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 Representação do conhecimento acerca dos sinais vitais do utente 

Capítulo 

Programa 5.7   Representação do conhecimento acerca dos sinais vitais do utente 

    Vtemp_corp joão 1 Vpressão_arterial joão 0 Vfreq_card joão 0,5 5.16    Embora todos estes parâmetros façam parte dos quatro sinais vitais principais  (o quarto seria a frequência respiratória), decidiu‐se, para efeitos de exemplificação,  atribuir um peso duplo à pressão arterial. 

Projectando  os  valores  calculados  num  espaço  multi‐dimensional  e  planificando‐o  a  duas  dimensões  obtemos  a  imagem  na  Figura  5.5.  Os  sectores  circulares  dão‐nos  uma  percepção  imediata,  intuitiva,  da  qualidade  de  informação  associada a este programa. Repare‐se que o ângulo do sector circular que representa  a pressão arterial é duplo dos outros dois.      Figura 5.5 – Qualidade da informação dos sinais vitais do utente    

Calculando a área normalizada dos sectores circulares da Figura 5.5 chega‐se a  um valor igual a 0,3125.  

Admitamos que, para o tipo de decisão em causa, o SADG considera este valor  abaixo do limiar admissível para a qualidade da informação (esse limiar poderá vir a  fazer  parte  do  próprio  sistema,  sendo  uma  das  responsabilidades  do  sistema  de  recomendação  avisar  de  imediato  o  grupo  quando  a  qualidade  de  informação  para  situações  perfeitamente  caracterizadas  for  demasiado  baixo).  Nesta  situação,  novos  valores devem ser obtidos, na tentativa de melhorar a qualidade de informação. 

Vamos  agora  admitir  que  foram  conseguidos  novos  valores,  por  exemplo  forçando  a  recolha  de  dados  nos  sensores  e  equipamentos  associados  ao  utente,  obtendo assim o Programa 6.4. 

 

1 temp_corp 36, 6

2  pressão_arterial S, D  not pressão_arterial S, D ,

not excepção pressão_arterial S, D

3 excepção pressão_arterial S, D  pressão_arterial S, 

pressão_arterial , D pressão_arterial , 

4 pressão_arterial 150, 90

5  freq_card V  not freq_card V ,

not excepção freq_card V

6 excepção freq_card B  freq_card  7 excepção freq_card 60 8 excepção freq_card 90 Programa 5.8 – Conhecimento actualizado acerca dos sinais vitais do utente      Vtemp_corp joão 1 Vpressão_arterial joão 1 Vfreq_card joão 0,5 5.17   

Depois de efectuar novamente o cálculo do valor da QI, obtemos a imagem na  Figura 5.6.    Figura 5.6 ‐ Qualidade da informação dos sinais vitais do utente    Refazendo novamente o cálculo para a esta imagem chegamos a um valor para  a  área  total  igual  a  0,8125.  Admitamos  que,  agora  sim,  se  atingiu  ou  ultrapassou  o  patamar mínimo para a QI no tipo de decisão em causa. O processo de decisão pode  agora continuar, com a garantia de que a informação que o suporta tem a qualidade  suficiente.    É importante realçar que a avaliação da qualidade da informação sobre os sinais  vitais recebidos no SADG não tem a ver com a sua avaliação clínica. Os valores desses  parâmetros  serão,  isso  sim,  utilizados  no  próprio  processo  de  decisão,  por  exemplo  incluindo‐os  na  execução  de  um  Guia  Clínico  adequado  à  condição  do  utente  enquanto doente dos serviços de saúde. Por exemplo, a seguir são indicados valores  de referência tradicionais para os parâmetros do exemplo. 

