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Resultados e discussões Capítulo

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Nesta etapa da pesquisa são apresentados os gráficos e tabelas com os dados

4.2. Resultados das análises e identificação dos CO

4.2.1. Experimento de laboratório: cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas resultados da primeira fase dos testes

4.2.1.3. Resultados dos revestimentos de piso

A figura 60 mostra a separação dos compostos orgânicos extraídos da amostra 2 (revestimento da linha Essence). Os picos com maior intensidade de sinal do detector (mV) são referentes aos compostos acetato de n-butila e 2-etil-1-hexanol, da categoria dos alcóois; e os de menor intensidade são o butoxi-etoxi-etanol, da categoria dos éteres de glicol; o 2-metil-propil-éster, da categoria dos solventes ésteres e o

Estas substâncias fazem parte dos solventes utilizados para solubilizar as resinas de PVC aplicadas junto aos aditivos, na preparação dos compostos de revestimento vinílico (RODOLFO JR., NUNES, ORMANJI, 2006). No entanto, entre estes solventes há o composto 2-etil-1-hexanol, que foi a espécie mais abundante da amostra, indicando sua forte presença no revestimento vinílico. Sendo que o 2-etil-1-hexanol provém de uma reação com o anidrido ftálico, que forma o diéster de bis (2-etil-hexil) ftalato (DEHP), o plastificante mais usado na produção de revestimentos vinílicos. Como o 2-etil-1-hexanol se trata de um álcool de cadeia hidrocarbônica longa, os seus ésteres tendem a ter propriedades emolientes (COMPOUND SUMMARY, 2012).

Figura 60: Cromatograma da amostra 2 (piso – Essence).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014).

O cromatograma referente à amostra 3 (revestimento da linha Ambienta) é ilustrado na figura 61. Nele foram identificados os compostos metil-isobutil-cetona e ciclo-

hexanona, da categoria das cetonas; dodecano, da categoria dos alcanos

(hidrocarboneto alifático), 2-metil-propil-éster e 2-etil-1-hexanol. Esta última substância foi a espécie mais abundante, assim como na análise da amostra 2.

As substâncias pertencentes às categorias das cetonas, dos éteres de glicol e dos ésteres são solventes fortes, denominados dispersantes, que fazem a dispersão das resinas de PVC durante a mistura com os plastificantes, na produção do revestimento. Por outro lado, a substância da categoria dos alcanos é um solvente fraco, denominado diluente, usado na modificação das características de melhoramento ou dissolução destes dispersantes (RODOLFO JR., NUNES, ORMANJI, 2006). Quanto ao 2-etil-1-hexanol, como foi citado anteriormente, é um dos componentes do plastificante ftalato (DEHP).

Figura 61: Cromatograma da amostra 3 (piso – Ambienta).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014).

Na figura 62, correspondente a análise da amostra 1 (revestimento da linha Paviflex), pode-se observar um número bem menor de analitos em comparação às amostras 2 e 3, sendo que o composto 2-etil-1-hexanol aparece novamente como a substância mais abundante. Os demais compostos, o 1-undeceno, da categoria dos alcenos; o

undecano da categoria dos alcanos; e o butil-hidroxitolueno da categoria dos

antioxidantes, apresentam picos menores nas separações das substâncias.

Com exceção do 2-etil-hexanol que foi analisado anteriormente, as substâncias pertencentes às categorias dos alcenos e alcanos, ambos da família dos hidrocarbonetos alifáticos, são solventes utilizados como diluentes dos dispersantes (a exemplo dos alcanos), enquanto que o butil-hidroxitolueno, normalmente utilizado na prevenção de degradação oxidativa de polímeros (SPECIAL CHEM ADHESIVES, 2016), pode atuar com esta finalidade junto às resinas que compõem o revestimento.

Figura 62: Cromatograma da amostra 1 (piso – Paviflex).

A figura 63, mostra a separação dos compostos orgânicos da amostra 4 (revestimento da linha eSable), marca ePiso, representados por picos correspondentes aos tempos de retenção dos compostos ciclo-hexanona, da categoria das cetonas; 2-etil-1- hexanol; e o ácido propanóico, da categoria dos ácidos carboxílicos.

Figura 63: Cromatograma da amostra 4 (piso – eSable).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014).

Como foi caracterizado em outra amostra, a ciclo-hexanona, pertencente à categoria das cetonas, é um solvente forte e dispersante das resinas de PVC no composto vinílico e o 2 etil-1-hexanol, com o maior pico do espectro, é um álcool. Nesta corrida cromatográfica, o pico diferenciado manifestou a existência de ácido propanóico, uma substância da categoria do ácido carboxílico, que reage com o 2 etil-1-hexanol para formar os ésteres que dão propriedades emolientes a este álcool.

Nos cromatogramas, representados nas figuras 64 e 65, novamente aparecem picos expressivos que indicam a presença dos compostos ciclo-hexanona e do 2-etil hexanol. Com isto, compreende-se que estas e as outras substâncias, separadas nas corridas cromatográficas das amostras 1, 2, 3 e 4, são derivadas dos solventes utilizados na produção dos revestimentos. Entretanto, também foi observado que as amostras 4, 5 e 6 liberaram um número menor de COV do que as amostras 1, 2 e 3, o que indica que os revestimentos da linha ePiso oferecem menores riscos de contaminação do ar do que os revestimentos da linha Tarkett.

Figura 64: Cromatograma da amostra 6 (piso – eBlocks Lite).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014).

Figura 65: Cromatograma da amostra 5 (piso – eBlond).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014). 4.2.1.4. Resultados dos revestimentos de parede

Nas corridas cromatográficas com quatro amostras de papel de parede vinílico, realizadas no mesmo intervalo de tempo e nas mesmas condições que os experimentos das amostras de revestimento de piso, observou-se a presença de diferentes picos “não voláteis”, pois eluiam da coluna cromatográfica em uma temperatura muito alta e não estavam presentes em uma concentração que indicasse a presença de compostos orgânicos voláteis. Estes eventos puderam ser observados nos cromatogramas, ilustrados nas figuras 66, 67, 68 e 69.

Figura 66: Cromatograma da amostra 7 (revestimento de parede – Harmonia Flora).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014).

Figura 67: Cromatograma da amostra 8 (revestimento de parede – Harmonia Palha).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014).

Figura 68: Cromatograma da amostra 9 (revestimento de parede – Harmonia Floral).

Figura 69: Cromatograma da amostra 10 (revestimento de parede – Harmonia Bege).

Fonte: Testes no laboratório de Cromatografia, IQSC-USP, São Carlos (2014).

Os resultados demonstram que a camada superficial de vinil nos papéis de parede não apresenta COV, ou então, possui estabilizantes de alta eficiência que não permitem a volatização destas substâncias. Assim, de maneira em geral, existe a probabilidade de que os revestimentos de parede sejam mais sustentáveis do que os revestimentos de piso.