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A idéia de que a retribuição é uma fórmula para a igualdade é antiga. Está ligada, já na Antiguidade, a concepções ético-religiosas e é absorvida pela doutrina pitagórica e, em seguida, pela platônica. Esta última, cuja essência é um permanente dualismo entre bem e mal, admite como premissa a imortalidade da alma e, assim, estabelece a recompensa pelo bem e a punição pelo mal, a serem impostas no outro mundo, após a morte. Esse pensamento, exposto por Platão na sua obra Górgias, classifica como justa a retribuição, feita dessa maneira, depois da morte.

A idéia de uma justiça retributiva no outro mundo remete, como se viu, à da existência futura da alma, que sobrevive à morte física do indivíduo. Essa alma, para Platão, igualmente preexiste ao nascimento e, de onde se encontra, é capaz de ver o universo das idéias, dentre as quais a idéia de justiça.

Tal fórmula de justiça tendo como essência a retribuição não é capaz, no entanto, de revelar a natureza da justiça, o seu conteúdo. Além disso, em Platão, está ligada à ordem social vigente, que é pressuposta como dado inquestionável. Nisso é menos

questionadora (provavelmente não poderia ser diferente dada a época em que foi elaborada), como visto, que a abordagem marxiana, a qual relativiza a estrutura social (capitalista), cuja origem atribui à propriedade privada dos meios de produção, pregando, em conseqüência, a sua abolição como forma de abolição das tensões entre classes, fonte primeira da desigualdade e, portanto, da injustiça.

Mas ao procurar obter o conteúdo da justiça, a filosofia platônica, fiel ao dualismo – entre bem e mal - que a caracteriza, se reporta à idéia de bem, que, em oposição ao mal, é o objetivo da justiça.

O bem é a medida da justiça, já que o justo somente tem razão de ser desde que concretize esse bem.

A categoria bem tem natureza divina, constituindo mesmo a mais alta divindade. A divindade, em toda a sua grandeza, não é visível à maioria dos homens. Portanto o seu conteúdo como valor absoluto permanecerá inapreensível e, consequentemente, relativo. Somente alguns eleitos têm a ventura de ver o bem absoluto e essa já é uma experiência de caráter religioso. Segundo o que se pode extrair de Fedro e da

Epístola VII, de Platão, a visão da idéia do bem supremo e absoluto é fruto de um ato de repentina iluminação acontecida num instante de verdadeiro êxtase. De fato, Platão se refere a essa experiência assim: “Como resultado da aplicação contínua ao tema em si e à comunhão com ele, ela nasce na alma repentinamente, como a luz acesa por uma fagulha que salta, e que, daí em diante, se nutre sozinha”.69

Para KELSEN, “o que Platão descreve é uma experiência religiosa.” 70

O bem supremo, afinal revelado num evento dessa natureza, obviamente não é algo que pode ser apreendido pelos sentidos do corpo. Esses poucos eleitos, capazes de fazê-lo, devem ter desenvolvido algum sentido interior que os habilite a experienciar essa revelação. Tampouco são capazes de transmiti-la aos demais indivíduos, pois se trata de algo cuja grandeza ultrapassa a limitação da palavra e de outro qualquer recurso de comunicação utilizado por intermédio dos sentidos comuns dos homens.

Não é preciso ir longe para perceber que a idéia de bem em Platão equivale à de Deus para a maioria das culturas. Assim é que Deus – ou o bem absoluto – permanecem noções inexprimíveis.

Esse caminho tomado pelo pensamento platônico relaciona-se, na realidade, com as posturas políticas do seu autor. Para ele, o bom governo somente poderia ser o

69 PLATÃO. Epístola VII, 341. 70 Op. cit., p. 104.

governo dos filósofos, porquanto seriam eles os únicos capazes de enxergar o verdadeiro bem e determinar os rumos do Estado. Como a idéia desse bem é intransmissível aos demais humanos, o que estes devem fazer é confiar e obedecer às prescrições dos dirigentes, que detêm o conhecimento exclusivo de tal segredo.

