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10.2. Comentários dos diretores sobre

a. resultado das operações da Companhia, em especial: i) descrição de quaisquer componentes importantes da receita; e ii) fatores que afetaram materialmente os resultados operacionais

(i) A receita líquida da Companhia é composta essencialmente pelo faturamento do consumo de energia

dos consumidores da área de concessão da controlada AES Eletropaulo, somando R$ 9.835,6 milhões em 2011. A tarifa cobrada dos consumidores é definida anualmente pela ANEEL, sendo que quaisquer modificações nas regras vigentes para o setor ou na metodologia de cálculo das tarifas podem afetar a receita da AES Eletropaulo. Além disso, o volume de energia faturado da base de clientes da AES Eletropaulo reflete as mudanças na economia da região metropolitana de São Paulo, onde a representatividade do setor de serviços tem aumentado em relação à produção industrial. Portanto a carteira diversificada de clientes, somada à renda média dos clientes residenciais superior à média nacional, reduz os riscos de diminuição do consumo na área de concessão, dado que o mercado residencial tende a ser menos sensível às oscilações da economia do que o mercado industrial, que reage mais rapidamente a reduções no ritmo de desenvolvimento e crescimento econômico.

(ii) Os resultados das operações da Companhia são significativamente afetados por inúmeros fatores,

inclusive:

 alteração nos custos da Companhia, incluído o preço de energia;

 alterações nas tarifas de energia que a controlada AES Eletropaulo poderá cobrar de seus clientes decorrente de revisão e reajustes tarifários homologados pela ANEEL;

 disponibilidade de energia para atendimento sem restrições ao mercado;

 condições econômicas no Brasil em geral e na área de concessão da AES Eletropaulo – 24 municípios

concentrados essencialmente na região metropolitana de São Paulo - em particular;

 condições de fornecimento de gás da Argentina para a controlada AES Uruguaiana, que registrou provisão

para redução ao provável valor de realização de ativos em 2008, decorrente de falhas no fornecimento de gás;

 resultados das disputas judiciais e contingências; e

 variação cambial e de taxa de juros.

b. variações das receitas atribuíveis a modificações de preços, taxas de câmbio, inflação, alterações de volumes e introdução de novos produtos e serviços

O setor elétrico segue um modelo que define tarifas para o ciclo tarifário de 1 ano. No caso da controlada AES Eletropaulo, o ano tarifário vai de 04 de julho de um ano até 03 de julho do ano seguinte. Neste modelo são consideradas estimativas para os custos com encargos do setor, compra de energia (inclusive a energia de Itaipu que é precificada em dólar), entre outros, que são considerados não-gerenciáveis pela AES Eletropaulo. A Demonstração de Resultados do Exercício (“DRE”) da AES Eletropaulo e da Companhia sempre refletirá na receita a tarifa homologada que incluiu a expectativa desses custos não-gerenciáveis. Desta forma, à medida que são apurados os custos reais, os resultados da AES Eletropaulo e da Companhia serão afetados por qualquer oscilação entre o valor realizado e aquele considerado na tarifa. Porém, para fins de modicidade tarifária junto à Aneel a AES Eletropaulo constituirá no Balanço Regulatório uma conta de CVA para registrar qualquer variação entre o custo projetado e o real, especificamente dos itens não-gerenciáveis, para posterior cobrança e/ou devolução de diferença para os consumidores.

Antes de 2010 e portanto, antes da adoção do IFRS, a conta CVA fazia parte das demonstrações financeiras da AES Eletropaulo e da Companhia com impacto na DRE e no ativo/passivo.

c. impacto da inflação, da variação de preços dos principais insumos e produtos, do câmbio e da taxa de juros no resultado operacional e no resultado financeiro da Companhia

A situação financeira e o resultado das operações da controlada AES Eletropaulo são afetados pela inflação, pelas tarifas praticadas nos leiloes de venda de energia que refletem oferta e demanda, além das características da fonte da energia comercializada, as oscilações nas tarifas cobradas dos consumidores e os encargos setoriais ambos

10.2 - Resultado operacional e financeiro

homologados anualmente pela ANEEL, sendo que as variações são reconhecidas nas tarifas cobradas dos consumidores por meio do mecanismo de CVA, mencionado acima.

Desta forma, a maioria de seus custos e despesas é denominada em Reais e está atrelada aos índices de medição da inflação, exceto pela tarifa de compra de energia das quotas de Itaipu que é denominada em dólar, sendo as variações da taxa de câmbio desse contrato também são reconhecidas nas tarifas de distribuição por meio do mecanismo da CVA, onde o consumidor ressarce a Companhia do custo adicional no próximo reajuste tarifário. Além disso, a Companhia está exposta às taxas de juros cobradas nos financiamentos e não possui divida denominada em moeda estrangeira.

A situação financeira e o resultado das operações da controlada AES Tietê são afetados pela inflação, uma vez que a maioria dos custos e despesas operacionais tendem a seguir índices de inflação.

Os custos e despesas operacionais e os resultados financeiros da controlada AES Tietê são principalmente influenciados pelo IGP-M e CDI, conforme explicado abaixo:

Inflação (IGP-M e IPCA): a maior parte dos custos e despesas operacionais da Companhia está atrelada

principalmente a indicadores de inflação, tais como IGP-M e IPCA. As rubricas com maior correlação com estes índices de inflação são (i) pessoal, (ii) compensação financeira pelo uso de recursos hídricos e (iii) encargos de conexão e transmissão de energia. A soma destas linhas representa 56,3% do total de custos e despesas operacionais desconsiderando depreciação e amortização.

CDI: A variação da taxa Selic afeta diretamente as receitas financeiras da Companhia, visto que suas disponibilidades

são representadas por operações de curto prazo, com rentabilidade média em torno de 102,8% e 102,5% do CDI em 2010 e 2011 respectivamente.

O CDI é o único fator de risco quanto ao endividamento da Companhia, visto que sua única dívida financeira, uma debênture emitida em maio de 2010 com principal de R$ 900 milhões, possui custo de CDI + 1,20% a.a. Em comparação ao último ano, no entanto, a variação da taxa média do CDI (CETIP) não foi representativa, de 10,64% a.a. em dezembro de 2010 para 10,87%, em dezembro de 2011.

A fim de verificar a sensibilidade do indexador CDI na única dívida financeira da Companhia, uma debênture emitida em maio de 2010 com principal de R$ 900 milhões ao custo de CDI + 1,20% a.a., acrescemos um por cento no CDI médio de 31 de dezembro de 2011 que era 10,87% a.a.. Assim calculamos a variação de R$ 9,1 milhões na despesa financeira bruta não levando em consideração incidência de tributos e o fluxo de vencimentos do contrato programado para 2011.

Taxa de Câmbio: Como os custos e despesas operacionais da Companhia, bem como a totalidade das suas receitas,

são denominados em Reais, ela não está significativamente exposta à variação da taxa de câmbio. A variação do dólar norte-americano frente ao real afeta somente o resultado financeiro da Companhia, visto que a única obrigação denominada em moeda estrangeira é um provisionamento referente à discussão judicial da redistribuição das cotas de Itaipu cujo valor é corrigido pela variação cambial. Ao final dos exercícios sociais de 2009, 2010 e 2011 os montantes provisionados eram de R$ 6,9 milhões, R$ 5,9 milhões e R$ 8,7 milhões, respectivamente..

Além disso, a Companhia e suas controladas estão expostas às taxas de juros cobradas nos financiamentos e não possuem dívidas denominadas em moeda estrangeira.

10.3 - Eventos com efeitos relevantes, ocorridos e esperados, nas demonstrações

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