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4. INOVAÇÃO E INVESTIGAÇÃO NO FUTEBOL

4.3. Resultados

4.3.1. Percentagem de passes curtos realizados com sucesso

Como podemos observar na Figura 11, houve uma melhoria pouco significativa no que diz respeito à percentagem de passes realizados com sucesso visto que o valor médio para a percentagem de eficácia de passes no pré-teste foi de 0,821 (±0,078), logo, 82,1% e no pós-teste foi de 0,840 (±0,083), logo, 84%. No teste t para amostras emparelhadas obtivemos como estatística de teste t(24)= -1,115, p-value=0,276/2, logo, p>0,05 e não podemos rejeitar a hipótese nula. Dito isto, não foram encontradas diferenças significativas na percentagem de passes realizados com sucesso entre o pré-teste e o pós-teste, logo, não podemos afirmar que o programa de treino realizado tem influência nesta variável de rendimento no Futebol.

4.3.2. Outras variáveis recolhidas na análise dos jogos reduzidos

Para além da percentagem de eficácia de passes, decidimos também analisar outros dados associados ao rendimento de um jogador de Futebol, mais particularmente, à sua capacidade de tomar decisões de forma rápida. Estas variáveis foram a quantidade de toques na bola por posse de bola e o tempo com bola por posse de bola, logo, quanto menor for a quantidade de tempo e toques por cada posse, mais rápido os jogadores decidiram o que fazer com a bola e melhor foi o seu rendimento.

Quanto à quantidade de toques na bola por posse de bola, como podemos observar na Figura 12, houve um aumento muito ligeiro do valor médio entre o pré-teste (2,820±0,385) e o pós-teste (2,848±0,572), logo, a hipótese alternativa fica rejeitada à partida visto que, para se observar uma evolução no rendimento dos jogadores, o valor médio obtido no pós-teste teria de ser inferior ao valor médio obtido no pré-teste.

0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1 pré-teste pós-teste Eficácia de passes

Figura 11. Valor médio da percentagem de passes realizados com sucesso no pré e pós-teste.

57 No que diz respeito ao tempo com bola por posse, obtivemos o valor médio de 1,919

(±0,288) para o pré-teste e de 1,949 (±0,405) para o pós-teste, logo, como o valor médio no pós-teste é superior ao valor obtido no pré-teste, tal como na variável anterior, rejeitamos a hipótese alternativa à partida visto que o rendimento dos jogadores foi menor no pós-teste.

4.3.3. Autoeficácia

Como referi anteriormente, o questionário da autoeficácia utilizado (adaptação do

V-MSES), distingue 4 subescalas que compõem a autoeficácia geral. Estas 4 subescalas

são designados como a subescala das habilidades técnico-táticas (questões que avaliam o jogador quanto à perceção de qualidade que tem da sua ação técnica do passe), do controlo das emoções (questões que avaliam a perceção do jogador quanto à sua capacidade de resistir a emoções negativas e manter o rendimento em treino e competição), da comunicação (questões que avaliam a perceção do jogador quanto à sua capacidade de comunicar com o treinador e jogadores no treino e competição) e da motivação para a prática (questões que avaliam a perceção do jogador quanto à sua capacidade de se manter motivado e empenhado tanto no treino como na competição).

Analisando, em primeiro lugar, os resultados obtidos na escala da autoeficácia geral, ou seja, o conjunto de todas as questões do questionário adaptado do V-MSES, observámos um aumento dos valores médios do pré-teste (54,60±4,48) para o pós-teste (55,68±3,81) (Figura 14), logo, utilizámos o teste t para amostras emparelhadas para verificar se esta diferença é significativa. Na realização deste teste obtivemos uma estatística de teste de t(25)= -2,006, p-value=0,056/2, logo, p<0,05 e podemos concluir que existem diferenças significativas entre o pré e o pós-teste, ou seja, podemos rejeitar a hipótese nula, para um nível de significância de 5%, aceitando assim a hipótese alternativa

2,5 2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 pré-teste pós-teste Toques na bola por posse de bola

1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 2,5 pré-teste pós-teste Tempo com bola por posse de bola

Figura 12. Valor médio da quantidade de toques na bola por posse no pré e pós-teste.

Figura 13. Valor médio da quantidade de tempo (em segundos) com bola por posse no pré e pós-teste.

58 de que o valor médio na autoeficácia geral da população correspondente ao pós-teste

(população que realizou o programa de treino no 360s) é superior ao valor médio da população correspondente ao pré-teste.

Analisando as 4 subescalas de forma separada (Figura 15), percebemos que todas as subescalas à exceção da escala das habilidades técnico-táticas obtiveram valores médios superiores no pós-teste face ao pré-teste, sendo que, a subescala das habilidades técnico-táticas teve exatamente o mesmo valor médio nos dois momentos (12,20 ±1,38 no pré-teste e 12,20 ±1,16 no pós-teste), logo, rejeitámos a hipótese alternativa sem necessitar de realizar um teste de hipóteses.

Quanto às restantes subescalas em que obtivemos valores médios superiores no pós-teste, apenas na subescala do controlo das emoções identificámos diferenças significativas. Na subescala da comunicação obtivemos o valor médio de 12,08 (±2,04) no pré-teste e de 12,20 (±2,102) no pós-teste, mas, através do teste de Wilcoxon obtivemos a estatística de teste de z= -,512, com p-value do teste de hipóteses unilateral à direita

p=0,339, logo, como p>0,05, não rejeitamos a hipótese nula para um nível de significância

de 5% e não podemos afirmar que existe um aumento significativo do valores médio do pré-teste para o pós-teste. Na subescala da motivação para a prática, obtivemos o valor médio de 14,2 (±1,04) no pré-teste e de 14,24 (±0,879) no pós-teste. Através do teste de Wilcoxon também não identificámos diferenças significativas visto que a estatística de teste foi de z= -,142 com p-value do teste de hipóteses unilateral à direita p=0,496, logo, como

p>0,05, não podemos rejeitar a hipótese nula para um nível de significância de 5% e não

podemos afirmar que existe um aumento significativo entre o pré e o pós-teste.

Para a subescala do controlo das emoções, como referi anteriormente, identificámos um aumento significativo do pré-teste para o pós-teste através do teste de Wilcoxon. O valor médio obtido no pré-teste foi de 16,12 (±0,456) e no pós-teste foi de 17,04 (±0,255) e, a estatística de teste obtida através do teste de hipóteses utilizado, foi de

52 53 54 55 56 57 58 59 60 pré-teste pós-teste Total V-MSES

Figura 14. Valor médio dos resultados totais no questionário adaptado do V-MSES no pré e pós-teste

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z= -2,217 com p-value do teste de hipóteses unilateral à direita p=0,012, logo, como p<0,05,

podemos rejeitar a hipótese nula para um nível de significância de 5% e afirmar que existe um aumento significativo do valor médio na subescala do controlo das emoções entre o pré-teste e o pós-teste. 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Habilidades técnico-táticas Controlo das emoções Comunicação Motivação para a prática Questionário adaptado do V-MSES - 4 fatores

pré-teste pós-teste

Figura 15. Valor médio dos resultados para cada subescala do questionário adaptado do V-MSES no pré e pós teste

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