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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.4 REVISÃO DE LITERATURA

Na trajetória desse estudo foram analisadas algumas produções acadêmicas vinculadas a pesquisadores de programas de pós-graduação em Educação e Educação Matemática, com foco no processo de aprendizagem da Matemática intermediado pelas tecnologias digitais, no sentido de tornar mais evidente a temática abordada nessa pesquisa. Esses estudos forneceram delineamento e sustentação para a argumentação e defesa dos posicionamentos descritos nesse texto. Alguns desses estudos foram pesquisados em sites do próprio Programa de Pós-Graduação onde estão vinculados e outros no banco de dissertações e teses do Portal CAPES, levando em consideração, as opções de pesquisa; “hipertexto no ensino da Matemática”, “tecnologias digitais online” e “ambientes virtuais”.

Foram analisados estudos na linha de interações proporcionadas por ambientes virtuais, aprendizagem Matemática e práticas docentes, experiências com o uso de tecnologias digitais online. Destacamos alguns, que apesar de não apresentarem a mesma proposta, se aproximam desta pesquisa nos aspectos teóricos e metodológicos.

Entre as dissertações selecionadas, destacamos os estudos de Santana (2013) e Rovetta (2015) que trazem discussões sobre as possibilidades de utilização do ambiente virtual como complemento da sala de aula e as interações que a utilização desse recurso proporciona para a aprendizagem dos alunos com a integração com várias mídias.

Analisamos também as pesquisas de Jamur (2015) e Capelocci (2015). Esses pesquisadores discutem sobre a proposta de utilização do hipertexto como um instrumento capaz de proporcionar a interação e a comunicação com foco na construção de conhecimentos, se usado de forma apropriada como uma ferramenta de apoio ao ensino e a aprendizagem.

Por fim, analisamos a dissertação de Alves (2015) que realizou uma intervenção pedagógica durante o estudo, no sentido de esclarecer para os alunos e até mesmo para o professor, o significado de hipertexto, ambientes virtuais, atividades online, blog entre outras funcionalidades da web. Esse aspecto dialoga com nosso estudo, pois nos levou a perceber a necessidade de realizar um estudo piloto com a turma pesquisada ao iniciar a pesquisa.

Todos esses estudos que foram analisados evidenciaram que existem muitas pesquisas em relação ao uso das tecnologias digitais e ambientes virtuais. As contribuições estão na proposta da utilização do ambiente virtual como complemento da sala de aula e as interações que a utilização desse recurso proporciona para a aprendizagem dos alunos (quadro 1).

Quadro 1- Contribuições das dissertações analisadas

Título Autor Ano IES Contribuição

Interações em sala de aula e em redes sociais

no estudo de sólidos geométricos no Ensino Médio Organdi Mongin Rovetta 2015 IFES

O ambiente virtual como possibilidade de integração com várias

mídias

A utilização da Plataforma Moodle para

o apoio ao Ensino Presencial: um estudo exploratório em uma disciplina em nível de Pós-Graduação Antonio Luiz Santana 2013 UFES A proposta da utilização do ambiente virtual como

complemento da sala de aula e as interações que a

utilização desse recurso proporciona para a aprendizagem dos alunos.

O uso do hipertexto em materiais didáticos digitais como forma de interação na educação a distância Elenice Ramires Jamur 2015 UFPR A proposta do uso do hipertexto como ferramenta que proporciona a interação, cooperação com foco na

construção de conhecimentos. A educação e os multiletramentos: leitura e escrita de linguagem multissemiótica no hipertexto blog Teresa Cristina Alves 2015 UFPB Aspectos metodológicos: Intervenção pedagógica elaborada e executada a

partir das respostas obtidas nos questionários.

O hipertexto na escola: a retextualização digital

nas aulas de língua portuguesa Eloíza Martins Primo Capeloci 2015 UNESP A proposta de utilização do hipertexto como um instrumento capaz de proporcionar a interação e a comunicação se usado de forma apropriada como

uma ferramenta de apoio ao ensino e a aprendizagem

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste segmento apresentamos o percurso metodológico desta pesquisa, descrevendo a metodologia utilizada para a produção dos dados, o local onde se desenvolveu essa pesquisa, a caracterização dos sujeitos participantes, os cuidados éticos que foram tomados para o desenvolvimento do estudo, a maneira como os dados foram produzidos nessa trajetória e a forma de organização dos dados para a análise e interpretação.