Nesse sentido pragmático, a atitude justa do bom governo se dá quando os filósofos, auxiliados pelos guerreiros, governam os trabalhadores, assim como o homem individual pratica a ação justa ao domesticar os seus apetites, valendo-se dos elementos racional e espiritual da alma.

Assim, como conseqüência disso, a justiça, instrumento para alcançar o bem supremo, também permanece um segredo que não pode ser revelado, porque o homem comum não é capaz de apreendê-lo nem, se o conseguisse, de transmiti-lo. A natureza da justiça é a de um mistério divino. Volta-se, como se vê, ao relativismo do conteúdo da justiça, agora com um componente que o remete à religião.

Aqui parece inevitável um paralelo com o que já se disse acerca das teses de Jung a propósito do processo denominado individuação, a unir as partes consciente e inconsciente da psique na busca de um equilíbrio – aí presente a idéia de igualdade – cujo alcance ocorre em condições que remetem a uma procura pela integralidade que só é identificável com uma busca pela divindade tratando-se, portanto, de uma busca religiosa.

O pensamento de Platão acerca de justiça, retribuição e igualdade é compreensível na medida em que é possível visualiza-lo no âmbito de sua visão de mundo, marcada por aquele dualismo de que já se falou.

Assim é que o bem e o mal, num primeiro momento da formulação de suas idéias , situam-se em dimensões completamente diferentes, que não podem se misturar.

O mal habita o mundo captado pelos sentidos, carregado de experiências físicas e visuais do dia-a-dia, marcado pelas paixões próprias de um setor da alma, que é o dos desejos que podem ser satisfeitos com coisas mundanas. É um mundo material, caracterizado pela superficialidade. Trata-se do conjunto de vivências captado e vivido pela maioria dos homens, que não desenvolveram sentidos internos para elevá-los acima das inclinações mais primitivas. É um mundo inferior.

O bem, ao contrário, situa-se numa outra esfera, a esfera das idéias, que é alcançada pelo homem que conseguiu dominar seus apetites e controlar seus instintos, tornando-se desse modo capaz de enxergar além do horizonte de eventos materiais e elaborar planos de valores. Trata-se do mundo da ética, no qual se formula o ideal do

dever-ser, que nada tem a ver com o mundo do ser e com este nunca se encontra. É o verdadeiro mundo eis que nele está o bem supremo.

O termo ética, aliás, provém do grego éthiké e tem o sentido de estabelecer e distinguir as idéias de bem e de mal. Abstraindo-se todo o relativismo desses conceitos, a ética segue indicando que o bem é o objetivo a ser perseguido.

O universo habitado pelo bem, segundo essa vertente filosófica, é então um mundo superior, no qual as experiências sensórias não têm valor algum e por isso mesmo é nele que se pode desenvolver o pensamento puro, liberto de todas as contingências materiais, ditadas por desejos primitivos.

Platão não é o único a situar o bem absoluto numa esfera metafísica, atingida quando o homem abandona parte de sua animalidade. Depois dele o cristianismo também pretendeu que todo o conhecimento, o conhecimento verdadeiro, somente poderia ser obtido pelo abandono das buscas no mundo material, que era visto como corrompido, e se recorrendo a essa dimensão metafísica, livre de injunções materiais e inferiores. A propósito disso vale observar a seguinte anotação de GLEISER:

O barbarismo que corrompia o corpo era o mesmo que corrompia a mente; qualquer apropriação de informação através dos sentidos decerto só poderia levar à corrupção da alma. As tentações carnais, dependentes que são dos cinco sentidos, sem dúvida levavam à danação eterna. Como o estudo da Natureza necessariamente dependia do uso dos sentidos, ele também foi considerado conhecimento “pagão”, capaz de corromper a virtude cristã. 71

Para esse autor tal postura tem uma clara explicação histórica. Numa época em que as invasões e as pestes atormentavam a vida dos homens, a Igreja Católica se tornou um padrão de ordem social e de civilização. Além disso, importa considerar que se o mundo em que a vida humana se mostrava tão frágil e sujeita a tantos sobressaltos, a felicidade e o bem verdadeiros só podiam mesmo estar numa outra dimensão, além da vida material miserável.

