicos. No Ensino Médio podem ser aprofundados.

As informações sobre anatomia referem-se principalmente à estrutura muscular e óssea e são abordadas nos conteúdos sob o enfoque da percepção do corpo através de sensações e da compreensão de como ele funciona. Por exemplo, o ato de sentir ossos e músculos envolvidos nos diferentes movimentos e posições, em situações de relaxamento e tensão, é uma maneira de ensinar ao escolar como o corpo dele funciona.

O conhecimento de fi siologia é a base para compreender as alterações que ocorrem durante as atividades físicas. Por exemplo, discutir por que a frequência cardíaca aumenta, ou sobre a queima de calorias, a perda de água e sais minerais durante atividades e que essa ativação fi siológica poderá promover melhora cardiorrespiratória, aumento de tônus muscular, força, fl exibilidade, entre outras capacidades e habilidades físicas.

No conteúdo da Educação Física escolar, a bioquímica subsidiará a fi siologia com a explicação do conceito sobre os processos metabólicos de produção de energia, eliminação e reposição de nutrientes. As informações básicas de biomecânica associadas à anatomia podem ser utilizadas para conteúdos sobre adequação de hábitos posturais como sentar-se, levantar objetos, entre outros.

A inclusão desses conteúdos se dá a partir da percepção do aluno sobre o próprio corpo, das sensações e necessidades de analisar e compreender sobre as alterações corporais durante as atividades ocupacionais e de práticas da Educação Física escolar.

A partir dos conhecimentos sobre o corpo, os alunos poderão avaliar os próprios movimentos e modifi cações ao longo do tempo e espaço: como são as atitudes corporais?, deslocamentos?, qual é a força aplicada?, qual velocidade?, entre outros elementos da Educação Física. Do ponto de vista teórico, o conhecimento do corpo também pode ser apreciado dentro da explicação sobre jogos, esportes, lutas e danças, sendo que o enfoque central do bloco sobre o conhecimento do corpo está na relação entre as práticas corporais e a construção social, cultural, atitudinal dos gestos e da postura.

Neste bloco também são ensinados conteúdos associados à pluralidade corporal, e ao que exige a interdisciplinaridade com a História e a Geografi a para explicação dos hábitos particulares de cada cultura.

Você pode inventar jogos em dias de chuva que aprofundem conhecimentos sobre anatomia e o corpo de acordo com a faixa etária de cada aluno. Veja o jogo para idades mais avançadas do ensino básico chamado Animatomia, de Generozo et al. (2010).

Observe que anterior à aplicação do jogo, os alunos tiveram aulas expositivas-participativas referentes ao conteúdo específi co de anatomia, trabalhado no jogo, sendo que o mesmo abordou sobre os sistemas: digestório, nervoso, cardiovascular, endócrino, esquelético, muscular, excretor e respiratório.

O jogo Animatomia foi construído com um tabuleiro (Figura 2), 22 envelopes (cada um contendo um cartão com oito sentenças relacionadas a um órgão ou sistema do corpo humano) e cinco botões coloridos (piões). O tabuleiro pode ser montado no chão ou na mesa do professor, e os alunos divididos em grupos. Os envelopes com as cartas são entregues de modo aleatório aos participantes que, mantendo sigilo em relação aos outros grupos de jogadores, conferem seu conteúdo. O grupo de jogadores da vez terá a chance de adivinhar a resposta, escolher uma dica numerada de 1 a 8 na carta do grupo de leitores que, em voz alta, faz a leitura do cartão.

Se o grupo de jogadores da vez acertar a resposta na primeira rodada, deverá andar com seu pião oito casas no tabuleiro, e o grupo de leitores nenhuma; caso acerte na segunda rodada, deverá andar sete, e o grupo de leitores um; na terceira rodada, seis, e o grupo de leitores dois, e assim sucessivamente, de modo que a soma das casas andadas pelo grupo de jogadores da vez e grupo de leitores

Em caso de resposta errada do grupo de jogadores da vez os papéis se invertem, mas as regras são mantidas, se o equívoco ocorrer na rodada inicial, o grupo de leitores move seu pião oito casas, na segunda sete, e o grupo de jogadores um, e assim sucessivamente. Caso a dica não ajude o grupo de jogadores da vez a encontrar a resposta correta, este tem a possibilidade de não responder e, sendo assim, nem o grupo de leitores nem o grupo de jogadores andarão as casas correspondentes do tabuleiro.

