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Residência Aloysio Campos da Paz Brasília-DF, 1969-

No documento A casa na obra de João Filgueiras Lima, Lelé (páginas 185-200)

A visita à Residência Aloysio Campos da Paz contou com a presença do arquiteto Haroldo Pi- nheiro, amigo e colaborador de Lelé, que gentil- mente se ofereceu para nos acompanhar e com- partilhar toda sua experiência no desenvolvimento daquele projeto.

Trata-se de uma residência de final de sema- na, localizada próximo à barragem do Lago Para- noá em Brasília, concebida originalmente para o médico cirurgião e sua esposa. A escolha do sítio, bem como dos materiais empregados na obra, foi decidida em conjunto com o amigo e proprietário. Dessas conversas surgiu a ideia de implantar a casa junto ao rochedo em declive, como se encrustada no solo e dele partisse nivelada pelo topo por uma laje de cobertura em forma livre. Essa laje funcio- naria como terraço, de onde se pudesse desfrutar das belas visuais para o lago e de toda natureza circundante. Segundo Ana Gabriella:

A residência de Aloysio Campos da Paz, a princípio, apresenta características bastante singulares em relação ao conjunto de obras projetadas ao longo da trajetória de Lelé. Avessa à rigidez do vocabulário funcionalista europeu, principalmente à ideia de que a ortogonalidade e a pureza das

formas estereométricas simples são os paradigmas fundamentais à obtenção da verdadeira beleza ar- quitetural, esta obra segue o rastro das tradições formais de Niemeyer.1

Ao colocar a casa do Dr. Campos da Paz no “rastro das tradições formais de Niemeyer” e, logo abaixo, apresentar sua planta baixa disposta lado a lado com a planta da Casa das Canoas, Ana Gabriella sugere, em uma relação imediata, uma aproximação formal entre os dois projetos. Ao comentar sobre as características do sítio, Lelé assim se manifesta:

A casa foi implantada num tipo de terreno carac- terístico de Brasília dessa época, hoje não existem terrenos tão pedregosos. Eu escolhi o melhor lugar para locar a casa e combinei com o Aloysio que o próprio caseiro iria coletar as pedras, amontoan- do-as de acordo com meu interesse. Foi o caseiro quem a construiu, eu só fixei mais ou menos a implantação, mas eu tinha em mente três áreas: uma grande sala de estar na área central da casa, o ateliê e a parte dos dormitórios.2

Apesar da indiscutível integração com a nature- za observada em ambos os projetos, devem ser des- tacadas aqui algumas divergências de ordem esté- tica e funcional. A começar pela laje de cobertura.

1 Ana Gabriella Lima Guimarães. Op. Cit., 2003, p. 73. 2 Entrevista realizada por Ana Gabriella Lima Guimarães com o arquiteto Lelé em 06/03/2001, Salvador-BA, in: Ana Gabriella Lima Guimarães. Op. Cit., p. 74.

1. Residência Aloysio Campos da Paz - João Filgueiras Lima | Brasília, 1969 | fachada sudoeste

projeto de aprovação

No projeto de Niemeyer, a laje branca e ameboide é deleite e destaque na paisagem exuberante da mata atlântica, na Gávea; para Lelé, é terraço de contemplação e convívio de amigos em meio ao cerrado e as belezas do lago.

A apropriação do espaço na casa de Brasília é completamente diferente daquela verificada na

residência carioca. Enquanto na casa de Niemeyer a natureza figura como um perfeito cenário, en- volvendo o artefato branco de curvas sinuosas, chegando a adentrá-lo em determinado momento; na residência de Lelé, percebe-se uma total fusão arquitetura/paisagem, bem ao estilo wrightiano, onde o objeto construído, ao invés de destacar- -se por sua volumetria, desaparece semienterrado, completamente mimetizado pelo ambiente.