3.1 O ESTUDO QUALITATIVO

Essa pesquisa teve uma abordagem qualitativa, configurada como pesquisa participante, na qual se propôs uma interação junto ao grupo pesquisado (com alguns momentos de intervenção). Recolhemos os dados da pesquisa onde as ações aconteciam, descrevendo as situações vividas pelos participantes e interpretando os significados. Segundo Bogdan e Biklen (1994), a forma como recolhemos os dados estão de acordo com uma abordagem qualitativa.

Esses autores enumeram cinco características da pesquisa qualitativa:

1. Na investigação qualitativa a fonte directa de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal.

2. A investigação qualitativa é descritiva.

3. Os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos.

4. Os investigadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de forma indutiva.

5. O significado é de importância vital na abordagem qualitativa (BOGDAN E BIKLEN, 1994, p.47-50).

Consideramos que essas propriedades listadas pelos autores estão relacionadas com a investigação desenvolvida, pois:

1. Os dados utilizados na pesquisa foram obtidos por meio de observações das aulas de Matemática. A produção de dados aconteceu no cotidiano da sala de

aula, intercalando momentos de intervenção / interação com o grupo pesquisado e dando suporte aos alunos no uso das tecnologias digitais;

2. A coleta de dados por meio das observações que fizemos a cada aula (e registradas no caderno de campo), o desenvolvimento do estudo piloto, além do registro das atividades postadas no blog, demonstram o caráter descritivo dessa investigação;

3. Voltamos nossa atenção para o processo de construção do conhecimento, não nos preocupando com os resultados que alcançaríamos. Nos preocupamos como as aulas de Matemática seriam conduzidas com o uso das tecnologias digitais de forma que os alunos pudessem, ao participar dessas aulas, e nos momentos posteriores, interagirem e construírem seus conhecimentos

4. Os dados coletados foram produtos a serem analisados sem a pretensão de comprovar, ou não, suposições. Nossas considerações foram feitas à medida que os dados iam sendo recolhidos;

5. Durante a investigação, nos momentos de interação com os participantes, e durante as observações das aulas, houve o interesse em saber o que eles tinham a dizer. Foi a partir de comentários dos sujeitos, em diversos momentos da pesquisa, que construímos nossas análises.

Ainda de acordo com Bogdan e Biklen (1994), essa abordagem qualitativa da investigação também pode ser denominada naturalista “[...] porque o investigador frequenta os locais em que naturalmente se verificam os fenômenos nos quais está interessado, incidindo os dados recolhidos nos comportamentos naturais das pessoas” (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 17). Para esses autores, durante a interação com o grupo pesquisado, é relevante que o pesquisador anote detalhadamente as observações que puderam ser feitas durante o contato como os participantes.

O resultado bem sucedido de um estudo de observação participante em particular, mas também de outras formas de investigação qualitativa, baseia-se em notas de campo detalhadas, precisas e extensivas. Nos estudos de observação participante todos os dados são considerados notas de campo; este termo refere-se coletivamente a todos os dados recolhidos durante o estudo, incluindo notas de campo, transcrições de entrevistas,

documentos oficiais, estatísticas oficiais, imagens e outros materiais (BOGDAN E BIKLEN, 1994, p. 150).

Segundo Gil (1991), a pesquisa participante caracteriza-se pela interação entre pesquisadores e participantes durante as situações investigadas. Dessa forma, a pesquisa participante resulta da participação, tanto do pesquisador no grupo estudado, como dos sujeitos participantes da pesquisa.

Esses fatos mostram que, a pesquisa envolveu processos que visavam conhecer e permitir a interação com o grupo pesquisado, iniciando com observações sistemáticas e evoluindo até a realização de momentos de intervenções, aspecto que julgamos necessário para dar suporte à utilização dos recursos tecnológicos digitais.