Ora, se o universo do bem é o universo captado pelos sentidos superiores do homem e significa a superação de sua animalidade (são os componentes espiritual e racional da alma se impondo ao dos apetites), esse é o mundo que deve se impor e que realmente existe. O mundo das idéias, do dever-ser, se impõe assim ao mundo do ser. O que deve ser é.

O conhecimento, portanto, somente pode vir desse mundo do dever-ser e dele podem sair representações do bem e, consequentemente, do justo. A reflexão direcionada para a verdade tem, portanto, que ser situada além e acima da percepção sensorial daquilo que é uma aparência de ser (o mundo material). A ética deve se impor às ciências naturais, “para que o bem, o que deve ser, possa ser afirmado como realmente sendo.” 72

Mas ao contrário dessa visão de mundo puramente normativa – privilegiando o dever-ser – se coloca a metodologia das ciências da natureza, forçosamente fundada na investigação empírica dos fenômenos. A multiplicidade de eventos no universo da natureza, que não é regido por um dever-ser ideal, ditado por uma superação da animalidade do homem, mas por processos de encadeamento de fatos entrelaçados e uma relação de causa e efeito que conduzem a mutações e à evolução, praticamente não permite trabalhar apenas com conteúdos normativos e ideais, nem com as categorias de bem e de mal como opostos rigidamente definidos. A atividade predadora de certos animais sobre outros, por exemplo, se por um lado representa um mal - para suas presas -, por outro pode constituir um importante elo da cadeia alimentar e um fator de equilíbrio das espécies e do ambiente. Como então admitir noções de bem e de mal absolutos?

Instaura-se, portanto, um mecanismo, representado pela necessária relativização das categorias bem e mal, tendente a constituir a primeira etapa do abandono de uma interpretação meramente normativa do mundo. Isso é explicado porque, na ótica das ciências da natureza, essas categorias estão obrigatoriamente misturadas.

Esse processo influencia a filosofia platônica e o faz através da sublimação do amor carnal e sua conversão num amor espiritual, capaz de gerar os filhos mais ilustres do Estado grego. É um Eros moldado para servir à sua filosofia, jamais para satisfazer apetites materiais. Assim, Platão relaciona a imagem do amor por jovens [usual nas camadas superiores da sociedade grega de então] com a primeira etapa no rumo da apreensão do bem. Com isso, ele tira de seu Eros a sensualidade que o caracteriza, sublimando-o inteiramente sob o influxo dos ideais sociais e de suas convicções morais. Dessa forma ele obtém a desejada justificação do seu Eros. Um Eros originalmente sensorial se converte num Eros social.

Essa passagem de O banquete é significativa:

[Sócrates pergunta à profetisa Diotima qual a real natureza de Eros e ela assim responde:] Ele é um grande espírito e, como todos os espíritos, é intermediário

entre o divino e o mortal [...] o mediador que cobre o abismo que os divide e, portanto, nele tudo é unido. 73

O que se percebe, portanto, é que esse Eros acaba fazendo a ponte entre o mundo sensorial e o das idéias. Aquele Eros carnal originário, se é espiritualizado, se torna uma força procriadora, que gera as manifestações da arte, a educação e as melhores leis. Sua natureza social de novo remete o pensamento platônico ao Estado ideal e aos seus fundamentos e objetivos principais, dentre os quais se coloca a ação justa, materializada em obras dessa natureza.

Esse caminho, tomado pela visão de mundo platônica em sua fase mais madura, guarda uma relação próxima com a vertente política do filósofo, que a possuía, como já se disse, e com expressiva densidade. Sua postura política dá mais ênfase a uma visão do dever-ser que do ser e prioriza a vontade em lugar da cognição; como seu ideal político era inteiramente baseada na metafísica e por isso expressa em uma ética religiosa evidente, todo o seu trabalho intelectual tem o caráter de um projeto do Estado ideal. Sob essa ótica, ele é menos um cientista que “um pregador da justiça” 74. A justiça leva à felicidade, a

injustiça à infelicidade. Na realidade, a ciência, para ele, apenas constitui um meio para alcançar um fim. O ser humano necessita do conhecimento para agir justamente; e exatamente por isso o único conhecimento verdadeiro é o do bem, do divino.