Para a continuidade do jogo, o grupo, antes leitor, passa a ser o jogador da vez e aquele situado à direita, o novo grupo de leitores.

Se ao fi nal das oito dicas da carta do leitor o grupo de jogadores da vez não tiver acertado o órgão/sistema em questão, o de leitores deverá devolver o cartão à mesa e retirar outro envelope para dar continuidade ao jogo.

Será o vencedor o grupo que chegar ao fi nal do tabuleiro primeiro ou aquele que estiver à frente dos outros participantes quando terminarem os envelopes.

Figura 1 – Tabuleiro do jogo Animatomia

Fonte: Generozo et al. (2010).

Esportes, Jogos, Lutas e Ginástica

As delimitações utilizadas em cada um dos blocos de conteúdo têm a intenção de tornar viáveis ao professor a organização e a operacionalização dos conteúdos de forma mais diversifi cada, abrangente e articulada ao contexto social e escolar. Apesar do primeiro bloco conectar atividades com alguns princípios operacionais comuns, tais práticas são distintas em conceito e defi nição. Os PCNs conceituam esporte como práticas subordinadas às regras de caráter ofi cial e competitivo, organizadas por instituições (e.g. confederações, federações) que regulamentam a atuação amadora e profi ssional da modalidade (BRASIL, 1998).

Nas práticas esportivas, os materiais e estruturas merecem uma

atenção destacada diante das especifi cidades que possuem. Desenvolver práticas esportivas envolve estruturas mais caras, como equipamentos, campos, quadras, piscinas, pista de atletismo, entre outros. Na realidade social do país, há uma quantidade elevada de escolas, especialmente públicas, as quais não apresentam espaço físico ou quantidade de materiais sufi cientes para práticas esportivas – o espaço da educação física escolar, muitas vezes, é reduzido a pátios e salas de aulas adaptadas (SOLER, 2003). Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), de 159.016 escolas (particulares e públicas) do Ensino Fundamental, somente 44.763 tinham quadra poliesportiva (BRASIL, 2006). Isso causa um impacto elevado nas aulas, já que se torna necessário que o professor faça ajustes de espaço e adaptações de materiais alternativos para o desenvolvimento dos blocos de conteúdo de maneira adaptada (SEBASTIÃO; FREIRE, 2009).

Em relação aos jogos, eles possuem maior fl exibilidade nas regras, uma vez que podem ser adaptadas em razão das condições de espaço e materiais disponíveis e do número de participantes (BRASIL, 1998). Podem ser exercidos em caráter cooperativo, recreativo ou competitivo em diferentes situações (festas, comemorações, confraternizações ou no cotidiano como ato de diversão e lazer). Como exemplo de jogos, podemos citar a queimada, a brincadeira gato e rato, o handebol com sete passes, o minibasquetebol, o minivôlei, o pinga bola, a bolinha de gude, o xadrez e todos os jogos defi nidos como regionais, de salão, mesa, tabuleiro, brincadeiras, jogos de rua em geral ou atividades que se enquadrem na defi nição mostrada nos PCNs (BRASIL, 1998). ofi cial e competitivo,

organizadas por

Atualmente, profi ssionais da Educação Física estão utilizando o Teaching Games for Understanding (TGfU), que rompe com o método de ensino das técnicas de forma isolada, concedendo primazia ao ensino do jogo por meio da compreensão tática, dos processos cognitivos de percepção e da tomada de decisão.

Para saber mais sobre o TGfU, veja o capítulo 3 Aplicação dos Conteúdos na Educação Física da Escola, além disso, para entender sobre a utilização de materiais alternativos durante a aplicação dos conteúdos das aulas de Educação Física escolar, veja o capítulo 4.2 Meio Ambiente no tópico que aborda os assuntos transversais conectados aos conteúdos próprios da Educação Física.