3.2 AMBIENTE DA INVESTIGAÇÃO

A pesquisa foi desenvolvida no Instituto Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo (Ifes) - Campus Vitória. O Ifes, assim como algumas instituições da Rede Federal de Educação, já desenvolvia experiências de educação profissional com jovens e adultos antes mesmo do surgimento do Programa de Integração da Educação Profissional Técnico de Nível Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), originária do Decreto 5478, de 24/05/2005. Inicialmente, a base para a implementação do Programa foi a rede de Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica.

Desde 2001, o Ifes ofertava o Ensino Médio Para Jovens e Adultos Trabalhadores (EMJAT), modalidade de EJA articulada à educação profissional técnica de nível médio. Eram oferecidas duas turmas, uma no 1° semestre e outra no 2° semestre, para jovens com idade mínima de 21 anos oriundos da 8ª série (9º do Ensino fundamental).

O curso era de regime semestral, com duração de um ano e meio e após o término do curso os alunos de melhor rendimento participavam de um processo interno de seleção para cursar um curso técnico subsequente.

Atualmente, o Campus Vitória oferta, na modalidade EJA, os cursos Técnicos Integrados de Segurança do Trabalho (vespertino), Metalurgia, Guia de Turismo e Qualificação Cadista para a Construção Civil (todos noturnos). No ano de 2010, os cursos de Edificações e Segurança do Trabalho passaram por um processo de mudanças na sua estrutura organizacional e didático-pedagógica e em 2014 foi a última oferta do curso de Edificações. Portanto a turma ingressante em 2014 concluiu o curso em 2017.

Em relação à estrutura física, por se tratar de uma Instituição de Ensino Tecnológico, o Ifes dispõe de salas de aulas equipadas com data-show, laboratórios específicos para os cursos técnicos que são ofertados, laboratórios de informática e biblioteca, entre outros. Além dos laboratórios de Informática, existem espaços com recursos tecnológicos disponíveis para professores e alunos. Ao todo, são oito laboratórios de Informática básica e um num espaço chamado casa modelo6. Existem duas salas de desenho com trinta pranchetas e trinta computadores para aulas de desenho com AutoCad7, além de dois mini-auditórios com um computador e projetor multimídia. A Biblioteca também dispõe de espaço com vinte computadores disponíveis para os alunos fazerem pesquisas e trabalhos.

A partir da nossa vivência no Campus Vitória, em conversa com os educadores, consideramos que o espaço físico e os equipamentos disponíveis na instituição oferecem condições para que os professores possam utilizar, na EJA, metodologias mediadas pelas tecnologias digitais.

6 Este espaço é um laboratório do curso edificações, onde os alunos podem verificar as etapas da

construção, fundação, as instalações elétricas, telefônicas e hidrossanitárias, além dos materiais de acabamentos.

7 Marca de software cuja função é facilitar a confecção de plantas e croquis, oferecendo ferramentas

3.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Participaram como sujeitos da pesquisa, os alunos do 3º ano do Curso Técnico de Edificações Integrado ao Proeja. O professor de Matemática foi Antonio Henrique Pinto8. A motivação para desenvolver o estudo na turma desse professor partiu de uma demanda dele, que demonstrou interesse em explorar essa metodologia na sala de aula junto a sua turma. O professor julgou necessário esse aprendizado, visto que, as especificidades características da EJA exigem que o professor se envolva com o contexto desse público, além de ser solidário, dinâmico, investigativo e, principalmente, que seja preparado para lidar com alunos que utilizam, no seu dia a dia, a comunicação on-line.

Os alunos eram jovens e adultos, que não tiveram a oportunidade de terminar a educação básica na idade certa e que retornaram ao caminho de volta às salas de aula em busca de realização profissional ou de melhores empregos.

Na época da pesquisa haviam dezoito alunos matriculados. Porém, apenas um grupo de nove alunos frequentaram, regularmente, as aulas observadas / acompanhadas. Durante o período de interação com o grupo pesquisado, em conversas, constatamos que a turma reunia, entre seus alunos, vendedores em lojas do comércio local, donas de casa, auxiliares de escritórios, jardineiro, entre outras ocupações (alguns alunos estavam desempregados). Estudavam à noite e trabalhavam durante o dia, fato que pode servir para justificar a dificuldade de realizar as atividades em casa.