Eu não tenho nenhum preconceito. Quando você elabora um projeto, deve-se usar a tecnologia dis- ponível, seja ela qual for. Por ser uma construção individual e com certa restrição orçamentária, pensei em fazer uma coisa bem à vontade, despo- jada. Custou-me muito fazer o projeto dessa casa, pois depois de levantadas as paredes, eu me de- parei com uma pedra enorme que permaneceu no local por não haver meios de retirá-la. Eu não ia botar dinamite, desse modo deixei a pedra como elemento integrante da construção.3

3 Idem, Ibidem.

2. Casa das Canoas - Oscar Niemeyer | Rio de Janeiro, 1952-1953 | planta térreo.

Fonte: Módulo, n. 2, ago. 1955

3. Residência Aloysio Campos da Paz - João Filgueiras Lima | Brasília, 1969 | planta baixa.

Fonte: autor (a partir do projeto aprovado na Administração Regional de Brasília

Essa primeira solução, construída em alvenaria de pedra, foi posteriormente acrescida por dois blo- cos em estrutura metálica, conectados entre si por uma marquise de ligação, resultado das obras de ampliação de 1991 e 1994. Os sucessivos acrés- cimos pelos quais passou a residência, desde sua configuração original, em 1969, até a reforma mais recente, em 2011, serão apresentados através dos depoimentos do arquiteto Haroldo Pinheiro, res- ponsável pelo desenvolvimento do projeto desde a primeira grande intervenção, em 1980. A respeito do período inicial, Haroldo assim se manifesta:

Com base no anteprojeto, o Ernesto Walter calcu- lou a laje de concreto. Lelé marcou a obra para fazer o sistema mural, de pedra, e fundiu a laje. E fez também esse deck. Então, em 1969 foi feito só isso: as paredes de pedra, a laje de concreto e o deck de madeira. E ficou o piso de barro mesmo. Aí ficou assim, como uma gruta.4

A necessidade do proprietário por mais espa- ço fez com que, em 1975, Lelé estudasse uma so- lução de ampliação obedecendo a dois princípios fundamentais: a conexão direta entre as duas resi- dências, e a adoção de um sistema estrutural leve

4 Entrevista realizada pelo autor com o arquiteto Haroldo Pi- nheiro em 28/07/2011. Escritório do Arquiteto, Brasília-DF

4. Residência Aloysio Campos da Paz | primeiro acréscimo (1991)

a marquise, em sua forma atual, só surgiria no momento da segunda ampliação, em 1994. Fonte: autor (2011)

que permitisse a sobreposição das edificações sem comprometer a laje de concreto da casa existente, cujo dimensionamento não previu tal situação.

O novo projeto se apoiava sobre a residência de pedra, projetando-se em balanço em direção à piscina. Além do contraste entre os materiais, o fato de Lelé ter situado esse acréscimo em um eixo perpendicular ao deck de madeira existente favore- ceu uma leitura rápida da separação entre os edi- fícios, sem que um interfira visualmente no outro. Segundo o memorial descritivo, datado de 15 de julho de 1975, e endereçado a Aloysio e Elsita, Lelé justifica a solução adotada e esclarece questões de ordem técnica:

A construção proposta é metálica, em aço tipo “Corten”, tratada externamente sem pintura (pro- teção contra a própria ferrugem). No trecho em que há superposição entre pavimentos, a fachada é formada por suas vigas do tipo “Vierendeel” que elimina apoio indesejáveis sobre o prédio exis- tente e ao mesmo tempo proporcionam um grande balanço de cerca de 10 m que se projeta sobre o talude em direção à piscina. Por outro lado, esse partido construtivo confere ao novo prédio o rigor e a disciplina de uma construção industrializada e ao mesmo tempo uma grande leveza na implanta- ção, estabelecendo um agradável contraste com o

prédio existente, informal, integrado ao terreno e à paisagem.5

Em razão de seu arrojo estrutural, e consequen- temente de um custo maior de execução, o proje- to acabou recusado. Entretanto, 13 anos depois, observa-se que seu partido geral foi recuperado por Lelé em Salvador no projeto para o edifício destina- do à Secretaria de Turismo. Proposto nos tempos da FAEC, mais precisamente em 1988, o estudo, tam- bém não executado, envolvia a ampliação da pra- ça da Igreja dos Aflitos. O edifício-praça, como foi concebido, possuía cobertura nivelada com o Largo dos Aflitos, prolongando-se em balanço em direção à Avenida Contorno. Elementos como a grande bar- ra suspensa, estruturada por treliças metálicas, e a cobertura da circulação vertical ao centro da praça já apontavam para um caminho do arquiteto rumo à leveza da arquitetura em aço, consagrada na fase do CTRS.