 Tensão arterial para um adulto ‐ sistólica 90 a 140 mmHg, diastólica 60 a  90 mmHg) 

 Frequência  cardíaca  para  um  adulto  masculino,  medida  no  pulso  60  –  70 bpm) 

5.4.3   Do Sistema 

A metodologia de avaliação da qualidade de informação é generalizável a todo  o  sistema.  A  Figura  5.7  representa  todos  os  componentes  do  sistema  onde  se  pretende  que  seja  avaliada  a  qualidade  da  informação,  assim  como  a  troca  de  informação entre eles. 

 

 

Nesta imagem podemos identificar: 

 O ambiente onde o utente se encontra, interno e externo, e que está a  ser  permanentemente  monitorizado,  incluindo  a  informação  recolhida  pelos sensores dos dados vitais; 

 As centrais de atendimento, quer a central de atendimento de serviços  gerais quer a central de atendimento de serviços de saúde; 

 Os familiares, amigos e todos os que acompanham de alguma forma o  utente  no  seu  ambiente  familiar  (instituições  de  solidariedade  social  com  atendimento  ao  domicílio,  por  exemplo),  que  são  também  uma  fonte de informação e por vezes até de decisão; 

 O  Processo  Clínico  Electrónico,  cuja  existência  desmaterializada  se  pretende  que  seja  um  factor  de  melhoria  da  qualidade  nas  prestações  de cuidados de saúde, independentemente do local onde se encontra o  utente ou da instituição de saúde que presta os cuidados. 

A  avaliação  da  qualidade  de  informação  em  todos  estes  componentes  é  uma  medida complementar da qualidade global dos serviços de saúde, sendo integrada e  unificada no Sistema de Apoio à Decisão em Grupo. 

5.5  Reflexão Crítica 

Neste  capítulo  apresentámos  uma  definição  de  Qualidade  da  Informação  e  apresentámos diversas  perspectivas sob as quais ela pode ser entendida: interna vs  externa  (incluindo  a  adequação  ao  uso),  sintáctica  vs.  semântica  (considerando  diversas dimensões ontológicas) e qualidade capaz de ser matematicamente provada  contra requisitos formais. A apresentação destas diferentes perspectivas tinha como 

objectivo mostrar que a forma de representação é determinante para o método de  avaliação da qualidade da informação/conhecimento. Pretendia‐se também mostrar  que, excluindo as avaliações internas, normalmente sintácticas e/ou de validação de  integridade,  é  necessário  acrescentar  informação/conhecimento  no  sistema,  especificamente  para  poder  avaliar  a  qualidade  da  informação,  seja  sob  a  forma  de  etiquetas, ontologias ou outro tipo de meta‐informação. 

A  representação  de  informação  imperfeita,  que  propomos  neste  capítulo,  pretende reduzir essa necessidade, para além de integrar a incerteza, incompletude,  inexactidão  e  incoerência.  Pretendemos  assim  atingir  um  duplo  objectivo  com  esta  representação:  suporte  a  mecanismos  de  inferência  com  informação  imperfeita,  adequados  ao  desenvolvimento  de  sistemas  inteligentes  de  apoio  à  decisão,  e  suporte  a  um  mecanismo  de  cálculo  da  qualidade  de  informação  que  possa  ser  embutido no próprio sistema, sem necessidade de recurso a dados externo para que  esse cálculo seja efectuado.  Finalmente definimos uma métrica para a qualidade de informação no contexto  da tomada de decisão, que pretende reflectir o seu valor intrínseco como suporte à  decisão. Propomos que essa métrica seja aplicada à informação sobre os actores do  processo de decisão, aos fluxos de informação que existem num processo desse tipo  e  ao  próprio  sistema  de  informação  global.  O  projecto  VirtualEcare  é  usado  como  exemplo  de  aplicação.  Propõe‐se  ainda  uma  forma  de  apresentação  gráfica  que  facilite a leitura pelos decisores não só do valor da qualidade global mas também dos  vários critérios/parâmetros envolvidos na decisão. 

No  capítulo  seguinte  vamos  integrar  o  método  de  avaliação  da  qualidade  de  informação numa proposta de metamodelo de processo de decisão em grupo.