Interessante, por outro lado, a relação que tem a justiça com a verdade, para essa filosofia. Trata-se de categorias frequentemente associadas, sempre se tendendo para a conclusão de que o verdadeiro é condição do justo. Entretanto, alinhado com a finalidade prática de sua visão, o pensamento platônico chega a admitir como justo o que não é verdadeiro, desde que utilizado pelo Estado para o bem da sociedade. O Estado pode, assim, impor certas mentiras se o fizer com finalidade nobre e se o fim perseguido puder ser atingido por meio delas. Afinal é o bem da sociedade que importa e as mentiras, meio para um fim louvável, ganham status de justiça e de verdade. Justo, nesse caso e em última análise, é o que é útil para o Estado. De tal sorte que, de requisito para a justiça, a verdade acaba se tornando conseqüência desta. Se algo é justo, então é também verdadeiro. Essa visão, na realidade, apresenta exata coerência com a filosofia platônica, que tende a reconhecer a primazia da vontade sobre o conhecimento.

Não é difícil perceber que o conteúdo da justiça parece fadado a permanecer

73 Op. cit., p. 88. 74 Op. cit., p. 89.

inapreensível pelo intelecto humano. Nesse ponto KELSEN é categórico:

[...] a razão humana só consegue compreender valores relativos. Isso significa que o juízo, por meio do qual algo é declarado como justo, nunca poderá ser emitido com a reivindicação de excluir a possibilidade de um juízo de valor contrário. Justiça absoluta é um ideal irracional. 75.

Se há problemas com o seu conteúdo, a forma justiça, de qualquer maneira, segue sendo a do dar a cada um o que é seu, conforme uma certa igualdade. A busca por uma igualdade parece obedecer a um impulso natural do homem, que pode encontrar explicação no conhecimento de sua psique, se ficarmos com as posições da Psicologia, especialmente as que fundamentam as já vistas teses de Jung.

Alguns postulam a existência de uma igualdade essencial de todos os indivíduos. Esse constituiria o motivo porque a igualdade nas relações seria exigência da justiça. Dado que todos os seres humanos possuem igual natureza e dignidade, nenhum deve ser apenas utilizado como instrumento, ou objeto, e sim como sujeito de um objetivo, que será necessariamente justo, a fim de lhe assegurar essa igualdade fundamental. Aqui existe a introdução de um novo elemento, a dignidade, que mais se identifica com um componente da própria igualdade. Digno é aquilo que está nos limites de uma igualdade mínima que deve haver entre as pessoas.

Há problemas também com a apreensão da categoria igualdade. Dificilmente ela poderá ser tomada como realidade objetiva, senão como visão individual e subjetiva dos diversos atores do processo de sua hipotética realização. Ser justo ou injusto, nesse caso, é mais uma questão voltada para quem julga, mas sem um necessário correspondente em quem é destinatário desse julgamento. Aí se vê que o problema da igualdade fica vinculado ao subjetivismo do responsável pela tomada de decisão, não se podendo ver nessa categoria um caráter absoluto e objetivo.

Aliás, tomar como premissa a igualdade natural dos homens é um ponto de partida discutível, considerando o drama que pode ser provocado pelo mandamento de que todos sejam tratados igualmente. KELSEN aponta:

Como, porém, a condição prévia é evidentemente errônea, pois os homens são, na realidade, bem diferentes, e não existem de modo algum duas pessoas realmente iguais, o único sentido possível daquela exigência é: o ordenamento

social não deve levar em consideração determinadas diferenças na concessão de direitos e na imposição de deveres. 76

Para o cristianismo, religião e vertente de pensamento que se funda nas pregações de Jesus de Nazaré, judeu de uma época em que a Judéia se encontrava sob domínio romano, uma qualidade essencial de Deus, o Pai, é a justiça. Deus é absolutamente justo. Como é também onipotente, coloca-se o problema da aparente incompatibilidade entre estas Suas características. Pois, sendo onipotente e justo, não deveria admitir injustiças.

