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A remoção dentro do serviço público pode ser entendida como a movimentação de servidores de um departamento para outro. Conforme dispõe a lei 8.112/90 em seu Art. 36, “Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede” (BRASIL, 1990).

A remoção é o mero deslocamento do servidor e acontece por duas razões: quando existe a conveniência ou interesse do serviço público, ou diante da solicitação do servidor, porém, vale ressaltar que a remoção do servidor deverá sempre atender ao interesse público (BALARDIN, 2011).

De acordo com Oliveira (2009) a remoção é utilizada para a movimentação do servidor dentro do mesmo cargo e da mesma carreira, implicando apenas em movimentação física e não em nova investidura.

81 Gomes (2010) complementa que a movimentação não irá resultar em nova investidura ou mudança de cargo, dessa forma, constitui mero deslocamento no órgão em que está vinculado. Além disso, esse fenômeno é típico da administração pública e possui apenas repercussão interna na instituição que se encontra lotado.

Vale ressaltar a diferença entre transferência e remoção, ambos assuntos do direito administrativo. A transferência é a passagem do servidor, dentro do mesmo cargo, de um órgão de lotação para outro. Enquanto a remoção é o deslocamento do servidor, também com o mesmo cargo, dentro do mesmo órgão de lotação.

Constituindo a remoção uma exclusividade do órgão público e que foi pensada nos limites do ato administrativo, ela tem como finalidade, não apenas, possibilitar que o servidor que por algum motivo esteja insatisfeito em seu local de trabalho tenha a possibilidade de realocação em outro lugar, e assim melhorar a qualidade no trabalho, mas também, e primordialmente, atender ao interesse público e ao ajuste das necessidades do trabalho e do ambiente organizacional (MENEZES, 2016).

Dessa forma, entendida como um procedimento organizacional em que ocorre o deslocamento de pessoal, ela pode ser considerada como uma movimentação ou rotatividade interna que ocorre pela saída de servidores de um departamento/unidade para outro na mesma instituição (MENEZES, 2016).

De acordo com Dutra (2016), um ponto a ser ressaltado no processo de movimentação de pessoal é a grande influência que essa movimentação tráz para a vida das pessoas e da organização. Para ele, esse processo afeta o desempenho das atividades organizacionais, o processo de aprendizagem e a própria política de pessoal, pelo fato de que são essas pessoas as responsáveis por dar o andamento nas atividades e por implantar as estratégias necessárias para a instituição.

Um dos grandes desafios da gestão de pessoas atualmente é gerir essa movimentação de pessoal. A retenção desses talentos está intimamente ligada com a satisfação e motivação dessas pessoas, pois, um servidor insatisfeito tende a sair do seu local de trabalho. Nesse sentido, é necessária uma atenção diferenciada dos órgãos de gestão de pessoas com alternativas estratégicas para administrar, pois, a troca frequente de servidores dentro da instituição afeta tanto o aprendizado e integração dos servidores como a dinâmica da organização (MENEZES, 2016).

Dutra (2009) salienta que a movimentação de pessoas dentro da instituição tem sido pouco discutida, tanto pelos teóricos como pelos dirigentes das empresas, deixando essa

82 questão para segundo plano por acreditarem se tratar de um processo menos importante se comparado a valorização e ao desenvolvimento das pessoas.

2.11.1 Tipos de remoção

No âmbito federal, a lei 8.112/90 em seu Art. 36, parágrafo único, dispõe de algumas modalidades de remoção, que são (BRASIL, 1990):

I - de ofício, no interesse da Administração; II - a pedido, a critério da Administração;

III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração:

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

O pedido de remoção, de ofício, no interesse da administração deve ser efetuado de acordo com o interesse e a conveniência da administração pública, sempre buscando o interesse do órgão público. A solicitação de remoção denominada a pedido, permite que o servidor público solicite sua remoção por vários motivos, porém, fica facultado a administração da instituição conceder ou não a remoção. Dessa forma, nesse tipo de remoção são necessários dois fatores para que ocorra a movimentação: a vontade do servidor através de um requerimento devidamente preenchido e justificado, e o interesse público, que neste caso, deve prevalecer sobre o interesse particular (OLIVEIRA, 2009). São essas duas modalidade de remoção que iremos tratar nesse estudo.

A outra modalidade de remoção a pedido também existente, porém, para outra localidade, independe do interesse da administração, pois geralmente possui caráter vinculado

83 e não se subordina da autorização da instituição a sua permissão. Elas ocorrem diante de algumas situações específicas (BRASIL, 1990):

A) no acompanhamento de cônjuge ou companheiro, desde que o mesmo seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos poderes, União, Distrito Federal, Municipal ou Estadual e desde que ele tenha sido removido de sede no interesse da Administração;

B) por motivo de saúde do servidor, companheiro, cônjuge ou de qualquer outro dependente que conste de seu assentamento e viva às suas expensas, porém, a solicitação deverá ser comprovada por junta médica oficial;

C) diante de processo seletivo promovido, na situação em que o número de interessados for superior ao número de vagas, diante de acordo e normas preestabelecidas pelo órgão que estejam lotados.

A remoção para acompanhamento do cônjuge encontra-se amplamente amparada devido à proteção da instituição familiar que ela preserva (OLIVEIRA, 2009).