As lutas são disputas em que há contraposição entre oponente(s) mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa (BRASIL, 1998). As lutas na perspectiva teórica dos PCNs (BRASIL, 1998) são atividades de desenvolvimento psicofísico e social.

De acordo com as defi nições da literatura (SILVA et al., 2017), as lutas podem ser divididas em esportes de combate, que são conceituados como uma variação das atividades de artes marciais e distinguidos por promoverem confrontos competitivos. Enquanto artes marciais são uma categorização histórica das lutas com ou sem uso de implementos combinados com elementos fi losófi cos e/ou religiosos.

As práticas dos três elementos (lutas, esportes de combate e artes marciais) podem ser trabalhadas em formato de conteúdo para escolares. Por exemplo, atividades como briga de galo e cabo de guerra são consideradas lutas, enquanto judô, caratê e luta olímpica são esportes de combate; por sua vez, atividades de tai chi chuan são advindas das artes marciais.

As ginásticas são conceituadas como técnicas de trabalho corporal que assumem um caráter individualizado com fi nalidades diversas (BRASIL, 1998).

O conceito de ginástica sofre fl utuabilidade durante a história das práticas físicas, pois é anterior à defi nição de educação física e as práticas físicas em geral eram conceituadas como ginástica.

Busque a descrição das atividades apresentadas na lista de conteúdos a seguir que você desconhece. Essas atividades contemplam uma parcela de possibilidades para o Ensino Fundamental seguindo os PCNs (1998) e podem ser ampliadas ou reduzidas:

• jogos pré-desportivos: queimada, handebol de sete passes, pique-bandeira, guerra das bolas, derrube a torre, gol a gol, chute em gol, rebatida e drible, bobinho, dois toques, entre outros.

• jogos populares: bocha, malha, boliche, taco, entre outros.

• brincadeiras: amarelinha, formas de pular corda, elástico, bambolê, bolinha de gude, pião, pipas, lenço atrás, corre cutia, esconde-esconde, pega-pega, coelho sai da toca, duro ou mole, agacha-agacha, mãe da rua, cabo de guerra, entre outros.

• atletismo: corridas de velocidade, de resistência, com obstáculos, de revezamento; saltos em distância, em altura, triplo, com vara;

arremessos de peso, de martelo, lançamento de dardo e disco, entre outros.

• esportes coletivos: handebol, futebol de campo, futsal, basquete, vôlei, vôlei de praia, handebol, futevôlei, entre outros.

Atualmente, as práticas de ginásticas são utilizadas para preparação física, aquecimento, relaxamento e, em inúmeras situações são recreativas, competitivas, cooperativas ou artísticas. Como modalidade esportiva, envolvem ginástica artística, rítmica, acrobática, aeróbica, trampolim aquático, acrobática e a ginástica para todos. Além dessas, as práticas de ginásticas em academias são muito difundidas na sociedade. Todas envolvem ou não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre e na água (BRASIL, 1998).

Na Educação Física escolar, as ginásticas trabalham o corpo de modo variado das ginásticas tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), pois visam aumentar a percepção do próprio corpo no escolar: melhorar a consciência de batimento cardíaco, respiração, momentos de relaxamento e tensão muscular, mobilidade articular, entre outras. A quantidade de esportes, jogos, lutas e ginásticas existentes é ampla, o que viabiliza a contextualização dos conteúdos para cada região, cidade e escola, de acordo com a realidade e conjuntura que possibilitam as respectivas práticas.

As práticas de

• esportes com bastões e raquetes: beisebol, badminton, tênis de mesa, tênis de campo, pingue-pongue, entre outros.

• esportes sobre rodas: ciclismo, carrinho de rolimã, entre outros.

• lutas: práticas de jiu-jitsu, judô, capoeira, caratê e kung-fu, entre outras.

• ginásticas: práticas adaptadas de academia (aeróbica, step, fi t dance), cambalhota, estrela, deslocamentos em ritmos variados, entre outros.