Vamos conhecer um pouco mais de cada sujeito participante9:

Sheila – era uma aluna com idade em torno de 35 anos, dona de casa, casada e mãe de três filhos. Buscou no Proeja qualificação para reingressar no mercado de trabalho. Apresentava bom desempenho nas aulas de Matemática. Durante o desenvolvimento da pesquisa manifestou o interesse em utilizar as tecnologias digitais em suas atividades pessoais na igreja que frequentava, procurando aprender

8 O professor Antonio Henrique além de ser o professor de Matemática da turma onde se

desenvolveu esse estudo, também é o orientador dessa pesquisa.

como fazer downloads de músicas e vídeos para preparar os encontros e eventos dos quais ela participa como organizadora.

Maurício – era o aluno mais maduro da sala, com idade em torno de 45 anos de idade, casado e tinha um filho. Trabalhava como ajudante de pedreiro e escolheu o curso de Edificações para se qualificar e buscar melhores empregos na sua área. Seu desempenho nas de aulas de Matemática era bom. Era participativo mesmo com as queixas da falta de tempo para se dedicar aos estudos. Não apresentou dificuldades para usar os recursos tecnológicos durante as aulas e se interessou pela possibilidade de acessar o blog por meio do celular.

José – rapaz na faixa entre 20 e 25 anos, desempregado e com desempenho regular na disciplina de Matemática. Demonstrou bastante habilidade com as tecnologias digitais, mas não participou ativamente das aulas durante a pesquisa. Marta – era auxiliar de serviços gerais, casada e tinha um filho. Sua idade estava em torno de 40 anos. Sempre reclamou da falta de tempo, pois se dividia entre a casa, o trabalho, cuidar do filho, além do estudo. Participava durante as aulas de Matemática, mas seu desempenho era regular. Mesmo com algumas dificuldades no uso das tecnologias digitais, executava todas as atividades.

Sebastião – com idade em torno de 40 anos, Sebastião trabalhava como auxiliar de escritório era solteiro e não tinha filhos. Em nossas interações, ele nos disse que cursava Engenharia Civil em uma faculdade particular, entretanto seu desempenho nas aulas de Matemática era fraco. Esse aluno foi beneficiado pelo uso da tecnologia, pois como sua frequência era irregular, ele recorria às atividades compartilhadas e ao blog para se interar das questões propostas pelo professor e executá-las. Dessa forma conseguiu se recuperar no último bimestre.

Franco – era um jovem com idade entre 20 e 25 anos, jardineiro, casado e não tinha filhos. Esse rapaz sempre reclamava da falta de tempo, pois trabalhava o dia todo cuidando de plantas em uma residência. Entretanto era assíduo e sempre chegava muito cedo à escola. Nas aulas de Matemática era participativo e não tinha dificuldades para trabalhar com as tecnologias digitais na sala de aula. Acessava o blog da turma pelo celular, porém não postava nem comentários.

Laura – trabalhava como recepcionista na direção do Ifes, Campus Vitória no turno matutino, a sua idade estava em torno de 30 anos. Essa aluna era participativa e teve um bom desempenho nas aulas de Matemática, além de não ter apresentado dificuldades para trabalhar com as tecnologias.

Pedro – trabalhava como autônomo no ramo de produção e comercialização de ovos era casado e pai de três filhos. Mesmo com idade em torno de 40 anos, buscava no curso de Edificações a oportunidade de se qualificar em outra área para aumentar a renda familiar. Durante a pesquisa apresentou bom desempenho em Matemática e não teve dificuldades na metodologia utilizada.

Joana – aluna com idade em torno de 40, viúva e mãe de uma filha. Recebia pensão do marido falecido, estava desempregada e vendia produtos cosméticos para complementar a renda que era muito baixa. Apesar das dificuldades da vida pessoal, buscava no Proeja dar o primeiro passo para, no futuro, chegar ao curso superior de Arquitetura, tinha bom desempenho em Matemática, era uma aluna bem participativa. Demonstrou interessou pelo uso das tecnologias como possibilidade de complementar os conteúdos abordados em sala de aula em outras disciplinas do curso. Aprendeu a fazer downloads de vídeos e, a partir de então pesquisava vídeo- aulas para conversar sobre assunto com o professor da disciplina, porém tinha dificuldades de acesso a Internet de casa.