Se Deus é criador do mundo, toda a criação é um resultado de Sua vontade. Suas manifestações de vontade, no entanto, revelam ao conhecimento humano alguns fatos que levam a relatos contraditórios. O que se percebe na natureza, bem como na história, é, por vezes, uma luta cruenta, cujo resultado é o mais forte destruindo o mais fraco. Mesmo feita uma análise criteriosa da natureza e da história é possível apreender um padrão apto a distinguir o bem do mal. Por outro lado, parece lógico não se poder concluir o que deve ser com base no que realmente é. Vistos sobe essa ótica, os fatos da natureza e da história mais se assemelham, por vezes, a manifestações da onipotência de Deus que da Sua justiça.

Segundo o cristianismo, a palavra de Deus consta das sagradas escrituras, obras que compreendem manifestações de crentes judeus anteriores ao nascimento de Jesus (Velho Testamento), assim como de alguns de seus seguidores, escritos décadas após sua morte (Novo Testamento) e selecionados pela Igreja Católica como versão oficial de sua passagem na Terra.

Dessas escrituras se podem extrair também referências aparentemente contraditórias acerca do sentido da justiça divina aí revelada. A escravidão, por exemplo, é instituição aceita com tranqüilidade e mencionada como fato normal em inúmeras passagens, tanto do Velho quanto do Novo Testamentos. Em Levítico 25, 6, aparece como tendo sido determinada por Javé e inteiramente compatível com a lei passada a Moisés no Monte Sinai. Em Êxodo 21, 2, consta que era tolerado vender-se como escrava a própria filha. Significativo o teor da Carta de São Paulo aos efésios 6, 5-9, a sustentar que o dever do escravo para com seu senhor constitui uma obrigação sagrada, sendo igualmente um dever para com Deus.

Claro que, como adverte KELSEN 77, essa e outras contradições podem encontrar explicação na evolução histórica daquela civilização e em suas várias etapas de desenvolvimento de leis e de costumes. Mas no caso de as escrituras deverem ser tidas por revelação de uma justiça absoluta de Deus, essa atenuante fundada na história não pode ser admitida e, assim, o ideal de bem transmitido aos humanos – e, claro, compreendido dentro das limitações do homem mortal – soa como algo inegavelmente estranho.

Se retomarmos a categoria igualdade como essência da justiça, é possível alcançar um outro postulado cristão, que está na raiz de uma de suas metas: a salvação da alma. É que a alma, liberta do corpo que se acaba, um dia será conduzida à presença de Deus e por Ele será julgada, recebendo a recompensa pelo bem praticado na vida terrena e a punição pelo mal durante ela causado. Aí está de novo a idéia de retribuição como fator de justiça. Obrigatoriamente esse pensamento pressupõe que de tal retribuição resulte uma forma de igualdade, já que realizadora da justiça de Deus.

De exemplos dela estão repletas as escrituras, quer no Velho quanto no Novo Testamentos. De Gênesis 6, 5-ss. consta que “quando Javé viu que a maldade do homem sobre a terra era grande e que toda a inclinação de seu pensamento voltava-se apenas para o mal, Javé arrependeu-se de ter criado o homem sobre a terra e afligiu-se em seu coração. Então Javé disse: apagarei da face da terra os homens que criei. Em Deuteronômio 11, 26 ss. se lê que “Vede, hoje estou colocando diante de vós uma benção e uma maldição: uma benção se obedecerdes aos mandamentos de Javé, vosso Deus, que vos dou hoje, e uma maldição se não obedecerdes aos mandamentos de Javé, vosso Deus, e se vos desviardes do caminho que vos estou apontando hoje, e correrdes atrás de deuses estranhos que não conheceis”.

Agora do Novo Testamento, nas Cartas do apóstolo Paulo: “Perante o tribunal do Cristo cada um receberá o bem ou o mal pela vida que viveu no corpo” (Coríntios 5,