Atividades Rítmicas e Expressivas

Este bloco de conteúdos trata das danças e brincadeiras cantadas, trabalhadas com as manifestações da cultura corporal que possuem como fatores comuns a intenção de expressão e comunicação mediante ações e a utilização de estímulos sonoros como referencial para o movimento corporal. No Brasil, existe uma ampla gama de expressões rítmicas que mostram a riqueza cultural do país, como o samba, o maracatu, o bumba meu boi, o frevo, a catira, o afoxé, o baião, o xaxado, o xote, entre outras (BRASIL, 1998).

A diversidade cultural que caracteriza o Brasil mostra na dança as diferentes expressões signifi cativas. Isso faz com que as atividades rítmicas e expressivas formem um bloco inteiro, constituindo um amplo leque de possibilidades de aprendizagem.

As danças podem ser trabalhadas de acordo com as próprias concepções tradicionais ou ramifi cações, já que as danças são criadas a todo instante: inúmeras infl uências são incorporadas e as expressões rítmicas transformam-se, multiplicam-se. Algumas preservaram suas características tradicionais, fortemente arraigadas, como os forrós que ocorrem no interior de Minas Gerais, ao som da sanfona e sob a luz de um lampião (BRASIL, 1998).

Em outras regiões, a mesma expressão rítmica recebe múltiplas infl uências, incorpora-as, transformando-as em novas danças, como os forrós do Nordeste, que incorporaram os ritmos caribenhos e criaram a lambada. Em grandes metrópoles existem diversas manifestações rítmicas, como o funk, o rap, o hip-hop, as danças de salão, entre outras, que acontecem em diferentes locais de prática e situações, desde festas em clubes até aulas nas praças públicas.

Este bloco de

Existem também expressões rítmicas eruditas, como a clássica, a contemporânea, a moderna e o jazz, que podem ser apreciadas por meios de mídia ou em apresentações teatrais nas escolas. Em diferentes locais do Brasil, as danças podem estar associadas às manifestações religiosas ou celebrações, como a timbalada, o olodum e as danças indígenas. A elevada imigração no país também foi responsável por incorporar novas danças, especialmente dos continentes europeu e africano.

Em outros casos, o ensino da dança também incorpora atividades rítmicas extintas, mas que trazem importância pelo signifi cado e origem. O professor de Educação Física muitas vezes precisa revitalizar danças para incorporar no bloco de conteúdo, como as lengaslengas, que combinam gestos simples ritmados acompanhados de música canônica. As danças de roda e as cirandas também são uma boa fonte para atividades rítmicas.

Por meio das danças, os alunos poderão ampliar o leque de gestos motores e a qualidade do movimento que expressem leveza, peso, força, fraqueza, velocidade, lentidão, fl uidez, ruptura através da mobilização, intensidade, duração, direção, entre outros fatores associados à comunicação corporal, sendo capaz de analisá-los a partir destes e de outros referenciais. Neste bloco, os conteúdos podem ser trabalhados para mostrar técnicas de execução de movimentos e utilizar-se delas em outras atividades. O escolar pode ser capacitado para improvisar, construir coreografi as e, por fi m, adotar atitudes de valorização e apreciação das atividades rítmicas.

Veja a lista de exemplos de atividades rítmicas sugeridas pelos PCNs para o Ensino Fundamental (1998):

• Expressões rítmicas brasileiras: baião, samba, baião, quadrilha, valsa, afoxé, catira, bumba meu boi, maracatu, xaxado.

• Expressões rítmicas urbanas: funk, rap, break, dança de salão, pagode.

• Expressões rítmicas eruditas: contemporâneas, clássicas, blues, jazz, lounge.

• Expressões rítmicas e coreografi as associadas às manifestações culturais: blocos de afoxé, timbalada, olodum, trios elétricos, samba,

• Expressões rítmicas e coreografi as associadas às manifestações culturais: blocos de afoxé, timbalada, olodum, trios elétricos, samba,

No documento CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA (páginas 67-79)