Durante o período de integração com a turma percebemos que o grupo era homogêneo, quando pensamos no ponto de vista sócio-econômico. Já no ponto de vista sociocultural, baseados em Vigotski (1998), consideramos que este grupo era heterogêneo, haja vista a idade de alguns participantes. Os alunos com mais idade retornaram à escola com uma grande bagagem de conhecimentos adquiridos ao longo de suas vivências. Para Vigotski (1998), o desenvolvimento é influenciado pela aprendizagem que ocorre nas relações que partilhamos, nas experiências que vivenciamos e no contexto sociocultural do qual fazemos parte. Como descrevemos anteriormente, esses alunos eram membros ativos em suas famílias, inseridos no grupo social do trabalho, pertenciam a uma comunidade e possuíam saberes e reflexões advindas de suas experiências de vida.

Em geral os alunos da EJA têm a necessidade de voltar à escola para se sentirem incluídos na sociedade, para buscar uma realização pessoal, para melhorar as condições de vida ou alcançar um melhor cargo no trabalho. Com os alunos participantes dessa pesquisa não foi diferente: quando indagados sobre o motivo de retornarem à escola, as respostas do questionário aplicado apontaram que a maioria desses alunos buscava melhor colocação no emprego.

O curso era noturno, que é o horário disponível para as pessoas que trabalham durante o dia, ou seja, os alunos iam para a escola após um dia de serviço, com a mente já cansada, outros moravam longe e tinham dificuldades para chegar à escola.

3.4 CUIDADOS ÉTICOS

Para atender as orientações do Programa Educimat, o projeto de pesquisa foi, primeiramente, autorizado pelo Diretor Geral do Ifes – Campus Vitória (ANEXO A). Em seguida, foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Ifes, responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos, por meio da Plataforma Brasil. O projeto foi aprovado para execução, sob o parecer consubstanciado do protocolo nº 1621762 - CEP-Reitoria-Ifes. (ANEXO B) e ofereceu riscos mínimos aos participantes.

Esses riscos foram da ordem dos valores éticos e todos os cuidados foram tomados para que fossem evitadas situações como a exposição da vida, preconceitos social, ético e moral, entre outros.

De acordo com os princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos foi entregue aos sujeitos participantes, ou seja, os nove alunos com frequência regular, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), garantindo-lhes que as informações fornecidas ao pesquisador seriam arquivadas digitalmente pelo pesquisador e não serão utilizadas em prejuízo dos participantes ou de outras pessoas, inclusive na forma de danos à estima, prestígio e prejuízo econômico ou financeiro.

3.5 PRODUÇÃO DE DADOS

A produção dos dados se iniciou em junho de 2016, terminando em dezembro desse mesmo ano, com a utilização do blog como um espaço complementar à sala de aula10. As aulas de Matemática intercalavam momentos em sala de aula e momentos no laboratório de Informática, sendo reservados 30 minutos para esse ambiente. Algumas vezes as aulas aconteceram somente no laboratório.

Os instrumentos e as técnicas utilizados para a produção de dados da pesquisa foram o caderno de campo e a aplicação de questionário.

Baseados em Bogdan e Biklen (1994), utilizamos o caderno de campo11 para o registro das observações das aulas e atividades produzidas pelos alunos, compartilhadas pelo Google Drive12 e postadas no blog (partes do caderno de campo estão no apêndice O). Esses autores defendem que esta técnica é válida para obtenção de dados no ambiente natural onde as ações acontecem, pois consideram que as notas de campo são “o relato escrito daquilo que o investigador ouve, vê, experiência e pensa no decurso da recolha” (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p. 150). Assim, a inserção no ambiente da pesquisa junto aos sujeitos nos permitiu vivenciar as situações da sala de aula, um pouco do universo da turma, suas

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