Com o projeto de ampliação temporariamente suspenso, o Dr. Campos da Paz prosseguiu em suas intervenções, solicitando no final dos anos 1970

5 Elane Ribeiro Peixoto. Op. Cit., 1996, p. 79.

5. Residência Aloysio Campos da Paz | primeira proposta de ampliação (1975), não executada. Fonte: Elane Peixoto (1996)

6. Maquete da Secretaria de Turismo da Bahia - Lelé Salvador, 1988 | projeto não executado.

uma remodelação interna na casa de pedra, ten- do em vista uma maior permanência no local. A situação atual era demasiadamente rústica para acomodar, com o mínimo de conforto, o médico cirurgião e sua família. Sobre este momento, co- menta Haroldo:

Quando eu retomei o projeto em 1979, início dos anos 80, aí quer dizer, o Campos da Paz já tinha mudado um pouco, os filhos já tinham crescido, o Sarah já estava prestes a ser inaugurado.... Aí a gente mudou um pouco o conceito da casa. Então esse piso em assoalho de madeira, os rodapés de madeira encurvada acompanhando a parede de pedra, isso tudo não é original. Originalmente, como eu te falei, era um piso de concreto e na base da parede tinha só uma canaleta por causa da umidade que percolava, sabe? A parede não tinha impermeabilização, não tinha nada. Crescia até samambaia.6

No início da década de 1990, o plano de expan- são da residência finalmente saiu do papel. O novo bloco, construído parcialmente sobre a casa exis- tente, apresentava uma linguagem simples do pon- to de vista da distribuição, embora menos sofis- ticada volumetricamente que a proposta de 1975.

Em dezembro de 1990 eu estava estudando a es- trutura desse acréscimo. Essa marquise inclusive era reta. Ela saia e tinha dois apoios aqui. Aí, o que Lelé fez depois foi desmontar isso daqui e criar uma marquise em curva. Isso foi em 1994. Quando se construiu o acréscimo foi quando ele decidiu se mudar pra lá. Ele fez pra ele, Aloysio Campos da Paz, e Elsita ficarem.7

A marquise à qual Haroldo se refere foi constru- ída em 1994 quando Lelé, a pedido do proprietário,

6 Entrevista realizada pelo autor com o arquiteto Haroldo Pi- nheiro em 28/07/2011. Escritório do Arquiteto, Brasília-DF 7 Idem.

elabora um novo bloco para acomodar o casal. Con- cebido na mesma linguagem do primeiro acréscimo, esse novo edifício situa-se em uma área mais próxi- ma à entrada do lote, em cota bem acima do nível de acesso. Para contenção do terreno, um novo ar- rimo de pedra foi criado, delimitando a varanda de saída dos quartos e escritório. As fachadas dos dois blocos foram revestidas com painéis de azulejos projetados por Athos Bulcão. Sobre as mudanças ocorridas na distribuição dos espaços e quanto à organização do programa, Haroldo explica:

7. Residência Aloysio Campos da Paz | segundo acréscimo (1994).

Fonte: autor (2011)

8. Residência Aloysio Campos da Paz | painel de azulejos | Athos Bulcão (1969).

Em 1994, o casal deixa aquela primeira casa [primeiro acréscimo], que agora ficou destinada à sogra, aos filhos e eventuais visitantes, e pas- sa a ocupar esse novo bloco, que na verdade é quase um apartamento. Pra você ver, tem uma pequena cozinha, uma lavanderia, dois quartos de empregada, um banheiro que serve como lavabo também, a suíte do casal e isso aqui que você pode chamar de escritório.8

A partir de 1994, o Dr. Campos da Paz e a fa- mília deixam o apartamento no Plano Piloto e se mudam definitivamente para a casa à beira do lago. Aquele local que no final dos anos 1960 apresenta- va pouca, ou quase nenhuma, condição de moradia, hoje encontra-se urbanizado e com acesso facili- tado pelas pontes construídas no Lago Sul. Atu- almente a residência passa por uma reforma com- pleta, na qual está prevista uma redistribuição dos ambientes, em acordo com as necessidades atuais

