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Lays dos Santos Bass

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a intenção de conscientizar os(as) BM sobre a capacidade e as contribuições que as pessoas com deficiência podem oferecer, realizou-se as atividades, para tanto, em um primeiro momento houve uma divisão em 4 grupos, após a divisão foram orientados(as) a seguir junto com a enfermeira e monitores(as) até a Praça dos Bombeiros onde, fizeram uma observação, anotando na concepção deles(as) se a praça é acessível à população de uma maneira geral, assim como, apontando o que poderia prejudicar o acesso as pessoas com deficiência.

Na ocasião os(as) BM observaram uma rampa para pessoas com cadeiras de rodas, onde seu início havia calçada irregular o que poderia danificar a cadeira de rodas, identificaram corrimãos nas escadas, descreveram também que em alguns lugares o calçamento era irregular, além de alguns bancos mal conservados, visualizaram má conservação do ambiente por alguns frequentadores do local, pois havia alguns resíduos de lixo, mas sendo limpo por um profissional. O objetivo dessa atividade foi ter um primeiro contato com o assunto, já que quando foram questionados sobre o que é acessibilidade muitos só ouviram falar no termo, mas não sabiam o conceito, fora que essa atividade ajuda na compreensão da dimensão dos espaços públicos.

Após essa atividade os(as) educandos(as) foram para sala de aula relatar tudo que observaram e discutir o que poderia ser melhorado, logo após tiveram uma aula sobre o conceito de acessibilidade, tipos de deficiências e como se relacionar com as pessoas com deficiência, esta aula foi baseada na cartilha “Atitudes que fazem a diferença com

PCD: Garantir os Direitos Humanos é o caminho para a inclusão” (FADERGS,2013).

Durante a aula também foi relatada as vivências que alguns(as) alunos(as) tiveram com pessoas com deficiência, além de elucidar algumas dicas de convivência para com essas pessoas. O propósito dessa aula foi desmistificar preconceitos e esclarecer dúvidas que poderiam ter. Muitos dos(as) educandos(as) expuseram conhecer alguma pessoa com deficiência, seja na escola ou na vizinhança, e explicaram como essas pessoas se relacionavam nesses espaços.

Nessa aula foi explicado as deficiências físicas, auditivas, visuais, intelectuais e múltiplas, e como devemos nos portar quando convivemos com esses indivíduos. Dicas simples como se a conversa durar muito tempo com uma pessoa que utiliza cadeira de rodas, deve-se sentar para que ambos fiquem confortáveis ou como descrever o ambiente para uma pessoa com deficiência visual.

Junto com as explicações foi mostrado aos(as) educandos(as) exemplos de lugares acessíveis a esse público, como um restaurante que possui seu cardápio em libras e um museu que é todo adaptado para pessoas com qualquer tipo de deficiência. Salientou-se a legislação que garante os direitos dos indivíduos com deficiência.

Posteriormente a aula expositiva, todos(as) receberam o seguinte convite: “Depois da teoria vem a prática, vamos vivenciar esse mundo novo? Sigam até o ginásio”, logo, voltaram a ser divididos nos mesmos grupos da primeira dinâmica, os(as) BM realizaram as atividades lúdicas propostas, neste momento nenhum dos(as) alunos(as) se opuseram em participar das dinâmicas. Sendo assim, o lúdico tem como principal finalidade favorecer o desenvolvimento da pessoa humana numa dinâmica de inter–atuação lúdica, estimulando o processo de estruturação afetivo–cognitivo da criança, socializa criativamente quando jovem e mantêm o espírito de realização no(a) adulto (NILES e SOCHA, 2014).

Os(as) alunos(as) relataram gostar mais da pista de obstáculo, pois acharam difícil realizar a atividade sem poder ver e destacaram como é importante ajudarmos as pessoas, pois ao realizar o percurso com os olhos vendados precisavam que um(a) colega os(as) ajudassem. Uma das BM comentou que sentiu medo em realizar essa dinâmica, pois tinha que passar por obstáculos com cones, cordas e bolas sem poder ver apenas ouvindo as instruções do(a) outro(a).