8 Idem.

da família. Desta vez, a casa de pedra será alvo das principais alterações. A sala de estar ganhará um espaço maior com equipamentos de projeção, os banheiros serão reformulados e a cozinha amplia- da. Segundo Haroldo:

Então as refeições eles ainda fazem lá em baixo (casa de pedra). Por isso que a cozinha ficou pequena e eu estou aumentando. Lá em baixo vão ficar a parte social, vamos dizer, a sala de estar, a sala de jantar e a cozinha com o apoio de em- pregada. Na parte de cima vão ficar os quartos, hóspedes, essas coisas assim....a sogra, e aqui (apontando para o outro bloco) o apartamento do casal.9

Ao comentar a inserção dos dois acréscimos feitos à casa preexistente, Lelé expressa seu des- contentamento com a solução adotada, obtida por algumas limitações impostas pelo cliente e amigo.

9 Idem.

9. Residência Aloysio Campos da Paz | vista do deck de madeira (casa de pedra) para o primeiro acréscimo. Fonte: Cláudia Estrela Porto (2010)

10. Residência Aloysio Campos da Paz | sala de estar do primeiro acréscimo.

Fonte: Cláudia Estrela Porto (2010) | acima

11. Residência Aloysio Campos da Paz | varanda aberta para o terraço descoberto.

12. Residência Aloysio Campos da Paz | janelas da casa de pedra na fachada sudoeste. Fonte: autor (2011)

Eu criei um programa distribuído em dois blocos. O bloco acima da construção original dispõe de um grande terraço que também funciona como mirante, um lugar para o descanso e a aprecia- ção da natureza. Esse pavimento foi criado com o propósito de preservar a intimidade do casal através dum espaço reservado só para eles. Já os seus filhos ficariam no outro bloco mais afastado, interligado ao primeiro através de uma marquise que funciona como uma espécie de garagem cobe- rta. A casa de pedra funciona apenas como espaço de convívio destinado a receber visitas e que pos- sui até um cinema. Essa ampliação foi um aborto que ocorreu lá por cima. Eu gosto apenas da parte de baixo.10

10 Entrevista realizada por Ana Gabriella Lima Guimarães com o arquiteto Lelé em 06/03/2001, Salvador-BA, in: Ana Gabriella

A visita à residência Campos da Paz se restrin- giu à casa de pedra e a uma breve passagem pelo interior do primeiro acréscimo. Devido ao estágio avançado em que se encontrava a reforma, não foi possível percorrer todos os ambientes, como foi fei- to nas demais residências apresentadas adiante. Ao chegarmos ao local, a primeira providência foi fa- zer um reconhecimento do terreno. Uma caminhada pela parte mais baixa, margeando o lago, revelou uma topografia acidentada, moldada em diferentes momentos para receber as novas edificações.

Seguindo por um caminho sinuoso, passamos por um pequeno cais de madeira, onde a colocação de alguns bancos e iluminação própria criou um ambiente agradável para apreciar a vista do lago. Um pouco adiante, uma escadaria de pedra nos conduz à entrada de serviço da residência, delimi- tada por portas pivotantes metálicas pintadas de amarelo. Esse padrão de fechamento, trazido pela segunda residência, funciona também como brise- -soleil, visto que sua estrutura vazada em chapas dobradas verticais garante o controle da insolação.

Ao passarmos pela cozinha, nos deparamos com uma casa completamente desocupada. Os ambien- tes da parte social se resumiam a um grande salão, vazio e com alguns armários desmontados. Embora não tenha sido possível conhecer seu interior con- forme a organização (layout) do anteprojeto pu- blicado, seu vão livre permitiu uma leitura precisa da escala utilizada no projeto e de suas relações com o ambiente externo. A saída para o deck de madeira e as aberturas no arrimo de pedra além de trazerem a luz para dentro do ambiente, emolduram uma paisagem magnífica, responsável por definir o próprio partido.

Lima Guimarães. Op. Cit., p. 76.

13. Residência Aloysio Campos da Paz | piscina. Fonte: autor (2011)

14. Residência Aloysio Campos da Paz | cais. Fonte: autor (2011)

Ao final de cada casa serão abordados alguns aspectos relacionados às condições locais dessas edificações e suas relações com as decisões de projeto. Algumas dessas questões podem ter sido contempladas descritivamente na visita guiada. No entanto, nessa segunda parte, elas ganharão uma nova abordagem, justamente por valer-se de algu- mas imagens específicas geradas a partir do modelo virtual de cada residência. Foi esse o objetivo des- sa parte chamada análise formal, que na verdade complementa um entendimento iniciado na própria descrição do objeto.

16. Residência Aloysio Campos da Paz | cozinha em reforma.

Fonte: autor (2011)

17. Residência Aloysio Campos da Paz | sala de jantar em reforma.

Fonte: autor (2011)

18. Residência Aloysio Campos da Paz | sala de estar em reforma.

Forças do Lugar

Ao visitar o local, Lelé se deparou com um ter- reno acidentado e bastante “pedregoso”, como ele próprio definiu. Segundo o arquiteto, essa era uma característica dos lotes à beira do lago, sobretudo naquela região próxima à barragem.

Localização

A localização precisa da residência se deu em função da escolha de uma área onde fosse mais viável a acomodação das pedras para conformação dos arrimos. A posição e a altura da casa garantem uma vista privilegiada para o lago.

19. Residência Aloysio Campos da Paz - João Filgueiras Lima | Brasília, 1969. Planta de situação com o lote da residência em destaque.

Fonte: autor (a partir da base SICAD e informações da Administração de Brasília)

Acesso p/ Paranoá Lago Sul (barragem) p/ Varjão Lago Norte DF-005 (EPPr) Estrada Parque Paranoá

20. Residência Aloysio Campos da Paz | locação.

Fonte: Rômulo Araújo (2011) com intervenção do autor

21. Resdiência Aloysio Campos da Paz | corte transversal no sentido do eixo NE-SO. situação anterior aos acréscimos em estrutura metálica.

Fonte: autor (a partir do projeto aprovado na Administração Regional de Brasília)

eixo NE-SO

eixo N O-SE

acréscimos

Em 1975, Lelé faz o primeiro estudo para a am- pliação da Residência Campos da Paz. Nesse pro- jeto, não executado, o arquiteto define questões importantes que subsidiarão a elaboração de uma nova proposta 15 anos mais tarde: a sobreposição das residências e a continuidade do eixo longitu- dinal. Essa decisão que também se justifica pela manutenção das visuais, tão caras ao projeto, traz consigo o mesmo inconveniente da implantação da casa preexistente: a orientação desfavorável (po- ente).

Em 1994, a necessidade do casal de permanecer em local mais reservado ensejou a criação de um segundo acréscimo, reconfigurando a distribuição interna da residência como um todo.

22. Residência Aloysio Campos da Paz | vista aérea do conjunto. Fonte: Rômulo Araújo (2011) com intervenção do autor

acréscimo 1 1991 acréscimo 2 1994 guarita casa existente 1969

eixo longitudin al

entrelaçamento

Os novos blocos são entrelaçados na zona de acesso. Nessa área sensivelmente inclinada, a mar- quise de abrigo para automóveis se desenvolve na parte mais plana. As edificações estão dispostas uma adjacente à outra, com os eixos longitudinais formando um ângulo de 56º entre si. O espaço tra- pezoidal resultante dessa conformação é definido pelas fachadas de acesso de cada bloco. No caso do acréscimo 1, voltada para nordeste; no acréscimo 2, para o sul.

23. Residência Aloysio Campos da Paz | entrelaçamento dos acréscimos. Fonte: Rômulo Araújo (2011) com intervenção do autor

eixo longitudinal eixo longitu dinal zona de acesso

estrutura dos Blocos relacionados

24. Residência Aloysio Campos da Paz | estrutura dos blocos relacionados (acréscimos).

Fonte: Rômulo Araújo (2011) com intervenção do autor

Intercolúnio: 5m / Vão central: 7,5 m / Distribuição regular entre os apoios nas extremidades das duas maiores fachadas. Pilares tubulares.

Intercolúnio: 4,4m / fachada nordeste / pilares tubulares soltos da parede, responsáveis pela captação das águas pluviais.

Intercolúnio: 3,3 m / fachada sudoeste / modulação da estrutura em consonân- cia com a largura das lajotas de concreto (1,1m) do terraço descoberto.

No documento A casa na obra de João Filgueiras Lima, Lelé (páginas 185-200)