Mencionaram também que foi muito divertido participar da brincadeira de mímica, pois até se colocarem nesse lugar de comunicação sem voz não haviam percebido como era essa realidade, o mesmo para a adaptação do vôlei sentado, consideraram fácil o exercício e compreenderam que é muito limitado a locomoção e

se pudessem andar conseguiriam ser mais ágeis.

Em relação a tarefa escrita em casa, essa foi entregue no sábado posterior a aula realizada, assim, os(as) BM fizeram uma redação respondendo a questão: “Agora

que você vivenciou esse processo, como foi participar dessa atividade?” Todos(as) que

executaram essa atividade descreveram que após participarem da aula perceberam o quão é difícil fazer coisas simples do cotidiano quando se tem alguma deficiência e que as atividades lúdicas ajudaram a compreender mais sobre a acessibilidade.

Foi unanimidade entre os(as) participantes que essa aula fez com que percebessem como é importante ajudar o próximo e como os espaços urbanos muitas vezes não são adaptados para pessoas com deficiências, mas que hoje conseguem observar melhor e que se todos(as) trabalhassem em conjunto poderia haver muitas melhorias.

A experiência possibilitou perceberem atitudes que nem sempre todos notam, que algumas vezes as pessoas com deficiências são ignoradas no seu dia-a-dia e que precisam de ajuda e respeito. Uma BM escreveu em sua redação que após a aula, ela conseguiu perceber que as pessoas com deficiência precisam de mais cuidado e que todos precisam ajudá-los. Isso demonstra que essa temática precisa ser mais debatida, dado que, em atitudes corriqueiras podem fazer grande diferença, não somente para os indivíduos com deficiência, mas para as demais pessoas.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a educação em saúde realizada com os(as) BM sobre a temática acessibilidade foi efetiva, pois notou-se que esses foram sensibilizados sobre a temática. Visto que, após uma reflexão sobre a aula desenvolvida e o relato de suas experiências em uma redação, eles expuseram como é importante ajudar as pessoas não importando se essa tem ou não deficiência, além de passarem a observar se os espaços de convivências são ou não acessíveis para todas as pessoas que ali circulam.

* O título do presente capítulo é um trecho da música de Sing Out, Acessibilidade. Disponível em < https://www.letras.mus.br/sing-out/1903729/> Acesso em 16 jul 2017.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério dos Direitos Humanos. Acessibilidade. Disponível em: <http://www.sdh.gov. br/acessibilidade> Acesso em: 16 jul. 2017.

em: <http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/acessibilidade-0> Acesso em: 14 jul. 2017. CARDOSO DE MELO, J. A. Educação e as Práticas de Saúde. In: ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO (Org.). Trabalho, Educação e Saúde: reflexões críticas de Joaquim Alberto Cardoso de Melo. Rio de Janeiro: EPSJV, 2007.

FADERS. Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul. Atitudes que fazem a diferença com PCD: Garantir os Direitos Humanos é o caminho para a inclusão. 2013. Disponível em: <http://www.portaldeacessibilidade.rs.gov.br/uploads/1427723364Cartilha_Faders_word_com_ novo_layout.pdf> Acesso em: 14 jul.2017.

NILES, R.P.J; SOCHA, K. A importância das atividades lúdicas na educação infantil. Ágora: R. Divulg. Cient., v. 19, n. 1, p. 80-94, jan./jun. 2014.

MACHADO, M.F.A.S. et al. Integralidade, formação de saúde, educação em saúde e as propostas do SUS - uma revisão conceitual. Ciência & Saúde Coletiva, v.12, n.2, p. 335-342, 2007.

Disponível em: < http://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n2/a09v12n2 >. Acesso em: 21 jul. 2017. UNITED NATIONS, Universal Declararation of Human Rights. Disponível em <http://www. un.org/en/universal-declaration-human-rights/index.html> Acesso em: 16 jul. 2017.

PROJETO BOMBEIRO MIRIM, Projeto Bombeiro Mirim. Disponível em <http:// projetobombeiromirimsm.blogspot.com.br/> Acesso em: 14 jul. 2017.

VALLA, V. V.; STOTZ, E. N. (Orgs.) Educação, saúde e cidadania. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1996. 141 p.

A experiência na monitoria